quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

ELES CHEGARAM LÁ: DUPLA DE ESPECIALISTAS DEFENDE O DIREITO DE ASSASSINAR TAMBÉM OS RECÉM-NASCIDOS

Os neonazistas da “bioética” já não se contentam em defender o aborto; agora também querem a legalização do infanticídio! Eu juro! E ainda atacam os seus críticos, acusando-os de “fanáticos”. Vamos ver. Os acadêmicos Alberto Giublini e Francesca Minerva publicaram um artigo no, ATENÇÃO!, “Journal of Medical Ethics” intitulado “After-birth abortion: why should the baby live? – literalmente: “Aborto pós-nascimento: por que o bebê deveria viver?” No texto, a dupla sustenta algo que, em parte, vejam bem!, faz sentido: não há grande diferença entre o recém-nascido e o feto. Alguém poderia afirmar: “Mas é o que também sustentamos, nós, que somos contrários à legalização do aborto”. Calma! Minerva e Giublini acham que é lícito e moralmente correto matar tanto fetos como recém-nascidos. Acreditam que a decisão sobre se a criança deve ou não ser morta cabe aos pais e até, pasmem!, aos médicos.
Para esses dois grandes humanistas, NOTEM BEM!, AS MESMAS CIRCUNSTÂNCIAS QUE JUSTIFICAM O ABORTO JUSTIFICAM O INFANTICÍDIO, cujo nome eles recusam — daí o “aborto pós-nascimento”. Para eles, “nem os fetos nem os recém-nascidos podem ser considerados pessoas no sentido de que têm um direito moral à vida”. Não abrem exceção: o “aborto pós-nacimento” deveria ser permitido em qualquer caso, citando explicitamente as crianças com deficiência. Mas não têm preconceito: quando o “recém nascido tem potencial para uma vida saudável, mas põe em risco o bem-estar da família”, deve ser eliminado.
Num dos momentos mais abjetos do texto, a dupla lembra que uma pesquisa num grupo de países europeus indicou que só 64% dos casos de Síndrome de Down foram detectados nos exames pré-natais. Informam então que, naquele universo pesquisado, nasceram 1.700 bebês com Down, sem que os pais soubessem previamente. O sentido moral do que diz a dupla é claro: soubesse antes, poderia ter feito o aborto; com essa nova leitura, estão a sugerir que essas crianças poderiam ser mortas logo ao nascer. Não! Minerva e Giublini ainda não haviam chegado ao extremo. Vão chegar agora.

Francesca Minerva; o riso mais franco da morte
Francesca Minerva; o riso mais franco da morte


Por que não a adoção?Esses dois monstros morais se dão conta de que o homem comum, que não é, como eles, especialista em “bioética”, faz-se uma pergunta óbvia: por que não, então, entregar a criança à adoção? Vocês têm estômago forte?. Traduzo trechos da resposta:
“Um objeção possível ao nosso argumento é que o aborto pós-nascimento deveria ser praticado apenas em pessoas (sic) que não têm potencial para uma vida saudável. Conseqüentemente, as pessoas potencialmente saudáveis e felizes deveriam ser entregues à adoção se a família não puder sustentá-las. Por que havemos de matar um recém-nascido saudável quando entregá-lo à adoção não violaria o direito de ninguém e ainda faria a felicidade das pessoas envolvidas, os adotantes e o adotado?
(…)
Precisamos considerar os interesses da mãe, que pode sofrer angústia psicológica ao ter de dar seu filho para a adoção. Há graves notificações sobre as dificuldades das mães de elaborar suas perdas. Sim, é verdade: esse sentimento de dor e perda podem acompanhar a mulher tanto no caso do aborto, do aborto pós-nascimento e da adoção, mas isso NÃO SIGNIFICA que a última alternativa seja a menos traumática.”
A dupla cita trecho de um estudo sobre mães que entregam filhos para adoção:“A mãe que sofre pela morte da criança deve aceitar a irreversibilidade da perda, mas a mãe natural [que entrega filho para adoção] sonha que seu filho vai voltar. Isso torna difícil aceitar a realidade da perda porque não se sabe se ela é definitiva“.
VolteiÉ isso mesmo! Para a dupla, do ponto de vista da mulher, matar um filho recém-nascido é “psicologicamente mais seguro” do que entregá-lo à adoção. Minerva e Giublini acabaram com a máxima de Salomão. No lugar do rei, esses dois potenciais assassinos de bebês teriam mesmo dividido aquela criança ao meio.
Querem saber? Essa dupla de celerados põe a nu alguns dos argumentos centrais dos abortistas. Em muitos aspectos, eles têm mesmo razão: qual é a grande diferença entre um feto e um recém-nascido? Ao levar seu argumento ao extremo, deixam a nu aqueles que nunca quiseram definir, afinal de contas, o que era e o que não era vida. Estes dois não estão nem aí: reconhecem, sim, como vida, tanto o feto como o recém-nascido. Apenas dizem que não são ainda pessoas no sentido que chamam “moral”.
Notem que eles também suprematizam, se me permitem a palavra, o direito de a mulher decidir, a exemplo do que fazem alguns dos nossos progressistas, e levam ao extremo a idéia do “potencial de felicidade”, o que os faz defender, sem meios-tons, o assassinato de crianças deficientes — citando explicitamente os casos de Down.
O Supremo e os anencéfalos
O Supremo Tribunal Federal vai liberar, daqui a algum tempo, os abortos de anencéfalos. Como já afirmei aqui, abre-se uma vereda para a terra dos mortos, citando o poeta. Se essa má-formação vai justificar a intervenção, por que não outras? A dupla que escreveu o artigo não tem dúvida: moralmente falando, diz, não há diferença entre o anencéfalo e o recém-nascido saudável. São apenas pessoas potenciais. Afinal, para essa turma, quem ainda não tem história não tem direito à existência.
Um outro delinqüente intelectual chamado Julian SavulescuA reação à publicação do artigo foi explosiva. Os dois autores chegaram a ser ameaçados de morte, o que é, evidentemente, um absurdo, ainda que tenham tentado dar alcance científico, moral e filosófico ao infanticídio. No mínimo a gente é obrigado a considerar que os dois têm mais condições de se defender do que as crianças que eles defendem que sejam mortas. A resposta que dão à hipótese de adoção diz bem com quem estamos lidando.
Savalescu: o prosélito da morte de bebês agora acusa a perseguição dos fanáticos
Savulescu: o prosélito da morte de bebês agora acusa a perseguição dos fanáticos
Julian Savulescu é o editor da publicação. Também é diretor do The Oxford Centre for Neuroethics. Este rematado imbecil escreve um texto iradodefendendo a publicação daquela estupidez e acusa de fundamentalistas e fanáticos aqueles que atacam os dois “especialistas em ética”. E ainda tem o topete de apontar a “desordem” do nosso tempo, que estaria marcado pela intolerância. Não me diga!!!
O que mais resta defender? Aqueles dois potenciais assassinos de crianças deveriam dizer por que, então, não devemos começar a produzir bebês para fazer, por exemplo, transplante de órgãos. Se admitem que são pessoas, mas ainda não moralmente relevantes, por que entregar aos bichos ou à incineração córneas, fígados, corações?
Tudo isso é profundamente asqueroso, mas não duvidem de que Minerva, Giublini e Savulescu fizeram um retrato pertinente de uma boa parcela dos abortistas. Se a vida humana é “só uma coisa” e se os homens são “humanos” apenas quando têm história e consciência, por que não matar os recém-nascidos e os incapazes?
Estes são os neonazistas das luzes. Mas não se esqueçam, hein? Reacionários somos nós, os que consideramos que a vida humana é inviolável em qualquer tempo.

