Tem sido veiculada, nos últimos tempos, até com uma
certa insistência pela mídia, a informação de que o DNA do homem e do chimpanzé
diferem, em conteúdo, apenas por uma pequena margem de 2%, e que isto seria uma
prova incontestável de que homens e chimpanzés teriam evoluído a partir de um
tronco comum em tempos mais recentes. A informação a esse respeito publicada
pela revista ISTOÉ de 02 de junho de 2004, p. 102.
Será que essa informação a respeito desses DNAs é
mesmo verdadeira? E se fosse, esse fato teria mesmo essa amplitude, de modo a
permitir a conclusão de que homens e chimpanzés seriam, no contexto da
evolução, parentes próximos?
Para entender bem essa questão, precisamos de
algumas informações relacionadas com o Projeto Genoma. Lembramos, então, que um
genoma é o DNA inteiro de um organismo, incluindo os seus genes, que carregam a
informação para fazer todas as suas proteínas. Estas, por sua vez, determinam a
sua aparência, como ele combate infecções e, possivelmente, como se comporta.
"Parentesco inegável
Uma junta científica internacional comparou, pela
primeira vez em profundidade, o genoma humano com o de seu parente mais
próximo, o chimpanzé. A porção escolhida foi o cromossomo 21, responsável por
doenças mentais, e o equivalente animal, o cromossomo 22. Na comparação, só
1,44% dos genes eram diferentes. Foi possível detectar um processo semelhante à
síndrome de Down nos chimpanzés. Além de fundamental para a medicina genética,
a comparação dos genes ajuda a investigar o processo de evolução que diferenciou
as duas espécies".
Link da revista: http://www.terra.com.br/istoe/
Link em que se encontra o artigo: SÉCULO 21: as
novidades no campo da ciência, tecnologia e meio ambiente
Será que essa informação a respeito desses DNAs é
mesmo verdadeira? E se fosse, esse fato teria mesmo essa amplitude, de modo a
permitir a conclusão de que homens e chimpanzés seriam, no contexto da
evolução, parentes próximos?
Para entender bem essa questão, precisamos de
algumas informações relacionadas com o Projeto Genoma. Lembramos, então, que um
genoma é o DNA inteiro de um organismo, incluindo os seus genes, que carregam a
informação para fazer todas as suas proteínas. Estas, por sua vez, determinam a
sua aparência, como ele combate infecções e, possivelmente, como se comporta.
O DNA é constituído de quatro bases: A (adenina), G
(guanina), C (citosina) e T (timidina), que se repetem ao longo de sua
estrutura. É a ordem dessas bases que determina se um dado organismo é humano
ou de outra espécie, daí o interesse dos cientistas no DNA.
O Projeto Genoma tinha como objetivo identificar os
aproximadamente 30 mil genes presentes no DNA humano e determinar a seqüência
dos 3 bilhões de pares de bases que o compõem. Estruturado a partir de dois
consórcios laboratoriais, o projeto teve início em 1990 e estava previsto para
ser concluído no ano de 2005. Foram necessários, entretanto, apenas 13 anos
para que o trabalho fosse concluído.
Este projeto reuniu um número imenso de
pesquisadores de vários laboratórios e universidades em cerca de pelo menos 18
países e consumiu, obviamente, muitos bilhões de dólares. Apesar disso, é agora
que começa o trabalho maior para entender os resultados obtidos. É como se
tivéssemos identificado todas as letras de um livro, sendo agora necessário
entender o que elas juntas significam, isto é, qual a função de cada um desses
30 mil genes e da ordem desses 3 bilhões de pares de bases.
Acontece que faz sentido perguntar de onde vem a
conclusão de que o DNA dos chimpanzés coincide com o dos seres humanos em 98%
de sua extensão, se um trabalho da magnitude do projeto genoma humano ainda não
foi realizado para a espécie dos chimpanzés! De onde vem, então, essa
conclusão?
Na verdade, este resultado é uma generalização
baseada na similaridade entre seqüências de aminoácidos de umas 30 a 40
proteínas básicas presentes em seres humanos e também nos chimpanzés, por um
método que compara apenas essas poucas proteínas, denominado “hibridização do
DNA”. No texto da revista ISTOÉ, no início deste artigo, encontramos a informação
de que a porção escolhida para comparação entre os DNA's do homem e do
chimpanzés foi o cromossomo 21, responsável por doenças mentais, e o
equivalente animal, o cromossomo 22.
Em outras palavras, o genoma humano é conhecido em
toda a sua extensão, mas o dos chimpanzés não. Como pequenas partes do DNA dos
chimpanzés já foi pesquisada, os cientistas comparam essas pequenas porções com
porções análogas do DNA humano, extrapolando o resultado obtido para os DNAs em
toda a sua extensão. Naturalmente, essas porções de DNA terão que apresentar
alguma semelhança não só com chimpanzés, como também com outros animais que
ingerem o mesmo tipo de alimento e, portanto, devem ter enzimas digestivas
muito semelhantes, bem como outras particularidades, o que não significa que
esses valores devam se estender para o restante do DNA e, muito menos, que
sirvam de indicação de evolução a partir de um ancestral comum.
Esse tipo de extrapolação é um erro grosseiro dos
evolucionistas para fazer valer suas idéias e só mostra que eles precisam
conhecer melhor os métodos de que a ciência se vale para caminhar, sobretudo a
matemática, na parte de estatística e teoria de probabilidades. Proceder desse
modo é como equivalente a consultar uma pequena parcela da população a respeito
de alguma preferência, e depois estender o resultado obtido para a população
toda, o que, obviamente, não tem o menor fundamento científico.
Apesar disso, não são os mais leigos em ciência que
cometem esse tipo de erro, mas cientistas conceituados, que depois publicam
seus artigos em revistas especializadas, como a New Scientist, que trouxe esse
assunto até como matéria de capa, com o artigo "Genesis - The one percent
that made us human" (Gênesis - O 1% que nos fez humanos) em sua edição de
n° 2186, de 15 de maio de 1999.
Como podemos explicar esse comportamento?
Certamente não a partir de uma suposta desinformação, ou de falta de
conhecimento. Afinal, para se chegar aos escalões mais altos da ciência é
preciso percorrer um longa jornada de estudo e pesquisa. Só mesmo a
determinação de validar a teoria da evolução é que pode explicar esse
comportamento, uma vez que evidências da evolução não podem ser encontradas na
natureza.
Na verdade, a situação é ainda mais crítica, porque
mesmo que a diferença entre os DNA's do homem e dos chimpanzés fosse de apenas
2%, isso não significaria ancestralidade de uma espécie em relação a outra.
Similaridades, sejam elas no campo da anatomia ou da genética molecular, não
provam evolução alguma ou ancestralidade de uma espécie em relação a outra.
Evolucionistas sabem disso e a prova é o conceito de evolução convergente,
desenvolvido para explicar similaridades que eles supõem terem ocorrido
independentemente, e não por uma relação de ancestralidade entre as espécies
envolvidas. Além disso, similaridades são confortavelmente absorvidas também
pelo modelo criacionista, de modo que, se forem citadas como evidências do
modelo evolucionista, terão que ser citadas também como evidências do modelo
criacionista, em nada contribuindo, portanto, para a solução do confronto entre
o evolucionismo e o criacionismo.
Autor e
fonte:
O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor
universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje
em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da
Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as
origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade
Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo
o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.
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