sábado, 31 de outubro de 2015

Livro: "Verdade Absoluta" de Nancy Pearcey

Libertando o Cristianismo do Seu Cativeiro Cultural

Uma análise cultural cristã que traz ao leitor informações indispensáveis para produzir uma compreensão cristã do mundo em que vivemos. Verdade Absoluta apresenta o cristianismo não apenas como princípio religioso, mas expõe como a ciência moderna o exalta, a Verdade Absoluta acima de todas as ideologias.

Nancy Pearcey é mestre em ciências humanas e diretora de ação política do Wilberforce Forum além editora executiva do programa diário de rádio de Charles Colson e co-autora de sua coluna mensal na revista Christianity Today.

sexta-feira, 30 de outubro de 2015

A Consciência:

Por Roy Abraham Varguese

As coisas não estão tão ruins no estudo da consciência, felizmente. Hoje, há uma crescente percepção da percepção.

Somos conscientes, e conscientes de que somos conscientes. Ninguém pode negar isso sem se contradizer, embora haja quem negue. O problema se torna insolúvel quando entendemos a natureza dos neurônios.

Primeiro, os neurônios não tem nenhuma semelhança com nossa vida consciente.

Segundo, e isso é mais importante, suas propriedades físicas não dão nenhuma razão para acreditarmos que eles podem ou que irão produzir consciência.

A consciência está relacionada a certas regiões do cérebro, mas quando os mesmos sistemas de neurônios estão presentes no tronco do cérebro, não há "produção" de consciência. Na verdade, como o físico Gerald Schroeder observa, "não há diferença essencial nos constituintes físicos fundamentais de um monte de areia e o cérebro de um Einstein. Só uma fé cega e infundada na matéria está por trás da alegação de que certas porções de matéria podem, de repente, "criar" uma nova realidade que não tem semelhança com a matéria".

Embora os estudos sobre corpo e mente hoje reconheçam a realidade e o resultante mistério da consciência, Daniel Dennett é um dos poucos filósofos que continuam a negar o óbvio. Ele diz que a questão de se alguma coisa é "realmente consciente" não é interessante, nem exige resposta, e afirma que máquinas podem ser conscientes porque são máquinas que são conscientes!

O funcionalismo, a "explicação" de Dennett para consciência, diz que não devemos nos preocupar com o que cria os assim chamados fenômenos mentais, mas que devemos investigar as funções desempenhadas por esses fenômenos. Uma dor cria uma reação de rejeição, um pensamento é um exercício de solução de problema. Nada é para ser considerado um acontecimento particular em algum lugar particular.

O mesmo vale para todos os outros supostos fenômenos mentais. Ser consciente significa desempenhar essas funções. Como essas funções podem ser executadas por sistemas não vivos — por exemplo, um computador resolve problemas —, não há nada de misterioso na consciência. E certamente não há razão para irmos além do físico.

Mas o que essa explicação deixa de fora é o fato de que todas as ações mentais são acompanhadas por estados conscientes, nos quais temos percepção do que estamos fazendo. De modo algum o funcionalismo explica o estado de estar consciente, de perceber, o estado em que sabemos o que estamos pensando — computadores não sabem o que estão fazendo. E muito menos nos diz quem é que está consciente, percebendo e pensando. Dennett, de modo engraçado, diz que a base de sua filosofia é "o absolutismo da terceira pessoa", que o deixa na posição de afirmar "eu não acredito em 'eu' ".

Alguns dos mais fortes críticos de Dennett e do funcionalismo são, de modo interessante, fisicalistas: David Papineau, John Searle e outros. John Searle é especialmente ríspido: "Se você está tentado a aderir ao funcionalismo, acredito que não precisa de refutação, mas de ajuda".

Ao contrário de Dennett, Sam Harris tem defendido fortemente a suprafísica realidade da consciência. "O problema, porém, é que nada relacionado ao cérebro, quando pesquisado como sistema físico, indica que ele é portador daquela dimensão particular, interior, que cada um de nós percebe como consciência." A conclusão é impressionante: "A consciência pode ser um fenômeno muito mais rudimentar do que as criaturas vivas e seus cérebros, e parece não haver uma maneira de rejeitar essa tese experimentalmente".

Para seu crédito, Dawkins reconhece a realidade, tanto da consciência e da linguagem, como do problema que isso representa. "Nem Steve Pinker nem eu podemos explicar a consciência subjetiva humana, que os filósofos chamam de qualia", ele disse uma vez. "Em seu livro Como a mente funciona, Steve elegantemente aborda o problema da consciência subjetiva, pergunta de onde ela vem e qual sua explicação. Então, é bastante honesto para dizer que não sabe. Eu digo o mesmo. Não sabemos. Não compreendemos."