Fonte:

quarta-feira, 27 de fevereiro de 2013

Gazeta do Povo entrevista William Lane Craig:


William Lane Craig, filósofo e apologista cristão: "O debate sobre ciência e fé precisa cada vez mais da Filosofia"

Uma palestra na noite de hoje, no Mosteiro de São Bento, em São Paulo, marca o início da agenda do filósofo e apologista cristão William Lane Craig no Brasil. Craig é muito conhecido por seus livros e, especialmente, por seus debates com nomes importantes do ateísmo militante (e também pelos debates que não ocorreram, como a ocasião recente em que Richard Dawkins recusou um convite). Na manhã de hoje, de seu hotel em São Paulo, Craig conversou com o Tubo de Ensaio por alguns minutos, por telefone, e defendeu que os filósofos sejam mais ativos nos debates sobre a relação entre ciência e religião.

Por Marcio Campos

Por muitos séculos a relação entre ciência e fé foi vista como harmônica, mas hoje o discurso dominante é o do antagonismo. Como isso ocorreu?
Estamos vendo o resultado de um esforço deliberado, iniciado no fim do século 19, de reescrever a história de ciência de acordo com esse modelo de conflito. Até aquela época, o relacionamento entre ciência e teologia era descrito como uma aliança; os melhores cientistas eram cristãos. Mas, entre o fim do século 19 e o início do século 20, houve um forte esforço para reescrever a história da ciência de modo que ela mostrasse a existência de um antagonismo histórico. Nesse sentido, Andrew Dickson White criou o paradigma deste modelo de conflito com seu livro Uma história da guerra entre a ciência e a tecnologia na Cristandade. Hoje, os historiadores da ciência veem essa obra como uma piada, uma peça de propaganda; os que realmente conhecem a história sabem que o conflito não é uma representação adequada do relacionamento histórico entre ciência e religião. É verdade que essa noção de antagonismo persiste na cultura popular, mas não é mais presente no trabalho acadêmico, nem na Teologia, nem na história da ciência. Neste século 21 estamos no limiar de uma era de mais abertura, por parte da ciência, à possibilidade um criador e designer do universo. É uma abertura que não tem precedentes nas últimas décadas.

Se na academia a percepção já é outra, por que na cultura popular o discurso do conflito ainda persiste? E como trazer para o público em geral aquilo que já está espalhado entre os especialistas?
Sempre existe uma defasagem entre o que ocorre na academia e o que chega à cultura popular. Obviamente é um processo que leva tempo. É necessário haver popularizadores: pessoas que escrevam livros e artigos de jornal direcionados ao público em geral, aos que não têm formação nem em ciência, nem em Teologia, para explicar o diálogo entre ciência e religião que está havendo na academia. Os ateus militantes fazem isso muito bem; cientistas como Richard Dawkins e Lawrence Krauss escrevem e vendem livros que são populares e defendem o ateísmo. Precisamos que gente que seja igualmente bem-sucedida nesse trabalho, mas defendendo a harmonia entre ciência e fé.

Quem seriam hoje esses "popularizadores" da harmonia entre ciência e fé?
John Polkinghorne é um ótimo exemplo, pois ele é físico quântico e também clérigo anglicano, tendo escrito uma série de livros sobre ciência e religião. Outro muito conhecido é Francis Collins, chefe do Projeto Genoma, um biólogo cujas obras também são dirigidas para o público em geral. Alister McGrath é um teólogo que também tem formação em Química, mas escreve mais do ponto de vista teológico. Esses três são mais conhecidos, mas eu também queria destacar o cosmólogo Alexander Vilenkin, da Tufts University. Ele não é cristão; se não me engano, é agnóstico. Seu trabalho de popularização da ciência é muito bom e não tem o preconceito antirreligioso que observamos em outros autores como os já mencionados Dawkins e Krauss.

Algum deles teria o potencial para se tornar um "ícone pop" como foi Carl Sagan?
Sagan teve a grande vantagem de fazer a série Cosmos, que fez dele extremamente popular; ele usava muito bem os meios de comunicação. Entre as vozes que defendem a harmonia entre ciência e fé, não vejo ninguém fazendo algo na escala de Sagan. Esse tipo de presença exige uma pessoa que não apenas seja um expert na área, mas também saiba aparecer na mídia muito bem.

Já que falamos dos meios de comunicação, qual sua avaliação da maneira como a imprensa vem retratando as questões sobre as quais estamos conversando aqui?
A maneira como a mídia popular lida com a popularização da ciência é bem frustrante para mim. Ela segue um roteiro previsível na hora de mostrar a ciência moderna: tenta empurrar interpretações da ciência que são radicais, contrárias ao bom senso e altamente especulativas, em vez de se apoiar nas descobertas sólidas da ciência moderna. O que eu vejo é um esforço deliberado de fazer a ciência moderna parecer metafísica, o que leva a uma abordagem sensacionalista. Isso normalmente é feito com uma série de expressões metafóricas que não ajudam no bom entendimento dos assuntos científicos; chega a ser cansativo. Eu até entendo por que os veículos de comunicação agem assim, já que é da natureza da imprensa buscar o extraordinário, o extremo, o que desafia as concepções arraigadas, porque é o que atrai interesse. Mas não acho que isso ajude a entender o que a ciência moderna realmente diz sobre o mundo.

Como estará a discussão sobre ciência e religião em cinco, ou dez anos?
Não creio que teremos mudanças radicais no caminho que estamos trilhando. Agora cientistas, filósofos e teólogos têm um diálogo saudável em que uns estão abertos ao que os outros oferecem, mas espero que a discussão envolva mais os filósofos. Agora estamos começando a perceber que as áreas que se sobrepõem no diálogo entre ciência e religião estão muito ligadas à Filosofia; como nem teólogos, nem cientistas são muito treinados nesse campo, o diálogo tem interferências porque está ocorrendo entre pessoas que, em geral, são "filosoficamente ingênuas". Um diálogo realmente frutuoso precisa envolver mais filósofos, especialmente os que conheçam filosofia da ciência e a metafísica teológica. Os filósofos serão os mediadores entre as ciências e os teólogos – é um "triálogo", não um diálogo.

Na América Latina em geral, as questões bioéticas normalmente são mais relevantes que o debate sobre as origens do universo ou do homem...
O que eu acabei de dizer sobre a importância da Filosofia se aplica aqui também. A ciência é eticamente neutra, não tem nada a dizer sobre o que bom, mau, certo ou errado. Você não acha valores num tubo de ensaio. Assim, em questões bioéticas é necessário trazer pessoal da Ética, que é justamente uma área da Filosofia. A ciência proporciona a informação – por exemplo, sobre o status biológico do embrião ou do feto; mas não podemos buscar nela valores éticos. Aí precisamos da Filosofia e da Teologia para nos guiar em relação ao que é eticamente permissível. Sem isso caímos no utilitarismo, na ideia de que o tecnicamente viável é moralmente permissível, o que é absurdo, sem justificativa; foi o que levou ao nazismo, o mesmo tipo de raciocínio que justificou a engenharia genética para criar uma super-raça e se livrar dos indesejados e exterminá-los, já que era tecnicamente possível. As pessoas mais sensatas percebem que isso é altamente antiético.

Muitos conhecem suas críticas à teoria da evolução...
Vamos colocar desta maneira: não é que eu seja crítico; eu digo que tenho uma atitude cética em relação a certos aspectos da evolução, porque me parece que eles são motivados mais por pressuposições filosóficas que pela evidência física. Por isso ela não me convence – mas isso não significa que eu não esteja aberto à possibilidade.

Então vamos supor, por um minuto, que a teoria da evolução seja totalmente verdadeira; em ocasiões anteriores, o senhor afirmou que ela não ameaçaria o Cristianismo, ou a crença religiosa. Por quê?
Porque o Deus transcendente que é o criador e o designer do universo poderia muito bem ter determinado o comportamento da natureza e as condições iniciais no Big Bang que levassem ao eventual surgimento de vida inteligente no universo, e não existe motivo para pensar que Ele não pudesse ter feito dessa forma.

