Ayalon Órion Cardoso
(O Dr. Ayalon Órion Cardoso é pesquisador
criacionista independente, filiado à Associação Brasileira para o Ensino de
Astronomia, criador e coordenador do Núcleo de Estudos Criacionistas na
Educação (NECE) sediado em Lavras, MG. Pode ser contactado no endereço: Caixa
Postal 131, CEP 37 200 – 000, Lavras, MG, BRASIL.)
Este artigo foi escrito pelo Dr. Ayalon a pedido
dos Editores, dados os seus estudos sobre o assunto que permitiram torná-lo um
"expert" na crítica dos esquemas evolucionistas utilizados na
Cosmologia e na Cosmogonia. Seguem trechos selecionados do artigo em questão.
Introdução
Gênesis registra que, pelo mais perfeito sistema de
controle de qualidade, a obra da criação foi certificada como sendo "muito
boa" ( Gênesis 1:31). Paulo usa a palavra grega kalos (Primeira Epístola a
Timóteo, 4:4) para se referir à qualidade dos objetos e seres criados, e que no
Grego pode ser conceituada como "inerentemente boa sem necessariamente ser
benevolente; balanço, proposição" (Spiros Zodhiates) – o bom ligado à
beleza e à harmonia que se pode sentir no balanceamento, e alcança a idéia de
equilíbrio - aspecto fundamental de um Universo muito bom. Como obra do
Criador, nele Deus colocou Ordem e Harmonia num quadro de Grandeza, Energia e
Beleza em graus extremos. Uma outra idéia implícita é "acabamento"
(completeness em Inglês) que pode ser entendida como "perfeição",
contrapondo-se a "evolução", que seria algo em construção. Na
verdade, observe-se que há certo grau de aparente entropia, o que contraria
também a hipótese evolucionista, Resumindo, é de se considerar a tese de
Hermann Schneider (de Heidelberg) sobre "uma origem já devidamente
estruturada" do Universo.
Três
Conceitos Sobre a Situação do Universo
Os atuais conceitos básicos sobre o estado (e
destino) do Universo são: fechado, aberto, e plano ou em equilíbrio.Fred C.
Adams (Universidade de Michigan) e Gregory Laughlin (Universidade da
Califórnia, em Berkeley) resumem:
"Um Universo fechado é destinado ao colapso
sobre si mesmo. Um Universo aberto se expandirá sempre. Um Universo plano oscila
entre aqueles" embora com algumas variantes.
As possibilidades dependem da densidade geral, um
valor chamado de W o (ômega-zero). Um Universo plano é aquele em perfeito
equilíbrio e define-se por W o = 1 (densidade igual a 1). Se W o fosse maior
que 1, mesmo que por muito pouco, o Universo conteria tanta massa/energia que
sua auto-gravitação impediria a expansão (residual do "Big-Bang") e
puxaria tudo de volta a um "Big-Crunch". Se W o fosse menor que 1, o
Universo se expandiria "mais rápido que sua velocidade de escape, e
continuaria se afastando sempre" em todas as suas partes.
Embora alguns estudos cheguem a apontar para W o o
valor 0,2 ou 0,3, "muitos teóricos aceitam um valor exatamente igual a
1". Tal posição parece combinar com a que emana das Escrituras Sagradas.
Excluindo-se de consideração a hipótese W o > 1, que caracteriza um Universo
fechado, lembre-se que a hipótese de W o < 1, um Universo aberto, está
ligada ao "Big-Bang", uma das suposições evolucionistas, com todas as
suas derivações, como "inflação" (Guth), ou "steady state"
(Burbidge), e dos parâmetros derivados: a "Constante de Hubble" e a
"Radiação Cósmica de Fundo", os dois fundamentos da chamada
"grande explosão".
Portanto, só resta ao criacionista, W o = 1, o que
está de acordo com as promessas do Criador - nossas esperanças
Matéria
Faltante?
