terça-feira, 30 de junho de 2015

A Igreja Católica Manipulou os Livros do Canon?

Chamamos de Canon os livros que compõem o Antigo e o Novo Testamento.

Sempre se ouve da boca dos céticos, que a Igreja católica no IV século escolheu para compor a Bíblia apenas os livros que lhe interessava e ainda por cima de maneira maldosa. Como se ela estivesse ocultando verdades. Será?

Primeiro de tudo, se esta afirmação também inclui os livros do Antigo Testamento, ela é mentirosa. Pois o Antigo Testamento e todo o seu Canon já era evidenciado pelos escritos judaicos do primeiro século. Em todos eles, todos os livros que até hoje compõe o AT já faziam parte do Canon. Após a queda de Jerusalém em 70 A.D. o Concílio de Jâmnia apenas oficializou em definitivo o Canon do AT.

Isto deixa fora de questão a influência católica sobre o AT, uma vez que este concílio foi feito pelo Judaísmo liderado pelo Rabino Yohanan ben Zakkai antes do final do primeiro século.

E quanto ao Novo Testamento?
O maior testemunho contrário ao tema deste tópico é o de um homem chamado Irineu (180 A.D.).

Educado na Ásia Menor, aos pés de Policarpo, o discípulo de João, Irineu tornou-se bispo de Lion, na Gália, em 180 A.D.

Seus escritos confirmam o reconhecimento canônico dos quatro evangelhos, Atos, Romanos, 1 e 2 Coríntios, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, 1 e 2 Tessalonicenses, 1 e 2 Timóteo, Tito, 1 Pedro e 1 João e Apocalipse.

Em Contra Heresias, tratado escrito por Irineu, é evidente que até 180 A.D. a idéia de quatro evangelhos se tornara axiomática em toda a cristandade.

F.F.Bruce afirma que:
"quando finalmente um concílio da igreja - Sínodo de Hipona (393 A.D.) - elaborou uma lista dos vinte e sete livros do Novo Testamento, não conferiu-lhes qualquer autoridade que já não possuíssem, mas simplesmente registrou a canonicidade previamente estabelecida".

Desde então, católicos e protestantes possuem o mesmo Canon referente ao Novo Testamento.
Então, percebam que Irineu foi um século antes da era católica. E ele evidencia o testemunho de livros que, seguramente faziam parte da tradição da igreja primitiva. Esta considerava-os como inspirados por Deus e tendo a mesma autoridade do AT.

Mesmo que o Sínodo de Hipona tenha oficializado o Canon do NT dentro da era católica, ele apenas confirmou o que a tradição dos apóstolos e discípulos destes já faziam nos dois séculos anteriores de história da igreja.


Portanto, fazer afirmações de manipulações maldosas com relação ao Sínodo de Hipona é apenas especular algo que não tem testemunho histórico.

domingo, 28 de junho de 2015

SEIS BILHÕES!


No dia 12 de outubro de 1999, de conformidade com dados estatísticos mundiais, o planeta Terra teria completado o número de 6.000.000.000 de habitantes. Embora não se possa saber com precisão quando nasceria o bebê que iria completar esse número de habitantes sobre a face da Terra, a Organização das Nações Unidas escolheu esse dia para a comemoração do evento, que, com certeza ocorrerá antes do fim de 1999.

O século XIX começou com uma população mundial inferior a dois bilhões. Portanto, a população mundial triplicou em cem anos. De conformidade com Carl Haub, demógrafo do "Population Reference Bureau", em Washington, U. S. A., o último bilhão dos seis bilhões de pessoas foi acrescentado à população mundial somente nos últimos doze anos, o que não deixa de ser fenomenal!

1 – Há dois mil anos, a população da Terra atingia 250 milhões de habitantes, não havia falta de terra para agricultura, mas as técnicas de cultura inadequadas limitavam a produção.

2 – Há mil anos atrás, não tinha ainda havido sensíveis modificações no panorama, e já se contavam 350 milhões de habitantes.

3 – Quinhentos anos depois, chegava-se à cifra de 450 milhões de habitantes, na época dos grandes descobrimentos marítimos. Em um só ano um terço da população da Europa tinha sido dizimado pela peste negra.

4 – Em 1800, inicia-se a era moderna, com o surto da Revolução Industrial, com as ferrovias cortando os continentes, e com o controle das doenças infecciosas com a descoberta da imunização mediante as vacinas. A população da Terra atinge o seu primeiro bilhão, e a preocupação com o crescimento demográfico leva Malthus a escrever seu célebre ensaio sobre a questão populacional.

5 – No começo do século XX já eram 1,65 bilhões de bocas a serem alimentadas. A fome e a doença ainda freavam o acréscimo da população na maior parte da Terra.

6 – Na década de 70 a população havia atingido mais de 4 bilhões de habitantes, e inicia-se a preocupação com a preservação dos recursos naturais de nosso planeta, que passa a ser comparado a uma nave espacial em viagem pelo cosmo.


7 – No fim do século XX, a população terá superado 6 bilhões de habitantes. Ninguém sabe quantos mais habitantes poderão ser alimentados e sobreviver em um mundo cujos recursos ameaçam ser exauridos, e cujos problemas de todas as ordens se multiplicam celeremente.

sábado, 27 de junho de 2015

Livro: "O Cristianismo é Bom para o Mundo?"

A luta é franca e aberta neste debate envolvente, publicado pela primeira vez na revista Christianity Today. Douglas Wilson, apologista cristão, e Christopher Hitchens, ateu convicto, enfremta-se na discussão de um tema que divide opiniões há séculos e continua atual. As principais polêmicas, desde a simples existência de Deus até a explicação para o mal do mundo, estão registradas e sintetizadas nesta autêntica colisão de ideias e conceitos entre dois pensadores brilhantes.

O livro
Em 2007, uma revista norte-americana de circulação nacional promoveu um interessante debate entre dois pensadores brilhantes. O tema: até que ponto o cristianismo contribuiu para o progresso ou para o atraso do mundo? Que legados deixou para a sociedade moderna? Ele a ajudou no desenvolvimento da sociedade ou serviu apenas como obstáculo?

De um lado da discussão estava Douglas Wilson, apologista cristão, pastor da Christ Church, nos Estados Unidos, e acadêmico da Nova Faculdade Saint Andrews, além de bacharel em Estudos Clássicos e mestre em Filosofia. Do outro lado, Christopher Hitchens, jornalista britânico e analista político de prestígio, considerado um autêntico representante do movimento chamado “neoateísmo”, autor de diversos livros, além de artigos para revistas como Harper's e The New Yorker.

As principais polêmicas, desde a simples existência de Deus até a explicação para o mal no mundo, estão registradas e sintetizadas em O cristianismo é bom para o mundo?, uma autêntica e contemporânea colisão de ideias e conceitos

Os debatedores
Douglas Wilson é teólogo e pastor da Christ Church, nos Estados Unidos, e acadêmico da Nova Faculdade Saint Andrews. É bacharel em Estudos Clássicos e mestre em Filosofia pela Universidade de Idaho. Ajudou a fundar a Confederação das Igrejas Evangélicas Reformadas. Escreveu vários livros, entre os quais Letter from a Christian Citizen [Carta de um cidadão cristão] e Heaven Misplaced: Christ’s Kingdom on Earth [O céu no lugar errado: o Reino de Cristo na terra].