E qual a sua avaliação sobre o criacionismo de Terra jovem?
Infelizmente os criacionistas acabam fazendo as pessoas se tornarem mais céticas em relação à religião que em relação à ciência. Se eles tiverem sucesso em mostrar que existe conflito entre o Cristianismo bíblico e a ciência moderna, a reação da cultura popular é descartar o Cristianismo bíblico, não a ciência moderna. Isso será muito contraproducente, já que que esse conflito é ilusório. A melhor estratégia em relação a esse grupo é desacreditar não sua ciência, mas suas crenças religiosas, por exemplo a leitura 100% literal da Bíblia.

Se pensarmos no ateísmo militante e nos criacionistas, qual dos extremos deveria ser considerado mais preocupante?
A maior ameaça vem da filosofia do naturalismo científico; ainda vivemos à sombra do Iluminismo, em que o único árbitro da verdade e fonte do conhecimento é a ciência natural, e por isso algo que não pode ser provado não existe ou não é verdadeiro. Essa filosofia permeia a cultura ocidental moderna.

Qual a sua opinião sobre as recentes tentativas de Stephen Hawking e Lawrence Krauss de demonstrar que o universo surgiu do nada, sem a necessidade de um criador?
É lamentável que estes cientistas tenham representado tão mal a ciência moderna para o público em geral. Se uma pessoa religiosa fizesse isso, seria acusada de distorção, mas com os cientistas isso passa batido. Quando esses homens usam o termo "nada", usam de forma equivocada, em vez de empregar o significado de "não ser". Se me perguntam o que tenho na geladeira, e eu respondo "nada", não significa que existe algo na geladeira, e esse algo seja o nada. Quero dizer é que não há nada. Se você me pergunta o que comi no almoço e respondo "nada", você não me pergunta "e que gosto tem?" (risos). Seria ridículo. Mas esses homens usam o termo "nada" para se referir a algo. O vácuo quântico, um espaço vazio preenchido com energia, é algo, é uma realidade física com propriedades físicas, bem como um certo estado do universo em que as concepções clássicas de espaço e tempo ainda não se aplicam. Krauss chega a dizer que há diferentes tipos de "nada", o que já indica que ele está usando o termo de forma equivocada. O nada não tem nenhuma propriedade, é ridículo falar em diferentes tipos de nada. Isso é uma grotesca distorção da linguagem, uma representação errada da ciência moderna em uma tentativa de convencer leigos de que a ciência pode explicar a origem última do universo.

Eles agem assim por ignorância filosófica ou estão deliberadamente distorcendo o conceito?
Cientistas como Hawking e Krauss não são treinados em Filosofia e são bem ingênuos nesse campo. Eles não entendem as implicações metafísicas do que dizem e caem em uma armadilha criada por suas próprias palavras. Hawking, no começo de seu livro The grand design, diz que a Filosofia está morta e que ela não acompanhou os desenvolvimentos da ciência moderna; agora, cabe aos cientistas conduzir a luz do conhecimento. Essa, por si só, é uma afirmação filosófica – e o resto do livro vai fazendo uma afirmação filosófica após outra. Hawking faz filosofia em vez de ciência e não percebe.

Fonte:

domingo, 24 de fevereiro de 2013

Nahor Neves debate criacionismo na Globo News





O filósofo ateu mais influente do mundo aceita a existência de Deus


Investigaciones científicas sobre el origen de la vida y el ADN muestran la existencia de una “inteligencia creadora”, afirma ahora Antony Flew
Considerado hasta 2004 el filósofo ateo más férreo e influyente del mundo, Antony Flew acepta ahora la existencia de Dios. En su libro Hay un Dios: Como el ateo más notorio del mundo cambia de parecer, Flew explica el porqué de ese cambio: recientes investigaciones científicas sobre el origen de la vida y el ADN revelan la existencia de una “inteligencia creadora”, asegura.
Según informaba el pasado 16 de abril Aceprensa, durante más de cinco décadas, este filósofo inglés fue uno de los más vehementes ateos del mundo. Escribió libros y, con audiencias multitudinarias, debatió con conocidos pensadores creyentes, entre otros con el célebre apologista cristiano C. S. Lewis.
Sin embargo, en el que celebró en la Universidad de Nueva York en 2004, los asistentes quedaron sorprendidos cuando Flew anunció que para entonces ya aceptaba la existencia de Dios y que se sentía especialmente impresionado por el testimonio del cristianismo.
En su libro, cuyo título original es There is a God. How the world’s most notorious atheist changes his mind (Nueva York: Harper One, 2007), Flew no sólo desarrolla sus propios argumentos sobre la existencia de Dios, sino que argumenta frente a los puntos de vista de importantes científicos y filósofos acerca de la cuestión de Dios.
Su investigación le llevó a examinar, entre otros, los trabajos críticos David Hume al principio de causalidad y los argumentos de importantes científicos como Richard Dawkins, Paul Davies y Stephen Hawking. Otro de los pensamientos sobre Dios que tomó como referencia fue el de Albert Einstein, ya que, lejos de lo que afirman ateos como Dawkins, Einstein fue claramente creyente.
“Inteligencia creadora”
¿Qué llevó a Flew a cambiar tan radicalmente su concepto de Dios? Él explica que la razón principal nace de las recientes investigaciones científicas sobre el origen de la vida; unas investigaciones que muestran la existencia de una “inteligencia creadora”.
Tal como expuso en el simposio celebrado en 2004, su cambio de postura fue debido “casi enteramente a las investigaciones sobre el ADN”: “Lo que creo que el ADN ha demostrado, debido a la increíble complejidad de los mecanismos que son necesarios para generar vida, es que tiene que haber participado una inteligencia superior en el funcionamiento unitario de elementos extraordinariamente diferentes entre sí”, asegura.
“Es la enorme complejidad del gran número de elementos que participan en este proceso y la enorme sutileza de los modos que hacen posible que trabajen juntos. Esa gran complejidad de los mecanismos que se dan en el origen de la vida es lo que me llevó a pensar en la participación de una inteligencia”, añade Flew.
En cuanto a la teoría de Richard Dawkins de que el llamado ‘gen egoísta’ es el responsable de la vida humana, Flew la califica de “ejercicio supremo de mixtificación popular”. “Los genes, por supuesto, ni pueden ser egoístas ni no egoístas, de igual modo que cualquier otra entidad no consciente no puede ni entrar en competencia con otra ni hacer elecciones”.
Ahora creo que el universo fue fundado por una Inteligencia infinita y que las intrincadas leyes del universo ponen de manifiesto lo que los científicos han llamado la Mente de Dios. Creo que la vida y la reproducción se originaron en una fuente divina”, dice.
“Tres dimensiones que apuntan a Dios”
“¿Por qué sostengo esto, después de haber defendido el ateísmo durante más de medio siglo? La sencilla respuesta es que esa es la imagen del mundo, tal como yo la veo, que emerge de la ciencia moderna. La ciencia destaca tres dimensiones de la naturaleza que apuntan a Dios”.
“La primera es el hecho de que la naturaleza obedece leyes. La segunda, la existencia de la vida, organizada de manera inteligente y dotada de propósito, que se originó a partir de la materia. La tercera es la mera existencia de la naturaleza. Pero en este recorrido no me ha guiado solamente la ciencia. También me ayudó el estudio renovado de los argumentos filosóficos clásicos”, señala.
“Mi salida del ateísmo no fue provocada por ningún fenómeno nuevo ni por un argumento particular. En realidad, en las dos últimas décadas, todo el marco de mi pensamiento se ha trastocado. Esto fue consecuencia de mi permanente valoración de las pruebas de la naturaleza. Cuando finalmente reconocí la existencia de Dios no fue por un cambio de paradigma, porque mi paradigma permanece”, concluye.
“Este es mi libro”
A raíz de la publicación del libro, llovieron las críticas por parte de sus colegas por el cambio realizado, entre ellas la de Mark Oppenheimer en un artículo titulado El cambio de un ateo.
Según informa Noticias Cristianas, Oppenheimer caracteriza a Flew como un viejo hombre senil que es manipulado y explotado por los cristianos evangélicos para sus propios propósitos. Además, le acusa de haber firmado un libro que nunca escribió.
Sin embargo, Flew, de 86 años de edad, responde de forma concluyente: “Mi nombre está en el libro y representa exactamente mis opiniones. No permitiré que se publique un libro con mi nombre con el cual no estoy cien por ciento de acuerdo”.
“Necesité que alguien lo escribiera porque tengo 84 años –dijo entonces-. Ese fue el papel de Roy Varghese. La idea que alguien me manipuló porque soy viejo es exactamente incorrecta. Puedo ser viejo, pero es difícil que alguien me manipule. Este es mi libro y representa mi pensamiento”, sentenció.
Fuente: Forumlibertas.com

