"O Deus eterno, o Deus imenso,
sapientíssimo e onipotente passou diante de mim. Eu não vi o seu rosto, mas o
resplendor de sua luz encheu de assombro e admiração a minha alma. Tenho
estudado aqui e ali as marcas de sua passagem entre as criaturas, e em todas as
suas obras, inclusive nas mais pequeninas, nas mais imperceptíveis, que poder,
que sabedoria, que imensa perfeição!" Estas palavras foram escritas pelo
cientista sueco Carlos Lineu (1707-1778), grande naturalista, criador da
sistemática dos animais e das plantas, considerado mundialmente o fundador da
Botânica moderna.
O testemunho de cientistas do
porte de Carlos Lineu depõe contra a opinião de milhões de pessoas que afirmam
haver inimizade entre a ciência e a fé. Hoje, muitos estudantes, influenciados
pelos seus professores, confessam-se ateus por julgarem que isto os colocará em
pé de igualdade com os grandes cientistas — que, segundo pensam, eram ateus.
Mas esses jovens estão enganados. Os grandes cientistas reconheceram a
existência de Deus.
Em 1903, o doutor Dennert (filho
de uma família protestante da Alemanha), publicou em Berlim um livro sobre a
vida de 300 cientistas famosos. Vinte daqueles homens confessavam-se ateus, 38
não quiseram revelar suas opiniões religiosas, e 242 afirmaram crer na
existência de Deus. Vários anos depois, outro escritor realizou na França uma
pesquisa entre 432 cientistas, e descobriu, surpreso, que apenas 16 deles
confessavam-se ateus. Os demais, de um modo ou de outro, apresentavam motivos
para crer na existência do Criador. Vemos que só os espíritos rasos,
superficiais, negam a existência de Deus.
São oportunas aqui as palavras de
um moderno apologista da fé cristã:
O ateísmo encontra-se mais
freqüentemente na meia-ciência, isto é, nesta turbamulta de inteligências
medíocres que, por haverem galgado uma cátedra universitária, já se julgam com
autoridade para falar em nome da Ciência, com o C maiúsculo. Em torno do seu
nome, o ruído do escândalo poderá levantar uma notoriedade fugaz, pois mais
barulho fazem dez homens que gritam que dez mil que silenciam. Mas são vozes
passageiras; delas a história da ciência não conservará sequer a sobrevivência
de um eco atenuado. Os príncipes do saber, os que enriqueceram a ciência com a
profundidade do seu pensamento e a originalidade das suas descobertas, esses
que sobrevivem a pontear, como astros de primeira grandeza, o Armamento da
ciência, continuam a cantar a glória de Deus.3
"EU NUNCA FUI ATEU!"
DISSE DARWIN
Quando o naturalista inglês
Charles Darwin (1809-1882) faleceu, seu filho Francis Darwin publicou o livro A
Vida e a Correspondência de Charles Darwin. Em uma de suas cartas, datada de 2
de abril de 1873, Darwin escreveu:
Posso dizer-vos que a
impossibilidade de considerar este magnífico universo, que contém o nosso 'eu'
consciente, como obra do acaso, é para mim o principal argumento em favor da
existência de Deus.4
Em outra carta, datada de 3 de
julho de 1881, Darwin confessou ao seu amigo W. Graham:
Devo dizer-vos que em vosso livro
Pretensões da Ciência expressastes a minha profunda convicção, e mesmo mais
eloquentemente do que eu saberia fazê-lo, isto é, que o universo não é e nem
pode ser obra do acaso.5
Porém, a frase que se destaca
neste livro sobre Darwin é esta sua declaração:
Por piores que fossem as crises
que atravessei, nunca desci até ao ateísmo, nunca neguei a existência de Deus.6
O verdadeiro homem da ciência
prefere repetir as palavras do salmista, que há muitos séculos disse:
"Os
céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras de suas
mãos" (Salmo 19:1).
Leiamos o testemunho dos cientistas, desses homens
cujas cabeças se embranqueceram no estudo da ciência. Quase todos eles
confessaram ter visto as pegadas de Deus impressas nos caminhos por onde
passaram. Ouçamos suas vozes, registradas no mesmo tom de adoração e
reconhecimento da existência do Criador de todas as coisas.