Christopher Hitchens é um jornalista britânico e analista político de prestígio educado em Oxford. Considerado um autêntico representante do movimento chamado “neoateísmo”, é autor de diversos livros, incluindo God Is Not Great [Deus não é grande]. Escreve regularmente para as revistas The Nation, Harper's e The New Yorker. Foi considerado um dos cem maiores intelectuais pelos leitores das revistas Foreign Policy e Prospect. Hitchens mora nos Estados Unidos, em Washington D.C.

As recomendações
“Coloque dois sujeitos do contra um do lado do outro e agite bem.”

Revista Christianity Today

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Deus gosta de quem pede Prova a ele ?

Pergunta de um anônimo:
É verdade q Deus gosta de quem pedi prova a ele ?
É em q parte da Biblia tá dizendo isso ?
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Respondendo:
O único texto de que tenho notícia que fala algo semelhante a isso está em Malaquias 3:10:
"Trazei todos os dízimos à casa do tesouro, para que haja mantimento na minha casa, e depois fazei prova de mim, diz o SENHOR dos Exércitos, se eu não vos abrir as janelas do céu e não derramar sobre vós uma bênção tal, que dela vos advenha a maior abastança".

E mesmo este texto não diz que Deus gosta de que provem a Ele. Diz apenas para que o homem faça a sua parte que Ele fará a dEle.

Outro texto que contraria este pensamento está em Mt 4:5-7:
"Então o diabo o transportou à Cidade Santa, e colocou-o sobre o pináculo do templo, e disse-lhe: Se tu és o Filho de Deus, lança-te daqui abaixo; porque está escrito: Aos seus anjos dará ordens a teu respeito, e tomar-te-ão nas mãos, para que nunca tropeces em alguma pedra. Disse-lhe Jesus: Também está escrito: Não tentarás o Senhor, teu Deus".

A NVI diz no vs.7:
"...´não ponha à prova o Senhor, o seu Deus`".

Concluindo:

Em toda a Bíblia não há um exemplo que diga claramente que Deus goste que o ser humano o prove ou o tente, pelo contrário, afirma que isto é um risco a ser feito.

Pipe

quinta-feira, 25 de junho de 2015

LEÕES VEGETARIANOS


Várias passagens proféticas apontam para a restauração de todas as coisas, voltando o leão a conviver com os demais animais e com o ser humano, pacificamente.

A propósito do cumprimento dessas profecias - muitas vezes questionadas por pessoas cuja visão se restringe meramente aos horizontes limitados do atual mundo degradado, e a ideias "naturalistas" preconcebidas, sem aceitar a possibilidade de serem efetuadas na natureza transformações de restauração, pelo mesmo Deus Criador da perfeição edênica - nas notícias a seguir reproduzimos interessante informação publicada em uma revista criacionista australiana, e também algumas considerações pertinentes de um autor criacionista americano, sobre a adaptabilidade dos animais carnívoros.

O LEÃO QUE NÃO QUERIA COMER CARNE
Todos os leões são carnívoros ferozes que precisam comer carne para sobreviver? Aparentemente não!

A revista australiana "Creation ex-nihilo" vol. 22, nº 2, de março-maio de 2000 publicou um artigo de David Catchpoole com o título acima, que não só apresenta um caso, real, inteiramente incomum, como também aponta para cumprimento de profecias que falam da restauração de nosso planeta às condições originais, com o leão e o cordeiro pacificamente pastando juntos! Segue a tradução do referido artigo:

"No começo deste século, uma leoa africana, nascida e crescida nos EstadosUnidos, viveu todos os nove anos de sua vida sem jamais comer carne.

De fato, seus donos, Georges e Margaret Westbean, preocupados com publicações de cunho científico advertindo que os animais carnívoros não poderiam viver sem comer carne, tentaram de todos os modos induzir o seu incomum animal de estimação (ao qual deram o nome de "Little Tyke") a desenvolver o apetite pela carne. Chegaram até a anunciar uma recompensa em dinheiro para quem conseguisse elaborar uma ração contendo carne, que a leoa aceitasse. O curador de um jardim zoológico de Nova York aconselhou que o casal Westbean pusesse algumas gotas de sangue na mamadeira de Little Tyke para ajudá-la a se acostumar, mas a leôa, ainda pequena, recusou sequer tocá-la, mesmo quando somente uma única gota de sangue tivesse sido introduzida. Os mais famosos especialistas em animais, dentre os numerosos visitantes da fazenda Hidden Valley, de 40 hectares, dos Westbeans, também deram vários conselhos, mas nenhum deles funcionou. Nesse meio-tempo, Little Tyke continuava a passar extremamente bem, com sua dieta de cereais em grão, cozidos, ovos e leite. Aos quatro anos de idade, a leôa, já adulta, pesava 160 quilos.

Com essa dieta, a leoa não só sobreviveu, mas manteve-se em excelente estado. Um dos mais capazes curadores de jardins zoológicos dos Estados Unidos teria dito que ela era o melhor espécime de sua espécie, que jamais houvera visto.

Além de Little Tyke, os Westbans criavam também outras espécies de animais em sua fazenda. Um grande número de visitantes em Hidden Valley foi motivado pela perspectiva de ver o leão vivendo com o cordeiro, em situação semelhante à da profecia de Isaías 11:6. Ver a leoa vivendo placidamente em companhia de ovelhas, vacas e aves domésticas, causava profunda impressão em muitos visitantes. Filmes na televisão e fotografias de Little Tyke na imprensa também impressionaram muitas pessoas, como uma que escreveu: 'Nada me fez mais contente do que a sua fotografia do leão e do cordeiro. Ela me ajudou a crer na Bíblia'.

ADAPTABILIDADE AO REGIME CARNÍVORO
Seguem alguns trechos sobre o assunto, escolhidos do livro "Estudos sobre o Criacionismo", de autoria de Frank Lewis Marsh, publicado há cerca de cinqüenta anos pela Casa Publicadora Brasileira.

O Reinado dos Dentes e das Garras (pp. 281-284)
Não podemos por um momento entreter a idéia de que o uso ou desuso tenha resultado em mudanças fundamentais no equipamento dietético. A lei natural na esfera da Biologia não opera desse modo. Nosso conhecimento do que atualmente ocorre na natureza mostra-nos que as mutações nunca são tão grandes que mudem o tipo fundamental da dentição. Resta, pois, como única possibilidade dessa mudança, um milagre. Satanás não pode executar tal milagre. A única conclusão lógica é a exposta no começo do parágrafo anterior; isto é, os animais que constituíram o novo grupo que designamos como carnívoros, são indivíduos que estavam na posse de dentes e garras para apanhar carne, e tratos digestivos que pudessem usá-la.

Processos de Manutenção (pp. 263-270)
Teria ocorrido a morte e a decomposição dos materiais vivos no estado edênico? Eram os resíduos eliminados dos corpos dos animais?