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

A mentira da imprensa sobre a ‘cura gay’

Imagem: divulgaçãoA Comissão de Direitos Humanos e Minorias da Câmara aprovou nesta terça-feira (18) o projeto de lei que determina o fim da proibição, pelo Conselho Federal de Psicologia, de tratamentos que se propõem a tratar a homossexualidade. A sessão foi presidida pelo deputado Marco Feliciano (PSC-SP), depois de várias semanas de adiamento por causa de protestos e manobras parlamentares contra o projeto.
De autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), a proposta suspende dois artigos de uma resolução de 1999 do conselho. Um deles impede a atuação dos profissionais da psicologia para tratar homossexuais. O outro proíbe qualquer ação coercitiva em favor de orientações não solicitadas pelo paciente e determina que psicólogos não se pronunciem publicamente de modo a reforçar preconceitos em relação a homossexuais.
Imagem: divulgaçãoPr. Silas comenta:
É um absurdo, uma afronta à inteligência humana, como a imprensa brasileira na sua grande maioria engole tudo o que o ativismo gay promove, como verdade absoluta, sem o mínimo de análise imparcial, sem ao menos buscar a opinião de partes contrárias, como se a verdade absoluta pertencesse ao ativismo gay.
Vejamos:
1) O projeto não visa curar ninguém. E pelo que me consta, a psicologia não se utiliza deste termo “cura”.
2) O projeto tem a ver com Direitos Humanos. Nenhuma entidade de classe profissional, religiosa ou quem quer que seja, pode impedir uma pessoa de buscar ajuda se ela assim desejar e decidir. O que o Conselho Federal de Psicologia fez ao impedir que psicólogos tratem de homossexuais que vão pedir ajuda sobre a sua sexualidade, é uma afronta a Constituição e a própria ciência. Por que um heterossexual pode pedir ajuda a um psicólogo sobre sua sexualidade e um homossexual não? Em que parâmetros científicos e também legais você pode impedir um profissional de ajudar quem o procura?
3) O Conselho Federal de Psicologia está ideologizado pelos “esquerdopatas” e pelo movimento gay. Pasmem os senhores: NENHUM CONSELHO OU SOCIEDADE DE PSICOLOGIA NO MUNDO TEM UMA RESOLUÇÃO TÃO IMBECÍL E ESDRÚXULA COMO ESTA. Em nenhum lugar do mundo o psicólogo é impedido de tratar quem o procura. É vergonhoso ver as ciências humanas virarem ciências exatas e servir ao ativismo gay.
4) Um princípio que rege o atendimento profissional a pessoas na área das ciências humanas é que o indivíduo é quem decide se quer ajuda ou não. Em hipótese alguma o terapeuta.
5) Uma outra questão: quem falou que o ativismo gay tem o monopólio do homossexualismo? É a mesma coisa se nós, pastores evangélicos, tivéssemos o monopólio dos evangélicos e por consequência o poder de determinar se um evangélico pode ou não pedir ajuda a um psicólogo porque esta com problemas em relação a sua religiosidade. Claro que nem os ativistas gays, nem nos pastores, temos o monopólio sobre ninguém. É uma afronta aos direitos de cidadania! A pessoa é livre, seja homo, hétero, católico, evangélico e etc, de pedir ajuda a quem quiser.
6) A safadeza da questão é que querem passar para a sociedade como se alguém estivesse obrigando os homossexuais a mudarem o seu comportamento, porque todos nós sabemos que qualquer psicólogo e médico que queira impor um tratamento a uma pessoa que não o deseja, é passivo de punição.
7) A verdade é a seguinte: homossexualismo é um comportamento que um indivíduo pode desejar ser ou não ser, da mesma forma que a religiosidade também é um comportamento do ser humano que ele pode deixar de ser ou vir a ser da religião que ele bem quiser. DIREITOS HUMANOS JÁ! LIBERDADE EXPRESSÃO JÁ!

quarta-feira, 20 de fevereiro de 2013

Criacionismo na Gazeta do Povo


Tarcísio Vieira, biólogo: "para que o criacionismo seja um bom modelo, precisa reconhecer que o evolucionismo é uma boa teoria"

Uma das coisas que eu percebi no debate sobre o ensino do criacionismo nas escolas confessionais era que praticamente não se deu espaço aos criacionistas para explicar no que eles realmente acreditam. Por isso, procurei a Sociedade Criacionista Brasileira (SCB), que intermediou uma entrevista por e-mail com o biólogo Tarcísio da Silva Vieira, mestre pela Universidade de Brasília e professor universitário de Química Orgânica. Membro colaborador da SCB, Vieira expõe uma das vertentes do criacionismo, aponta compatibilidades com o evolucionismo e se diz contrário ao ensino do criacionismo nas escolas públicas. Confira a íntegra da entrevista, que teve trechos publicados na Gazeta do Povo de hoje.

Por Marcio Campos, Gazeta do Povo

Em primeiro lugar, o que define um criacionista? Basta acreditar que Deus tirou o universo do nada, ou é preciso acreditar em outras intervenções criadoras de Deus?
Um aspecto de bastante relevância para aqueles interessados na controvérsia entre criacionismo e evolucionismo, e que não tem sido mencionado em tudo o que vem sendo veiculado na mídia, é que o termo "criacionismo" é bastante elástico. Há diversas vertentes intituladas igualmente como "criacionismo". A Sociedade Criacionista Brasileira, por exemplo, divulga o criacionismo bíblico, que seria uma tentativa de associação entre o conhecimento científico e o conhecimento bíblico, desde que o primeiro não seja confundido com alguns pontos de vista que não são sustentáveis epistemologicamente dentro do próprio evolucionismo.

Simpatizantes do modelo criacionista que tenham tido formação acadêmica entendem a importância da teoria da evolução e reconhecem a grande contribuição dada por Darwin à comunidade científica. Entendemos que há aspectos no evolucionismo bastante fundamentados, os quais são indispensáveis para a compreensão de muitos fenômenos naturais, assim como para a correta interpretação de dados experimentais. A estes aspectos nenhum criacionista que tenha formação científica se opõe. Porém, como em toda boa teoria, há alguns pontos no evolucionismo que não são sustentáveis e devem ser questionados, seja por um bom cientista ou por um bom estudante de ciências.

Também é preciso que se entenda que os simpatizantes do criacionismo bíblico têm a Bíblia como uma importante fonte de conhecimento. Diante deste fato, apenas para facilitar a compreensão, podemos dividir estes simpatizantes em dois grupos. No primeiro estariam aqueles que frequentam uma igreja e acreditam em Deus, em função do tipo de educação que receberam, ou por algum tipo de experiência que tiveram em sua vida, ou por qualquer outro motivo. Para eles, o relato bíblico é suficiente para que professem sua fé.