FÍSICOS E MATEMÁTICOS
Abramos este tópico citando as
palavras do grande físico e matemático inglês Sir Isaac Newton (1642-1727),
descobridor da Lei da Gravitação, e um dos grandes estudiosos da mecânica
celeste. Deslumbrado diante da harmonia reinante entre os planetas, Newton
escreveu:
Esta elegantíssima coordenação do
sol, das estrelas, dos planetas e dos cometas não pode ter outra origem que o
plano e o império do Ser dotado de inteligência e de poder, que tudo domina,
não como alma do mundo, mas como o Senhor de todas as coisas, eterno, infinito,
onipotente, onisciente.7
Outro grande físico inglês,
William Thompson, confessou que "provas brilhantes de uma ação inteligente
multiplicam-se em torno de nós e, se por vezes, dúvidas metafísicas nos afastam
temporariamente destas idéias, elas voltam com uma força irresistível. Elas nos
ensinam que todas as coisas vivas dependem de um Criador e de um Senhor
Eterno."
O genial matemático francês Luís
Cauchy (1789-1857), considerado o primeiro geômetra do século XLX, afirmou não
temer os estudos que muitos dos seus contemporâneos faziam para tentar provar a
inexistência de Deus ou lançar dúvidas sobre a autenticidade da Bíblia:
Cultivai com ardor as ciências
abstratas e naturais; estudai a matéria; desvendai ante nossos olhares
admirados as maravilhas da natureza; explorai, se puderdes, todas as partes
deste universo; pesquisai depois nos anais das nações, nas histórias dos povos
antigos; consultai em toda a superfície do globo os velhos monumentos dos
séculos passados. Muito longe de me assustarem estas pesquisas, eu sempre mais
as provocarei, animalas-ei com meus esforços e votos. Nunca temerei que a
verdade se possa achar em contradição consigo mesma, ou que os fatos e
documentos por vós acumulados possam jamais achar-se em desacordo com as
Sagradas Escrituras.9
Em uma de suas viagens a Paris, o
cientista norte-americano Thomas Alva Edison (1847-1931), um dos maiores
inventores de todos os tempos, visitou a Torre Eiffel. Após haver percorrido
toda a torre, trouxeram-lhe um livro no qual os visitantes ilustres registravam
suas impressões. Eis o que Edison escreveu:
Ao senhor Eiffel, arquiteto desta
torre: Sou um homem que admira todos os engenheiros do Universo; mas que
profunda admiração tenho pelo maior de todos eles, que é Deus!10
O físico francês André-Maria
Ampére (1775-1836), que passou para a história como o grande cientista da
eletricidade dinâmica, escreveu em 1804 no seu Diário a seguinte meditação,
dirigida à sua própria alma:
Passa a figura deste mundo; se te
nutrires de suas vaidades, pássaras como ele. A verdade de Deus para sempre
permanece. Deus meu! que são todas estas ciências, todos estes raciocínios,
todas estas geniais descobertas, todos estes vastos pensamentos que o mundo
admira e de que tão avidamente lhe sacia a curiosidade? Na verdade, não são
mais que coisas vãs. Estuda, sem precipitação. Estuda as coisas deste mundo,
pois é dever de tua condição, mas conservando os olhos fixos na luz eterna.
