Tradução de Ruy Carlos de Camargo Vieira
É com maior satisfação que podemos ver traduzido à luz mais um livro de
grande interesse, no Programa Editorial da Universidade de Santo Amaro –
"Inventando a Terra Plana", de autoria do renomado historiador Jeffrey
Burton Russell, pesquisador da Universidade da Califórnia.
O tema abordado é bastante atual, agora que se iniciam os preparativos
para a comemoração do Quinto Centenário da Descoberta do Brasil, fruto também
das grandes navegações do final do Século XV e início do XVI.
O tema é tratado de forma bastante abrangente, despertando no leitor a
curiosidade a respeito "do que está atrás" de um erro tão crasso como
o de afirmar que a ignorância e o obscurantismo medievais foram os responsáveis
pelo modelo de uma Terra Plana!
Nem Cristóvão Colombo, nem seus contemporâneos pensavam que a Terra era
plana. Não obstante, essa curiosa ilusão permanece até hoje, firmemente
estabelecida com a ajuda dos meios de comunicação, livros didáticos,
professores nas escolas de todos os níveis, e até emsmo de historiadores sérios
e honestos.
"Inventando a Terra Plana" é a tentativa feita pelo
historiador Jeffrey Burton Russel, pesquisador da Universidade da Califórnia,
de resgatar a verdadeira história que envolve a questão.
Ele inicia com uma discussão sobre o conhecimento geográfico existente
na Idade Média, examinando o que Colombo e seus contemporâneos realmente criam,
e então passa a inquirir como se deu a propagação do erro sobre uma Terra
plana, partindo das décadas 20 e 30 do século XIX, e chegando até o fim do
século.
Talvez a maior contribuição do livro seja a de pesquisar o porquê da
persistência desse erro até os nossos dias, quinhentos anos após as grandes
descobertas marítimas do fim do século XV e início do XVI.
Preferimos conviver confortavelmente com um erro, ou preferimos
despender todos os esforços necessários para descobrir a verdade?
A farta documentação indicada nas referências bibliográficas desta obra
não deixa dúvidas a respeito do contexto em que se deu a "invenção"
desse modelo que, gradativamente, a partir da controvérsia provocada pela
ascensão do Darwinismo, acabou caracterizando a Religião como uma força sempre
em oposição à Ciência.
Fica justificada, assim, a participação da Sociedade Criacionista
Brasileira na publicação deste livro em sua tradução para a língua portuguesa,
pelo seu interesse em colaborar para o esclarecimento de dúvidas que
freqüentemente são levantadas no contexto das discussões efetuadas sobre
divergências de pontos de vista em torno de questões que envolvem
simultaneamente aspectos científicos e religiosos.
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