Estas são perguntas de considerável importância para os biólogos que procuram deslindar a história dos seres vivos. O fato de que as plantas foram designadas para o alimento dos animais torna muito evidente que a morte ocorria no jardim do Éden - a morte das plantas. Cada grão e cada noz que eram comidos significavam morte para todo o organismo no seu estado embrionário. Cada raiz suculenta de vegetais consumida para alimento significava a vida de uma planta adulta. Ali havia morte sem a "sombra da morte". A morte, como se conheceu antes da queda do homem, simplesmente significava que o protoplasma vivo das frutas, nozes, cereais, vegetais e ervas era assimilado por algum animal para lhe servir de delicioso alimento. A substância viva da planta morreu, foi transformada em substâncias mais simples, isto é, foi decomposta, e depois usada na síntese dos tecidos animais, na regulamentação dos processos do corpo ou como fonte de energia.

Evidentemente não houve morte de animais naquele estado original.

O estudante dos seres vivos acha hoje três ciclos vitais de substâncias químicas intimamente associadas com a vida das plantas e dos animais. Estes são o ciclo do oxigênio, o ciclo do carbono e do nitrogênio. Estas agências, produzindo estas séries curvas de compostos, permitem que matérias empregadas sejam postas em condições de serem usadas outra vez.

À luz destes fatos parece razoável supor que o ciclo do nitrogênio foi instituído pelo Criador no princípio. Se tal não fosse o caso, teria sido necessário o Criador recorrer constantemente a uma fonte de nitrato e, por um processo sobrenatural, reabastecer o suprimento de nitrato - um tipo de ação sustentadora que o Criador não manifesta em Sua conduta em relação aos processos de vida nesta terra. Em um mundo designado a durar para sempre, a instituição do ciclo de nitrogênio seria ainda mais importante.


A simplicidade da vida diária de Adão e Eva e o seu apego à terra e seus produtos são difíceis de compreender nos nossos dias de grande complexidade e artificialidade. Encontramos freqüentemente indivíduos que pensam que os redimidos passarão a eternidade sentados em uma nuvem tocando harpa. Ao contrário, sabemos que os santos edificarão e habitarão, semearão e colherão, trabalharão na horta e comerão os frutos do trabalho de suas próprias mãos. De igual modo, alguns são inclinados a supor que o estado original foi alguma existência etérea, muito afastada das realidades da vida. Ainda, sabemos que os nossos primeiros pais eram construtores, usando como materiais árvores vivas e cipós. O seu trabalho era o de jardinagem; eles mantinham em ordem e guardavam o jardim. Comiam os frutos do jardim e dormiam no seio da "mãe terra", debaixo de suas boas árvores - e sem dúvida se sujavam com a terra fértil, e achavam necessário tomar banho. Era a sua existência extremamente real e muito apegada à natureza. E suas vidas eram vividas na mesma terra sobre a qual nós andamos, terra cujos processos eram, se julgados à luz da condição presente, totalmente guiados por leis naturais, os instrumentos de Deus. Parece muito razoável, e de fato, totalmente necessário, supor que o mantenedor poder do Criador foi manifesto então nos mesmos ciclos vitais que em nossos dias ainda mantêm as substâncias químicas essenciais, sempre renovadas para que a vida possa continuar.

terça-feira, 23 de junho de 2015

Livro: "Evolução - Uma Teoria em Crise" de Michael Denton

Resenha do livro por John W. Oller, Jr., Ph.D.

Tradução do inglês: Santiago Escuain

Tradução ao português: Emerson H. de Oliveira

O livro de 1986 de Michael Denton, Evolution: A Theory in Crisis (Evolução: Uma teoria em crise), é uma crítica secular do darwinismo ortodoxo. É reflexiva, lógica, empírica e bem escrita. Denton é respeitoso e equilibrado, mostrando um raro conhecimento de e simpatia a Charles Darwin. Distingue entre microevolução e macroevolução. O primeiro tem lugar dentro dos genótipos. Os tentilhões dos Galápagos estudados por Darwin ilustram a microevolução, o mesmo que o suplantamento circunpolar entre espécies de gaviotas, e as muitas variedades de moscas da fruta nas ilhas Havaí. No entanto, a criação seletiva das galinhas, pavões, gado, cavalos, cães, gatos e muitos outros animais domésticos dão resultados similares em menos tempo.

A macroevolução, o segundo conceito, é o que deveria ter ocorrido se a evolução tivesse chegado a primeira célula, ou saltasse através dos genótipos, digamos, que de um réptil a uma ave. Enquanto e microevolução é evidente na distribuição geográfica de muitas espécies vivas (2) e na criação seletiva, ele sustenta só a teoria especial de Darwin, a da variação dentro dos genótipos. Mas a teoria geral, a mudança através dos tipos (ou macroevolução) exige a mudança a outro em vez de um movimento lateral.

Para a macroevolução, o problema é como puderam surgir formas de vida viáveis totalmente desenvolvidas por acaso. Denton cita a Monod, que disse: "O puro acaso está na origem de cada inovação, de toda criação na biosfera. O puro acaso, absolutamente livre, mas cego" (3). Supõe-se que o acaso deu origem ao primeiro organismo - talvez uma bactéria, uma alga ou protozoário. Posteriormente, segundo propõe a teoria, a mudança se desenvolveu em complexos invertebrados e plantas, seguidos pelos peixes, anfíbios, répteis, aves e, por último, os mamíferos.

Segundo Denton, a prova de uma sequência assim exige ao menos um dos dois tipos de evidência: ou uma cadeia ininterrupta de fósseis de transição, de intermediários sobreviventes ou reconstruções plausíveis de tais séries juntos com seus respectivos nichos ecológicos. A dificuldade está em mostrar como cada elo da cadeia poderia ser viável no tempo suficiente para que pudesse estabelecer a segunda. Só através do estabelecimento de séries completas de transição pode tornar plausível a hipotetizada continuidade da hierarquia - desde já, a prova empírica é uma exigência muito mais difícil de suprir. Aqui, o que se trata é de mera plausibilidade. Se estas transições jamais ocorreram, deveria existir formas intermediárias nos fósseis e nos organismos vivos. Os limites claramente marcados deveriam ser mais exceção do que a regra.

Ainda que Darwin esperasse que chegariam a aparecer transições fósseis, não foi assim. Só apareciam casos triviais de microevolução, dificilmente rivalizando com a criação seletiva. E não foi possível nenhuma medição precisa da distância entre as classes existentes mesmo já passados mais de cem anos.

Vejamos o Celacanto. Na base da evidência fóssil, os evolucionistas criam que se tratava de um intermediário entre os peixes e os anfíbios. As reconstruções mostravam o Celacanto com características anfíbias e ictíneas. Posteriormente se descobriram Celacantos vivos no Oceano Índico perto da cidade do Cabo, África do Sul. Eram peixes. As reconstruções haviam sido erradas. O que demonstra que os fósseis constituem uma pobre base para inferências detalhadas sobre os elos propostos entre as classes.

No entanto, Denton observa que os avanços na microbiologia possibilitam chegar a um novo tipo de evidência. Agora é possível comparar diretamente os blocos básicos de construção - as proteínas - dos seres vivos. Denton observa que as proteínas determinam "toda a biologia de um organismo, todas suas características anatômicas, suas funções fisiológicas e metabólicas...." (4) É difícil crer que a estrutura proteínica e a evolução puderam carecer de relação. Denton escreve:

A sequência aminoácida de uma proteína de dois organismos diferentes pode ser facilmente comparada alinhando as duas sequências e contando a quantidade de posições em que diferem as cadeias. (5)

E estas diferenças podem ser quantificadas de uma maneira exata e provem um enfoque inteiramente novo para a medição das diferenças entre espécies. ...

