domingo, 31 de maio de 2015

O ESPAÇO CÓSMICO E O TEMPO


Por Gerardus D. Bouw - Ph. D. é professor assistente de Matemática e Ciência da Computação no Baldwin-Wallace College, Berea, Ohio, 44017, Estados Unidos

Neste artigo a teoria da grande explosão inicial é apreciada criticamente. Os pontos considerados incluem problemas que têm a ver com as condições iniciais, a entropia, a taxa de expansão inicial, a abundância relativa de matéria e anti-matéria, a formação das estrelas e galáxias, a interpretação do desvio para o vermelho em escala cósmica, a massa ausente, as incertezas que pesam sobre a relação de Hubble e sobre a constante de Hubble, a distribuição dos quasars, a síntese dos elementos e o raio Schwarzhild do universo. Conclui-se que a teoria do “big bang” não provê explicação satisfatória para o universo.

Escolha-se ao acaso um artigo contemporâneo escrito por qualquer autor evolucionista versando sobre o assunto da cosmologia, para ficar-se impressionado com a certeza demonstrada quando ao conhecimento das transformações sofridas pelo universo e seus constituintes, bem como das suas idades. Entretanto, por baixo dessa aparência exposta ao público, esconde-se uma história bastante diferente. Há um considerável número de problemas que as modernas teorias cosmogônicas não têm sido capazes de resolver, a despeito de seu grande grau de sofisticação. Certamente não existirá nenhuma visão evolucionista abrangente do universo que possa escapar de elementos super-miraculosos que estarão apontando para o Criador.

Hoje em dia o modelo cosmológico mais aceito é o da grande explosão inicial, a teoria do “big bang”. Como teoria, ela resultou da observação de que quase todas as galáxias tênues, e presumivelmente distantes, parecem estar se afastando da Terra com velocidades que aumentam com a sua distância até nós. Partindo das paralaxes trigonométricas e passando pelas estrelas Cefêidas variáveis, e indo até os membros mais brilhantes dos grupamentos de galáxias, foi construída uma escala de distâncias cósmicas. Esta escala envolveu bilhões de anos-luz e permitiu traçar uma relacão mais ou menos linear (Ver em seguida) entre o desvio para o vermelho observado na luz emitida pelas galáxias (presumivelmente uma medida da velocidade da galáxia na direção da sua linha de visada) e a distância delas até nós. A inclinação da reta resultante dessa relação corresponde à constante de Hubble, e o seu inverso, que tem a dimensão de tempo, é considerado como a medida da idade do universo. Tal interpretação da relação acima implica que todo o universo, com tudo que nele existe, esteve uma vez compactado em um único ponto. Como a interpretação do efeito Hubble é que a matéria que constitui o universo está atualmente em expansão centrífuga a partir daquele ponto, os evolucionistas especulam que toda a matéria explodiu violentamente a partir daquele ponto, esta grande explosão inicial recebendo o nome de “big bang”.

Para o evolucionismo, o maior dos problemas, embora não mencionável, em associação com o “big bang”, é a sua origem finalística. De onde teria vindo todo o material que constitui o universo? Qualquer teoria sobre as origens, quaisquer que tenham sido elas, necessariamente envolverá termos matemáticos que por sua vez dependerão de coordenadas. Tais termos acabarão sendo indeterminados na origem do sistema de coordenadas, ou, em outras palavras, o matemático ou o físico acabará dividindo por zero os termos na origem. Tomemos a densidade do universo como um exemplo. A densidade nada mais é do que a massa total dividida pelo volume. Ora, a massa do universo presumivelmente permanece constante (resultado da primeira Lei da Termodinâmica), mas ao se extrapolar o “big bang” no sentido do tempo passado, o volume do universo tende a zero. Isto faz com que a densidade tenda a ser igual a algum número finito dividido por zero, o que leva a uma solução indeterminada.

Para evitar tais soluções indeterminadas, os físicos e astrofísicos realmente não consideram o início do universo no instante zero, mas sim numa fração de segundos (10-34 segundos) imediatamente após o instante zero. Da mesma forma não partem do tamanho zero, mas sim de uma esfera com raio igual à velocidade da luz multiplicada por aquele intervalo de tempo, que vem a ser 10-34 cm, o que simplesmente contorna a questão da indeterminação.

O princípio da incerteza de Heisenberg (que simultaneamente a posição de um objetivo e sua quantidade de movimento, ou sua energia e o seu tempo não podem ser conhecidos com precisão absoluta) é invocado como uma desculpa para tal procedimento. Isso significa, porém, que o princípio da incerteza de Heisenberg deveria independer da matéria, pois os evolucionistas supõem que esse princípio existisse antes do universo, e que o universo tenha resultado desse princípio. Não obstante, o princípio da incerteza é definível somente em termos de substâncias materiais como, por exemplo, na expressão onde E indica qualquer alteração ou incerteza na energia, t é a incerteza no tempo (isto é, quando o objeto tem energia, E) e h é a constante de Planck. Ou também é definido em termos da posição x e da quantidade de movimento p como na expressão:

Invocar o princípio da incerteza de Heisenberg para explicar a origem do universo é portanto retornar à velha questão do que teria vindo primeiro - o ovo ou a galinha - e não resolver nada.
Junto com a questão da origem finalística do movimento no contexto de uma grande explosão inicial, existe o problema da entropia. Existe aqui um problema real quanto a como teria evoluído uma massa caótica, como a que se supõe ter existido no “big bang”, de tal forma a produzir um universo ordenado como o conhecemos hoje. Os evolucionistas normalmente tendem a contornar esse problema da entropia destacando que a entropia total do universo permanece constante desde que se suponha que o universo se expanda adiabaticamente. É, porém, trivial esta afirmação, pois supor que o universo se expande adiabaticamente é supor que a entropia permanece constante, o que constitui um círculo vicioso.

Os evolucionistas desdenham o miraculoso quando ele é trazido para explicar a natureza e a criação. Porém o “big bang” é ainda mais dependente de milagres do que o relato da criação do capítulo 1 do livro de Gênesis. Suponhamos, a título de argumentação, que o modelo do “big bang” esteja correto. Nesse caso, o universo teria vindo à existência mediante a explosão que deve ter acontecido há alguns 10 ou 20 bilhões (109) de anos. Descobrimos então, que o miraculoso ainda está presente, pois como escreveu Robert Dicke:

“Se a bola de fogo tivesse se expandido somente 0,1% mais rapidamente, a atual taxa de expansão seria 3.103 vezes maior. Tivesse a taxa de expansão inicial sido 0,1% menor e o universo ter-se-ia expandido somente até cerca de 3.10-6 do seu raio atual antes de entrar em colapso. Com esse raio máximo, a densidade da matéria teria sido igual a 10-12 g/cm3, mais do que 1016 vezes maior que a atual densidade. Nenhuma estrela ter-se-ia formado em tal universo, pois não teria havido tempo suficiente para a formação de estrelas”. (1)

Para uma flutuação ao acaso do princípio da incerteza de Heisenberg, aquela teria assumido o valor exato! Há porém evolucionistas que manteriam o ponto de vista de que, se tudo não tivesse acontecido assim tão precisamente, nós não estaríamos aqui para o observar. Hipocritamente essas mesmas pessoas não permitem que os criacionistas discutam o antiparalelo do argumento, isto é, que a presença de tal planejamento no universo por si só defende a existência do Planejador.

A maioria dos modelos do “big bang”, e há diversos, predizem que quantidades iguais de matéria normal, e de anti-matéria, surgiram a partir dos estágios iniciais do “big bang”. Não obstante, o universo aparenta ser constituído primariamente de matéria normal; pelo menos são essas as evidências a partir das observações da radioastronomia.

Se uma onda de rádio percorre um campo magnético, então seu plano de polarização sofre uma rotação provocada pelo campo. Este efeito é chamado de “rotação de Faraday”, e ocorre de tal maneira que o plano de polarização gira num sentido se o campo for devido a matéria normal, e no sentido oposto se o campo magnético for devido a anti-matéria. Reinhardt (2) observou que a rotação do plano de polarização de ondas de rádio provenientes de fontes astronômicas dava-se preponderantemente no mesmo sentido. Isso indica que o universo é preponderantemente formado de um só tipo de matéria, presumivelmente matéria normal. Há algumas teorias, entretanto, que têm sido propostas para explicar a aparente ausência de anti-matéria no universo observável. A melhor destas teorias exige que o universo esteja em expansão com taxas iguais ao longo de duas direções, e com taxa diferente na terceira direção (ou seja, dimensão) (3). Entretanto, também isto é não é observado (4).

O “big bang” tem também outros problemas. Os modelos evolutivos jamais foram bem sucedidos para explicar a formação de uma única estrela, quanto mais de uma galáxia toda, ou de um aglomerado de galáxias (5). Virtualmente todos os modelos de formação de estrelas invocados atualmente supõem que tanto as estrelas como as galáxias iniciaram-se como irregularidades de densidade nos estágios bem primitivos do “big bang”. Sem tal hipótese a física do colapso das nuvens de gás não permitiria a formação de objetos nem remotamente semelhante aos principais constituintes do universo.

Para que tais irregularidades de densidade estivessem presentes nos estágios primitivos da grande explosão inicial, têm sido propostas certas explicações. Incluem elas efeitos de “contração” magneto-hidrodinâmicos (como garrafas de plasma ou magneto-estricções) (6). Contudo, a existência de tais efeitos nos estágios primitivos do universo exige que então já existisse um campo magnético cósmico, cuja existência é posta em dúvida, existindo evidências conflitantes tanto a seu favor como contrárias (7). Além do mais, o campo de radiação do corpo negro, de 3ºK, não mostra evidências a favor de quaisquer porções significativas de matéria num instante que se acredita corresponder a cerca de um milhão de anos após a grande explosão inicial (8).

Em todas as especulações evolucionistas mencionadas até agora, foi sempre suposto que a constante de Hubble é indicativa de uma real expansão do universo. Porém, já há uma década Halton Arp (9) tem apontado casos que contradizem a interpretação dada por Hubble para o desvio para o vermelho. Primeiramente Arp descobriu uma correlação estatística entre as posições dos quasars no céu e as galáxias brilhantes próximas. Além disso, ele destacou que, se os quasars fossem locais, eles então não poderiam provir da expulsão dos núcleos das galáxias – a teoria “local” mais popular – pois então deveríamos observar tanto desvios para o azul como desvios para o vermelho, mas só são observados desvios para o vermelho.

