segunda-feira, 2 de agosto de 2021

A suposta "Contradição" de José de Arimatéia: Os Evangelhos vs Paulo.

 


https://www.youtube.com/watch?v=RS6Pg6NkVpc&ab_channel=Contradi%C3%A7%C3%B5esdaB%C3%ADblia

Sky Kunde sugere neste vídeo que existe uma contradição entre os relatos nos quatro Evangelhos e o que Paulo relata sobre a retirada de Jesus na cruz. 

Os quatro Evangelhos descrevem que foi José de Arimatéia quem retirou Jesus da Cruz e o sepultou em seu túmulo: Mt 27:57-60; Mc 15:43-46; Lc 23:50-53; Jo 19:38-42. Já Paulo descreve: “Pois os que habitavam em Jerusalém e as suas autoridades, não conhecendo Jesus nem os ensinos dos profetas que se leem todos os sábados, quando o condenaram, cumpriram as profecias; e, embora não achassem nenhuma causa de morte, pediram a Pilatos que ele fosse morto. Depois de cumprirem tudo o que a respeito dele estava escrito, tirando-o do madeiro, puseram-no em um túmulo”. (Atos 13:27-29) 

Sky Kunde sugere que Paulo está dizendo literalmente que foram os habitantes de Jerusalém e as autoridades que tiraram Jesus da cruz e o sepultaram. Porém, isso não é o que o texto está sugerindo. Até por uma questão de espaço físico, era impossível todos eles terem tirado Jesus da cruz. Obviamente foi uma pessoa, ou um grupo de pessoas que o tiraram de lá. Era fisicamente impossível que José de Arimatéia o tenha feito sozinho o trabalho de tirar Jesus da cruz, o embalsamar, o levar até o sepulcro e rolar uma pesadíssima pedra. Obviamente que ele o fez com ajuda. Além disso, os textos descrevem o seguinte:

“Dirigindo-se a Pilatos, pediu o corpo de Jesus, e Pilatos ordenou que lhe fosse entregue. José tomou o corpo, envolveu-o num limpo lençol de linho e o colocou num sepulcro novo, que ele havia mandado cavar na rocha. E, fazendo rolar uma grande pedra sobre a entrada do sepulcro, retirou-se. Maria Madalena e a outra Maria estavam assentadas ali, em frente do sepulcro. No outro dia, que era o seguinte ao da Preparação, os chefes dos sacerdotes e os fariseus dirigiram-se a Pilatos e disseram: "Senhor, lembramos que, enquanto ainda estava vivo, aquele impostor disse: ‘Depois de três dias ressuscitarei’. Ordena, pois, que o sepulcro dele seja guardado até o terceiro dia, para que não venham seus discípulos e, roubando o corpo, digam ao povo que ele ressuscitou dentre os mortos. Este último engano será pior do que o primeiro". "Levem um destacamento", respondeu Pilatos. "Podem ir, e mantenham o sepulcro em segurança como acharem melhor". Eles foram e armaram um esquema de segurança no sepulcro; e além de deixarem um destacamento montando guarda, lacraram a pedra” (Mateus 27:58-66).

Logo, isto indica que os sacerdotes e os fariseus assistiram a crucificação de Jesus, viram José de Arimatéia o tirar da cruz e sabiam aonde Jesus havia sido enterrado.

Uma outra coisa, é que o próprio José de Arimatéia era uma autoridade em Israel. Pois ele era um senador. Logo, foi uma das autoridades de Israel quem tirou Jesus da cruz. Aos olhos de Paulo, na pessoa de José de Arimatéia e os que o ajudaram, estas autoridades e o povo estavam sendo representadas. Paulo não estava dizendo literalmente que foi o povo e as autoridades que o sepultaram. Mas José, e os demais que o fizeram, representavam tanto o povo quanto estas autoridades.

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