Ao prosseguir o trabalho neste campo, se tornou claro que cada proteína particular tinha uma sequência ligeiramente diferente nas espécies diferentes e que espécies estreitamente relacionadas tinham sequências estreitamente relacionadas. Quando se comparam as sequências de hemoglobina de mamíferos diferentes, como o homem e o cão, a divergência sequencial era ao redor de vinte por cento, enquanto que ao comparar-se a hemoglobina de dois espécies dissimilares como o homem e a carpa, se encontrou que a divergência sequencial era ao redor de cinquenta por cento. (6)

Estas comparações possibilitam a comprovação de hipóteses sugeridas pela ortodoxia neodarwinista. Por exemplo, suponhamos que as bactérias tenham estado presentes por muito mais tempo que as espécies multicelulares, p.e., os mamíferos. Suponhamos que as bactérias estejam mais estreitamente relacionadas com as plantas que com os peixes, anfíbios e mamíferos, nesta ordem. Se é assim, deveríamos ver evidência destes fatos nas sequências de aminoácidos das proteínas comuns. Por exemplo, todos os grupos mencionados empregam citocromo C, uma proteína empregada na produção de energia. As diferenças nesta proteína deveriam concordar com uma sequência evolutiva. No entanto, a comparação do citocromo C bacteriano as proteínas correspondentes no cavalo, atum, bicho da seda, trigo e levedura mostram que estas últimas são todas equidistantes do da bactéria. A diferença entre a bactéria e a levedura não é menor que entre a bactéria e o mamífero, ou entre quaisquer das outras classes.

Tampouco muda a coisa se escolhemos outras classes ou proteínas diferentes. As classes tradicionais de organismos são identificáveis através da hierarquia tipológica e as distâncias relativas entre as mesmas resultam similares, com independência das hipotéticas sequências evolutivas. Por exemplo, Denton observa que os anfíbios não se encontram entre os peixes e os vertebrados terrestres. Ao contrário da teoria ortodoxa, os anfíbios estão a mesma distância dos peixes que os répteis e os mamíferos. (7)

Em todas as comparações, as hipóteses do evolucionismo geral resultam falsas. Escreve Denton:
A descoberta realmente significativa que vem à luz ao comparar as sequências aminoácidas das proteínas é que é impossível dispô-las em nenhuma classe de série evolutiva. (8)

O resultado disto é que todo o conceito de evolução se derruba (9) [devido a que] a pauta de diversidade ao nível molecular se conforma a um sistema hierárquico sumamente ordenado. Cada classe é, ao nível molecular, singular, isolada e carente de relação mediante intermediários. (10)

Além disso, os ajustes acidentais do desenho que exige o evolucionismo geral são desastres lógicos. As mutações aleatórias devidas a radiação, a erros de cópia ou outras fontes propostas, raramente resultam em ajustes viáveis de design e nunca em designs perfeitos mais avançados.
A evidência a favor de uma evolução geral está totalmente ausente e as predições em base da teoria resultam falsas. Darwin confessou que O sinal das formas específicas e o fato de que não estejam amalgamadas entre si mediante inumeráveis formas de transição é uma dificuldade muito evidente. (11)

Contudo, ele insiste em uma mudança gradual devido a seleção natural que, ao seu entender, não pode produzir modificações grandes ou repentinas; só pode atuar mediante passos curtos e lentos. (12)

Mais de um século depois, o registro fóssil segue sem ajustar-se à ortodoxia darwinista. Ironicamente, foi ao admitir este "segredo profissional da paleontologia" (13) que o professor Stephen Jay Gould, de Harvard, adquiriu fama e glória. A partir de Darwin, os investigadores chegavam a abismos intransponíveis por todas partes da hierarquia biológica. No entanto, pretendiam que estes abismos não existiam. Isto preparou a cena para a teoria dos saltos de Gould - ideia esta que Darwin havia negado de modo expresso.

A ideia de Gould é semelhante às fantasias de Fred Hoyle (14) e de Francis Crick (15) sobre as civilizações extraterrestres. Enquanto Gould, junto com seu colega Niles Eldredge, propõe milagrosos saltos repentinos no progresso evolutivo,(16) Hoyle e Crick propõe a panspermia - sementes de vida procedentes de alguma civilização extraterrestre. Todas estas teorias servem só para se desviar do problema. Denton as nega, e conclui que um design perfeito implica uma suprema inteligência. Mas, ao contrário de Gould, Eldredge, Hoyle e Crick, não alcança sua própria proposta a partir de uma imaginação desbocada, mas por uma implacável aplicação da lógica.

Ele observa que o problema do desígnio e sua solução encontram uma analogia quase perfeita na dificuldade de gerar textos em um idioma determinado. Enquanto que a quantidade de textos possíveis é grande, a quantidade de cadeias de letras carentes de sentido e muito maior nas ordens de infinitude. É tirar muito por baixo dizer que a probabilidade de gerar por acaso inclui um texto gramatical de só uns poucos centos de palavras é desprezivelmente pequena. Qualquer cadeia de linguagem com sentido implica inteligência.

Da mesma maneira, as sequências viáveis do material da vida estão em uma proporção infinitesimal frente a todas as possíveis sequências. A questão é como poderia surgir por acidente uma sequência viável. Denton considera as probabilidades. Cita a Hoyle e Wickramasinghe, que estimam que a probabilidade de que uma só célula vivente surgisse espontaneamente a existência em 1 entre 1040.000 chances - "uma probabilidade impossivelmente pequena...mesmo se todo o Universo consistisse de sopa orgânica".(17) Referindo-se logo a "elegância e gênio de uma qualidade absolutamente transcendente, que de tal maneira milita contra a ideia do acaso..." ele pregunta:

"É verdadeiramente crível que uns processos do acaso tenham podido construir uma realidade, cujo mais mínimo elemento da mesma - uma proteína ou gene funcional - é complexa até mais além...de qualquer coisa produzida pela inteligência do homem?"(18)

Ao final, sugere Denton, os defensores da ortodoxia evolucionista são como a rainha Vermelha de Alice no País das Maravilhas. Quando Alice protestou que de nada servia crer en coisas impossíveis, a rainha lhe disse:

"Vejo que não tens muita prática...quando eu tinha sua idade, o fazia meia hora por dia. Vá! Às vezes eu acreditava em até seis coisas impossíveis antes do café da manhã!" (19)