Arp descobriu também casos como os da NGC 1199 em que um objeto com um desvio para o vermelho atingindo 13.300 km/s foi achado posicionado na frente de uma galáxia local em um desvio para o vermelho de 2.600 km/s (10). Recentemente a hipótese local para os quasars sofreu outro revés quando as pontes luminosas mencionadas por Arp foram descartadas, por serem meros efeitos óticos devidos à curvatura da luz em campos gravitacionais, ou efeitos de difração semelhantes aos que são observados quando, juntos os dedos polegar e indicador, projetamos sua silhueta a partir de um foco de luz. Como observaremos brevemente, se os objetos quase-estelares estão a distâncias cosmológicas da terra, então o resultado é desastroso para os evolucionistas.

Outra hipótese que se encontra embutida na relação de Hubble é a suposição de que conheça a escala de distâncias cósmicas. Como fundamento seu está a suposição adicional de que todas as partes do universo têm o mesmo aspecto (princípio cosmológico). Porém, se a escala das distâncias, como atualmente aceita, estiver mesmo que remotamente correta, surge então o problema da massa ausente. A rotação das galáxias parece ser não-Kepleriana, indicando que existe de 10 a 30 vezes mais matéria nas galáxias do que poderia resultar a partir de sua luminosidade (produção de luz). Para um aglomerado de galáxias a discrepância entre as estimativas da luz e da massa dinâmica atinge fatores de 100 até 500 ou mais ainda (11).

Se a detecção da rotação do argumentos de galáxia da Virgem estiver correta, (12) então, a julgar pela forma da curva de rotação, ou a lei da gravitação de Newton parece não vigorar para grandes distâncias, ou existirá uma tremenda distribuição de massa nos agrupamentos de galáxias. Se isto acontecer, então, mais cedo ou mais tarde isto também terá de ser levado em conta pelos modelos evolutivos do “big bang”.

Existe ainda o problema de que, embora se suponha que a relação envolvendo a constante de Hubble seja linear, na realidade os dados não correspondem de maneira nenhuma a uma linha reta. Os evolucionistas só podem ajustar uma linha reta através dos dados desde que suponham que os afastamentos da linearidade são definidos a efeitos evolutivos. Tais afastamentos subsequentemente são definidos como evolutivos e passam a estabelecer padrões para a evolução das galáxias como um todo. A verdadeira forma da curva que corresponde à relação de Hubble está muito mais próxima da quadrática do que da linear.

Mesmo que se aceite a constante de Hubble e a relação linear, os evolucionistas ainda não estarão em paz com o modelo do “big bang”. O valor real da constante de Hubble é tremendamente incerto. Estimativas modernas variam de 20 km/s/Mpc até 120 km/s/Mpc. Nos últimos anos esse valor foi fixado arbitrariamente como sendo 50 km/s/Mpc desde que é este o valor mais alto consistente com a idade geológica da Terra, e o mais baixo ainda remotamente consistente com as observações. Em outras palavras, as evidências são de que o universo, de acordo com a constante de Hubble, é muito jovem para ter permitido a evolução da Terra. Isso se verifica especialmente à luz de evidências recentes que levam ao valor da constante de Hubble ao valor de 95 km/s/Mpc, valor este que corresponde somente a 10 bilhões de anos para a idade do universo (13). Isso acarreta outros problemas adicionais porque, se supusermos que o Urânio e o Tório tenham sido produzidos por algum processo desconhecido na época da formação da galáxia, então, utilizando os mesmos argumentos que se aplicam à datação das rochas terrestres e dos meteoritos extraterrestres, parece que a Via Láctea deve ter pelo menos 12 bilhões de anos, idade superior à calculada de acordo com a constante de Hubble (14). Mesmos algumas estrelas e grupamentos de galáxias são supostamente mais velhas do que 10 bilhões de anos.

Browner e Berman, (15) aplicaram a lógica evolucionista usual para determinação das idades, às relações de abundância entre o Rênio-187 e o Ósmio-187, e chegaram à idade do universo de pelo menos 20 bilhões de anos, e mais confortavelmente a 29 bilhões. Este número excede de muito qualquer idade Hubble “confortável”.

Tudo isto serve para lançar dúvida sobre a constante de Hubble como um indicador da idade. Como sugeriu Akridge (16), a constante de Hubble pode constituir uma medida efetiva da densidade inicial do universo no instante da criação e portanto não pode ser extrapolada legitimamente para intervalos de tempos passados, para indicar qualquer idade que possa ser realmente significativa.

Como se não bastassem os problemas radiométricos anteriormente citados, a hipótese de que os desvios para o vermelho observados nos quasars são da natureza cosmológica, levam a uma conclusão bastante interessante, ressaltada por Varshni com as seguintes palavras:

“É mostrado que a interpretação cosmológica dos desvios para o vermelho observados nos espectros dos quasars leva ainda a um outro resultado paradoxal, a saber, que a terra é o centro do universo” (17).

Varshni descobriu cerca de 57 grupamentos entre uma amostra de 384 quasars. Estes grupamentos foram caracterizados puramente em termos de semelhanças espectrais, não em termos de valores dos desvios para o vermelho, nem de áreas de agrupamentos no céu. Pelo contrário, esses seus objetos não se encontram necessariamente perto uns dos outros quando projetados sobre o céu, entretanto ele descobriu que o valor de seus desvios para o vermelho era bastante coincidente. Ele concluiu, então, que se a hipótese do desvio cosmológico para o vermelho for verdadeira, os 57 grupos ficam dispostos em cascas esféricas todas elas tendo a Terra como centro. (Ver Figura).

Os quasars são representados distribuídos em circunferências concêntricas com a Terra. Observe-se que, deslocando o ponto de observação para fora do centro (da Terra), por exemplo, colocando-o em um dos quasars, será destruído o princípio cosmológico porque os outros quasars não estarão em circunferências concêntricas com esse quasar escolhido como centro. Evidentemente este desenho não está em escala.

Depois de considerar e descartar duas outras alternativas, Varshni achou que era forçoso concluir que, se a hipótese do desvio para o vermelho for aceita para os quasars, e da mesma maneira se o modelo do “big bang” for aceito para eles, então:
“A Terra é realmente o centro do universo. A disposição dos quasars ao longo de certas cascas esféricas se dá somente com relação à Terra como centro. Essas cascas desapareceriam se vistas de um outra galáxia ou quasar. Isto significa que o princípio cosmológico terá de ser abandonado. Implica também que um sistema de coordenadas fixo à Terra constituirá uma estrutura preferencial de referência do Universo. Conseqüentemente, deverão ser abandonadas para finalidades cosmológicas tanto a Teoria Especial quanto a Teoria Geral da Relatividade” (18).
Poderia haver a tendência de descartar esse fato como sendo uma ocorrência aleatória. Varshni, entretanto, considera as probabilidades e conclui que a probabilidade contra a ocorrência aleatória é de 3.1086 para 1 (19).

A remoção da hipótese cosmológica do desvio para o vermelho não ajuda necessariamente os evolucionistas, pois como foi destacado por Arp e outros (20), existem sérios problemas com qualquer explicação local para os quasars, não sendo a menor delas a explicação dos desvios para o vermelho, já que todos os outros desvios se tornariam, assim, também, suspeitos. A alternativa de Varshni é que os quasars são locais mais então deveriamos questionar quanto ao por que não haver uma maior dispersão nos desvios para o vermelho daqueles 57 grupamentos. Eles ainda pareceriam estar centrados concentricamente em redor da Terra.

O grande baluarte das evidências evolucionistas a favor do “big bang” é a radiação de corpo negro de 3ºK. Acredita-se que essa radiação seja devida à luz liberada quando elétrons e prótons combinaram-se pela primeira vez para formar Hidrogênio, alguns milhões de anos após a grande explosão inicial. A temperatura do universo naquela época é calculada como tendo atingido cerca de 3.000ºK, e o que constitui hoje o campo de radiação de 3ºK é aquele campo de 3.000ºK desviado para o vermelho por um fator z=1.000.

Aqui, também surge uma situação curiosa. O desvio para o vermelho daquele jato de luz de Hidrogênio é portanto tomado como sendo igual a 1.000, mas o valor mais elevado do deslocamento para o vermelho de qualquer objeto observado é menos do que 4, e esse valor é obtido para um quasar! Onde, então, estão os objetos com desvios para o vermelho intermediários? Onde estão os objetos com desvios para o vermelho entre z=4 e z=1.000? Esteve o universo desprovido de objetos durante todos os bilhões de anos intermediários?

Existe uma interpretação criacionista possível para o campo de radiação cosmológica de 3oK, que não envolve absolutamente nenhuma evolução. Existe uma “curiosa coincidência” que foi primeiramente mencionada por Hoyle e outros em 1968 (21) e retomada por Clayton em 1969 (22). Se supusermos que todos elementos do universo foram criados “in situ” pela fusão nuclear a partir do Hidrogênio, e se os fótons resultantes fossem então termalizados (de forma não permanecerem potencialmente perigosos à manutenção da vida), o campo de radiação resultante teria a temperatura de 3ºK e apresentaria um espectro de corpo negro. Na realidade, Hoyle e colaboradores consideraram somente a conversão do Hidrogênio em Hélio, e não necessariamente “in situ”. Mas a sua estimativa da densidade média do universo é provavelmente baixa, de forma que o efeito permanece quando consideramos todos os elementos.

Os evolucionistas, portanto, se deparam com um “big bang” miraculosamente controlado; que de alguma forma foi programada para iniciar-se alguns instantes depois do início da contagem do tempo, para assim evitar dificuldades intransponíveis que jamais seriam superadas no instante zero; um posicionamento miraculoso da Terra no cento aparente da expansão; e valores contraditório das idades da Terra, da galáxia e do universo. Porém os seus problemas não se encerram aqui. Hoyle (23) chamou a atenção para ainda outra “coincidência”, que parece ser uma de suas predileções. Os núcleos dos átomos exibem níveis de energia praticamente da maneira como os elétrons exibem níveis de energia em torno do núcleo. Ora, acontece que o Carbono-12 tem um nível de energia nuclear de 7,655 Mev, e o Oxigênio-16 tem um nível de 7,119 Mev. Se aceitamos a fusão nuclear como responsável pela formação dos elementos (mesmo formação “in situ” a cerca de 6 mil anos), então a disposição relativa desses dois níveis de energia não deixa de ser algo miraculoso.