No entanto, diversos autores dos textos bíblicos instruem seus leitores a investigar a natureza – como Paulo, na carta aos Romanos (1,20) – a fim de que por essa investigação reconheçam a existência de um Criador. O segundo grupo de simpatizantes é o dos que pertenciam ao primeiro grupo (ou seja, que tiveram educação religiosa), entenderam o "recado da natureza" e tiveram a oportunidade de estudar ciências. Aos integrantes deste segundo grupo o relato bíblico também é suficiente para professarem sua fé, mas o conhecimento científico que adquiriram lhes permite também argumentar de maneira mais formal e racional a respeito daquilo em que acreditam, muitas vezes se contrapondo a alguns pontos de vista que não são sustentáveis epistemologicamente dentro do evolucionismo. Em qualquer destes grupos, permanece a convicção de que todos os atos referentes à criação feita por Deus, assim como o plano de redenção para toda a humanidade, são reais; esses são os atributos comuns aos proponentes desta vertente do criacionismo.

Quando se fala de criacionismo, costuma-se remeter à tradição judaico-cristã da narração da criação segundo o Gênesis. É possível conciliar o criacionismo com outras tradições religiosas?
Creio que este modo incorreto de associar o criacionismo unicamente à tradição judaico-cristã é decorrente, em parte, da constituição religiosa de nossa sociedade. Outro aspecto que conduz a este tipo errôneo de associação é a falta de conhecimento, tanto por parte da maioria dos profissionais da imprensa quanto da maioria dos evolucionistas críticos do criacionismo, com relação à origem de toda esta controvérsia.

É consenso entre a quase totalidade das pessoas (e isto também infelizmente se aplica àquelas que frequentam uma igreja) que o confronto entre as ideias evolucionistas e criacionistas é um "impasse" entre ciência e fé e é algo que surgiu com o advento do Cristianismo.

Quanto ao primeiro ponto, eu me limitaria a dizer que os grandes ícones do desenvolvimento científico – dentre eles, só para citar os mais proeminentes em algumas áreas da Física, como Newton na óptica, na mecânica e na gravitação universal; Boyle no estudo dos gases; e Faraday e Maxwell no eletromagnetismo – que nos possibilitaram alcançar o patamar de conhecimento no qual nos encontramos compartilhavam, em sua quase totalidade, a fé em um Deus criador e pessoal. Esta fé os inspirava a desenvolver suas teorias e lhes permitia olhar com mais detalhes para a natureza, o que possibilitou a eles se tornarem homens e mulheres à frente de seu tempo.
Diante disto fica evidente que a controvérsia entre criacionismo e evolucionismo não é uma dicotomia entre ciência e fé, como é grandemente alardeado pela mídia em geral. Aquelas pessoas conciliavam sua fé em Deus com suas pesquisas referentes aos fenômenos naturais, obtendo resultados que os destacaram não apenas no contexto em que viviam. O verdadeiro embate entre as argumentações evolucionistas e criacionistas está centrado na existência ou não de planejamento e intenção nas coisas existentes. Enquanto o evolucionismo defende a ideia de acaso e aleatoriedade, buscando explicar a vida como sendo o resultado de causas puramente naturais, o criacionismo defende a ideia de propósito e planejamento, buscando explicar a vida como sendo resultante da ação criadora de um Deus que ainda hoje se relaciona com o ápice de sua criação: o ser humano.

Este conceito integrado no criacionismo permite ao verdadeiro interessado nesta controvérsia encontrar evidências do confronto destas ideias em diversas civilizações, em períodos históricos muito antecedentes ao surgimento do Cristianismo e do Judaísmo. É propagado erroneamente, tanto pela imprensa quanto por livros didáticos, que os povos ditos pagãos tiveram contato com a ideia de um Deus único, criador e redentor apenas após o advento do Cristianismo. Contudo, um minucioso estudo da mitologia e da literatura mesopotâmica, egípcia, chinesa, romana e de lendas indígenas, dentre outras, indica o oposto daquilo que nos é tradicionalmente ensinado. Na Grécia, em torno de 300 a.C., havia intenso debate entre epicuristas (que dentre outras ideias defendiam que todas as coisas tiveram origem em causas naturais aleatórias) e estoicos, defensores de que todas as coisas tiveram origem pela intenção e propósito de um Deus criador.
O trecho abaixo, originalmente presente na obra de Cícero De Natura Deorum, citado no livro Depois do Dilúvio (de autoria do historiador britânico Bill Cooper e publicado em português pela SCB), lança um breve lampejo sobre a argumentação dos simpatizantes do estoicismo: Se existe algo na natureza que a mente humana, a Inteligência, a energia e a força humanas não podem criar, então o criador dessas coisas deve necessariamente ser um ente superior ao homem. Os corpos celestes em suas órbitas eternas certamente não podem ser criados pelo homem. Eles, portanto, devem ter sido criados por um ser superior ao homem. (...) Somente um tolo arrogante imaginaria que nada houvesse no mundo todo maior do que ele próprio. Logo, deve existir algo maior do que o ser humano. E esse algo deve ser Deus.

Em nossos dias, o criacionismo formal como o conhecemos está associado às três grandes religiões monoteístas, Islamismo, Judaísmo e Cristianismo.

Como o criacionismo interpreta a narração do Gênesis? Uma interpretação estritamente literal, ou questões como a dos "seis dias" podem ser vistas como metáfora?
Para os simpatizantes do criacionismo bíblico, a Bíblia é literal em todas as suas colocações, exceto em três situações. A primeira é aquela em que o próprio relato bíblico informa o contrário, como quando são utilizados metais preciosos para designar reinos poderosos e metais menos nobres para designar reinos menos poderosos, no livro de Daniel.

A segunda situação ocorre quando transparece que o escritor não tinha em mente o intuito de transmitir conhecimento científico, mas sim de descrever um fenômeno na linguagem mais simples possível, de modo que aquela informação fosse compreensível por todos, e pode ser exemplificada com a passagem no livro de Josué, no qual o escritor menciona que o Sol se deteve nos céus, o que é interpretado por muitos, de maneira precipitada, como sendo uma alusão ao "fato" de que, para aquelas pessoas, o Sol girava em torno da Terra.

E, finalmente, o terceiro caso é aquele em que os conceitos que adquirimos em tempos recentes aparentemente contrastam com aquilo que era aceito popularmente no período em que um determinado texto bíblico foi escrito, por exemplo no livro de Levítico, em que o morcego é classificado como ave, e não como mamífero. Acontece que a classificação taxonômica que utilizamos hoje é muitíssimo recente em comparação com o texto bíblico. Na época em que aquele livro foi escrito, e refletindo um critério bastante prático, era suficiente classificar os seres vivos em terrestres, aquáticos e alados, sendo esta última a classe na qual o morcego evidentemente se enquadrava.

Salvo estas situações (e obviamente outras que possam ser incluídas em contextos similares), entendemos a Bíblia sempre como literal, e isto inclui todo o livro de Gênesis; portanto, para nós os seis dias da criação são literais, embora existam correntes teológicas que entendam estes dias como períodos não correspondentes a 24 horas. Outras vertentes do criacionismo consideram estes dias da criação como longos períodos de tempo, correspondentes a eras, numa tentativa de associar o relato do livro de Gênesis aos fatos advindos da sucessão dos fósseis nas rochas sedimentares e as respectivas idades obtidas pelos métodos de datação radiométrica, associação esta de forma alguma aceita pelos simpatizantes do criacionismo bíblico.

Que outras vertentes do Criacionismo podem ser mencionadas?
Dentro das diferentes correntes criacionistas há pontos que são compatíveis com outras vertentes, e pontos de incompatibilidade. O fixismo, por exemplo, era utilizado no passado por teólogos no sentido de deixar claro para as pessoas da época que os seres haviam sido criados por Deus exatamente como são, ou seja, os seres originalmente criados por Deus não teriam sofrido nenhuma mudança significativa ao longo do tempo. Infelizmente esta era a ideia aceita pela sociedade (incluindo os naturalistas, ou seja, os cientistas daquela época).