REFERENCIAS
1. Este artigo é uma resenha do livro de Michael Denton, Evolution: A Theory in Crisis, Bethesda, Maryland: Adler and Adler, 1986, 368 págs. Existe en francês: Evolution: Une Theorie en Crise, 1988, Londreys - 31, Rue de Bièvre, 75005 París, Francia, 384 págs. O doutor Denton é biólogo molecular e doutor em medicina. Não é criacionista, e nenhum de seus argumentos nem evidências se relaciona com considerações religiosas.
2. La distribución geográfica de los organismos fue, dice Denton, la principal inspiración de Darwin: <>. Véase Charles Darwin, The Origin of Species, 6(a) edición, 1872, reeditada en New York: Collier, 1962, pág. 25 (citado por Denton, op. cit., pág. 45).
3. Jacques Monod, Chance and Necessity (Azar y Necesidad), Londres: Collins, 1972, pág. 110 (citado por Denton, op. cit., pág. 43).
4. Denton, op. cit., pág. 303.
5. Ibid., pág. 275.
6. Ibid., pág. 276.
7. Ibid., pág. 285.
8. Ibid., pág. 289.
9. Ibid., pág. 291.
10. Ibid., pág. 290.
11. Veja Charles Darwin, op. cit., pág. 307 (citado por Denton, op. cit., pág. 56).
12. Veja Charles Darwin, op. cit., pág. 468 (citado por Denton, op. cit., pág. 57).
13. Stephen Jay Gould, The Panda's Thumb, New York: Norton, 1980, pág. 181 (citado por Denton, op. cit., pág. 194).
14. Fred Hoyle, The Intelligent Universe, Londres: Michael Joseph, 1983. Veja também Fred Hoyle y Chandra Wickramasinghe, Evolution from Space, Londres, Dent, 1981.
15. Francis Crick y L. E. Orgel, <>, Icarus 19, 341-346; Veja também Francis Crick, Life Itself, New York: Simon and Schuster, 1981.
16. Niles Eldredge y Stephen Jay Gould, <>, in T.J.M. Schopf, ed., Models in Palaeobiology, San Francisco: Freeman, 1973, págs. 82-115.
17. Hoyle, F. y Wickramasinghe, C. 1981. Evolution from Space. Londres: Dent and Sons, pág. 24 (citado por Denton, op. cit., pág. 323).
18. Denton, op. cit., pág. 342.

19. Lewis Carroll, Alice Through the Looking Glass, Londres: Macmillan, 1880, pág. 100 (citado por Denton, op. cit., pág. 342).

segunda-feira, 22 de junho de 2015

O Archaeopteryx e a Origem das Penas e do Vôo




Os paleontólogos não somente debatem sobre o Archaeopteryx ser ave ou dinossauro, mas também se era capaz de voar, e se era terrestre ou arbóreo.

Alguns têm proposto que ele era uma espécie estritamente terrestre que absolutamente não podia voar, e que suas asas teriam sido utilizadas para apanhar insetos (Ostrom, 1976).

Entre os argumentos utilizados inclui-se a ausência de ossos peitorais em que pudessem se fixar os fortes músculos necessários para o vôo.

No entanto, a maioria dos cientistas sustenta que possuir asas é um argumento convincente que aponta para a capacidade de voar.

O estudo da simetria das penas em aves modernas tem lançado luz nesse sentido. As aves voadoras possuem penas assimétricas cuja haste está deslocada para um dos lados da pena, ao contrário das aves não voadoras, que possuem penas simétricas, cuja haste está justamente no meio das duas seções de barbas da pena. A assimetria é tanto mais pronunciada quanto mais poderoso é o vôo da ave, como é o caso dos falcões, águias, gaivotas e colibrís, enquanto é menos pronunciada ou nula nas aves galiformes, cuja capacidade voadora é reduzida ou nula. Segundo Feduccia e Tordoff (1979), as penas do espécime de Archaeopteryx de Berlim (somente três espécimes têm penas suficientemente conservadas para se medir a assimetria) são claramente assimétricas, isto é, o Archaeopteryx estava plenamente capacitado, no que se refere a penas, para desenvolver um vôo ativo e forte.

Esses autores indicam que:
O fato de que o padrão básico e as proporções das asas das aves modernas estavam presentes no Archaeopteryx e não tenham mudado essencialmente durante aproximadamente 150 milhões de anos (desde o Jurássico), e que as penas individuais do vôo mostraram a assimetria característica de um projeto aerodinâmico, parece indicar que o Archaeopteryx tinha uma asa projetada aerodinamicamente e que, ao menos, era capaz de planar (Feduccia & Tordoff, 1979).
Entretanto, Speakman e Thomson (1994), utilizando um método ligeiramente diferente para medir a simetria das penas, chegaram à conclusão de que as penas do Archaeopteryx eram mais semelhantes às de uma ave planadora, ou não voadora, do que as de uma ave com vôo potente.
Então, era o Archaeopteryx uma ave capaz de vôo ativo, ou somente era capaz de planar nas alturas, ou ainda carecia de qualquer capacidade de voar?

Até o momento, não parece que o estudo das penas do Archaeopteryx tenha oferecido uma evidência definitiva.

Era de se esperar que a anatomia da asa nos permitisse elucidar esse problema. Os estudos acerca da osteologia da articulação da asa do Archaeopteryx indicam que esse animal não podia manter o bater de asas ativo (Speakman e Thomson, 1993). Parece que a articulação da asa do Archaeopteryx não tinha a flexibilidade requerida para os complexos e variados movimentos do vôo potente. O mesmo se pode dizer da articulação do ombro, a qual não tem a configuração necessária para permitir uma grande gama de movimentos (Nedin, 1999).

As avaliações da força muscular peitoral são, por sua vez, contraditórias entre diversos autores. Ruben (1991) calculou que o Archaeopteryx deve ter tido uma massa muscular peitoral correspondente a 9% de seu peso corporal, muito abaixo dos 30% das aves voadoras modernas.
Além disso, nenhum exemplar de Archaeopteryx achado até agora apresenta esterno nem quilha, ambos imprescindíveis para a inserção dos poderosos músculos do vôo.

No entanto, outros fósseis semelhantes ao Archaeopteryx achados na China sugerem que essa espécie pode ter possuído esterno, mesmo que por alguma razão ele não tenha sido fossilizado.
A recente descoberta de pneumatização nos ossos ocos do Archaeopteryx (Britt, 1998) não resolve o debate a favor do vôo ativo, pois algumas aves da família Bucerotidae têm os maiores espaços ocos, dentre todas as aves e, no entanto, são voadoras limitadas (Brown, 1987).

Mais um detalhe para complicar o debate acerca da capacidade de vôo do Archaeopteryx é que a tal espécie não parece ter tido o músculo supracoracoide, que é o que se encarrega da abdução (movimento de elevação) da asa nas aves modernas (Ostrom, 1974).

Do Solo para as Árvores ou das Árvores para o Solo?
A segunda questão é se o Archaeopteryx era capaz de voar planando da copas das árvores até o solo (hipótese arbórea), ou o fazia agitando suas asas até levantar vôo do solo (hipótese cursorial).

Os especialistas estão muito divididos a esse respeito e diversos conjuntos de evidências são utilizados para apoiar uma ou outra hipótese.

Por exemplo, de acordo com Alan Feduccia (1993) a geometria das garras dos pés e das mãos (asas) indica que o Archaeopteryx tinha hábitos arbóreos, que era capaz de escalar os troncos das árvores, e que se agarrava fortemente aos ramos. E não só isso, o mesmo autor sustenta que as garras das patas do Archaeopteryx teriam sido um enorme obstáculo para ele caminhar ou correr sobre o solo. Yalden (1985) também está a favor da hipótese arbórea, baseando-se em um estudo comparativo das garras do Archaeopteryx com as das aves e mamíferos modernos. Segundo esse autor, as garras da ave fóssil se parecem muito com as dos pica-paus (Dendrocopus) e as de certos morcegos (Hipposideros), que são animais que vivem sobre as árvores e não sobre o solo.