Escuta os sábios, prestando porém sempre ouvidos aos doces acentos da voz do
teu celestial Amigo. Escreve só com uma mão. Com a outra apega-te a Deus, como
o menino se apega à vestimenta de seu pai... Assim permaneça, minha alma, de
hoje em diante, sempre unida a Deus e a Jesus Cristo! Abençoai-me, meu Deus!11
Professor da Universidade de
Copenhague, Oersted (1777-1851) tornou-se mundialmente famoso ao descobrir a
ação da eletricidade sobre o fluído magnético, vindo esta descoberta a resultar
na invenção da telegrafia elétrica. Eis o testemunho desse grande cientista
dinamarquês:
Todo estudo aprofundado da
Natureza leva a Deus. Tudo o que existe é obra incessante de Deus, obra em que
a infinita perfeição de sua sabedoria imutável imprimiu seu sigilo. É esta ação
perpétua da divina sabedoria e sua eterna identidade consigo mesma que a
observação científica batiza com o nome de leis da Natureza... A contemplação
do mundo estrelado nos deve ensinar que nada somos diante de Deus, mas que
somos alguma coisa por sua bondade.12
Também fazendo parte do grupo de
cientistas voltados para os estudos sobre a eletricidade, o físico escocês
James Maxwell (1831-1879) costumava concluir suas comunicações científicas à
Sociedade Real de Londres fazendo verdadeiras orações a Deus. Eis as palavras
que Maxwell leu diante de dezenas de cientistas que ouviam uma de suas
comunicações científicas:
Deus Todo-poderoso, que criaste o
homem à tua imagem e lhe deste uma alma que pudesse te procurar e reinar sobre
as criaturas, ensina-nos a perscrutar as obras de tuas mãos de tal modo que
saibamos submeter a terra para nossas necessidades e ao mesmo tempo fortalecer
nosso espírito para teu serviço. Concede-nos que recebamos tua santa Palavra
com fé naquele que mandaste para nos ensinar a ciência da salvação e a remissão
de nossos pecados. Nós o pedimos em nome do mesmo Jesus Cristo, nosso Senhor.13
Que belas palavras pronunciadas
por alguém cuja vida foi empregada no estudo da Ciência! Quanto mais lemos o
testemunho desses homens, mais e mais constatamos estar certíssima a afirmação
de Francis Bacon: "Pouca ciência afasta o homem de Deus; muita ciência a
Deus o conduz."
Continuemos a ler os testemunhos
deixados por pesquisadores da Física. Um deles foi pronunciado pelo
alemão Ernesto Siemens (1816-1892), durante um congresso científico em 1886.
Siemens foi o inventor da telegrafia submarina, de dínamos e do pirômetro
elétrico:
Quanto mais profundamente
penetramos neste domínio das forças da Natureza, tão harmonioso e regulado por
leis imutáveis, e ao mesmo tempo tão longe de ser por nós plenamente
compreendido, tanto mais nos sentimos levados a nos refugiar na modéstia e
humildade, tanto mais acanhado nos parece o círculo de nossos conhecimentos,
tanto mais vivamente aspiramos a sempre mais haurir nesta fonte inesgotável do
saber e do poder, tanto mais, finalmente, cresce nossa admiração e sobe nossa
gratidão para com a infinita Sabedoria reguladora que dirige todo o Universo.15
Outro físico a falar é o francês
Augusto De La Rive (1801-1873), que tornou-se célebre pelas suas experiências
com a capacidade calorífica dos gases. Em 1860, ao concluir suas lições de
física, De La Rive escreveu:
Se alguma coisa aprendi nos
longos anos de estudo, que foram um dos maiores encantos de minha vida, é que
Deus continuamente opera, é que sua mão que tudo criou vela sobre todo o universo.
A Providência, que mantém em equilíbrio as forças da natureza, que dirige os
astros em suas órbitas, olha também sobre cada um de nós. Nada nos acontece sem
especial licença daquele que nos guarda; nesta convicção profunda descansa em
paz a minha alma.16
A esse coro de vozes vem se
juntar o testemunho do físico britânico A.S. Eddington (1882-1946): "A
Física moderna leva-nos necessariamente para Deus."
E da Alemanha, o físico Max Plank
(1858-1947), criador da teoria dos quanta, Prêmio Nobel de 1928, surge para
enriquecer essa galeria de cientistas que afirmaram crer na existência de Deus:
Para onde quer que se dilate o
nosso olhar, em parte alguma vemos contradição entre Ciências Naturais e
Religião; antes, encontramos plena convergência nos pontos decisivos. Ciências
Naturais e Religião não se excluem naturalmente, como hoje em dia muitos creem e receiam, mas completam-se e apelam uma para outra. Para o crente, Deus está
no começo; para o físico, Deus está no ponto de chegada de toda a sua reflexão.18
Pascual Jordan (1902-1980), outro
físico alemão, um dos fundadores da Mecânica dos quanta, também une sua voz à
de Max Plank: "O progresso moderno removeu os empecilhos que se opunham à
harmonia entre ciências naturais e cosmovisão religiosa. Os atuais
conhecimentos de ciências naturais já não fazem objeção à noção de um Deus
Criador."