A partir das observações e da publicação dos trabalhos de Darwin, o fixismo foi duramente criticado e caiu por terra, de forma que hoje nenhuma pessoa que tenha tido o privilégio de estudar ciências argumenta em favor daquelas ideias. Mesmo as observações cotidianas conduzem um indivíduo atento à conclusão de que os organismos sofrem modificações ao longo do tempo. Cientistas e estudantes sérios, simpatizantes do criacionismo bíblico, reconhecem estas variações e jamais argumentariam contra este fato, uma vez que, além de verificarem o fenômeno da variação em seus estudos, a própria Bíblia nos permite chegar a conclusões sobre a variação dos organismos inicialmente criados por Deus (pena que isto não seja entendido por alguns teólogos em nossos dias). Contudo, dentro do modelo criacionista, estas variações têm um limite que abrangem, em alguns casos, desde o taxon Espécie até o taxon Ordem.

A mídia, no entanto, com o intuito de desmoralizar o modelo criacionista e expor seus simpatizantes ao ridículo, tem procurado associar o criacionismo ao fixismo, o que é absurdo! Não se pode negar que alguns indivíduos pertencentes àquele primeiro grupo que eu mencionei no início realmente argumentem em favor do fixismo, mas é preciso lembrar que se trata de pessoas que não possuem formação científica. Vincular nos meios de comunicação que todo criacionista é fixista é no mínimo desonesto.

Também é possível mencionar o pontuísmo ou Teoria dos Equilíbrios Pontuados, uma argumentação proposta por Stephen Jay Gould e Niles Eldredge, na tentativa de explicar o aparecimento abrupto de novas espécies, no registro fóssil, que permanecem praticamente sem nenhuma alteração até a sua extinção, o que em princípio contrariava a evolução defendida por Darwin. Para maiores detalhes, indico o amplo livro de Gould The Structure of Evolutionary Theory, recentemente lançado.

Já o gradualismo, resumidamente, é aplicado pelos simpatizantes da teoria da evolução que defendem a mudança nos organismos através da acumulação de pequenas modificações ao longo de várias gerações, durante intervalos de tempo incomensuráveis, o que é incompatível com os dados obtidos da observação e da experimentação.

Afirma-se que o criacionismo, embora efetivamente possa ser considerado uma teoria, não poderia ser considerado teoria científica por não ser "falseável", pelos critérios de Karl Popper. Como o senhor avalia essa observação?
Aqui estão em jogo muitos critérios, definições e conceitos que conduzem a controvérsia entre criacionismo e evolucionismo para o campo da Filosofia. Vejamos a definição mais aceita daquilo que seja uma "teoria científica", segundo o próprio Karl Popper: Uma teoria científica é um modelo matemático que descreve e codifica as observações que fazemos. Assim, uma boa teoria deverá descrever uma vasta série de fenômenos com base em alguns postulados simples, como também deverá ser capaz de fazer previsões claras, as quais poderão ser testadas.

O criacionismo não preenche os critérios definidos por Popper, ou seja: diante do exposto, o criacionismo não passa nem perto de ser uma teoria científica! Porém, pode ser qualificado como um bom modelo, que em muitos pontos é sustentado pelas evidências científicas de que dispomos até o momento.

Em meu ponto de vista (que compartilho com muitos cientistas e pesquisadores simpatizantes do criacionismo bíblico), não vejo o criacionismo nem mesmo como uma teoria. Prefiro vê-lo como um modelo, uma vez que muitos postulados dentro do criacionismo não podem ser submetidos ao método científico (da mesma forma que os postulados do evolucionismo). Para exemplificar, lembremo-nos de dois "passos" importantes integrantes do método científico: observação e experimentação. Não podemos observar Deus criando a vida, nem se pode realizar um experimento em que, ao fim da análise dos dados obtidos, chegue-se à conclusão de que Deus existe ou não existe.

Acontece que muitos pontos dentro das teorias evolucionistas enfrentam a mesma dificuldade! Não é possível regredir no tempo e observar o surgimento espontâneo da vida, da mesma forma que não é possível reproduzir a extinção dos dinossauros. Alguns pontos no evolucionismo são reproduzíveis, apresentam uma modelagem matemática e é possível fazer boas previsões com eles, levando, assim, a uma boa teoria científica. Porém, estes pontos estão circunscritos àquele mesmo limite de variação mencionado anteriormente, limitando-se desde o taxon Espécie até, em alguns casos, ao taxon Ordem. Argumentações versando sobre modificações em taxa superiores (entre os taxa Ordem e Reino), na visão de um cientista criacionista, além de não se enquadrarem na definição de Popper, são extrapolações daqueles pontos situados no limite de variação citado acima. As teorias evolucionistas versando sobre estas modificações, a meu ver (e de muitos cientistas criacionistas), seriam mais bem definidas como modelo.

Aqui é importante ressaltar que, mesmo que algo não seja considerado "teoria científica", continua sendo válido o debate e o confronto de ideias. Há vários exemplos de modelos que foram amplamente debatidos no passado e foram sendo aperfeiçoados até se tornarem boas teorias científicas. O contrário também é verdadeiro. Uma teoria já estabelecida precisa ser debatida, criticada e revista. Há vários exemplos de teorias que receberam o status de "científicas" e, após algum tempo, precisaram ser ampliadas ou mesmo reescritas. Um exemplo bem recente, ilustrativo deste tipo de situação, e que infelizmente foi divulgado em nosso país pela grande mídia, é o evento de julho de 2008 na cidade de Altenberg, na Áustria, quando estiveram reunidos 16 categorizados pesquisadores da área de Ciências Biológicas para propor uma "nova teoria evolutiva". E o que chama bastante a atenção nesta teoria é que ela não será selecionista! Em outras palavras, a nova teoria evolutiva não terá como um dos principais mecanismos propelentes da evolução das espécies a chamada "seleção natural"! Isto é muito importante para os estudantes de Ciências Biológicas, para os interessados na controvérsia entre criacionismo e evolucionismo e para o público em geral que tenha interesse em assuntos científicos.

Qual a relação entre Criacionismo e Design Inteligente?
Como mencionado anteriormente, o criacionismo (discorro sobre o criacionismo bíblico) utiliza conhecimento científico, buscando associá-lo à integridade do texto bíblico, visando a construção de um modelo coerente tanto com os fatos que ocorrem na natureza, transformados em conhecimento científico, quanto com o relato bíblico. Para o criacionista, a Bíblia e a natureza constituem revelações de (e sobre) Deus para o homem, e a ciência é o instrumento pelo qual buscamos conhecer a respeito da natureza criada por nosso criador.

No tocante ao Design Inteligente (DI), questões referentes a qualquer tipo de expressão religiosa ou contida em qualquer escrito considerado sagrado são excluídas das argumentações de seus simpatizantes. O DI, ao contrário do criacionismo, reivindica o status de teoria científica, sendo que os propelentes deste movimento já publicaram trabalhos versando sobre o assunto em numerosos periódicos, ocasiões nas quais seus críticos logo buscaram refutar suas argumentações por meio de outras publicações. Os simpatizantes do DI, numa posição diferente daquela dos simpatizantes do criacionismo, almejam a inserção de suas teses nos currículos escolares de nível básico e universitários, levando o debate e as discussões para dentro da academia.

No tocante à origem da vida, os simpatizantes do DI argumentam que a mesma não é resultado apenas de causas naturais, mas da ação de uma entidade inteligente que interveio nos processos naturais. Este agente inteligente, ao contrário do Deus venerado pelo criacionista bíblico, não é identificado nas teses do DI, uma vez que não é o seu objeto de estudo.

Contudo, nestes dois distintos conjuntos, há pontos de intersecção onde tem início uma relação, muito mal interpretada pela mídia. Alguns simpatizantes do DI acreditam e buscam servir ao mesmo Deus que os criacionistas. Porém, um número significativo dos propelentes deste movimento é constituído por agnósticos e mesmo ateus.