Os níveis de energia são devidos a propriedades da força nuclear forte e da repulsão eletromagnética entre os prótons. Se essas duas propriedades fossem alteradas mesmo muito ligeiramente, resultaria uma mudança drástica nos dois níveis de energia anteriormente mencionados. A mudança seria de tal ordem que quase todos os átomos que hoje são Carbono-12 ter-se-iam tornado átomos de Oxigênio-16. A implicação disso é clara: sem Carbono, não haveria vida tal qual a conhecemos.

Finalmente, há um outro fator que não tem sido considerado tanto quanto saiba o autor, nem na literatura evolucionista, nem na criacionista. A literatura astronômica nos últimos dez anos tem sido sacudida com rumores e especulações sobre os buracos negros. Um buraco negro é definido como um bloco de matéria que foi tão compactada que seu campo gravitacional excede a velocidade da luz. Nada poderá escapar de um buraco negro, nem mesmo a radiação luminosa.
Para uma dada massa M, o raior R dentro do qual a massa deverá estar compactada para se tornar um buraco negro, denominado raio Schwarzshild, é dado por onde G é a constante gravitacional e c é a velocidade da luz.

De acordo com a cosmologia de grandes números de Dirac, existem cerca de 2.1078 núcleons no universo (24). Com uma massa de 1,67.10-24g por núcleon, isso leva à massa total de 3.1054g para o universo. O raio Schwarzshild do universo com essa massa é igual a cerca de 500 milhões de anos-luz, muito menor do que o raio aceito para o universo. Para salvarmos a cosmologia do “big bang”, deveremos crer que o universo escapou para fora de seu próprio raio Schwarzshild ou que a física dos buracos negros não funciona para o universo?

Além disso, se aceitarmos a massa ausente como estando acima e além da massa da cosmologia de Dirac, dando-nos assim um fator de 500 para jogarmos com ele, poderíamos concluir algo sobre a idade do universo?

Em conexão com nossa discussão sobre os buracos negros, deveríamos fazer menção a alguns desenvolvimentos recentes no campo. Há evidências crescentes de que quasars, núcleos Seyfert e os núcleos das galáxias normais estão todos relacionados entre si, e representam mais ou menos um contínuo de estados ou características. Os núcleos são considerados como sendo objetos supermaciços. Objetos com massa superior a 6 massas solares são definidos como supermaciços, mas no caso trata-se de núcleos com massas centenas de milhares, até milhões, de vezes superiores ao do Sol. Se for demonstrado ser esse o caso, então a observação de Varshni causará um impacto violento, pois a centralidade da Terra não poderá ser removida por qualquer desenvolvimento futuro, como por exemplo a demonstração de uma ligação aparente entre os núcleos das galáxias normais e os quasars (25).

Consideramos somente uns poucos dos problemas fundamentais que os evolucionistas modernamente enfrentam em sua luta para se manter dentro de seu naturalismo ateísta – seu modelo “bang! Você está vivo!” Muito do que foi considerado aqui ficará superado dentro dos próximos anos, pois essa é a natureza da ciência. Apesar de tudo, historicamente, a ciência de hoje é a superstição de amanhã, especialmente numa época em que uma teoria é considerada “frutífera” se levantar mais questões do que respostas. À luz de nosso estudo, pareceria que o “big bang” é uma superstição, e está destituído de qualquer base factual. Na realidade ele se baseia em algumas das hipóteses menos compreendidas, mais especulativas, e menos examinadas jamais adotadas pelo ser humano. Sem dúvida, ele constitui uma “falsamente chamada ciência”. (I Timóteo 6:20)

Referências
(1) Dicke, R. H. 1969. Gravitation and the universe. Philadelphia: American Philosophical Society, p. 62.
(2) Reinhardt, M. 1971, “The primaeval magnetic field and antimatter”. Astrophysical Letters, 8(4):181-182.
(3) Zel-dovich, Ya. B., 1970. “Particle production in cosmology”, JETP Lett. 12(9):307-311.
(4) Muller, R. A., 1978. “The cosmic background radiation and the new aether drift”. Scientific American, 238(5):64-74.
(5) Jones, B. J. T., 1976. “The origin of galaxies: a review of recent theoretical developments and their confrontation with observation”. Reviews of Modern Physics, 48(1):107-149.
(6) Fenelly, A. J., 1980. “Magnetohydrodynamic solution to the problem of the origin of the galaxies in an expanding universe”. Physical Review Letters, 44(14):955-958.
(7) Soufe. Y., M. Fujimoto, e K. Kawabata, 1968. “Faraday rotation by metagalactic field”. Astronomical Society of Japan, 20(4):388-394. Ver também Reinhardt, M., 1972. “Interpretation of rotation measures of radio sources”. Astronomy and Astrophysics, 19(1):104-108.
(8) Muller, Op. cit.
(9) Arp. H., 1970. “Distribution of quasistellar radio sourcers on the sky”. Astronomical Journal, 75(1):1-12. Também em 1971. “Observational paradoxes in extragalactic astronomy”. Science, 174(4015):1189-1200.
(10) Arp. H., 1978. “NGC 1199”. Astronomy 6(1):15.
(11) Bouw, G. D., 1977. “Galaxie clusters and the mass anomaly”. Creation Research Society Quarterly, 14(2):108-112.
(12) Bouw, G. D., 1977. “The rotation-curve of the Virgo cluster of galaxies”. Creation Research Society Quarterly, 14(1):17-24. O Dr. Bouw não conseguiu evidências favoráveis à otação no enorme grupamento de galácias.
(13) Hanes, D. A., 1979. “A new determination of the Hubble constant”. Monthly Notices of the Royal Astronomical Society. 188(3):901-909.
(14) Hoyle, F., 1975. Astronomy and cosmology. San Francisco, W. H. Freeman and Co., pp. 574-577.
(15) Browne, J. C., and B. L. Berman, 1976. “Neutron-capture cross sections for 186 Os and 187 Os and age of the universe”. Nature, 262(5565):197-199.
(16) Akridge. G. R., 1979. “The expansion of the universe: a study of the initial conditions”. Creation Research Society Quartely, 16(3):176-181.
(17) Varshni, Y. P., 1976. “The red shift hypothesis for quasars: is the Earth the center of the universe?” Astrophysics and Space Science, 43(1):3-8.
(18) Ibid., p. 8.
(19) Ibid., p. 4. “Varshni’s figure of the 3.10-85 for the probability is in error and should be 3.10-87.
(20) Burbidge, G., 1971. “Was there really a big bang?” Nature, 233(5314):36-40.
(21) Hoyle, F., N. E. Wichramasinghe, and N. C. Reddish, 1968. “Solid hydrogen and the microwave background.” Nature, 218(5147):1124-1126.
(22) Clayton, D. D., 1969. “The origin of the elements”. Physics Today, 22(5):28-36.
(23) Hoyle. F., 1975. Op. cit., pp. 401-402.
(24) Roxburgh, I. W., 1977. (in) The encyclopedia of ignorance, R. Duncan and M. Weston-Smith, eds., New York, Pergamon Press, p. 39.
(25) De acordo com a teoria atual, massas de objetos estelares superiores a 60 massa solares, e até 5.4 105 massas solares, atingindo então um total de cerca de mais de 75.105 sóis, todos eles terminarão como buracos negros. Essa teoria ignora um “fato” teórico bem conhecido, a saber, que as estrelas acima de 6 massas solares não se contraem homologamente. Pelo contrário, essas estrelas (deixando de lado o problema do início do colapso em primeiro lugar) entram em colapso somente até um certo ponto além do qual elas não podem se contrair, fase durante a qual matéria deveria estar sendo atraída pela estrela que assim tem sua massa aumentada. Em seguida a estrela “explode” ou “regorgita”, perdendo massa. Esse regorgitamento é seguido por um período de nova atração de matéria pela estrela, repetindo-se novamente o ciclo. Dentre todas as teorias evolucionistas existentes, esta é a melhor para explicar a aparente continuidade desde o núcleo da galáxia até o quasar. Do ponto de vista criacionista isso tem duas conseqüências: primeiro, diminui o problema da energia necessária para a manutenção dos quasars durante 107 anos, pois a nova teoria os torna apenas fenômenos periódicos; e segundo, fornece aos criacionistas um espectro completo em um só modelo, já que o modelo não necessita ter nada a ver com o tempo, e portanto com a evolução.

Esse comportamento por parte dos núcleos galácticos é independente deles terem evoluído ou não. Existem problemas com essa nova teoria, que são os mesmos enfrentados pelos entusiastas dos buracos negros com os modelos dos discos de acreção. Há também algum questionamento quanto ao fato de qualquer matéria regorgitada pela estrela supermaciça poder ou não voltar à sua superfície em uma escala de tempo curto em face de 107 anos. Entretanto a maioria desses problemas existe também para os evolucionistas. Finalmente, essa teoria evita os buracos negros, pois ela indica que estrelas supermaciças não entrarão em colapso final formando buracos negros. Os buracos negros, se na realidade existirem, deverão ser originados de outra forma.

BURACOS NEGROS
Em 1783, o astrônomo John Michell sugeriu que a gravidade também poderá atuar sobre a luz. Nessa época, estava em vigor a teoria de que a luz era formada de partículas ou corpúsculos e aceitou-se que algumas estrelas poderiam ser tão grandes que a “velocidade da luz”, o que impediria que aquelas partículas escapassem para o espaço. Para um observador na Terra, essa estrela seria invisível contra o fundo escuro do espaço, e portanto seria “vista” como um “buraco negro”.

Essa concepção foi considerada muito improvável quando passou a ser aceita a teoria ondulatória da luz, em substituição à teoria corpuscular.

Entretanto, com o surgimento da teoria da relatividade geral, de Einstein, foi aceita a possibilidade do encurvamento dos raios luminosos nas imediações de objetos de grande massa, pelo efeito da gravidade. Essa possibilidade tornou-se uma certeza pelas observações feitas por ocasião do eclipse total do Sol em 1919, inclusive por uma equipe de pesquisadores que esteve no Brasil, em Sobral, no Ceará.