Werner Von Braun (1912-1977),
alemão radicado nos Estados Unidos, um dos maiores físicos nucleares de todos
os tempos, também deixou o seu testemunho:
Não se pode de maneira nenhuma
justificar a opinião, de vez em quando formulada, de que já não precisamos crer
em Deus. Somente uma renovada fé em Deus pode provocar a mudança que salvará o
nosso mundo da catástrofe. Ciência e religião são, pois, irmãs e não pólos
antitéticos.20
E finalmente, encerrando os
testemunhos dos físicos, a palavra de Albert Einstein (1879-1955), físico judeu
alemão, criador da Teoria da Relatividade e Prêmio Nobel de 1921:
Todo profundo pesquisador da
natureza deve conceber uma espécie de sentimento religioso, pois ele não pode
admitir que seja o primeiro a perceber os extraordinariamente belos conjuntos
de seres que ele contempla. No Universo, incompreensível como é, manifesta-se
uma Inteligência superior e ilimitada.21
BOTÂNICOS, QUÍMICOS E GEÓLOGOS
Citaremos aqui as palavras de um
botânico e as de três químicos. Membro da Academia Francesa, o botânico Jurien
de La Graviére (1812-1892), pronunciando um discurso sobre o botânico Tulasne,
assim se expressou:
Dir-se-ia, na verdade, que a
Botânica tem tido sempre o privilégio de formar santos e sábios. É uma ciência
de certo modo impregnada pelo perfume das flores. Curvada sobre a relva, ela
nunca teve a pretensão de escalar o céu; ela se contenta em admirar
humildemente o Criador em suas obras!22
O grande químico inglês Humphry
Davy (1778-1829), descobridor do potássio e do sódio, escreveu em seu diário:
O verdadeiro químico vê a Deus em
todas as formas diversas do mundo exterior... E assim, à medida que contemplar
a variedade e beleza do mundo exterior e lhe penetrar as maravilhas
científicas, saberá sempre se elevar até a Sabedoria infinita, cuja bondade lhe
permite provar as alegrias da ciência; tornar-se-á melhor ao mesmo tempo que
mais sábio. A influência da fé sobrevive a todas as alegrias terrestres;
fortifica-se, ao passo que nossos órgãos se enfraquecem e nosso corpo se
dissolve; ela surge como a brilhante estrela da tarde no horizonte da nossa
vida, e temos a certeza de que ser-nos-á ela um dia a estrela da manhã, cujo
resplendor iluminará as sombras da morte.23
Após dezenas de anos estudando
Química, o químico italiano Carnaldi reconheceu: "Tu existes, porque a
operação química se efetua pela aproximação das moléculas, e esta força
coerciva não depende delas, mas de um princípio extrínseco — depende de
Deus!"24
Michel Eugene Chevreul
(1786-1889), um dos maiores químicos franceses, confessou: "Eu estou
convencido da existência de um Ser Divino, criador de uma dupla harmonia: a
harmonia que rege o mundo inanimado, revelada pela ciência da mecânica celeste
e pela ciência dos fenômenos moleculares, e a harmonia que rege o mundo
inanimado. Nunca fui materialista em nenhuma época de minha vida, porque só um
néscio pode acreditar que esta dupla harmonia, bem como o pensamento humano,
tenham sido efeito do acaso".
Na Universidade do Cairo, no
Egito, no alto de sua porta central estão escritas as seguintes palavras:
"A Química é importante, porém Deus ainda o é mais."
ZOÓLOGOS, ANATOMISTAS E
NATURALISTAS
A Zoologia reconhece a glória e a
existência do Criador nas palavras do célebre Etienne Geoffrey
Saint-Hilaire: "Chegando a este limite (diz Geoffrey em um de seus grandes
estudos), o cientista desaparece, e fica só o homem religioso para compartilhar
do entusiasmo do santo profeta, exclamando com ele: Os céus proclamam a glória
de Deus!"
Foi estudando Anatomia que
Cruvelhier exclamou: "Diante desta maravilhosa organização onde tudo foi
previsto e coordenado com inteligência e sabedoria infinitas, qual é o anatomista
que não se sente tentado a exclamar com Galeno: Um livro de Anatomia é o mais
belo hino que é dado ao homem entoar em honra do Criador?"27
Agassiz, estudioso da História
Natural, sabia que o mundo é "a manifestação de um pensamento poderoso e
fecundo, é prova de uma bondade infinita e sábia, é a demonstração mais
palpável de um Deus pessoal, primeiro Criador de todas as coisas, regulador de
todo o universo e dispensador de todos os bens." Por sua vez, o grande
naturalista Lamarck sabia que a Criação era distinta do Criador: "A
natureza não é Deus. Ela é o produto sublime de sua vontade onipotente."