Dentro do modelo criacionista, algumas teses defendidas pelo DI são muito bem vistas e até utilizadas na construção do modelo, como por exemplo a ideia de complexidade irredutível (segundo a qual há estruturas biológicas que não poderiam ter evoluído de outras estruturas mais simples). Outras teses, no entanto, não são bem vistas, como por exemplo a argumentação em favor da panspermia (que defende a existência de "sementes de vida" espalhadas pelo universo). Particularmente tenho um bom relacionamento e um bom diálogo com alguns dos simpatizantes do DI, mas há criacionistas que são completamente contrários a este tipo de aproximação, e vice-versa.

Quando a mídia descreve o DI como sendo criacionismo disfarçado, além de cometer grande desrespeito para com os integrantes de ambas as correntes, demonstra, pelo menos aos olhos dos familiarizados com a controvérsia entre criacionismo e evolucionismo, total ignorância em relação ao assunto. Ao repetir insistentemente este tipo de raciocínio, fica evidente a total inércia dos repórteres em relação a fazer sua pesquisa antes de publicar algo sobre um assunto bastante amplo que conhecem apenas superficialmente, sendo quase sempre unilaterais em relação ao debate.

No início o senhor afirmou que há pontos da teoria de Darwin que são compatíveis com o criacionismo. Quais são esses pontos, e como fazer essa compatibilidade?
Darwin fez grandes contribuições ao mundo científico com suas observações, revolucionando complemente a forma de se estudar a natureza, após publicar seus trabalhos. Tendo eu formação em Ciências Biológicas, jamais poderia negar isto. O mesmo acontece com outros criacionistas que tiveram uma formação em ciências. Junte-se a este fato a própria definição de criacionismo bíblico e ficará claro que, para que o criacionismo seja um bom modelo, precisa reconhecer que o evolucionismo é uma boa teoria!

Essa afirmação causa um certo desconforto aos simpatizantes do criacionismo que não tiveram formação em ciências. Mas um bom estudante, um bom pesquisador ou cientista que seja simpatizante do criacionismo aceita e entende o fato de que as espécies sofrem modificações ao longo do tempo, de acordo com o ambiente em que se encontram e em função de diversos outros fatores. Estes profissionais entendem e estudam as mutações e o poder de transformação que elas carregam, aceitam e estudam a seleção natural em suas pesquisas, trabalham com programas computacionais que lhes fornecem dados relativos à flutuação de um dado gene numa certa população, atuam na área de Química Orgânica e estudam as reações químicas necessárias para o desenvolvimento e manutenção da vida.

Todos estes pontos e alguns outros fazem parte da grande contribuição que Darwin deu ao mundo científico; todos eles são considerados e fazem parte do modelo criacionista. Os palestrantes da SCB deixam isto evidente no trabalho que vêm realizando em nosso país. Por isto, quando escritores desprovidos de conhecimento do que realmente é o modelo criacionista afirmam que as teses defendidas pelos simpatizantes do criacionismo vão contra o desenvolvimento de vacinas e antibióticos, ou mesmo contra o desenvolvimento científico, estão sendo desonestos e, permita-me dizer, jogando sujo!

No entanto, vários cientistas e pesquisadores simpatizantes do criacionismo, do DI ou mesmo evolucionistas enxergam problemas com a abrangência das teorias evolucionistas.

E quais são as principais falhas que o criacionismo aponta nas teorias de Darwin?
Apesar de ter contribuído de forma muito significativa com o conhecimento científico, as ideias desenvolvidas por Darwin eram, em sua grande maioria, restritas ao conhecimento que os biólogos tinham em seu tempo. Ao longo dos anos, novas tecnologias possibilitaram aos cientistas adquirir novos conhecimentos, como aconteceu com o advento dos microscópios de alta resolução, que permitiram um olhar muito mais preciso para as células que constituem os organismos vivos. Informações advindas de campos de estudos recentes, como a Bioquímica, a Genética e a Biologia Molecular, deixaram claro aos cientistas que a teoria da evolução, como proposta inicialmente por Darwin, carecia de ajustes. Em resposta a este anseio surgiu o Neodarwinismo. Desta forma, não apenas os simpatizantes do criacionismo têm feito críticas às teorias de Darwin.

Contudo, as teorias da evolução como são apresentadas hoje, aos olhos não apenas dos simpatizantes do criacionismo, mas também aos de muitos evolucionistas, ainda apresentam pontos que não são corroborados pelo conhecimento científico que temos. Apesar disto, esses pontos são propagados e ensinados em escolas de nível básico e universidades quase de forma doutrinária, tanto que alunos, professores e pesquisadores que façam críticas e considerações sobre estes pontos são literalmente ridicularizados!

Por exemplo, dentro das teorias evolucionistas ainda não há uma explicação satisfatória para a origem da vida. Independentemente da abordagem que seja feita, todas as explicações dadas apresentam inconsistências com aquilo que já é bem estabelecido na Química, na Estatística, na Teoria de Probabilidades, na Termodinâmica ou em muitos outros campos do conhecimento. Não há dúvida de que moléculas de RNAs apresentam atividades catalíticas; ou que ácidos graxos originam micelas (estruturas que supostamente teriam originado as membranas celulares, como aceito por muitos pesquisadores) sob certas condições; ou ainda, que seja possível obter compostos orgânicos a partir de matéria orgânica. As falhas apontadas nestas abordagens, entretanto, vão além destas questões já bem conhecidas. Não tenho como adentrar aqui em questões técnicas a este respeito, mas qualquer estudante ou pesquisador interessado neste campo de estudo e que se disponha a fazer uma pesquisa nas publicações sobre o assunto reconhecerá o que digo acima. Apesar disto, os livros didáticos que abordam este assunto não mencionam estes pontos; muito pelo contrário, transmitem a ideia de que esta é uma dificuldade superada pelas teorias evolucionistas. Dada a superficialidade com que a origem da vida é tratada nesses livros, aliada ao desinteresse por parte dos acadêmicos em se aprofundar mais nessa questão, os mesmos são facilmente convencidos desta "verdade".

Além disso, tempo é um fator fundamental para que as teorias evolucionistas façam algum sentido, uma vez que os dados de que dispomos sobre mudanças que observamos em organismos com ciclo de desenvolvimento muito rápido (como as bactérias) somente serão coerentes quando extrapolados para organismos pluricelulares, supondo períodos de tempo demasiadamente longos. Corroborando estas suposições, idades obtidas a partir de datações radiométricas são apresentadas como "prova irrefutável" da longa história do desenvolvimento da vida em nosso planeta. Também é constantemente veiculado pelos meios de comunicação, divulgado em livros e periódicos e apresentado como fato nas aulas de Ciências que as datações radiométricas são inquestionáveis, não havendo nenhum real problema com os pressupostos assumidos para que o método funcione. Mas qualquer análise das publicações a esse respeito constatará que há sérios questionamentos de eminentes cientistas com relação aos pressupostos mencionados acima! Como exemplo, posso garantir que há uma quantidade significativa de trabalhos questionando a constância da taxa de decaimento radioativo de alguns elementos químicos, levando em conta a influência do entorno químico nas taxas de decaimento, a influência da profundidade, da pressão e da temperatura nas taxas de desintegração de diversos isótopos radioativos, dentre outros itens. Estes fatos deveriam alertar as pessoas para terem cautela diante de um assunto relativamente recente como a datação radiométrica.

Mencionei anteriormente que o criacionismo e alguns pontos dentro das teorias da evolução apresentam compatibilidade. Esta intersecção abrange aquilo que realmente é comprovado, ou seja, mudanças (variações) abrangendo do taxon Espécie ao taxon Ordem. Argumentos em favor de mudanças ao nível de taxa superiores a Ordem (saltos evolutivos) são extrapolações daquilo que é possível verificar no estudo da natureza. Estas questões conduzem ao estudo de diferentes campos do conhecimento, dentre eles o do registro fóssil, no qual há uma gama de questões não esclarecidas, dados mal interpretados e incertezas propagadas e divulgadas como verdadeiramente compreendidas. Para exemplificar, vários artigos questionam os princípios da estratificação e da sedimentologia, os quais são fundamentais para a crença na qual, numa dada formação geológica, as rochas inferiores teriam sido formadas primeiro, sendo assim mais antigas que as rochas superiores.

