"O Elo Encontrado"
Com este título a mídia de todo o mundo, em
particular, a edição 1951 da revista Veja, de 12 de abril de 2006, p. 92,
noticiou que um fóssil encontrado no Canadá, em rochas da ilha Ellesmere,
batizado de Tiktaalik roseae havia sido o elo de transição entre animais
aquáticos e terrestres, ficando essa conclusão por conta do fato de que o
referido animal era uma espécie de “peixe com patas”.
O achado, entretanto, não é recente, datando de
2004, apesar de só agora ter ganho as manchetes dos jornais e das revistas
semanais de informação. É que só agora, após dois anos de estudo, seus
descobridores Neil Shubin, Edward Daeschler e Farish Jenkins Jr. publicaram sua
conclusões na revista científica Nature. A expectativa dos cientistas é que
esses ossos petrificados ajudem a explicar melhor quando e como se
desenvolveram as patas que teriam permitido aos animais aquáticos sair de seu
habitat para percorrer terrenos secos. Daeschler disse ainda que outros fósseis
que mostram essa transição já foram descobertos, mas que o Tiktaalic a deixa
tão evidente que vem sendo considerado um ícone da evolução equivalente ao
Archaeopteryx lithographica, o fóssil que supostamente teria explicado a
ligação entre os dinossauros e as aves de hoje.
A teoria da evolução, hoje amplamente difundida por
todos os meios de comunicação nasceu de observações feitas por Darwin em uma
expedição de que ele participou na condição de naturalista. Entretanto, para se
fazer Ciência é preciso ir mais adiante, analisando-se criteriosamente o que
foi observado e produzindo as devidas explicações. Entretanto, até hoje
cientistas evolucionistas não foram capazes de apontar o mecanismo da natureza
capaz de proporcionar a suposta evolução dos seres vivos.
Em seu tempo, Darwin disse que o registro fóssil
seria o instrumento capaz de remover as dúvidas a esse respeito. Essa
expectativa decorria do fato de que ele percebia que os elos de transição eram
uma decorrência natural de suas idéias evolucionistas. Mais de 150 anos de
extensivas escavações da crosta da Terra, entretanto, não foram suficientes
para nos mostrar um único exemplar de algo que poderia ser considerado um
fóssil de transição. Em 1974, David B. Kitts, paleontólogo e evolucionista
afirmou: “A despeito da brilhante promessa de que a Paleontologia proporciona
meios de se 'ver' a evolução, ela tem apresentado algumas desagradáveis
dificuldades para os evolucionistas, a mais notória das quais é a presença de
lacunas no registro fóssil. A evolução requer formas intermediárias entre as espécies
e a Paleontologia não as proporciona.” (“Paleontology and Evoluctionary
Theory”, Evolution (28) 1974, p. 466.)
Muito embora seja esta uma declaração de 1974, a
situação do registro fóssil não parece ter se alterado desde então, já que só
agora, em 2006, cientistas declaram ter encontrado um fóssil de transição entre
animais aquáticos e terrestres. Antes disso, desesperados pela realidade dessas
lacunas, cientistas evolucionistas conceberam uma idéia alternativa: a do
equilíbrio pontuado. Segundo essa nova hipótese, não seria mais necessário
procurar elos de transição porque eles não teriam existido, uma vez que a
evolução teria, supostamente, ocorrido aos saltos, e não através de mudanças
lentas e graduais.
Agora, esses mesmo cientistas voltam à cena com um
suposto elo de transição, mostrando que não é só da falta de identificação de
um mecanismo da natureza capaz de proporcionar a evolução que a teoria da
evolução padece. A ela falta também um mínimo de definição de suas próprias
estruturas para que as idéias envolvidas possam ser alvo de um trabalho sério
de pesquisa. Afinal, não se pode pretender acertar um alvo que fica
sinuosamente se movendo à nossa frente, alternando-se entre pressupostos
concebidos gratuita e convenientemente pela fantasia da imaginação dos
evolucionistas.