Assim, o que hoje se designa como “buraco negro” é um corpo com massa suficiente para atrair toda a matéria ao seu redor, acelerando-a a velocidades enormes, de maneira a formar um “disco de acreção” constituída por matéria em rotação ao redor do seu núcleo, “aspirando-a” com enorme velocidade até seu desaparecimento, o que ocasionaria simultaneamente a emissão de enorme quantidade de Raios-X.


A densidade extrema de um corpo como esse criaria um intenso Campo gravitacional, de tal forma que o espaço ao seu redor seria tão curvo que o seu interior ficaria isolado do espaço exterior, não deixando nada escapar para fora.

sábado, 30 de maio de 2015

Quais foram as últimas palavras de Jesus?


"Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
Mt 27:46 - E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

"Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito."
Lc 23:46 - E, clamando Jesus com grande voz, disse: Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito. E, havendo dito isso, expirou.

"Está consumado."
Jo 19:30 - E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.

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Por Pipe

Descontradizendo Mt 27:46:
"E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"

Vamos ao contexto:
45 - "E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona".
46 - "E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lemá sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?"
50 - "E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito".

O próprio contexto já contradiz a aparente contradição. Pois, no versículo 50, diz que Jesus voltou a clamar. Se ele voltou a clamar, isto significa que as palavras do vs.46 não foram suas últimas palavras.

Descontradizendo Lucas e João:
Se eu estou saindo para viajar, e digo para minha esposa: "Estou saindo para viajar, se cuida!"
Minha esposa diz para os outros que eu disse: "Estou saindo para viajar" e logo em seguida saí de casa.

Vem meu filho e diz que eu disse: "Se cuida!" e logo em seguida saí de casa.

Isto se trata de uma contradição? Ou, juntando-se as duas frases, chegamos ao veredito do que eu disse por completo?

Observe que os dois não estão preocupados em dizer o que Jesus disse por último antes de morrer. A preocupação de Lucas foi de dizer que Jesus entregou o seu espírito nas mãos do Pai. Já a preocupação de João foi de afirmar a frase: "Está consumado!".

São apenas relatos diferente, e não contraditórios!

Conclusão:

Não há nenhuma contradição! Seria contradição se Jesus dissesse: "não está consumado! Pai, não entrego em tuas mãos meu espírito!". Daí sim, poderíamos dizer que houve uma contradição. Porém, nos textos acima, é algo normal em que dois autores decidem falar apenas a parte que lhe aprouve dizer.

sexta-feira, 29 de maio de 2015

"Erro" de cálculo em 1Crônicas 03:22

Sky Kunde

"Erro de Cálculo:

Diz em 1Crônicas 03:22: "E o filho de Secanias foi Semaías; e os filhos de Semaías: Hatus, e Igeal, e Bariá, e Nearias, e Safate, seis".

Mas são cinco filhos, não seis. Na "salvadora" versão NIV o problema permanece. Será que conseguiram encaixar algum nome em outras versões da bíblia?"
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Por Pipe

Descontradizendo:

Vamos ao contexto: 22 – ”Estes foram os descendentes de Secanias: Semaías e seus filhos Hatus, Igal, Bariá, Nearias e Safate; seis descendentes ao todo”.

O texto diz: ”Estes foram os descendentes de Secanias". Portanto, contando:
1. Semaías;
2. Hatus;
3. Igal;
4. Bariá;
5. Nearias;
6. Safate.

O texto está dizendo que seis são os descendentes de Secanias e não de Semaías.
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Porém, Sky Kunde acha outro problema:

"Sky Kunde:

Se formos seguir a lógica do ... então o versículo seguinte é que tá errado:
"E os filhos de Nearias: Elioenai, e Ezequias, e Azricão, três".

Não era pra ser 4 em vez de 3?"
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Pipe

Continuando então...

23 – ”Estes foram os três filhos de Nearias: Elioenai, Ezequias e Azricão”.

O texto está definindo que serão contados os três filhos de Nearias e não os descendentes de Secanias. Os três filhos de Nearias foram:

1. Elioenai;
2. Ezequias;
3. Azricão.

Continuando...

24 – Estes foram os sete filhos de Elioenai: Hodavias, Eliasibe, Pelaías, Acube, Joanã, Delaías e Anani”.

Os sete filhos de Elioenai:
1. Hodavias;
2. Eliasibe;
3. Pelaías;
4. Acube;
5. Joana;
6. Delaías;
7. Anani.

Mesmo fazendo uso da JFDA, é forçar o texto. Pois o texto diz na JFDA: "Os filhos de Secanias foram:

continuando...
"...Semaías e seus filhos:..."

O nome de Semaías estava incluso no total que viria no fim da descrição. Ou seja, Semaías mais seus cinco filhos daria o que foi descrito no final. Secanias teve seis "filhos". Na verdade, um filho e cinco netos.

O que vem abaixo, é a continuidade da descrição dos descendentes de um dos filhos de Semaías (Nearias, o quarto filho). Este teve três filhos como descrito e sugerido pelo início do versículo 23.

Já o versículo 24, sugere os filhos de Elioenai, bisneto de Secanias, neto de Semaías e o primogênito de Nearias. Os filhos de Elioenai foram sete.


Portanto, não há nenhuma contradição!

quinta-feira, 28 de maio de 2015

Do que o centurião chamou Jesus quando ele morreu?

Cético

O Filho de Deus.
Mt 27:54 - E o centurião e os que com ele guardavam a Jesus, vendo o terremoto e as coisas que haviam sucedido, tiveram grande temor e disseram: Verdadeiramente, este era o Filho de Deus.

Mc 15:39 - E o centurião que estava defronte dele, vendo que assim clamando expirara, disse: Verdadeiramente, este homem era o Filho de Deus.

Um homem justo.
Lc 23:47 - E o centurião, vendo o que tinha acontecido, deu glória a Deus, dizendo: Na verdade, este homem era justo.

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Descontradizendo:
Se trata apenas de mais um caso de textos que se completam e não que se contradizem. Não há por que duvidar que o centurião tenha dito:

"Na verdade, este homem era justo. Verdadeiramente, este era o Filho de Deus".

E aprouve aos evangelistas relatarem apenas aquilo que lhes tinha em mente quando escreviam seus escritos. Assim também, é possível que ele tenha dito mais coisas além destas duas afirmações. E os evangelistas não acharam necessário relatar.

Exemplo: Eu estou assistindo um filme e no final dele digo: "Que filme maravilhoso! Que filme excelente!". E depois, alguém comentando do filme diz: "O pipe disse que o filme é maravilhoso!", e outro diz: "O pipe disse que o filme é excelente!". Os dois estão se contradizendo? É óbvio que não! Ambos dizem a verdade e que juntando as duas partes chegasse ao todo do que eu disse de fato.

Conclusão:
Não há nenhuma contradição!

Pipe

segunda-feira, 25 de maio de 2015

O judeus roubaram os egípcios?

Texto:
E eu darei graça a este povo aos olhos dos egípcios; e acontecerá que, quando sairdes, não saireis vazios, porque cada mulher pedirá à sua vizinha e à sua hóspeda jóias de prata, e jóias de ouro, e vestes, as quais poreis sobre vossos filhos e sobre vossas filhas; e despojareis os egípcios
Êxodo 3:21-22

1.Primeiro leiamos o versículo anterior: “E farei que os egípcios tenham boa vontade para com o povo, de modo que, quando saírem, não sairão de mãos vazias”.

O versículo diz claramente que os egípcios dariam de boa vontade.

2.Para entender melhor o texto, é necessário dividi-lo em duas partes:
a) “Todas as israelitas pedirão às suas vizinhas, e às mulheres que estiverem hospedando em casa, objetos de prata e de ouro, e roupas, que vocês porão em seus filhos e em suas filhas”.
Onde diz aqui, que elas pediram algo emprestado para devolver mais tarde? Roubo está relacionado a tomar algo sem consentimento. Quando alguém invade minha casa e leva algo sem meu consentimento, isto é roubo. Ou quando alguém me pede emprestado algo com a intenção de nunca mais devolvê-lo, isto é roubo. Porém, se alguém me pedir algo para que lhe dê, e eu dou a esta pessoa de livre e espontânea vontade, depois terei o direito de ir a polícia e dizer que fui roubado? As mulheres hebreias não roubaram ninguém. Elas pediram os objetos e como diz o vs.21, as egípcias deram de boa vontade.

b) “Assim vocês despojarão os egípcios”.
A palavra despojo aqui em hebraico é wayyenasselû, oriundo de nasal, cuja raiz significa “despir, despojar, livrar alguém do (perigo)”. Este não é termo que se utiliza comumente referindo-se a despojar o inimigo depois de ter sido morto no campo de batalha; nesse caso, usar-se ia o verbo salal. Mas está bem claro que temos aqui nissel em sentido figurado, visto que a narrativa declara que os israelitas fizeram um pedido verbal e não um saque.

A pergunta que fica é "por que as mulheres egípcias deram de boa vontade os objetos preciosos?" Basta ler Ex 12:33 ”Os egípcios pressionavam o povo para que se apressasse em sair do país, dizendo: “Todos nós morreremos!”. E continua nos vs.35 e 36: "Os israelitas obedeceram à ordem de Moisés e pediram aos egípcios objetos de prata e de ouro, bem como roupas. O Senhor concedeu ao povo, bem como roupas. O Senhor concedeu ao povo uma disposição favorável da parte dos egípcios, de modo que lhes davam o que pediam; assim eles despojaram os egípcios”.

Os egípcios estavam apavorados com o Deus de Moisés e deram de “boa vontade” (na verdade por temor) tudo o que o povo pediu a eles. Pois não viam a hora de se ver livres do Deus de Moisés.

Porém, onde fica a questão moral aqui nestes textos?
Durante muitas gerações, alguns séculos, a população israelita no Egito havia sido sujeita à escravidão opressiva, verdadeiramente brutal. Israel sofrera infanticídio (crianças foram jogadas para os crocodilos no Rio Nilo) e genocídio, tinham sido obrigados a trabalhar sem ordenado, na construção das cidades do tesouro do Faraó e demais edifícios públicos. Quem foi que roubou quem nesta história afinal? Israel não roubou o Egito. Israel pediu algo. Pedir não é roubar. Os egípcios não pediram nada para eles. Eles oprimiram Israel e roubaram sua vida, mataram seus filhos durante quatro séculos. Israel tinha o direito de receber todos os objetos que receberam dos egípcios.