Ao contrário do que Feduccia e Yalden concluem, Pat Shipman (1998) e Paul Sereno (citado em Morell, 1993) consideram que os ossos e a estrutura da articulação das asas do Archaeopteryx indicam que não eram adequados para escalar árvores. Ostrom indica que o tubérculo flexor (uma pequena depressão no osso da falange do pé, onde se inserem os músculos que movem as garras) é pequeno, o que indica que só músculos fracos poderiam aderir a ele, e como conseqüência, o Archaeopteryx não pode ter sido uma ave arbórea.

Vemos aqui como o mesmo conjunto de caracteres pode ser interpretado de duas maneiras opostas, resultando em modelos muito diferentes para o que deveria ter sido o Archaeopteryx e para a suposta evolução do vôo das aves. A hipótese arbórea enfrenta outros problemas de grande importância que não foram resolvidos.

Em primeiro lugar, temos de apontar para o fato de que, mesmo que tenham sido encontrados fósseis de plantas arborescentes nas rochas sedimentares de Solnhofen (inúmeras samambaias ou pteridospermas, coníferas, cicadáceas e gingkos, plantas cuja altura não ultrapassava três metros), não foram achados fósseis de árvores de grande porte nas rochas em que foram encontrados os fósseis de exemplares do Archaeopteryx (Barthel et al., 1990; Frickhinger, 1994,1999). Com muita probabilidade, essa ave teria vivido num ambiente pouco favorável para a aprendizagem do vôo utilizando a técnica de decolagem das árvores. Esses e outros argumentos são utilizados pelos opositores à hipótese arbórea para propor que as aves desenvolveram a capacidade de voar partindo do solo (hipótese cursorial) (Brooks, 1993; Qiang et al., 1998; Unwin, 1998).

Qualquer das duas hipóteses apresenta grandes problemas de interpretação devido à natureza dos próprios restos fósseis e à ausência de exemplares com caracteres intermediários entre voadores e não voadores.

Há que se reconhecer que, mesmo que o Archaeopteryx possua um mosaico de características de répteis e aves, suas asas bem desenvolvidas e suas penas de aparência moderna pressupõem um enorme salto evolutivo que não tem, ainda, explicação, apesar de diversas conjecturas não demonstráveis.

O que houve entre o Archaeopteryx e seus predecessores sem asas nem penas?
Não existem, em absoluto, exemplares que ilustrem tal salto evolutivo.

Não devemos esquecer que não é simplesmente a evolução das penas, mas também das estruturas, órgãos e fisiologia que possibilitariam seu uso efetivo e real.

As penas teriam de ter evoluído coordenadamente com as estruturas que as controlam e fazem funcionar, com a endotermia e as enormes mudanças bioquímicas e fisiológicas que isso implica. Não é somente o aparecimento de uma cobertura de plumagem no exterior, mas todo um conjunto de características que contribui para o funcionamento de um complicadíssimo órgão de movimento.

Alguém pode se perguntar para que o Archaeopteryx (ou qualquer outro suposto ancestral das aves) teria que ter asas, ou precursores de asas, durante milhões de anos se não eram cem por cento funcionais.

Seguindo o raciocínio darwinista de que somente os mais bem adaptados sobrevivem, e de que as estruturas que não levam alguma vantagem para a espécie desaparecem, então por que a evolução haveria de manter uma estrutura anatômica que não era operacional, durante milhões de anos, à espera de que eventualmente o fosse no futuro? Se isso assim ocorreu poderíamos pensar que a evolução tem capacidades preditivas que bem poderiam ser catalogadas dentro do reino profético-religioso.

Segundo Michael Benton (1993), “A origem das penas constitui um mistério que o Archaeopteryx não ajuda a resolver, pois as suas são completamente modernas”.

A evolução do vôo é algo tão misterioso do ponto de vista darwinista que, até agora, os paleontólogos evolucionistas não encontraram respostas válidas às numerosas incógnitas que se apresentam.

O desenvolvimento da capacidade de vôo por parte dos supostos répteis primitivos requereria a aquisição de uma série de adaptações muito complexas e avançadas do ponto de vista fisiológico e anatômico, como por exemplo:

1. A endotermia (os répteis são ectotérmicos);
2. Uma alta taxa de metabolismo (os répteis têm uma baixa taxa metabólica);
3. E a perda de adaptações e órgãos que teriam sido totalmente úteis e “aceitos” pela seleção natural nos predecessores.

Chegamos aqui a um aspecto que questiona a validade da seleção natural como motor da evolução:

Por que a evolução haveria de “melhorar” ou mudar estruturas que já se demonstrou que funcionam adequadamente?

Nesse caso, o Archaeopteryx não ajuda a resolver o mistério do surgimento do vôo em termos evolutivos, de quem foram seus precursores, se é que existiram, nem de quando deve ter ocorrido tal salto evolutivo, se é que ocorreu.

Conclusão:
O Archaeopteryx tem sido um enigma desde que foi descoberto, devido à combinação de características que possui, muitas das quais típicas de dinossauros terópodes, com outras próprias de alguns répteis, e com algumas outras que são exclusivas das aves.

Sem dúvida, o que mais chama a atenção é a presença de penas no que, segundo a maior parte dos autores reconhece, é um esqueleto preponderantemente terópode.

Não é sem razão que ornitólogos e paleontólogos não entram em acordo quanto à natureza desse animal.

Alguns, como Gauthier (1989) simplesmente classificam o Archaeopteryx e todas as aves modernas e fósseis como répteis, indicando ainda sua preferência por uma linha evolutiva desde os terópodes.

A maioria dos autores criacionistas situam o Archaeopteryx entre as aves verdadeiras (Oard, 1993), mesmo que, provavelmente, nenhum deles tenha chegado a realizar um estudo detalhado das características específicas do Archaeopteryx, em comparação com as aves e com os dinossauros.

O autor do presente artigo sustenta que o Archaeopteryx foi uma criatura com características únicas que talvez não possa ser catalogada dentro de nenhuma categoria atual de seres vivos. Sua origem e sua natureza são obscuras, e é possível que tenha sido um exemplo a mais da enorme capacidade imaginativa do Criador.