Esse retorno às velhas bases, porém, não resolve
problema algum. Nem mesmo muitos fósseis semelhantes ao de Daeschler seriam
suficientes para garantir a veracidade da teoria da evolução, porque os
fósseis, não importando suas características particulares, são facilmente
absorvidos também pelo modelo criacionista, até com mais propriedade. Afinal,
neste modelo, os seres vivos foram criados independentemente uns dos outros, em
uma variedade muito grande de espécies que bem poderia incluir o animal
representado pelo fóssil Tiktaalic!
Um fóssil com as características do Tiktaalic só
poderia ser considerado um elo de transição entre animais aquáticos e
terrestres se a teoria da evolução fosse o única modelo das origens disponível
das origens já devidamente comprovado. Isso, porém, está longe de ser uma
realidade em ambos os aspectos: Nem é ela a única explicação das nossas
origens, nem foi demonstrada verdadeira por métodos inequivocamente
científicos. Assim, por uma questão de coerência lógica, os fósseis não podem
ser apontados como evidência da evolução, a menos que os apontemos também como
evidência da criação. Na verdade, pelo que temos de concreto até agora no mundo
da Paleontologia, os fósseis são uma evidência muito mais significativa a favor
da criação.
Se olhamos a teoria da evolução por outros ângulos,
encontramos o mesmo impasse: não há evidências na natureza que justifiquem os
pressupostos evolucionistas. Cientistas evolucionistas sabem disso mas insistem
em se deixar enganar em em servir de pólos retransmissores dessa falácia que é
a teoria da evolução. Alguns, porém, são mais intelectualmente honestos, como é
o caso do Dr. Colin Patterson (1933-1998), Paleontólogo do Museu Britânico de
História Natural em Londres e não hesitam em apresentar a realidade
transparente, mesmo que esta entre em choque com suas convicções. Vejam o que o
Dr. Patterson afirmou em entrevista que concedeu na BBC, a 4 de março de 1982:
“A despeito do que se tem afirmado do ponto de vista teórico, não se demonstrou
experimentalmente, até hoje, que organismos evoluem para formas bioquimicamente
mais complexas. As evidências são mais consistentes com o padrão de degradação
para formas bioquimicamente menos complexas, de acordo com o registro bíblico e
com a segunda lei da termodinâmica”.
Estamos hoje vivendo um momento histórico que
realça o fato de que não é possível ter todas as pessoas enganadas durante todo
o tempo e já se somam aos milhares os cientistas não criacionistas que começam
a vislumbrar os erros e as inadequações da teoria da evolução, insistindo para
que retomemos o debate e analisemos com mais profundidade e coerência as
evidências da natureza a esse respeito. Um deles, o Dr. Edward Blick, cientista
aeroespacial, professor de Mecânica Aeroespacial e de Engenharia Nuclear na
Universidade de Oklahoma, pesquisador ativo em Aerodinâmica e Biomecânica, com
muitos artigos científicos publicados nesses campos, co-autor do livro-texto
Fluid Mechanics and Heat Transfer, colocou de modo bem explícito esta questão
ao afirmar:
“A evolução é um conto de fadas, exatamente como a
teoria da terra plana no século XII. A teoria da evolução diretamente contradiz
a segunda lei da termodinâmica, pois esta afirma que, a menos que um planejador
inteligente dirija todo o sistema, ele caminhará sempre na direção da desordem
e da deterioração. Baseado em simples matemática é possível mostrar que as
chances contra a formação de uma simples molécula de proteína, por acaso, é
maior do que 1067 para um (um seguido de 67 zeros). A evolução requer uma fé
incompreensível! O criacionismo bíblico é a única alternativa sensata”.
Logo, o Tiktaalic roseae representa mais uma
tentativa frustrada dos evolucionistas de prover a teoria da evolução de uma
evidência baseada em fatos concretos.
Fonte:
O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor
universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje
em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da
Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de 5 livros sobre as origens,
entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos
Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a
convite de igrejas, escolas e universidades.