Henry M. Morris, Ph.D.
O argumento mais devastador e mais conclusivo
contra a evolução é o princípio da entropia. Este princípio, também conhecido
como a Segunda Lei da Termodinâmica, implica em que, na atual ordem das coisas,
a evolução no sentido "vertical" (isto é, no grau de ordem e
complexidade menos elevado para um grau de ordem e complexidade mais elevado) é
completamente impossível.
O modelo evolucionista das origens e do
desenvolvimento exige algum princípio universal que aumente a ordem, levando as
partículas esparsas a se organizarem em sistemas químicos complexos, sem vida,
para se tornarem células vivas e que as populações de vermes evoluam em
sociedades humanas. Contudo o único princípio científico naturalista que se
conhece que realmente efetua mudanças na ordem é a Segunda Lei, que descreve a
situação da ordem universalmente deteriorizada.
"Essa Lei declara que todo processo natural
gera a entropia, uma medida de desordem". (1)
"A entropia, em resumo, é a medida da desordem
molecular. A lei do irreversível aumento na entropia é uma lei de
desorganização progressiva, do desaparecimento completo das leis
iniciais". (2)
Dificilmente se pode que a evolução pelo menos fica
superficialmente contrariada pela entropia. A predição óbvia do modelo
evolucionista do princípio universal que aumentará a ordem é contrariada pelo
fato científico de um princípio universal que diminui a ordem. Não obstante, os
evolucionistas mantém a fé de que, de alguma forma, a evolução e a entropia
podem coexistir, embora não saibam como.
"No complexo curso de sua evolução, a vida
exibe um notável contraste com a tendência expressa na Segunda Lei da
Termodinâmica. Onde a Segunda Lei expressa um irreversível avanço para a
entropia e a desordem cada vez maiores, a vida evolui normalmente para níveis cada
vez mais elevados de ordem. O fato ainda mais notável é que este impulso
evolucionista para maior também é irreversível. A evolução não retrocede".
(3)
"Antes da geração espontânea da vida sob
condições outras que as apresentadas atualmente neste planeta, houve uma
geração espontânea de elementos do tipo que ainda prevalece nas estrelas; e
mais remotamente ainda eu suponho uma geração espontânea de partículas
elementares sob circunstâncias ainda a serem esquadrinhadas, que acabou
dando-lhes as propriedades que só elas tornaram possível o universo que
conhecemos". (4)
"A vida poderia ser descrita como uma força
inesperada que de alguma maneira organiza a matéria inanimada em um sistema
vivo que percebe, e evolui para enfrentar mudanças no ambiente físico que
ameaça destruir a sua organização." (5)
Quando confrontados diretamente com este problema
(por exemplo nos debates criação/evolução), os evolucionistas freqüentemente
ignoram-no completamente. Alguns admitem honestamente que não sabem como
resolver o problema, ou simplesmente dizem que confiam, que deve haver um meio,
considerando que de outra forma teriam de crer na criação sobrenatural. Como
diz Wald: "Neste estranho artigo eu me aventurei a sugerir que a seleção
natural de um tipo qualquer que estendeu-se além dos elementos, para determinar
as propriedades dos prótons e dos elétrons. Por mais curioso que pareça, é uma
possibilidade digna de ser avaliada contra a única alternativa que posso
imaginar, a sugestão de Eddington de que Deus é um físico matemático". (6)
Alguns evolucionistas tentam resolver o problema
sugerindo que a lei da entropia é somente estatística e que as exceções podem
ocorrer, o que permitiria aumentos ocasionais e acidentais na ordem. Esta
posição, porém, não passa de uma questão de fé. Nunca ninguém viu tal exceção -
e a ciência se fundamenta na observação!
"Portanto não há justificativa para o ponto de
vista, freqüentemente repetido com desembaraço de que a Segunda Lei da
Termodinâmica só é estatisticamente verdadeira, no sentido de que violações
microscópicas ocorrem repetidas vezes, mas nunca se presenciou uma evidência de
que a Segunda Lei fosse quebrada sob quaisquer circunstâncias...". (7)
Quase a maioria dos evolucionistas, entretanto,
tenta resolver o argumento da Segunda Lei da Termodinâmica fugindo para o
refúgio do "sistema aberto". Defendem que considerando que a Segunda
Lei se aplica apenas aos sistemas isolados (dos quais as fontes externas de
informação e a ordem são excluídas), o argumento é irrelevante. A terra e a sua
biosfera são sistemas abertos, com amplo suprimento de energia chegando do sol
para fazer funcionar a complexidade de um cristal a partir uma semente ou um
embrião em uma planta ou animal adulto, ou o crescimento de um pequena
população da idade da pedra em uma grande cultura tecnológica complexa - como
prova de que a Segunda Lei não inibe o crescimento de sistemas mais ordenados.