Seria um problema real para o caso de W o = 1 a
suposta falta de matéria? Aparentemente não! A densidade inferior a 1 estimada
pelos partidários da expansão, atingindo o valor 0,1 ou até mesmo menor, é uma
decorrência da hipótese do "Big-Bang", pois as massas então se
estariam separando, em velocidades sempre maiores, quanto mais distantes
estivessem: é o valor Ho da Constante de Hubble. Mas essa "constante"
tem-se demonstrado não efetiva no Universo, como se pode verificar na
literatura especializada:
a) No emprego do "princípio variacional",
R. Brendt Tully procura mostrar a enorme variação de Ho, evidenciando assim a
inconstância da constante de Hubble, no espaço;
b) A constante de Hubble relaciona-se ao problema
do achatamento, que exige um controle estrito da densidade de massa nos
instantes iniciais do "Big-Bang", pois, se o desvio relativo da
densidade da massa crítica variasse de 10 -49 , nos 10 -35 segundos iniciais,
isso: levaria ao recolapso, após curto intervalo de tempo, mesmo que a variação
fosse somente ligeiramente maior; tornaria a formação das galáxias ainda mais
improvável, se a variação fosse levemente menor (Schneider, já citado).
c) O conceito da constante cosmológica, que não tem
qualquer base experimental, remonta a Einstein, que a considerava "a maior
asneira de sua vida" (idem);
d) Com a introdução do "modelo
inflacionário" (Guth), pareceu mais plausível o modelo padrão do "Big
Bang", embora contendo mais de vinte parâmetros independentes, resultado
de intensas especulações denominadas "grandes teorias unificadas", e
que fazem predições (nenhuma delas verificada) sobre:
* a degradação do próton;
* a existência de monopolos magnéticos com massas
significativamente maiores que as do próton; e
* neutrinos com massa em repouso não tendente a
zero (ibidem);
e) A "gravidade quântica", baseada em
suposições contraditórias, é assim "uma teoria inexistente", não podendo
portanto apoiar a constante de Hubble;
f) O abandono geral da constante de Hubble
ideológica, uma das hipóteses básicas do "Big-Bang", e até certo
momento, das Origens, segundo o evolucionismo, trocada ultimamente por outros
parâmetros, estes sim físicos (Cooray, Chincarini, Tully, etc.).
A procura intensa de outros parâmetros e
"lanternas" demonstra a insegurança geral dos cientistas com relação
à constante de Hubble. Conseqüentemente, a idéia da expansão do Universo e
portanto da matéria faltante, não subsiste. E a especulação sobre a
"matéria escura" se não evidencia a existência de toda ou de parte da
matéria faltante, pelo menos gera a desconfiança na tal expansão.
A Busca da
Matéria Escura
As Correções de Massas e as Lentes Gravitacionais
Universo em Equilibrio desde a Criação
A tendência das últimas observações fazem ter-se
segurança quanto ao Universo em equilíbrio, e pesquisas mostram que a
insegurança gerada pelas suposições do "Big-Bang" logo se
transformarão em lembranças apenas. Uma incursão pelas mais recentes pesquisas
fundamentará as considerações.
Em estudo atual da evolução química de galáxias
anãs irregulares e de compactas azuis (BCGs), Fields & Olive (Universidade
de Minnesota) levantaram muitas dúvidas sobre a nucleossíntese do "Big-Bang".
Segundo eles, muitos modelos indicam que, nas BCGs, a formação de estrelas deve
ocorrer em explosões estocásticas, "a menos que os sistemas sejam muito
jovens". Examinam a suposta interferência de supernovas (Lequeux et al.,
1979; Matteucci & Chiose, 1983; Carigi et al., 1985; Della Ceca, Griffiths
& Heckman, 1997; Skilman & Beriger, 1996) e mais recentemente da
matéria escura (Bradamante, Matteucci, D'Ercol, Olive, Steigman & Walker,
1991), encontrando que a presença de Hélio primordial, "difere consistentemente",
e assim "sugerem a necessidade de reexaminar a propriedade dos ajustes
lineares no contexto dos modelos detalhados de evolução química" devido às
"incertezas da nucleossíntese". Eles acham evidência adicional de que
"o coração do problema do baixo nível de Hélio jaz nas estrelas
mesmo". (Ênfase do Autor). Esta situação é tão importante que põe em
dúvida toda a estrutura da Astronomia, infelizmente baseada em muitos
pressupostos evolucionistas (Constante de Hubble + Radiação Cósmica de Fundo =
"Big - Bang", e outros: Seqüência de Hertzsprung-Russel, Buracos
Negros, Formação Estelar, etc.).