Pipe

quinta-feira, 14 de maio de 2015

Livro: "Manual de Defesa da Fé" de Peter Kreeft e Ronald K. Tacelli

Apologética Cristã

Desafios ao cristianismo são feitos por ateus, por pessoas questionadoras e por futuros cristãos. Fé e razão são conflitantes? Deus existe? A Bíblia é apenas um mito? Por que Deus permite a existência do mal? Jesus era divino? Existe vida após a morte? É possível ocorrerem milagres?

O Manual de defesa da fé categoriza e resume os argumentos mais fortes a favor das principais doutrinas cristãs. Este livro, certamente, responde aos seus questionamentos. Por isso, não pode faltar em sua biblioteca. Quer as perguntas partam de você mesmo, ou esteja tentando responder a outras pessoas, este é o manual pelo qual você estava esperando.

Peter Kreeft é professor de filosofia no Boston College e autor de mui tos livros relacionados à fé cristã, incluindo Between Heaven and Hell [Entre o céu e o inferno], The Best Things in Life [As melhores coisas da vida] e um livro com seleções de textos de Tomás de Aquino comentados por Kreeft; A Summa of the Summa [Uma suma da Suma].


Ronald K. Tacelli é professor assistente de filosofia no Boston College e já publicou artigos nas revistas Public Affairs Quarterly e Downside Review.

quarta-feira, 13 de maio de 2015

Livro: "Não tenho fé suficiente para ser ateu" de Norman Geisler & Frank Turek

Idéias com o objetivo de destruir a fé cristã sempre bombardeiam os alunos do ensino médio e das universidades. Este livro serve como um antídoto excepcionalmente bom para refutar tais premissas falsas. Ele traz informações consistentes para combater os ataques violentos das ideologias seculares que afirmam que a ciência, a filosofia e os estudos bíblicos são inimigos da fé cristã.

Antes de tocar a questão da verdade do cristianismo, essa obra aborda a questão da própria verdade, provando a existência da verdade absoluta. Os autores desmontam as afirmações do relativismo moral e da pós-modernidade, resultando em uma valiosa contribuição aos escritos contemporâneos da apologética cristã.

Geisler e Turek prepararam uma grande matriz de perguntas difíceis e responderam a todas com habilidade. Uma defesa lógica, racional e intelectual da fé cristã

terça-feira, 12 de maio de 2015

Livro: "Depois do Dilúvio" de Bill Cooper

Introdução

NO PRINCÍPIO
O teste que eu planejara era bastante simples. Se fossem genuínos os nomes dos indivíduos, famílias, povos e tribos constantes da Tabela das Nações, então aqueles mesmos nomes deveriam aparecer também nos registros de outras nações do Oriente Médio.

A arqueologia deveria também revelar que aquelas mesmas famílias e povos estão na Tabela de Gênesis (ou então, conforme o caso, não estão), em seu relacionamento correto etnológico, geográfico e lingüístico.

Eu admitia inicialmente que uma boa parte daqueles nomes não apareceria. Ou os registros que os tivessem contido teriam perecido de há muito, ou a diversificação de línguas e dialetos os teria tornado irreconhecíveis.

Alguns estariam perdidos na obscuridade. Simplesmente não era realista esperar que todos os nomes tivessem sido registrados nos anais do antigo Oriente Médio e que tivessem sobrevivido até nossos dias.

Assim, eu ficaria contente se conseguisse recuperar cerca de 40% da lista. De fato, isso teria sido uma meta bem elevada, dada a evidente antigüidade da própria Tabela das Nações, e a notória escassez de registros extrabíblicos remanescentes daqueles tempos antigos.

Porém, quando após meus 25 anos de pesquisa as evidências superaram os 40%, atingindo os 50%, e posteriormente 60% e mais, tornou-se claro que o conhecimento moderno sobre o assunto superava os limites. Realmente ultrapassava em muito.

Hoje posso dizer que os nomes da Tabela das Nações até agora corroborados atingem mais de 99% da lista, e não farei nenhum outro comentário além de dizer que não se poderia esperar que qualquer outro documento histórico antigo, de autoria puramente humana, atingisse tal nível de corroboração!

E acrescentarei, ainda, que os modernos comentaristas bíblicos devem utilizar esses dados da melhor forma possível.

O CONHECIMENTO DE DEUS NO PAGANISMO DA ANTIGÜIDADE
Tão profundos eram a concepção e o conhecimento de Deus entre certos povos pagãos do mundo antigo, e em particular no mundo greco-romano, que até mesmo iniciou-se então a controvérsia (que deveria manter-se acesa durante muitos séculos) entre os que propagavam e preservavam aquele conhecimento de Deus como Criador, e os que procuravam destruí-lo atribuindo a criação do universo a forças puramente naturais. A notável semelhança entre essa controvérsia no mundo pagão e a que hoje se alastra entre criacionistas e evolucionistas é deveras surpreendente, e iremos examiná-la neste capítulo.

É algo irônico que, ao mesmo tempo em que o conceito do Criador alimentado filosoficamente estivesse na Grécia sofrendo um profundo desvio na direção de uma maior apreciação de Sua natureza e atributos, estivesse ocorrendo também no mesmo local o nascimento de outro conceito até então nunca ouvido entre os gregos – o ateísmo.

Simplesmente não sabemos como o ateísmo veio nascer na antiga Grécia, pois, como vimos, este era um conceito virtualmente nunca expresso mesmo nas culturas mais profundamente pagãs do mundo antigo.
Entretanto, dado o tempo de seu surgimento juntamente com o conceito mais elevado do Criador – que também provém de uma fonte igualmente misteriosa, historicamente falando – pareceria que o ateísmo na Grécia antiga foi concebido para se opor ao desabrochante conceito entre os filósofos, de uma única e onipotente divindade.

Sem dúvida é significativo que nenhum conceito tal como o ateísmo tivesse surgido antes para se contrapor aos deuses pagãos de menor importância na filosofia de Hesíodo. Com o seu advento, vemos, porém, o próprio início do grande conflito que se deveria desencadear no decorrer dos séculos entre os que defendiam a crença então racionalmente apresentada a favor de um Criador e os que vigorosamente a ela se opunham.

Tales de Mileto (circa 625 – 545 A. C.) usualmente é tido como o primeiro filósofo materialista entre os gregos. Entretanto, é muito duvidoso que ele realmente fosse materialista. Tudo que sabemos a seu respeito nos vem através de escritos posteriores, dentre os quais os mais importantes provêm de Aristóteles, que simplesmente descreveu Tales como o “fundador da filosofia natural”.

Epicuro sabia que o ateísmo aberto seria facilmente refutado por qualquer filósofo disposto a enfrentar controvérsia a esse respeito, e o fato de que poucas pessoas em qualquer época são abertamente ateístas, de qualquer forma traria pouco apoio para os seus pontos de vista. Entretanto, se a existência dos deuses fosse reconhecida ao mesmo tempo em que fosse negada a criação divina do universo, então a argumentação contra a posição de Epicuro tornar-se-ia infinitamente mais complexa, proporcionando aos materialistas a possibilidade de mudar o campo da discussão à vontade. Tal sofisma, de fato, estava inteiramente coerente com o caráter de Epicuro, e por isso foi ele amplamente criticado em mais do que uma ocasião.

O estoicismo foi fundado por Zenão em torno de 308 A.C., e como os acontecimentos vieram a comprovar, tornou-se de fato um desafio bastante efetivo ao materialismo sob qualquer forma ou aspecto no mundo pagão, sendo que esse desafio manifestou-se mediante um desenvolvimento de maior significado, que começou com uma concepção do Criador muito mais profunda do que até então havia prevalecido no pensamento grego, seja o de Hesíodo,Xenófanes ou mesmo Platão. De fato, o ateísmo incipiente e levemente velado da filosofia de Epicuro era agora respondido pelos estóicos em termos muito mais fortes, com Crísipo talvez sendo o seu mais persuasivo defensor.


Entretanto, ao lado da nova e sublime concepção do Criador do universo proclamada por Xenófanes, Platão e Crísipo, outro conceito estava surgindo, e que nas mãos de Crísipo e seus seguidores, emprestaria à escola estóica uma autoridade quase irresistível. Era o conceito da “evidência de projeto”, argumento a favor da intenção e propósito inspirados divinamente, observados em todo o universo, e que convenceu os estóicos – como hoje convence os criacionistas – da correção científica e filosófica do seu modelo. Aprimorado e brilhantemente expresso por Paley no início do século XIX, a importância da evidência de propósito ou projeto não foi deixada de lado pelos primeiros teorizadores clássicos, que se apressaram a lhe dar um lugar permanente na idéia do Criacionismo. Um estóico posterior, Cïcero, foi quem deu a esse conceito talvez sua mais elevada expressão nos tempos pré-cristãos.

domingo, 10 de maio de 2015

COMPARANDO OSÍRIS, HÓRUS E JESUS.


Andando como um egípcio
James Patrick Holding

De todos os candidatos à cópias pagãs, estes sãos os dois últimos – com exceção de Buda – que parecem representar maior ameaça. Afinal de contas o Egito não está longe da Palestina, e os judeus moraram no Egito; logo, não é teoricamente improvável que eles pudessem roubar uma ideia para inventar um Jesus a partir deste lugar. Mas será que eles fizeram isso? Este campo está cheio de alegações, mas como sempre há muitos exageros envolvendo a questão. Existe uma grande quantidade de termos Cristãos utilizados indevidamente para descrever eventos egípcios (nem todos são usados com más intenções) e uma grande quantidade de fontes não citadas que possam comprovar alegações absurdas. Sendo este o caso, novamente anunciamos aqui que, por um tempo, este será nosso último artigo sobre cópias de deuses pagãos até que alguém no grupo de Acharya, S / Freke e Gandy dê um passo à frente e forneça uma melhor documentação sobre os boatos dos séculos 18 e 19.


Vejamos então algumas destas assertivas. Por questão de conveniência vou unir as alegações sobre Hórus e Osíris. Estas são as declarações contidas no livro The Christ Conspiracy de autoria de Archarya S. [pgs 114-116]; curiosamente Freke e Gandy não acrescentam nada de novo, na verdade apenas complementam algumas destas.