Referências:
* Alonso P.D., Milner A.C., Ketcham R.A., Cookson M.J., Rowe T.B. 2004. The avian nature of the brain and inner ear of Archaeopteryx. Nature, 430:666-669
* Barthel K.W., Swinburne N.H.M., Morris S.C. 1990. Solnhofen. A study in Mesozoic palaeontology. Cambridge: Cambridge University Press. 235 p.
* Benton M.J. 1993. El verano de los dinosaurios. in: Gould S.J. ed. El libro de la vida. Barcelona, Crítica, p 126-167.
* Britt B.B. 1998. Postcranial pneumatization in Archaeopteryx. Nature, 395:374.
*Brooks B. 1993. Pneumatic postcranial bones in dinosaurs and other archosaurs. Tese de Doutoramento. Calgary, AB, Canada: University of Calgary.
* Brown C. 1987. Another look at Archaeopteryx. Creation Research Society Quarterly, 17:87,109.
* Charig A.J., Greenaway F., Milner A.C., Walker C.A., Whybrow P.J. 1986. Archaeopteryx is not a forgery. Science, 232:622-626.
* Chen P-j, Dong Z-m, Zhen S-n. 1998. An exceptionally well-preserved therapod dinosaur from de Yixian Formation of China. Nature, 391:147-152.
* Elzanowsky A., Wellnhofer P. 1996. Cranial morphology of Archaeopteryx: evidence from the seventh skeleton. Journal of Vertebrate paleontology,1116:81-94.
* Feduccia A. 1993. Evidence from claw geometry indicating arboreal habits of Archaeopteryx. Science, 259:790-793.
* Feduccia A., Tordoff H.B. 1979. Feathers of Archaeopteryx: asymmetric vanes indicate aerodynamic function. Science, 203:1021-1022.
* Frickhinger K.A. 1994. The fossils of Solnhofen. Goldschneck-Verlag. 333 p.
* Frickhinger K.A. 1999. The fossils of Solnhofen 2. Goldschneck-Verlag. 190 p.
* Gauthier J.A. 1989. The origin of birds and the evolution of flight. In: Padian K., ed. Short Courses in Paleontology, Vol. 2. United States. Knoxville, TN: The Paleontological Society, p. 121.
* Hoyle F., Wickramasinghe N.C., Watkins J. 1985. Archaeopteryx. Problems arise – and a motive. British Journal of Photography 132:693-695,703.
* Kennedy E. 2000. Solnhofen Limestone: home of Archaeopteryx. Geoscience Reports, 30:1-4.
* Morell V. 1993. “Archaeopteryx: early bird catches a can of worms”. Science, 259:764-765.
* Nedin C. 1999. All about Archaeopteryx. Vol.2004, The Talk. Origins Archive.
* Oard M.J. 1993. Archaeopteryx was a bird. Creation Research Society Quarterly, 30:16.
* Ostrom J.H. 1975. Archaeopteryx. Discovery, 11:15-23.
* Ostrom J.H. 1976. Archaeopteryx and the origin of birds. Biological Journal of the Linnean Society, 8:91-182.
* Qiang J., Currie P.J., Norell M.A., Shu-An J. 1998. Two feathered dinosaurs from northeastern China. Nature, 393:753-761.
* Ruben J. 1991. Reptilian physiology and the flight capacity of Archaeopteryx. Evolution, 45:1-17.
* Shipman P. 1998. Taking wing: Archaeopteryx and the evolution of bird flight. N.Y. Simon & Schuster. 336 p.
* Speakman J.R., Thomson S.C. 1993. Flight capabilities in Archaeopteryx. Evolution, 47:336-340.
* Speakman J.R., Thomson S.C. 1994. Flight capabilities of Archaeopteryx. Nature, 370:514.
* Unwin D.M. 1998. Feathers, filaments, and theropod dinosaurs. Nature, 391:119-120.
* Watkins R.S., Hoyle F., Wickramasinghe N.C., Watkins J., Rabilizirov R., Spetner L.M. 1985a. Archaeopteryx – a further comment. British Journal of Photography, 132:358-359,367.
* Watkins R.S., Hoyle F., Wickramasinghe N.C., Watkins J., Rabilizirov R., Spetner L.M. 1985b. Archaeopteryx – a photographic study. British Journal of Photography, 132:264-266.
* Watkins R.S., Hoyle F., Wickramasinghe N.C., Watkins J., Rabilizirov R., Spetner L.M. 1985c. Archaeopteryx – further evidence. British Journal of Photography, 132:468-470.
* Witmer L.M., Chatterjee S., Franzosa J., Rowe T. 2003. Neuroanatomy of flying reptiles and implications for flight, posture and behavior. Nature, 425:950-953.

* Yalden D. W. 1985. Forelimb function in Archaeopteryx. In: Hecht M.K., Ostrom J.H., Viohl G., Wellnhofer G., eds. The Beginning of Birds. Proceedings on the First International Conference on Archaeopteryx. Eichstatt, Alemanha, p. 91-97.

domingo, 21 de junho de 2015

Como Judas morreu?


 Ele se enforcou.
Mt 27:5 - E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.

Ele caiu e morreu.
At 1:18 - Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.

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Descontradizendo:
A Bíblia de Estudo NVI nos traz a seguinte possibilidade:
"Mt 27:5 relata que Judas se enforcou. Parece que, quando o corpo finalmente caiu, quer por causa da decomposição, quer porque alguém o derrubou, cortando a corda, estava tão decomposto, que se partiu ao meio".

A segunda possibilidade:
A Bíblia de Estudo NVI nos traz também outra possibilidade.
"Outra possibilidade é que "enforcou" em Mt 27:5 signifique "empalou" e aqui se faça referência aos resultados horripilantes do suicídio de Judas"

E continua...
"Na prática israelita e cananéia, o enforcamento era uma exibição dos cadáveres, e não o modo de execução propriamente dita".

A terceira possibilidade:
"Um reconstrução possível seria esta: Judas enforcou-se numa árvore à beira de um precipício no vale de Himom. Após estar ali pendurado por algum tempo, o galho da árvore quebrou-se ou a corda cedeu e Judas caiu pela beira do precipício, dilacerando o seu corpo. A queda poderia ter sido antes ou depois da morte como provariam ambas as explicações. Essa possibilidade é perfeitamente natural quando examinamos o terreno do vale de Himom. Do alto do vale podemos ver terraços rochosos de 10 a 15 metros de altura e quase perpendiculares. Há também árvores que crescem em volta do precipício e um piso rochoso no alto. Portanto é fácil concluir que judas colidiu com as rochas salientes em sua queda, rasgando seu corpo. è importante lembrar que nós não temos informações sobre o tempo que Judas permaneceu pendurado na árvore ou qual o grau de decomposição de seu corpo antes da queda".
Fonte: Josh McDowell e Don Stewart; "Resposta àquelas perguntas"; editora Candeia; pg.104-105.

Outra fonte:
Outro que concorda com Josh McDowell e Don Stewart é Gleason Archer em seu livro: "Enciclopédia de Temas Bíblicos" pela editora Vida, pg.291-292.

Conclusão:

A questão é que não temos do mesmo modo como provar que ele não se enforcou. A priori, parto do princípio que ele foi. Se ele não se enforcou, a contradição de fato não existe e não temos uma contradição. Porém, se ele foi e se enforcou, temos que refutar a aparente contradição. E o que argumentei é que mesmo que ele tenha se enforcado, não há uma contradição!

Pipe

sábado, 20 de junho de 2015

Quem comprou o campo do oleiro?


 Os príncipes dos sacerdotes compraram o campo do oleiro.
Mt 27:6-7 - E os príncipes dos sacerdotes, tomando as moedas de prata, disseram: Não é lícito metê-las no cofre das ofertas, porque são preço de sangue. E, tendo deliberado em conselho, compraram com elas o campo de um oleiro, para sepultura dos estrangeiros.