É freqüentemente divulgado pela mídia e "pregado" por muitos professores nas universidades que os simpatizantes do criacionismo atribuem todas as coisas aparentemente inexplicáveis à ação de Deus ou qualquer outra entidade sobrenatural, sendo contra qualquer tipo de pesquisa que busque uma explicação natural para os fatos. Isto consiste uma grande inverdade e uma enorme desonestidade, uma vez, que além de não darem oportunidade para uma contra-argumentação, "implantam" na mente dos estudantes uma visão totalmente distorcida do criacionismo.

Sem dúvida alguma atribuímos a Deus toda a criação e complexidade observada no universo e nos seres vivos. Contudo, investigar a natureza e fazer ciência é uma instrução deixada pelo próprio Deus a todos os seres dotados de inteligência. Ao observar um fato que aparentemente se oponha às teses que se acredita estarem corretas, um pesquisador criacionista simplesmente não fecha os olhos ou procura distorcer os fatos para "encaixar" a realidade em sua visão de mundo. Uma prova disto é que temos grandes cientistas criacionistas em importantes universidades no Brasil e no mundo.

Como ilustração há a seguinte situação: nas teorias da evolução o oxigênio teria surgido na Terra em um tempo consideravelmente tardio, após o surgimento do primeiro organismo vivo. No modelo criacionista, a vida teria surgido num ambiente já rico em oxigênio. Uma análise das rochas classificadas como pré-cambrianas e datadas como as mais antigas do planeta indica a presença de íons ferrosos (menor estado de oxidação para este elemento), ao passo que rochas datadas como sendo mais recentes apresentam um conteúdo significativo de íons férricos (maior estado de oxidação para o ferro). Estes fatos, a princípio, corroboram as teorias evolucionistas e não o modelo criacionista. Um estudante de ciências ou um cientista criacionista jamais ignoraria este fato, mas buscaria estudá-lo, buscaria respostas na natureza (utilizando também a Bíblia como fonte de informação) e por fim, como qualquer pesquisador faz em seus modelos, poderia sustentá-lo ou modificá-lo, conforme os resultados obtidos em seu estudo. Criacionistas que atuam no meio científico não são menos curiosos que cientistas evolucionistas (ou vice-versa), como fica evidente na contribuição dada por criacionistas para o desenvolvimento da ciência até o patamar em que a encontramos hoje.

Como o criacionismo avalia a teoria do Big Bang?
Mesmo entre cientistas evolucionistas a teoria de uma grande explosão inicial é muito discutida, contestada e ainda não há um consenso sobre o assunto. A teoria do Big Bang é muito controversa também entre os simpatizantes do criacionismo. Alguns físicos criacionistas que atuam na área de Cosmologia associam esta teoria à criação feita por Deus de modo muito defensável, o que, entretanto, deixa alguns criacionistas que não têm formação nesta área um tanto quanto indecisos.

Em um domingo de dezembro, o caderno Aliás, de O Estado de S. Paulo, trouxe uma matéria sobre o criacionismo na escola e uma legenda de foto afirmava que, para os criacionistas, homens conviveram com dinossauros. Isso é verdade?
Este tipo de afirmação reflete a ignorância (ou a tentativa de denegrir a imagem dos simpatizantes do modelo criacionista) por parte de muitos articulistas quanto ao que é criacionismo e quais as teses propostas por este modelo. Todos os criacionistas que estudaram ciências também estudaram as teorias evolucionistas, as quais afirmam que o ser humano e os dinossauros viveram em épocas diferentes. Porém, este é um ponto que não pertence àquela intersecção entre as idéias evolucionistas e o criacionismo.

A idéia de que grandes répteis e o ser humano viveram em épocas distintas tem origem em diversos fatos. Por exemplo, as idades (fornecidas pelas datações radiométricas) das rochas contendo fósseis de dinossauros são muito mais antigas que as idades das rochas contendo fósseis humanos; e, também, fósseis de dinossauros sempre são encontrados em camadas sedimentares inferiores (mais abaixo) em relação às camadas sedimentares (mais acima) nas quais são encontrados fósseis de seres humanos.

Acontece que, conforme mencionado anteriormente, há uma quantidade significativa de trabalhos versando sobre diversos problemas existentes com os pressupostos necessariamente assumidos para que os métodos de datação radiométrica indiquem realmente idades cronológicas e não "idades radioativas". Em função disto, os valores obtidos por meio dos diversos métodos de datação radiométrica, no modelo criacionista, indicam apenas uma relação entre elementos pais e filhos, não sendo interpretados por seus simpatizantes necessariamente como idades cronológicas. Além disto, como também mencionado acima, há vários trabalhos contestando as ideias de que, numa dada formação geológica, as rochas inferiores seriam sempre mais antigas que as rochas superiores. Estas informações, associadas a outras advindas de diversas áreas do conhecimento, permitem que os simpatizantes do modelo criacionista construam um modelo diferente daquele que é convencionalmente ensinado como verdade inquestionável nas escolas e universidades. Este modelo, no entanto, apresenta suas falhas e precisa ser melhorado como qualquer outro modelo construído no âmbito científico.

Não obstante, há vários fatos observáveis que apoiam a ideia de que seres humanos e dinossauros foram contemporâneos, conforme o relato bíblico nos informa. Se a expressão "conviveram" na referida matéria transmite a ideia de contemporaneidade, eles acertaram neste aspecto; contudo, dentro do modelo criacionista propomos que dinossauros e homens foram contemporâneos, mas habitavam diferentes ecossistemas, de modo que, naquele período, deveria haver um zoneamento ecológico que inviabilizaria qualquer contato entre ambos que, por exemplo, pudesse lembrar o estilo de vida dos Flintstones. A disposição de fósseis nas rochas sedimentares é um fato inquestionável. Considerar que dinossauros e seres humanos eram ou não contemporâneos é uma interpretação daquele fato. O que se deve fazer é verificar se as informações disponíveis e o conhecimento que temos, advindo das diversas áreas acadêmicas, sustentam esta ou aquela interpretação.

Diferentemente daquilo que vem sendo amplamente difundido pela mídia em geral, os simpatizantes do modelo criacionista não são pessoas ignorantes, desprovidas de conhecimento científico e que fecham os olhos para as últimas descobertas científicas. O modelo criacionista foi e está sendo construído por estudantes, professores, pesquisadores e cientistas atuando em diferentes áreas do conhecimento.

Diante das inconsistências apontadas pelo senhor na teoria evolucionista, o criacionismo também deveria ter espaço nas escolas?
Conhecedores da laicidade de nosso Estado, os simpatizantes do criacionismo bíblico que estejam realmente familiarizados com a questão não argumentam em favor da inserção do criacionismo nos currículos escolares e universitários nas escolas públicas, uma vez que, como discorrido acima, o criacionismo não é uma teoria científica e está associado ao conhecimento religioso.

A SCB, por meio de seu presidente, também se manifesta totalmente contra o ensino do criacionismo nas escolas e universidades públicas. Além da questão da laicidade do Estado, temos a escassez de profissionais devidamente versados em criacionismo bíblico advindos de nossas universidades, pois todos os cursos universitários apresentam em sua grade curricular propostas para o ensino apenas das teses evolucionistas. Consequentemente, não há formação de profissionais devidamente conhecedores do modelo criacionista e muito menos aptos a defender suas teses.

Não existe interesse, ao contrário do que é divulgado pela mídia, de que as teses defendidas pelo modelo criacionista substituam a teoria da evolução ensinada nas escolas e universidades; isto é absurdo! Obviamente, não há nenhuma oposição ao ensino do modelo criacionista em escolas que se denominam confessionais, uma vez que há abertura constitucional para isto. Mas as teorias de evolução também devem ser ensinadas.


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