● Osíris
  • Possuia mais de 200 nomes divinos, incluindo Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Deus dos Deuses, a Ressurreição e a Vida, Bom Pastor, Pai da Eternidade, o deus que “fez homens e mulheres nascerem de novo.”
  • Sua chegada ao mundo foi anunciada por três Reis Magos: as três estrelas Mintaka, Anilam, e Alnitak no cinturão de Órion, que apontam diretamente para a estrela de Osíris ao leste, Sírius, indicando seu nascimento.
  • Ele foi uma hóstia simbólica. Seu corpo foi comido numa cerimonia religiosa sob a forma de bolos de trigo, a “planta da Verdade ‘.
  • Salmos 23 é uma cópia de um texto egípcio apelando para Osíris o Bom Pastor que conduz o cansado rumo aos “pastos verdejantes” e às “águas tranquilas’ das terras de nefer-nefer, a fim de restabelecer a alma e o corpo e, para dar proteção no vale da sombra da morte…
  • A oração do Pai Nosso foi prefigurada por um hino egípcio à Osiris do início ao fim, “Ó Amém, ó Amém, que estais no céu.” Amém era também citado no final de cada oração.
  • Os ensinamentos de Jesus e Osíris são maravilhosamente semelhantes. Muitas passagens são idênticamente as mesmas, palavra por palavra.
  • Tal como o Senhor da vinha, um grande mestre viajante que civilizou o mundo. Soberano e juiz dos mortos.
  • Em sua paixão, Osíris foi alvo de uma conspiração e mais tarde assassinado por Set e “os 72.”
  • A ressureição de Osíris serviu para dar esperança à todos que também desejam a vida eterna.


● Hórus
  • Nascido da virgem Ísis-Meri em 25 de dezembro numa caverna/manjedoura, com seu nascimento tendo sido anunciado por uma estrela no Oriente e, visitado por três Reis Magos.
  • Seu pai terreno chamava-se “Seb” (“José”).
  • Ele era descendente de uma linhagem real.
  • Aos 12 anos de idade foi uma criança que ensinou no templo e, aos 30 foi batizado, após ter desaparecido por 18 anos.
  • Foi batizado no rio Eridanus ou Iaurutana (Jordâo) por “Anup o Batizador” (João Batista), que foi decapitado.
  • Ele teve 12 discípulos, dois dos quais foram suas “testemunhas” e eram chamados “Anup” e “AAn” (os dois “Joãos”).
  • Ele realizou milagres, expulsou demônios e ressucitou El-Azarus ( “El-Osíris”) dos mortos.
  • Hórus andou sobre as águas.
  • Seu cognome pessoal era “Iusa” o “Filho eterno desejado” de “Ptah”, o “Pai”. Ele era chamado de “Divino Filho”.
  • Ele pregou um “Sermão da Montanha”, e seus seguidores recitaram as “parábolas de Iusa.”
  • Hórus foi transfigurado no monte.
  • Ele foi crucificado entre dois ladrões, sepultado por três dias em um túmulo e, em seguida ressuscitado.
  • Títulos: O Caminho; a Verdade; a Luz; Messias; Ungido Filho de Deus; Filho do homem; Bom Pastor; Cordeiro de Deus; Verbo feito carne; Palavra da Verdade.
  • Ele foi “o Pescador” e era associado com o Peixe ( “Ichthus”), o Cordeiro e o Leão.
  • Ele veio para cumprir a lei.
  • Era chamado de “o KRST” ou “Ungido”.
  • Ele deveria reinar por mil anos.

Essa é uma lista e tanto, mas vamos simplificá-la para começar: Uma boa quantidade dessas alegações – no mínimo a metade – pelo que tenho visto até agora são falsificações. Não há sequer um fragmento de evidência para muitas dessas reivindicações em qualquer livro de religião egípcia que tenho consultado até agora. Portanto, como Clara Peller costumava dizer, Cadê o bife? Onde está a literatura original egípcia que apoia estas alegações? caros defensores dos mitos: não desejamos ouvir de Gerald Massey ou Godfrey Higgins; “queremos as citações originais dos registros egípcios.” Se eu mesmo não recebi isso de nenhum de vocês durante um ano (e eu sei que eles checaram este site, porque eu ouvi deles), vou fazer então de conta que não é possível obter resposta alguma e voltar a mais projetos de cópias. Em alguns casos abaixo, iremos recorrer ao artigo de Glenn Miller sobre cópias pagãs onde ele fez algumas investigações prévias.

Por conveniência começo reproduzindo um “pequeno esboço da vida de Hórus” “contido na Enciclopédia das Religiões sugerida por Miller, na qual também são estabelecidas as bases para Osíris:

“No antigo Egito, haviam vários deuses inicialmente conhecidos pelo nome de Hórus, porém o mais conhecido e mais importante desde o início do período histórico foi o filho de Osíris e Ísis, que era associado com o rei do Egito. De acordo com a lenda, Osíris , que assumiu o domínio da terra logo após sua criação, foi morto por seu irmão ciumento, Seth. A irmã-esposa de Osíris, Ísis, que recolheu os pedaços de seu marido mutilado e o ressucitou, também concebeu seu filho e vigador, Hórus. Hórus lutou com Seth, e, apesar da perda de um olho na batalha, teve sucesso ao conseguir vingar a morte de seu pai tornando-se seu legítimo sucessor. Osíris então tornou-se rei dos mortos e Hórus o rei dos vivos, esta troca era renovada a cada mudança de governo terreno. O mito da realeza divina provavelmente elevou a posição dos deuses tanto quanto elevou a do rei. Na quarta dinastia, o rei, o deus vivo, provavelmente também era um dos maiores deuses, mas por volta da quinta dinastia a supremacia do culto à Rá, o deus sol, era aceito até mesmo pelos reis. O rei Hórus era agora também “filho de Rá.” Isto só se tornou possível mitologicamente, ao personificação toda a genealogia antiga de Hórus (o ennead – grupo de nove deuses egípcios – Heliopolitano) como se fosse a deusa Hathor, “casa de Hórus”, que também era esposa de Rá e mãe de Hórus.

“Hórus era frequentemente representado como um falcão, e uma pintura dele o mostra como um grande deus do firmamento cujas asas estendidas enchem os céus; seu olho saudável era o sol e seu olho ferido a lua. Outra pintura dele, particularmente popular no Último Período, era a de uma criança humana mamando no peito de sua mãe, Ísis. Os dois principais centros de adoração ao culto de Hórus localizavam-se em Bekhdet no norte, onde hoje muito pouco ainda resta , e em Idfu no sul, no qual existe um grande e bem preservado templo datado do período ptolomaico. Os mais antigos mitos envolvendo a história de Hórus, bem como os rituais lá realizados, estão registrados em Idfu.”

 Osíris
  • Possuia mais de 200 nomes divinos, incluindo Rei dos Reis, Senhor dos Senhores, Deus dos Deuses, a Ressurreição e a Vida, Bom Pastor, Pai da Eternidade, o deus que “fez homens e mulheres nascerem de novo.” Os títulos que tenho encontrado atribuídos à Osíris são [Fraz.AAO] Senhor de tudo, o Bom Ser (o título mais comum), Senhor do Mundo dos Mortos, Senhor/Rei da Eternidade, Soberano dos Mortos, [Griff.OO] Senhor do Ocidente, O Majestoso, [Bud.ERR, 26] “, aquele que se assenta”, o Progenitor, o Carneiro, [Bud.ERR, 79] “grande Palavra” (como em, “a palavra do que virá a ser e que não é ” – um reflexo da antiga noção do poder criativo da expressão de uma palavra, encontrada também no grego Logos),”Líder dos Espíritos “; [Short.EG, 37] regente da eternidade, [Meek.DL , 31] “deus vivo”, “Deus acima dos deuses”. Todos estes ou são títulos gerais que seriam de se esperar que fossem atribuídos a qualquer divindade em posição de liderança, ou no mínimo estão relacionados ao domínio dos deuses sobre o mundo dos mortos. Nenhum dos títulos citados se aproxima ou especificamente assemelhasse com os que foram atribuídos a Jesus.