Argumentos e exemplos como esses, entretanto, são
argumentos ilusórios. Seria como defender que a NASA foi capaz de colocar homens
na lua, então seria razoável crer que vacas pulariam para lá! Os criacionistas
têm por mais de uma década enfatizado que a Segunda Lei se aplica a sistemas
abertos, uma vez que não existem verdadeiros sistemas isolados. Emil Borel, o
grande cientista e matemático francês, provou este fato matematicamente,
conforme reconhecido por Layzer: "Borel provou que nenhum sistema físico
finito pode ser considerado fechado".8
Os criacionistas há muito tempo reconheceram, na
verdade enfatizaram que a ordem pode aumentar em determinados tipos especiais
de sistemas abertos, mas isso não constitui prova de que a ordem aumenta em
todos os sistemas abertos! É vazia e sem nenhuma informação específica a
declaração de que a terra é um "sistema aberto", uma vez que todos os
sistemas são abertos.
A Segunda Lei poderia muito bem ser expressa:
"Em qualquer sistema ordenado, aberto ou fechado, existe uma tendência
para a desintegração que só pode ser interrompida ou invertida através de uma
fonte externa de energia dirigida por um conjunto de informações".
É fútil citar casos especiais no que se refere a
evolução (tais como a semente, para o qual o código genético e o mecanismo de
conversão da fotossíntese já estão disponíveis), considerando que não existe um
programa orientador e nem um aparelho que converte a energia disponível para
produzir um crescimento evolucionista imaginário da complexidade da terra e sua
biosfera.
Mais fútil ainda é fazer referências a processos
inorgânicos de cristalização como evidências de evolução. Até mesmo Prigogine
reconhece isto:
"A questão é que em um sistema isolado existe
uma possibilidade de formação de estruturas ordenadas de baixa entropia a
temperaturas suficientemente baixas. Este princípio é responsável pelo
aparecimento de estruturas ordenadas tais como cristais e fenômenos das
transições de fases.
Infelizmente este princípio não pode explicar a
formação de estruturas biológicas. É muito pequena a probabilidade de que em
temperaturas comuns um número macroscópico de moléculas se reuniram para dar
surgimento a estruturas altamente ordenadas e às funções coordenadas que
caracterizam os organismos seres vivos. A idéia da gênese espontânea da vida em
sua forma atual é portanto altamente improvável, até mesmo na escala de bilhões
de anos durante os quais a evolução ocorreu." (9)
Assim as condições altamente especiais que
capacitam os cristais a se formarem e as plantas e animais a crescerem não tem
nada a ver com evolução. Essas condições especiais por si mesmas (isto é, o
maravilhoso processo da fotossíntese, os complexos programas de informação na
célula viva, até mesmo as propriedades eletroquímicas das células no cristal,
etc.) não poderiam nunca aparecer ao acaso - sua própria complexidade não
poderia ser produzida dentro das restrições impostas pela Segunda Lei. Mas sem
elas o cristal não se formaria, e a semente não brotaria.
Mas qual é o código de informação que diz às
partículas primevas esparsas como se transformar em estrelas e plantas, e qual
é o mecanismo de conversão que transforma amebas em homens? São perguntas que
não foram respondidas por uma referência especiosa à terra como um sistema
aberto! E até que sejam respondidas, a Segunda Lei faz com que a evolução
pareça totalmente impossível.
"Para seu crédito, alguns cientistas reconhecem
a natureza crítica deste problema e estão tentando resolvê-lo. Prigogine propôs
uma teoria complicada de "ordem através de flutuações" e
"estruturas dissipativas". (10)
Mas seus exemplos são de sistemas inorgânicos e ele
reconhece que há um longo caminho a percorrer para se explicar como estes
tornaram-se sistemas vivos através de sua teoria.
"Mas não tenhamos ilusões, nossas pesquisas
ainda nos deixaram totalmente incapazes de entender a extrema complexidade do
mais simples organismo." (11)
Um outro autor que reconheceu parcialmente a
seriedade deste problema é Charles J. Smith.
