Próximo ao Natal de 2007, publicamos, em jornais da
imprensa mineira e carioca (Tribuna da Imprensa), alguns artigos em defesa da
tese do "design inteligente", relacionado à criação do homem por ato
divino.
Além de defender a intervenção direta de Deus na
criação do mundo e dos seres que nele existem, não poupamos críticas aos
neo-ateus, recorrendo, entre outros, aos seguintes argumentos: a) a pouca (ou
nenhuma) qualificação dos darwinistas radicais, para baixar diretrizes sobre
assunto que foge à sua competência. Na época, chegamos a ironizar as posições
por eles defendidas, tentando imaginar o que se passaria se um leigo em matéria
cientifica adentrasse a sala de aula de uma dessas sumidades e se pusesse a discorrer
aleatoriamente sobre Biologia, Química, Física ou Matemática. O infeliz,
dissemos então, seria, primeiro, ridicularizado, em seguida, ofendido, e, no
momento seguinte, expulso.
Não somos elitistas e defendemos o direito de as
pessoas se manifestarem livremente sobre qualquer assunto. Mas é claro que há
limitações, pois não é razoável deixar que leigos fixem regras sobre temas
estranhos a sua formação. É uma simples questão de bom senso.
No plano universitário, há um longo processo para
que opiniões sejam aceitas: graduação, pós graduação, preparação (devidamente
orientada) e defesa, perante banca examinadora composta por doutores, são
exigências para que uma tese seja acolhida no meio acadêmico. E não consta que
os "novos ateus" tenham seguido esse roteiro para expor suas idéias,
o que lhes retira qualquer credibilidade, pois caem na vala comum das opiniões
leigas.
O que escrevemos até aqui é apenas uma introdução
ao pensamento de John Lennox, matemático da Universidade de Oxford, na
Inglaterra, que, participou, em abril passado, do simpósio Darwinismo hoje,
organizado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, em São Paulo.
Entrevistado pelo jornalista Hilton Escobar, do Estado de São Paulo, ele se
manifestou sobre os seguintes assuntos:
A origem de Deus
"Deus é eterno; ele não foi criado, sempre
existiu. A única razão pela qual alguém pode perguntar isso é para dizer que
não há realidade definitiva. Quem criou o Deus, que criou Deus? Vamos
retroceder no tempo para sempre."
As idéias de
Richard Dawkins
"Dawkins acha que ele foi criado pelo
universo. Então eu pergunto: quem criou o criador dele? Viu só? A pergunta
funciona para os dois lados".
A história
do universo, com base no "Design Inteligente"
(teoria que combina conceitos e teologia para
explicar a origem da vida no universo e a evolução de vida na terra):
"Bem, no início Deus criou o mundo. Quando
isso aconteceu, eu não sei. A Bíblia não diz. A melhor estimativa hoje é em
torno de 13 bilhões de anos atrás. Não vejo problema com isso. A descrição do
universo, se expandindo a partir de um ponto inicial, é fascinante, porque foi
só a partir dos anos 60 que os físicos começaram a falar nisso. Por séculos,
eles aceitaram a versão de Aristóteles, de que o universo sempre existiu. Mas,
a Bíblia sempre disse que houve um início. É o que eu chamo de convergência.
Ciência e Teologia buscam respostas para perguntas muito diferentes, mas não
totalmente diferentes."
Conflito
entre a teoria do Big Bang e a Teologia da criação
"O que o Big Bang diz é que houve um início
representado por uma singularidade, (um ponto de massa e densidade infinitas).
O que os cientistas fazem é apontar para trás e dizer: sinto muito, mas não
posso ir além desse ponto, porque aqui as leis da física deixam de funcionar. A
pergunta lógica que se faz é: qual é a causa dessa singularidade? Aí entram as
escrituras e dizem: Deus é responsável. Isso não é anticiência, é algo que faz
sentido."
Quem criou
Deus
"Existe algo eterno, que nunca foi criado?
Deus é eterno, segundo a fé cristã, Ele nunca foi criado, sempre existiu.
Perguntar quem o criou é um absurdo. E o que dizem sobre a matéria e a energia?
Os materialistas acreditam que elas são eternas. De ambos os lados do debate há
uma realidade definitiva. Para mim, essa realidade é Deus. Para o materialista,
é matéria e energia. Então, não venha discutir comigo sobre quem criou Deus. A
verdadeira pergunta que devemos fazer é: para que lado apontam as
evidências?"
O
"design" inteligente
"A pergunta que está na base do assim chamado
movimento do "design" inteligente é esta: há evidências científicas
de que universo não é um sistema fechado, de que houve um input de inteligência
em sua criação? O que buscam fazer com isso é separar a questão científica da
questão teológica (...) você acha que o fato de o universo ser inteligível é
evidência de que? De uma inteligência superior que o criou, ou de um processo
aleatório e despropositado?"
A evolução
Darwiniana
"Não vejo problema com o que o Darwin
observou. Ele foi um gênio! A seleção natural faz algumas coisas, como mudar
bicos de pássaro e coisas assim. O erro está em acreditar que a evolução faz
tudo. A evolução pressupõe a existência de um organismo replicador mutante. Ela
não pode explicar a origem da vida. Não estou dizendo que processos naturais não
estão envolvidos, estou dizendo que a inteligência tem de estar envolvida desde
o início".
Como foi
criada a vida
"Os físicos concordam que houve um início,
então eles estão em acordo com a Bíblia nesse aspecto. No primeiro capítulo da
Bíblia está escrito: ‘E Deus disse: faça-se a luz’. Então eu imagino que Deus
falou e criou o universo. Depois, ele falou de novo, e houve outras
singularidades. Talvez uma delas tenha sido a criação da vida."
A
ancestralidade comum de todos os sêres, segundo Darwin
"O que eu acredito é que houve pontos
especiais na história em que Deus introduziu coisas novas, que não podem ser
explicadas apenas por processos naturais que já estavam em curso. Os momentos
mais importantes foram a criação do universo, de vida biológica e da vida
humana. Não acredito que os sêres humanos evoluíram de alguma forma animal,
puramente por processos naturais."
A
singularidade da criação humana
"O que sei é que os seres humanos são únicos
em toda a criação. A Bíblia diz que eles foram feitos à imagem de Deus. Em
resumo, minha atitude é muito simples: sem Deus, não se pode chegar do nada a
coisa alguma. Sem Deus, não se pode chegar do material ao vivo. Sem Deus, não
se pode chegar do animal ao humano (...) É o que as evidências me levam a crer."
As exigências
de provas por parte dos materialistas
"Eu trabalho em uma área – a matemática – em
que a ‘prova’ tem um significado muito específico. É claro que eu não posso
provar matematicamente que Deus existe. Mas eu posso dar evidências e fazer uma
argumentação com base na ciência e em outras disciplinas. (...) Eu sou um
cristão, e a fé cristã é o oposto da cegueira. Ela é baseada em evidências como
a ressurreição de Cristo, sobre a qual há evidências históricas, diretas e
indiretas."
http://www.odebate.com.br/
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