  • Sua chegada ao mundo foi anunciada por três Reis Magos: as três estrelas Mintaka, Anilam, e Alnitak no cinturão de Órion, que apontam diretamente para a estrela de Osíris ao ocidente, Sírius, indicando seu nascimento. Freke e Gandy somente repetem a última parte sobre a estrela. Porém, embora alguns estudiosos relacionem Osíris com Órion, eles por sua vez, nada sabem sobre reis magos ou uma estrela no ocidente. 
  • Ele foi uma hóstia simbólica. Seu corpo foi comido numa cerimonia religiosa sob a forma de bolos de trigo, a “planta da Verdade ”. Isso não é algo que alguém na literatura acadêmica tenha relatado.
  • Salmos 23 é uma cópia de um texto egípcio apelando para Osíris, o Bom Pastor, que conduz o cansado rumo aos “pastos verdejantes” e às “águas tranquilas’ das terras de nefer-nefer, a fim de restabelecer a alma e o corpo e, para dar proteção no vale da sombra da morte… Se isto é verdade, nenhum comentarista na religião egípcia ou do Antigo Testamento sabe disso. Provavelmente Osíris fosse conhecido como um pastor e, de fato tal imagem era popular no ANE, mas ainda não vi esse termo sendo aplicado a ele por ninguém, a não ser pelos defensores dos mitos.
  • A oração do Pai Nosso foi prefigurada por um hino egípcio à Osiris do início ao fim, “Ó Amém, ó Amém, que estais no céu.” Amém também era citado no final de cada oração. Neste caso, nós e os especialistas em religião egípcia, queremos saber onde esta oração está registrada. O hebraico “Amém” nunca é usado como uma saudação e quer dizer “que assim seja”, o que significa que não é algo “invocado” como é uma divindade. Além disso, vemos aqui uma ligação etimológica baseada nas línguas originais e, não na compatibilidade das letras em Inglês.
  • Os ensinamentos de Jesus e Osíris são maravilhosamente semelhantes. Muitas passagens são idênticamente as mesmas, palavra por palavra. Se é assim, alguém, com exceção da fonte de Archarya, James Churchward, precisa colocá-las lado a lado, e provar isso. Os estudiosos religiosos egípcios não parecem estar cientes dessas palavras.
  • Tal como o Senhor da vinha, foi um grande mestre viajante que civilizou o mundo. Soberano e juiz dos mortos. Isso é um tanto não específico. Frazer relatou [Fraz.AAO, vii, 7] que Osíris ensinava o cultivo de uvas e agricultura, estabeleceu as leis Egípcias, ensinou-lhes como prestar culto e, viajou pelo mundo ensinando essas coisas. Mas esta também é a alegação feita sobre Dionísio, e temos respondido esta questão dentro deste artigo. Não que isso tenha importância, já que parece que somente Frazer e mais tarde Freke e Gandy conceberam a idéia de que as duas divindades estão ligadas. Literaturas escritas por estudiosos da religião egípcia não os consideram as mesmas figuras, embora alguns correlacionem Osíris e Órion e, Budge tenha observado as viagens, mas não veja qualquer relação entre Osiris e Dionísio [Bud.ERR, 9]. Em todo caso, em nenhum lugar Osíris é chamado de “Senhor da vinha”. Ele é o governante e juiz dos mortos, mas isso não descreve Jesus, que simboliza um Deus que não é Deus dos mortos, “mas dos vivos.” No máximo Osíris representa o que pode se esperar de qualquer divindade suprema: domínio e julgamento.
  • Em sua paixão, Osíris foi alvo de uma conspiração e mais tarde assassinado por Set e “os 72″. Esta é uma combinação de falsificação terminológica, meia-verdade, e irrelevância. Não houve uma “paixão” – no referido incidente, de fato houve um complô executado por Set contra Osíris. Houve uma grande festa, em que um caixão foi trazido por Set, ele então incentivou a todos, incluindo os 72 participantes do complô e uma rainha da Etiópia, a deitarem-se nele para verificar as medidas. Finalmente chegou a vez de Osíris, ele foi convencido a deitar no caixão. No momento em que Osíris entrou, Set fechou e pregou o caixão e, o lançou no rio; Osíris morreu sufocado. Observe que os 72 aqui são inimigos de Osíris e não seus discípulos: apenas este número – um múltiplo de 12, um número que ainda valorizamos hoje quando compramos ovos e rosquinhas – é um ponto em comum (e isso somente em algumas passagens de Lucas 10; outros colocam o número em 70, talvez por representar o número de nações Gentias, de acordo com os judeus). Eles não fazem nada que possa ser considerado como o que os discípulos de Jesus fizeram. Conforme consta na narrativa, Ísis, a esposa de Osíris passou a procurar o caixão. Ela o encontra na Síria, onde ele havia sido incorporado à coluna de uma casa. Ela pranteou tão alto que algumas crianças na casa morreram do susto. Mais tarde, ela o levou para fora, abriu a tampa, então ficou procurando por Hórus. Nesse meio tempo Set encontrou o caixão e dilacerou o corpo de Hórus em 14 pedaços, espalhando-os por todos os lugares. Como resultado, Ísis passou a buscar os pedaços e os enterrava a medida que achava um a um. Uma história alternativa mostra Ísis, Anúbis, e Rá unindo novamente as partes do corpo, envonvendo-o com faixas, e revivendo seu corpo – para o propósito relacionado abaixo.
  • A ressureição de Osíris serviu para dar esperança à todos que também desejam a vida eterna. Aqui encontramos alguns dos maiores usos indevidos da terminologia, incluídos por alguns estudiosos da religião egípcia (os quais não apoiam uma relação com a teoria da cópia pagã!). Osíris ressuscitado? Não se a “ressurreição” for definida como o retorno em um corpo glorificado. Sobre este assunto Miller fez um trabalho fenomenal ao citar as palavras de J. Z. Smith, sendo assim, vou deixá-los que expliquem melhor:

“Osíris foi morto e seu corpo mutilado e espalhado. Os pedaços do corpo foram recuperados e unidos novamente, e a divindade foi rejuvenescida. Entretanto, ele não voltou ao seu antigo modo de vida, ao invés disso viajou pelo mundo subterrâneo, onde se tornou o poderoso senhor dos mortos. De modo algum pode ser dito que Osíris “ressuscitou” no sentido exigido por um padrão de morte e ressurreição (como descrito por Frazer e outros autores.); é quase certo que sua morte nunca foi considerada como um evento anual.”

“De maneira alguma o dramático mito de sua morte e reanimação pode ser conciliado com o modelo dos deuses mortos e ressucitados (como descrito por Frazer e outros).”

“A fórmula repetida ‘Levante-se, você não morreu”, quer seja aplicada à Osíris ou à um cidadão do Egito, sinalizava uma vida nova e permanente no reino dos mortos.”

O autor Frankfort concorda:
“Na verdade, de modo algum Osíris foi um deus ‘agonizante’, e sim um deus ‘morto’. Ele nunca retornou entre os vivos; ele não foi libertado do mundo dos mortos, como foi Tammuz. Pelo contrário, no geral Osíris pertencia ao mundo dos mortos, era a partir de lá que ele concedia suas bênçãos sobre o Egito. Ele sempre foi retratado como uma múmia, um rei morto”. [Kingship and the gods: a study of ancient Near Eastern religion as the integration of society & nature. UChicago:1978 edition, p.289]

Talvez a única divindade pagã, para a qual existe uma ressurreição é o egípcio Osíris. Um exame mais atento desta história mostra que ela é muito diferente da ressurreição de Cristo. Osíris não ressucitou dentre os mortos, ele governava na morada dos mortos. Como escreveu o estudioso bíblico, Roland de Vaux: “O que se entende por Osíris sendo trazido de volta a vida?” Simplesmente que, graças à ajuda de Ísis, ele é capaz de viver uma vida além do túmulo, o qual é uma réplica quase perfeita da existência terrena. Porém ele nunca voltará novamente entre os vivos e somente irá reinar sobre os mortos.… Este deus ressucitado é na realidade um deus “múmia”… Não, o Osíris mumificado dificilmente serviu de inspiração para o Cristo ressuscitado… Conforme observa Yamauchi, “Os homens comuns aspiravam a identificação com Osíris como aquele que triunfou sobre a morte.” Mas é um erro comparar a visão egípcia da vida após a morte com a doutrina bíblica da ressurreição. Para alcançar a imortalidade o egípcio tinha que satisfazer três condições: Primeiro, seu corpo tinha de ser preservado por meio da mumificação. Segundo, a alimentação era fornecida pela própria oferta de pão e cerveja. Terceiro, feitiços mágicos eram sepultados com ele. Seu corpo não ressurgia dos mortos; ao invés disso elementos de sua personalidade – seu Ba e Ka – continuavam a pairar sobre seu corpo. [[“The Resurrection of Jesus Christ: Myth, Hoax, or History?” David J. MacLeod, in The Emmaus Journal, V7 #2, Winter 98, p169

Frazer [Fraz.AAO, viii] escreveu que cada homem morto recebia o nome de Osíris por cima do próprio nome, a fim de ser identificado com a divindade.

Portanto, sob nenhum aspecto a “ressurreição” de Osíris representa uma ressurreição de fato – e na prática, era uma espécie de resultado da forma como os deuses egípcios eram, digamos, metade Frankenstein, metade brinquedos de montagem. Existem de fato muitas histórias de deuses egípcios espalhando várias partes do corpo ao redor, para não prejudicar o conjunto, pois “pensava-se que corpos divinos eram imúnes às substituições” [Meek.DL, 57] neste caso, o corpo morto de Osíris não apodreceu e nem se decompôs como se esperava para que fosse montado novamente em conjunto. Foi assim com todos estes deuses egípcios: Seth e Hórus têm uma luta em que atiram excrementos um no outro, em seguida cada um rouba os órgãos genitais do outro [Bud.ERR, 64]. O olho de Hórus é roubado por Set, porém Hórus o toma de volta e o entrega à Osíris, que o devora [ibid., 88]. Hórus teve uma dor de cabeça, e outra divindade se ofereceu para emprestar a própria cabeça para ele até que sua aflição desapareçesse [Meek.DL, 57]. Osíris pagou um preço por ter morrido mutilado, já que ele foi limitado ao mundo dos mortos [e de forma notória alienado como consequência do que se passou “acima da superfície” – Meek.DL, 88-9], mas isto somente porque ele na realidade havia morrido uma vez antes, quando seu pai o matou acidentalmente [ibid., 80].

Hórus
Agora chegamos ao assunto Hórus. Muitos têm algum comentário de Miller, portanto vamos citá-los e fazer acréscimos conforme a necessidade.

·     Nascido da virgem Ísis-Meri em 25 de dezembro numa caverna/manjedoura com seu nascimento sendo anunciado por uma estrela no Oriente e visitado por três Reis Magos. A literatura confirma aquilo que Miller sugere, e eu também vi a imagem a que ele se refere abaixo. Não encontrei nenhuma referência à uma caverna/manjedoura – Frazer [Fraz.AAO, 8], afirma que Hórus nasceu num pântano, e não sabe nada acerca de uma estrela ou sobre o número de Reis Magos.

…Hórus certamente NÃO nasceu de uma virgem. Na verdade, um antigo relevo egípcio retrata essa concepção, ao mostrar sua mãe Ísis na forma de um falcão, pairando sobre o pênis ereto de um Osíris prostrado e morto no Mundo dos mortos (EOR, sv.. “Phallus”). E a questão do 25 de Dezembro não é importante para nós – em lugar nenhum do Novo Testamento esta data é associada ao nascimento de Jesus.