Dúvidas sobre as interações e conseqüentemente
sobre alterações na morfologia ao nível das galáxias se encontram na literatura
citada a seguir:
* Zavatti, F. el al. (Bolonha) estudaram, a
morfologia das galáxias dos Grupos Compactos de Hickson e, após idas e voltas,
supresas e discrepâncias, concluíram que a tendência observada de haver mais
elípticas no centro, "contradiz o fato (é mesmo real?) de que o puxão
gravitacional partindo do centro do grupo distorceria as galáxias mais
fortemente do que se estivesse na periferia ..". o que, "se
verdadeiro, trará sérias dúvidas sobre a possibilidade de estudar a evolução
galática pelo comportamento de sua elipsidade, ... e ainda pior para os
evolucionistas, "esta dúvida é fortalecida pelo fato que ... "a
elipsidade parece depender também da distância do grupo a nós ..." na
Terra. (Ênfase do Autor).
* Kelm & Palumbo (Bolonha), que trabalham sobre
os mesmos Grupos Compactos de Hickson (HCGs) e galáxias markarianas (Seyferts)
observam que "entretanto, se as fusões produzem galáxias E (elípticas)
como geralmente afirmado (Toorme & Toomre 1972, Barnes 1989) seria de
esperar uma mais eIevada fração de E sobre S (spirals = espirais) entre as
galáxias mais brilhantes e mais azuis nos HCGs. Tal evidência não foi
encontrada. Pelo contrário, as elípticas mais azuis são as mais pálidas (Zepf
et al., 1991) e o número de elípticas "caixa" ("boxy
ellipticals", cuja morfologia é considerada uma prova de recentes fusões),
é mais baixo nos HCGs que noutros ambientes (Dettoni & Fasono, 1993). Mais
ainda, mesmo que as mais luminosas galáxias sejam elípticas, a fração de
espirais no primeiro escalão é tão alta, quanto mais de 50%, indicando que as
fusões são raras e preservam o tipo morfológico (Mendes de Oliveira,
1992)". "As espirais barradas são às vezes associadas com interações
e fortalecimento da taxa de formação de estrelas porque a barra é um
instrumento de transporte dos gases da regiões externas para as internas duma
galáxia. Entretanto não se achou evidência observacional de alguma diferença
entre espirais com ou sem barra, pois as cores óticas e espectros
infra-vermelhos característicos das espirais barradas e não barradas são similares
... e assim os dados atualmente disponíveis mostram que a presença ou ausência
da barra nas espirais dos HCGs não fazem diferença nos parâmetros
costumeiramente associados à idade e à formação de estrelas". (Ênfase do
Autor).
"O estudo da distribuição das galáxias típicas
com 150 mil anos-luz de diâmetro e massa de 100 bilhões de sóis mostra que
estão situadas a distâncias médias de 10 milhões de anos-luz. Com a velocidade
de deslocamento de algumas centenas de km/s, a probabilidade de um choque entre
galáxias é de 1 em 10 bilhões de anos. No caso de galáxias no interior de um
aglomerado, por se encontrarem mais próximas, com distâncias médias de 1,6
milhões de anos-luz, a possibilidade de colisão seria de 1 a cada 15 milhões de
anos" (Mourão).
A galáxia Cartwheel foi alvo de pesquisa do
Telescópio Espacial Hubble (Goodwin, pp. 90-93) que não encontrou base para a
suposição de uma passagem ou colisão:
* "Há somenle duas galáxias perto da Cartwheel
e suficientemente próximas para que pudessem recentemente tê-la atravessado e
ocasionado uma onda de choque que viajasse através da galáxia. Mas estas são de
longe menores, e se apresentam algo misteriosas aos astrônomos. Nenhuma tem a
exata aparência que se esperaria, se houvessem há pouco passado pelo meio de uma
galáxia muitas vezes maior.
* "A Galáxia de cima se apresenta normal e não
perturbada. Se ela houvesse recentemente cruzado a Cartwheel, a expectativa
seria de ter uma aparência irregular devido ao material que lhe teria arrancado
o puxão gravitacional de uma galáxia muito maior.