Judas comprou o campo do oleiro.
At 1:18 - Ora, este adquiriu um campo com o galardão da iniqüidade e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e todas as suas entranhas se derramaram.

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Descontradizendo:
É óbvio que Pedro está dizendo que Judas "comprou" o campo de modo indireto e não literalmente. Pois, o dinheiro que foi comprado era de Judas. E, por mais que ele tenha devolvido o dinheiro aos sacerdotes, eles consideraram o dinheiro impuro e o usaram na compra de um terreno voltado para sepultar gentios.

Outra questão, é que o próprio Judas foi e se enforcou justamente neste terreno. Ou seja, porque ele não se enforcou em outro lugar? Por que ele se enforcou justamente no terreno comprado com o dinheiro devolvido? É com isto em mente que Pedro diz que o campo foi adquirido com o dinheiro de Judas. E de fato, o dinheiro era de Judas, porém o texto diz que Judas devolveu o dinheiro. Logo, com que dinheiro ele teria comprado o campo se ele devolveu o dinheiro aos sacerdotes?

Conclusão:
Não há nenhuma contradição!


Pipe

sexta-feira, 19 de junho de 2015

É correto gritar em praças e em locais públicos?


Pergunta de um anônimo:
Na Bíblia fala que não, mas em qual parte está isso?

Respondendo:
O texto que você procura está em Mateus 6:5-6:
"E quando vocês orarem, não sejam como os hipócritas. Eles gostam de ficar orando em pé nas sinagogas e nas esquinas, a fim de serem vistos pelos outros. Eu lhe asseguro que eles já receberam sua plena recompensa. Mas quando você orar, vá para seu quarto, feche a porta e ore a seu Pai, que está em secreto. Então seu Pai, que vê em secreto, o recompensará".

O que o texto proíbe claramente neste caso é a atitude de se orar em público para se aparecer. Se houver uma oração sincera em uma situação que necessite de fato que se ore em público, não há um problema nisso.

Quanto a gritar, nós não podemos nos esquecer que nos tempos bíblicos não haviam microfones e equipamentos de som que dessem a eles a comodidade de não ter de falar alto para serem ouvidos. Tanto os profetas, quantos os apóstolos e o próprio Senhor Jesus Cristo tiveram que falar alto em público para serem ouvidos pelas multidões.


Pipe

quarta-feira, 17 de junho de 2015

Fórmula de uma "contradição"!


Por Arnaldo

Como criar uma "contradição"?

É simples, qualquer pessoa pode fazê-lo:

1°Passo: pegue a Bíblia

2°Passo: ache dois versículos, ou passagens de sua escolha. Exemplo:

-"Faze chegar a tribo de levi, e põe-nos diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam" (Números)

-"Por esse tempo o Senhor separou a tribo de levi, para levar a arca do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor, servindo-o, e para abençoar em seu nome até o dia de hoje." (Deuteronômio)

3°Passo: especifique o tempo das duas passagens:

-Em números, o tempo da passagem foi 2 anos após a saída do Egito.

-Em deuteronômio, o tempo da passagem foi 40 anos depois da saída.
Até aí não temos contradição, agora que vem a mágica!

4°Passo: pegue as passagens que você escolheu e sublinhe o que você não quer:

-"Faze chegar a tribo de levi, e põe-nos diante de Arão, o sacerdote, para que o sirvam"
-"Por esse tempo o Senhor separou a tribo de levi, para levar a arca do pacto do Senhor, para estar diante do Senhor, servindo-o, e para abençoar em seu nome até o dia de hoje."

Ficando assim:
-Faze chegar a tribo de levi
-Por esse tempo o Senhor separou a tribo de levi

Temos nossa "contradição"!!
Faze chegar a tribo de levi - 2 anos após a saída do Egito
Por esse tempo o Senhor separou a tribo de levi - 40 anos após a saída do Egito.


Passo final: crie um tópico, e faça com que as pessoas sejam induzidas ao erro.

terça-feira, 16 de junho de 2015

Jesus ficou calado durante o julgamento diante de Pilatos?


 Ele ficou calado.
Mt 27:12-14 - E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado.

Ele respondeu todas perguntas.
Jo 18:33-38 - Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isso, voltou até os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum.

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Descontradizendo:
Mt 27:12-14”E, sendo acusado pelos príncipes dos sacerdotes e pelos anciãos, nada respondeu. Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti? E nem uma palavra lhe respondeu, de sorte que o governador estava muito maravilhado”.

Vamos ler também o vs.11 – E foi Jesus apresentado ao governador, e o governador o interrogou, dizendo: És tu o Rei dos judeus? E disse-lhe Jesus: Tu o dizes”.

Obs: O texto está dizendo que Jesus respondeu a primeira pergunta de Pilatos e se calou na segunda.

Qual foi a pergunta que Jesus respondeu?
R: ”És tu o Rei dos judeus?”

Qual foi a pergunta que Jesus não respondeu?
R: ”Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti?

É diante desta pergunta que Jesus se silencia.


Jo 18:33-38”Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus? Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste? Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui. Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isso, voltou até os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum”.

Vamos esmiuçar o texto:
”Tornou, pois, a entrar Pilatos na audiência, e chamou a Jesus, e disse-lhe: Tu és o rei dos judeus?"

Qual foi a pergunta que Jesus respondeu?
”Tu és o rei dos judeus?”

Jesus então inicia sua resposta:
”Respondeu-lhe Jesus: Tu dizes isso de ti mesmo ou disseram-to outros de mim? Pilatos respondeu: Porventura, sou eu judeu? A tua nação e os principais dos sacerdotes entregaram-te a mim. Que fizeste?"

Note que a pergunta não é a mesma abordada por Mateus quando Jesus se silencia. Jesus responde a esta pergunta:
"Respondeu Jesus: O meu Reino não é deste mundo; se o meu Reino fosse deste mundo, lutariam os meus servos, para que eu não fosse entregue aos judeus; mas, agora, o meu Reino não é daqui”.

Pilatos então lança outra pergunta:
”Disse-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei?'

Note que a pergunta não é a mesma de Mateus quando Jesus se silencia.
”Jesus respondeu: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz”.

Então Pilatos termina com a conversa.
”Disse-lhe Pilatos: Que é a verdade? E, dizendo isso, voltou até os judeus e disse-lhes: Não acho nele crime algum”.

Conclusão:
Tanto Mateus quanto João dizem que Jesus respondeu a pergunta de Pilatos: "Tu és o Rei dos judeus?"

João não descreve o período de silêncio diante da pergunta que Mateus 27:13 faz: "Disse-lhe, então, Pilatos: Não ouves quanto testificam contra ti?"

Portanto, também não diz que Jesus não ficou em silêncio. Pois, ele não abordou esta pergunta em seu texto.

Porém, ele não contradiz Mateus, uma vez que, a mesma pergunta feita em Mateus, João descreve que Jesus respondeu.

Diante disto, Mateus não diz que Jesus ficou em silêncio diante de todas as perguntas. E sim, apenas diante da última pergunta. A qual, João não descreve em seu texto.

Portanto, seria contradição, se João descrevesse tal pergunta e Jesus a tivesse respondido.
Concluindo, não há nenhuma contradição!


Pipe