Na realidade, a descrição da concepção de Hórus irá mostrar exatamente os elementos sexuais que caracterizam “nascimentos milagrosos” pagãos, como observado anteriormente por estudiosos:

“Mas depois dela [isto é, Ísis] tê-lo trazido [isto é, o corpo de Osíris] de volta ao Egito, Seth conseguiu se apossar do corpo de Osíris novamente e o despedaçou em catorze partes, as quais ele espalhou por toda a terra do Egito. Ísis então saiu uma segunda vez em busca do corpo de Osíris e enterrou cada parte no lugar em que ela encontrava (por isso o grande número de túmulos de Osíris existentes no Egito). A única parte que ela não encontrou foi o pênis do deus, pois Seth o havia jogado no rio, onde o membro foi comido por um peixe; Ísis, então moldou um pênis artificial para colocar no lugar do que havia sido cortado. Ela também teve relações sexuais com Osíris após a morte dele, o que resultou na concepção e nascimento de seu filho póstumo, Harpocrates, Hórus o Filho. Osíris tornou-se rei do mundo dos mortos e, Hórus começou a lutar com Seth…” [CANE: 2:1702; grifo meu] [A PROPÓSITO, a palavra hebraica ‘Satanás’ de qualquer maneira não é um ‘cognato’ do nome “seth”: “A raiz *STN não aparece em nenhum jargão de cognatos em textos que sejam anteriores ou contemporâneos às suas ocorrências na Bíblia hebraica “DDD, sv 1369f]

A única referência que tenho encontrado sobre o nascimento de Hórus é que ele nasceu no dia 31 do mês de Khoiak Egípcio – os estudiosos e defensores dos mitos pagãos têm uma chance em 365 de que isto combine com 25 de dezembro! Archarya acrescenta, usando Massey como uma provável fonte, a alegação de que nas paredes do Templo em Luxor existe uma cena mostrando a “Anunciação, Imaculada Conceição, Nascimento e Adoração de Hórus, com Thoth anunciando à Virgem Ísis que ela irá dar à luz; com Kenph, o “Espírito Santo”, engravidando a virgem “, concluindo com a visita dos três Reis Magos. Por alguma razão nem Archarya nem Massey fornecem um nome ou número para este relevo, ou um local mais específico do que o Templo em Luxor, que é um lugar bastante grande e inacessível para a maioria dos leitores dela. Quando pressionada em seu website por um leitor que investigava o assunto, Archarya fez um jogo de palavras – “Isis é a constelação de Virgo a Virgem, assim como a Lua, que se torna uma “virgem” durante o período de Lua Nova. O deus sol – neste caso, Hórus – é nascido desta deusa virgem”. – E devemos concluir, segundo ela, que isso alude à um documento do 6º século dC! Em momento algum apresenta-se uma confirmação para a ligação Ísis-Virgem; seria o mesmo que dizer “Ísis é Gomer, a prostituta“. Se tal relevo existe de fato, é apenas aquilo que Archarya pensa ser através da interpretação de Massey. (Recentemente um escritor enviou esta descrição de um site egípcio de viagens: 

“Acreditava-se que a Realeza fora decretada pelos deuses no início dos tempos de acordo com ma’at, o reinado bem organizado de verdade, justiça, e ordem cósmica. O rei soberano era também o filho físico do deus sol criador. Esta concepção divina e nascimento foi registrada nas paredes do Templo em Luxor, em Deir el-Bahri, e em outros templos reais por todo o Egito. O rei era também uma encarnação do Dinástico deus Hórus, e quando morto, foi identificado com Osíris, o pai de Hórus. Este rei vivo era portanto uma única entidade, a encarnação viva da divindade, escolhido divinamente como um mediador, que poderia atuar como um sacerdote em favor de toda a nação, recitando orações, oferecendo sacrifícios… Um átrio cercado por colunas do rei Akenatom III está unido ao interior de uma sala imponente com teto plano apoiada sobre várias fileiras de colunas, o qual é o primeiro aposento interno originalmente coberto e fazia parte do templo. Isto conduz à uma sucessão de antecâmaras com salas auxiliares. O quarto do nascimento a leste da segunda antecâmara é decorado com relevos que retratam o nascimento simbólico divino de Akenatom III, resultante da união de sua mãe Mutemwiya e o deus Amun. O santuário inclui um edifício à parte adicionado por Alexandre o Grande dentro da câmara maior criada por Akenatom III. Relevos bem preservados mostram o santuário transportável de Amun e outras cenas do rei, na presença dos deuses. O santuário de Akenatom III é o último aposento sobre o eixo central do templo.

Este relato é significativamente desprovido de uma concepção ou nascimento virginal, de Reis Magos, ou de um Espírito Santo. Você pode até insistir numa adoração que não existe aqui, mas seja como for, quem é que não adora um recém-nascido? Agora, dê uma olhada no trunfo fornecido por um cético irritado com a tese de Archarya)

  • Seu pai terreno chamava-se “Seb” (“José”). Na verdade Seb era o deus-terra e não o “pai terreno”, mas ao invés da própria terra (como Nut que simbolizava o céu), ele era o pai de Osíris, não de Hórus “, embora um de meus prestativos pesquisadores tenha me dito que existe uma versão na qual Hórus era o filho de Seb. Cuidado, não caia no truque da etimologia: você não pode concluir que “Seb” é “José” apenas colocando os nomes lado a lado.
  • Ele era descendente de uma linhagem real. Obviamente verdade, e Hórus era freqüentemente identificado com a vida de Faraó, mas isto é tão banal quanto sem importância.
  • Aos 12 anos de idade foi uma criança que ensinou no templo, e aos 30 foi batizado, após ter desaparecido por 18 anos.
  • Foi batizado no rio Eridanus ou Iaurutana (Jordão) por “Anup o Batizador” (João Batista), que foi decapitado.
  • Ele teve 12 discípulos, dois dos quais foram suas “testemunhas” e eram chamados “Anup” e “AAn” (os dois “Joãos”). Eruditos da religião egípcia não conheçem nenhum desses. Quanto à esta última alegação Miller observa:
…Minha pesquisa na literatura acadêmica não revela esta informação. Encontrei referências à QUATRO “discípulos” – de diversas maneiras chamados de os semi-divinos HERU-SHEMSU (“Seguidores de Hórus”) [GOE: 1,491]. Encontrei referências à DEZESSEIS seguidores humanos (GOE: 1,196). E encontrei referências à um grupo INCONTÁVEL de seguidores chamados mesniu / mesnitu (“ferreiros”) que acompanhavam Hórus em algumas de suas batalhas [GOE: 1.475f; embora estes possam ser identificados com os HERU-SHEMSU no texto GOE: 1,84]. Mas não consigo encontrar DOZE DISCÍPULOS em qualquer lugar… Hórus NÃO é o deus-sol (este é Rá), portanto não podemos recorrer a afirmação de que “todos os deuses solares têm doze discípulos – no Zodíaco” como é de costume.]

  • Ele realizou milagres, expulsou demônios e ressucitou El-Azarus ( “El-Osíris”) dos mortos. Miller observa:
Hstórias de milagres são abundantes, mesmo entre grupos religiosos que eventualmente não poderiam ter exercido influência mútua, tais como grupos latino-americanos (por exemplo os Astecas) e os Romanos, portanto esta “semelhança” não implica nenhum significado. Não encontro em LUGAR ALGUM da literatura acadêmica referências a esta ressurreição específica. Tenho examinado todas as formas do nome El-Azarus sem êxito. O fato de que algo tão notável nem sequer é mencionado nas modernas obras de Egiptologia indica seu status questionável. Simplesmente é algo que não pode ser apresentado como prova sem que exista ALGUMA fundamentação autêntica. O mais próximo disso que pude encontrar, está no papel que Hórus desempenha em seu funeral oficial, no qual ele “apresenta” um recém-morto à Osíris e à seu reino dos mortos. No Livro dos Mortos, por exemplo, Hórus apresenta para Osíris o recém-morto Ani e, pede que Osíris o receba e tome conta dele (GOE: 1,490).

  • Hórus andou sobre as águas. Não que eu tenha encontrado, na verdade ele foi jogado na água (veja abaixo).
  • Seu cognome pessoal era “Iusa” o “Filho eterno desejado” de “Ptah”, o “Pai”. Ele era chamado de “Divino Filho”. Miller diz:
Este fato também escapou à minha investigação. Examinei provavelmente 50 títulos das diversas divindades de Hórus, e a maioria dos principais índices de referências Egípcias padrão praticamente não contêm nada a respeito destas alegações. Encontrei uma cidade chamada “Iusaas” [GOE: 1,85], uma divindade árabe pré-islâmica também de nome “Iusaas”, cogitada por alguns como sendo igual ao deus egípcio Tehuti / Thoth [GOE: 2,289], e uma equivalente fêminina denominada “Iusaaset” [GOE: 1,354]. Mas nenhuma referência à Hórus como sendo “Iusa”… ]
  • Ele pregou um “Sermão da Montanha”, e seus seguidores recitaram as “parábolas de Iusa.”
  • Hórus foi transfigurado no monte.
  • Ele foi crucificado entre dois ladrões, sepultado por três dias em um túmulo e, em seguida ressuscitado. Nenhuma destas três afirmações sequer pode ser encontrada. Sobre a última Miller escreve:
Não consigo SEQUER encontrar referências à Hórus morrendo, até que mais tarde ele se torna “um” com Rá o deus Sol, após isso ele ‘morre’ e ‘renasce’ todos os dias a medida que o sol nasce. E mesmo nesta “morte”, não há em lugar algum nenhuma referência à um túmulo…

Encontrei na obra de Budge uma hipótese de que Hórus havia morrido e seus pedaços lançados nas águas, e que seus membros foram pescados por Sebek, o deus crocodilo, a pedido de Ísis. Porém, na melhor das hipóteses, isso é uma espécie de batismo engraçado (veja acima). Outra fonte regista uma história onde Hórus é picado por uma serpente e revivido, o que ainda assim não é bem uma semelhança.
  • Títulos: O Caminho, a Verdade, a Luz; Messias; Ungido Filho de Deus, Filho do homem; Bom Pastor; Cordeiro de Deus; Verbo feito carne; Palavra da Verdade. Encontrei estes títulos: [Bud.ERR, 78] Grande Deus, Senhor dos Poderes, Mestre do Céu, Vingador de Seu Pai (considerando-se que ele derrotou Set, o qual havia “assassinado” Osíris). É provável que ele fosse chamado apropriadamente de “Filho do Homem”, como o filho da realeza (veja aqui), mas não tenho encontrado nenhuma evidência que confirme isso.
  • Ele foi “o Pescador” e era associado com o Peixe ( “Ichthus”), o Cordeiro e o Leão.
  • Ele veio para cumprir a lei.
  • Era chamado de “o KRST” ou “Ungido”.
  • Ele deveria reinar por mil anos. Não tenho achado nenhuma evidência para qualquer uma dessas quatro últimas alegações.
Conclusão: Até agora este artigo parece estar cheio de impostores, e está na hora daqueles que defendem os mitos pagãos apoiarem-se mais do que em obras ameaçadoras de terceiros como as Barbara Walkers e os Gerald Masseys da vida. Portanto, eu os desafio agora a apresentar seus deuses – quer dizer, suas armas. Algum desafiante? (Alguns destes também aparecem no site de Tom Harpur)

Se quiser saber mais: Veja Mark McFall assumir a identidade do “Cético X” (o ceticismo da própria Acharya S) sobre o tema da “ressurreição” de Osíris.


Fonte: http://2012profeciasconspiracoes.blogspot.com.br/2008/04/comparando-osris-hrus-e-jesus.html