* "A Galáxia inferior aparece como se tivesse
sido perturbada por um cruzamento fechado. Mostrar-se-ia assim óbvia candidata,
exceto que ela ainda possui gás que se calcularia haver sido retirado por uma
passagem pela Galáxia Cartwheel. Este gás não pode ser visto, mas a cor azul
reinante na galáxia mostra que há uma quantidade de jovens estrelas dentro
dela, e que não se teriam formado se não houvesse gás na mesma".
São contradições do determinismo na Astronomia.
Quem vir a imagem da Cartwheel tomada pelo telescópio espacial exclamará:
"Que coisa linda!".
W. A. Harutyunian, da equipe de astrofísicos de
Biuracan, Armênia, lembra que "a possibilidade de interpretar o desvio
para o vermelho dos quasares por um mecanismo não-Doppler foi discutida por
bastante tempo. Uma grande parte desse trabalho tem visado justificar o
conceito que afirma serem os quasares objetos locais, ligados fisicamente a
galáxias vizinhas". "É bem claro que a localização dos quasares no
Universo é excepcionalmente importante para a escolha de um modelo cosmológico
para o Universo" (seria cosmogônico). "Os modelos cosmológicos (idem)
mais conhecidos, no presente, são aqueles associados de uma ou outra maneira à
idéia do ‘Big-Bang’."Por outro lado, "à luz de dados observacionais
novos, a idéia fundametnal do ‘Big-Bang’ está se tornando cada vez mais
vulnerável".
Em seguida, o Autor se refere a Burbidge (Astron.
Astrophysics, 309, 9, 1996) que é favorável à criação da matéria, ainda que não
por um Criador e que "rejeita o conceito anterior de serem os quasares
exclusivamente locais". Menciona o Autor a necessidade de mais pesquisa, e
que "a idéia geral do ‘Big-Bang’ é naturalmente, uma extrapolação
trivialíssima do fenômeno de recessão das galáxias" (círculo vicioso).
Conclusões
Adam Reiss, hoje na Universidade da Califórnia, em
Berkeley, citado por Ann Finkbeiner, diz que as suposições diferentes de
Universo em equilíbrio são não-físicas.
Battaner & Florido encontram ordem na
imensidão:
* "Uma regularidade considerável está agora se
tornando evidente". "Assim, a distribuição dos superaglomerados na
vizinhanqa do Superaglomerado Local apresenta tão notável periodicidade que
alguma espécie de rede poderia dar forma à estrutura de grande escala que se
observa";
* Na prática, o plano do Aglomerado Local coincide
com o Plano Fundamental. "Há um notável alinhamento cruzando Draco, Ursa
Maior, Leo, Hércules e o Grande Atrator, e uma longa cadeia de aglomerados
menores terminando em Tucana. Outra direção fundamental perpendicular a essa, é
igualmente fácil de identificar na linha que liga a alongada Concentração de
Shapley, Hércules, o Grande Atrator e Perseus-Pegasus";
* E procuram mostrar que, apesar das grandes
concentrações em Pisces-Cetus que podem deformar a rede, (bem identificáveis),
as regularidades e periodicidades parecem estar de acordo com o plano
tridimensional de uma "caixa de ovos".
Chincarini, em estudo já citado (p. 291), refere-se
a um "criador imaginário" ("imaginary maker") que orientaria
as decisões e os atos sobre a morfologia das galáxias, população, etc.( isto
porque há sabedoria divina, na decisão "sobre cada galáxia quanto a forma
e densidade"), e então lembra que "a morfologia é um parâmetro
fundamental (Burstein 1994) na definição do Plano Fundamental", sem
indicar qualquer dúvida sobre sua aplicação no Universo.
As citações acima, entre outras, mostram que o
Universo não somente está em equilibrio mas que há ordem e projeto no Universo.
Não se constatando as grandes alterações postuladas pelo castastrofismo
evolucionista, tem-se um Universo que nasceu estruturado.
Referências
Bibliográficas
1. Adams F. C. & G. Laughlin, Sky &
Telescope, agosto, pp. 32-33.
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11. Mechler, Gary, Galaxies & Other Deep Sky
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18. Zavatti, F. et .al., Astro Lett and
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19. Zodhiates, Spiros. The Hebrew-Greek Key Study
Bible, NASB.
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