E fechando a galeria de zoólogos,
anatomistas e naturalistas, H. Spemann (1869-1941), zoólogo alemão, Prêmio
Nobel de 1935:
Quero confessar que, durante as
minhas pesquisas, muitas vezes tenho a impressão de estar num diálogo em que
meu interlocutor me parece com Aquele que é muito mais sábio. Diante desta
extraordinária realidade, o pesquisador é sempre tomado por uma profunda e
reverente admiração.29
ASTRÔNOMOS E BIÓLOGOS
É este mesmo Deus que os maiores
astrônomos, estudando os formidáveis mistérios da Criação, viram e vêem, na
maravilhosa harmonia que invade o Espaço infinito. Todos os grandes estudiosos
dos mistérios do céu ergueram suas vozes para entoar um hino de engrandecimento
ao Criador.
Em 1923, o astrônomo Moreux, do
Observatório Astronômico de Paris, declarou: "Estou-me correspondendo com
os diretores dos observatórios astronômicos de todo o mundo, e posso dizer que
todos eles crêem em Deus."
Um dos mais belos testemunhos de
um astrônomo sobre a existência de Deus foi deixado pelo francês Hervé
Faye (1814-1902) na Introdução da sua obra-prima A Origem do Mundo. Eis as belas
palavras do famoso astrônomo:
O que nos comove quando erguemos
os olhos ao céu, o que nos arranca um momento do círculo de nossas preocupações
materiais, o que em nós desperta o pensamento com a admiração, é a doce
claridade do dia, é este sol radiante, com sua luz e seu calor animando a
natureza inteira; são estas estrelas de que tão graciosamente é marchetada a
abóbada celeste, e que à agitação do dia fazem suceder a calma e a serenidade
da noite (...) Negar a Deus seria como deixar-se cair dessas alturas sobre a
terra! Estes astros, estas maravilhas da natureza seriam obra do acaso! Nossa
inteligência seria efeito da matéria, que por si só teria principado a pensar!
Que imenso absurdo!31
E eis o que afirmou o astrônomo
alemão H. Madler (1794-1874), autor do primeiro mapa da Lua: "Um autêntico
pesquisador da natureza não pode ser ateu, pois quem tão profundamente mergulha
seu olhar na obra de Deus e tem oportunidade de contemplar a eterna sabedoria,
é impelido a dobrar os joelhos diante da ação do Espírito Supremo."
Herschel, o célebre astrônomo
descobridor do planeta Urano, após muito contemplar a harmonia e as maravilhas
do céu estrelado, reconheceu: "Quanto mais se estende o campo da
Astronomia, tanto mais numerosas e inabaláveis se tornam as demonstrações da
existência eterna de uma inteligência criadora e onipotente; os geólogos, os
astrônomos, os naturalistas trouxeram todos a sua pedra para este grande templo
da ciência — templo levantado ao próprio Deus."3
O ilustre professor de Física da
Universidade de Louvain, Alemanha, doutor Van Beneden, fez em um de seus
discursos uma importante observação: "O Sumo Artífice concebeu a obra da
Criação; concebê-la e criá-la foi uma coisa só; cada parte dela é a execução do
pensamento divino realizado no tempo e no espaço. Levantemos estátuas aos
benfeitores e sábios da humanidade, mas não nos esqueçamos do quanto devemos
Aquele que resumiu tantas maravilhas em um grãozinho de areia, e um mundo de
prodígios numa gota d'água."
Diretor do Instituto de Biologia
Max Planck, M. Hartmann (1876-1962) escreveu: "Os resultados da mais
desenvolvida ciência da natureza ou da Física não levantam a mínima objeção à
fé num Poder que está por trás das forças naturais e que as rege. Tudo pode
aparecer mesmo ao mais crítico pesquisador como numa grandiosa revelação da
natureza, levando-o a crer numa todo-poderosa sabedoria que se acha por trás
desse mundo sábio."