"A termodinâmica imediatamente esclarece a
última questão destacando que a Segunda Lei de maneira clássica se refere aos
sistemas isolados que não permutam nem matéria nem energia com o ambiente, os
sistemas biológicos são abertos e permutam tanto energia quanto matéria. - Esta
explicação, entretanto não é completamente satisfatória, porque continua
deixando em aberto o problema como e porque os processos ordenados surgiram (uma
aparente diminuição da entropia), e alguns cientistas tem lutado com esta
questão. Bertalanffy chamou a relação entre a termodinâmica irreversível e a
teoria da formação da informação de um dos problemas não resolvidos mais
fundamentais da biologia. Eu iria mais longe e incluiria o problema do
significado e do valor." (12)
Quer os evolucionistas de um modo geral saibam ou
não, este problema que têm com a entropia é "um dos mais fundamentais não
resolvidos da biologia". É mais do que um problema na verdade, é uma
devastadora negação do próprio modelo evolucionista. Continuará sendo assim até
que eles possam demonstrar que a imensa massa contínua imaginária evolucionista
no espaço e no tempo tem um programa para orienta-la e uma energia para
convertê-la e dar força. Caso contrário a Segunda Lei a impossibilita.
É concebível, embora seja extremamente improvável
que os evolucionistas possam finalmente formular um código e um mecanismo
plausíveis para explicar como ambas, a entropia e a evolução poderiam co-existir
. Contudo, ainda que o façam, o modelo evolucionista não será tão bom quanto o
modelo criacionista. No máximo, tal sugestão constituiria uma modificação
secundária do modelo evolucionista básico. Este último não poderia nunca prever
a Segunda Lei.
O modelo evolucionista não pode explicar a Segunda
Lei, mas o modelo criacionista a previu! O Criacionista não fica embaraçado nem
perplexo com a entropia, uma vez que é exatamente o que espera. O modelo
criacionista apresenta uma criação completa e perfeita de todas as coisas
durante o período de criação especial no princípio. A partir desse modelo, o
criacionista naturalmente prediz alterações horizontais limitadas dentro das
entidades criadas (por exemplo, variações dentro das espécies biológicas,
capacitando-as a se adaptarem às mudanças ambientais). Se mudanças
"verticais" ocorressem de um nível de ordem para outro, teriam que
caminhar para baixo, para uma ordem inferior. O Criador, onisciente e
onipotente fez todas as coisas perfeitas no princípio. Nenhum processo
evolucionista poderiam melhorá-los, mas alterações deteriorativas poderiam
prejudicá-las.
O modelo criacionista prevê o princípio da entropia
e esta aponta diretamente para a criação. Isto é, todas as coisas estão
caminhando agora para a desordem, originalmente deveriam estar posição de
elevada ordem. Uma vez que não há processo naturalista que pudesse produzir
essa condição inicial, sua causa deve ter sido sobrenatural. A única coisa
adequada da ordem e complexidades iniciais do universo deve Ter sido um
programador onisciente, e a causa de sua limitada força, um Energizador
onipotente. A Segunda Lei da Termodinâmica, com seu princípio de entropia
crescente, repudia o modelo evolucionário e confirma fortemente o modelo
criacionista.
Referências
1. David Layzer, "The Arrow of Time",
Sientific American, (Vi 223, dezembro de 1975), pág.56. O Dr. Layzer é
professor de Astronomia em Harvard.
2. Ilya Prigogine, "Can The Thermodynamics
Explain Biological Order?" Impact of Science on Society (vol.XXIII, no
3,1973), pág.162. O Dr. Prigogine é professor na Faculdade de Ciências da
Universidade Livre da Bélgica e é um dos líderes em termodinâmica do mundo.
3. J.H.Rush, The Dawn of Life (New York,
Signet,1962), pág. 35.
4. George Wald, "Fitness in the
Universe", Origins of Life (vol.5,1974), pág. 26.
5. Mars and Earth, National Aeronaltics and Space
Administration (Washington, U.S. Govt.
Printing Office, NF-61, agosto de 1975), pág. 5.
6. George Wald, op. Cit., pág. 26. Wald é um famoso
biólogo humanista em Harvard.
7. A.B. Pippard, Elements of Chemical
Thermodynamics for advanced Studentes of Physics (Cambridge, England, Cambridge
University Pres. 1966), pág. 100. Pippard era professor de Física em Cambridge.
8. Layzer, op cit., pág. 65.
9. Ilya Prigogine, Gregoire Nicolis and Agnes
Babloyants, "Thermodinamics of Evolution", Physics Today (Vol.25,
Novembro de 1972) pág. 23.
10. Ibid, pág.,23-28 -11- Ilya Prigogine, "Can
Thermodynamics Explain Biological Order?" pág. 178.
11. Charles J. Smith, "Problems with Entropy
in Biology" Biosystems (Vol. 1, 1975), pág. 259.
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