E finalmente, Fr. Dessaner
(1881-1963), grande biofísico alemão, fundador da Terapia das profundidades por
meio dos raios Roentgen e da Biologia dos quanta: "O fato de que nos
últimos setenta anos o curso das descobertas e invenções nos interpela
poderosamente, significa que Deus, o Criador, nos fala mais alto e mais claro
do que mediante pesquisadores e inventores."
A ORAÇÃO DO CIENTISTA
Concluímos este capítulo, onde
físicos, matemáticos, químicos, biólogos, naturalistas e astrônomos trouxeram
os seus testemunhos como pedras preciosas em reconhecimento da existência de
Deus, citando o mais belo de todos esses testemunhos, escrito pelo alemão
Johannes Kleper (1571-1630), um dos criadores da moderna Astronomia. Ele
escreveu estas palavras na obra Os Quatro Livros da Harmonia Celeste, escrito
no final de sua vida; elas são um verdadeiro hino de louvor e reconhecimento da
existência e majestade de Deus:
Antes de deixar esta mesa, sobre
a qual fiz todo o meu trabalho, só me resta levantar os olhos e as mãos aos
céus, numa humilde prece ao autor de toda luz. A ti, que pela luz sublime que
espalhaste por toda a Natureza, elevas a nossa alma até a luz divina da tua
graça, para que sejamos um dia transportados à luz eterna da tua glória, dou
graças pelo que experimentei no êxtase em que me precipitou a contemplação da
obra das tuas mãos. Findo se acha o livro que contém o fruto do meu trabalho.
Nele empreguei toda a soma de inteligência que me deste. Proclamei, perante a
humanidade, toda a grandeza da tua obra, dei-lhe os testemunhos, tanto quanto
meu espírito finito me permitiu apreender da sua grandeza infinita.
Grande é Deus, grande é sua
força, infinita sua sabedoria. Louvai-o céus, louvai-o, Sol, Lua e Planetas,
louvai-o harmonias celestes, e tu também, ó minh'alma, louva ao Senhor teu
Criador, pois tudo vem dele, tudo existe por ele, tudo está nele; tanto as
coisas sensíveis e as ininteligíveis, aquilo que ignoramos profundamente,
quanto a parte insignificante das coisas que sabemos!
Temos visto até aqui que a
existência de Deus, o seu relacionamento com o mundo e com o homem, tem a ver
diretamente com o problema do significado da vida e do ser humano em geral.
Esse grande assunto um dia sempre desperta dentro de todos nós, e nos leva a
procurar respostas para ele. É sem dúvida o mais profundo e o mais importante
de todos os temas com que nos defrontamos no decorrer da vida, e exigirá que
diante dele tomemos uma posição.
Portanto, as provas da existência
de Deus são por demais visíveis; nenhum homem pode alegar que não crê por não
haver nenhuma razão para que ele creia. As razões são muitas.
Veremos, finalmente, como podemos
chegar ao conhecimento de Deus.
BIBLIOGRAFIA
1. Carlos Lineu, citado por
Desidério Deschand no livro Os Grandes Sábios e a Fé na Época Contemporânea.
Sociedade de São João Evangelista. Desclée e Cia. Tournai, Bélgica, s/d, p.
211.
2. Cf. a introdução ao livro de
Desidério Deschand, p. 30.
3. Leonel Franca. Op. Cit. p. 28.
4. Cf. M. Francis Darwin. La Vie
et Ia Correspondence de
Charles Darwin. Trad. de H.
Varigny. Reinwald, Paris, Vol. I, p. 365.
5. Idem. Op. Cit. p. 368.
6. Idem. Op. Cit. p. 354.
7. As citações dos números sete
ao dezesseis foram feitas tomando-se como base o livro de Desidério Deschand,
às páginas 59, 86, 34, 35, 80, 89, 99, 100, 101, 91, respectivamente.
17. Os cientistas citados dos
números 17 ao 21 tiveram os seus testemunhos publicados na revista Pergunte e
Responderemos (nQ 316, setembro de 1988), como resposta à pergunta: Deus
Existe? pp. 386-396. As demais citações constam ora do livro de Desidério
Deschand, ora do artigo da referida revista.
Fonte:
"Provas da Existência de Deus";
Jefferson Magno Costa; editora Vida; pg.93-104.
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