Wolpert deliberadamente evita a questão da consciência: "Tenho fugido propositalmente de qualquer discussão sobre a consciência".


Fonte: "Um Ateu Garante: Deus Existe"; ed. Ediouro; pg.160-162.

quinta-feira, 29 de outubro de 2015

A segunda vinda de Jesus será visível a todos?

Sim.
Mt 24:30 - Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; e todas as tribos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e grande glória.

Mc 13:26 - E, então, verão vir o Filho do Homem nas nuvens, com grande poder e glória.

Lc 21:27 - E, então, verão vir o Filho do Homem numa nuvem, com poder e grande glória.

Ap 1:7 - Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá, até os mesmos que o traspassaram; e todas as tribos da terra se lamentarão sobre ele. Sim! Amém!

Não.
Jo 14:19 - Ainda um pouco, e o mundo não me verá mais, mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis.
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Descontradizendo Jo 14:
Jesus estava falando da ressurreição e não da Parousia!

"Ainda um pouco,"...

Estava próximo de acontecer.

"...e o mundo não me verá mais,..."

O mundo não incluía os seus discípulos.

"...mas vós me vereis; porque eu vivo, e vós vivereis".

O texto está se referindo que apenas os seus discípulos o veriam depois de ressurreto. E de fato foi isto que ocorreu, apenas os seus discípulos o viram depois de ressurreto.

Leiam 1 Co 15:
5 - "e que foi visto por Cefas e depois pelos doze".
6 - "Depois, foi visto, uma vez, por mais de quinhentos irmãos, dos quais vive ainda a maior parte, mas alguns já dormem também".
7 - "Depois, foi visto por Tiago, depois, por todos os apóstolos"
8 - "e, por derradeiro de todos, me apareceu também a mim, como a um abortivo".

Uma pergunta: Em algum momento a Bíblia diz que jesus apareceu depois de ressurreto a alguém não-cristão? O único caso em que isto ocorreu, foi com Paulo, e somente aconteceu porque Jesus tinha um plano para com ele. Portanto, ninguém que não fazia parte do seu propósito o viu ressurreto.


Pipe

quarta-feira, 28 de outubro de 2015

Jesus sabe de tudo?

Sim, ele sabe
Jo 16:30 - Agora, conhecemos que sabes tudo e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso, cremos que saíste de Deus.

Jo 21:17 - Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas.

Cl 2:2-3 - para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus -- Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.

Não, ele não sabe
Mt 24:36 - Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai.

Mc 13:32 - Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai.

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Descontradizendo:
Mt 24:36 - "Porém daquele Dia e hora ninguém sabe, nem os anjos dos céus, nem o Filho, mas unicamente meu Pai".

Mc 13:32 - "Mas, daquele Dia e hora, ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai".

Zacarias de Aguiar Severa no seu "Manual de teologia sistemática" pela A. D. Santos Editora, comenta a respeito da natureza humana de Jesus:
"Ele esteve sujeito às limitações físicas, como cansaço (Jo 4:6), fome (Mt 21:18), sede (Mt 11:19). Sofreu intensa agonia de alma e corpo antes da morte física (Mc 14:33-36; Lc 22:63; 23:33). Experimentou todas as categorias de emoções humanas: alegria (Lc 10:21), tristeza (Mt 26:37), amor (Jo 11:5), compaixão (Mt 9:36), surpresa (Lc 7:9), ira (Mc 3:5). Padeceu e morreu nas mãos dos homens (Lc 22:44; Jo 19:33). Todos estes fatores indicam que Cristo era humano". (pg.228)

Continua a respeito do seu conhecimento limitado:
"Embora Cristo fosse incomparavelmente superior aos homens no seu conhecimento (Jo 1:47; 4:29; Lc 6:8; 9:47) e compreendesse a Escritura do AT de maneira singular (Mt 22:29; 26:54-56; Lc 4:21ss; 24:27 e 44ss), contudo, o conhecimento de Cristo mostrava-se de alguma forma limitado (Mc 5:30ss; 6:38; 9:21; Lc 2:46; Mc 13:32). Esta circunstância de ter seu conhecimento limitado evidencia sua natureza humana". (pg.229)

Comenta ainda sobre o estado de humilhação de Cristo:
"Como ser humano, ele, que é a segunda Pessoa da Santíssima Trindade, passou a ser, em tudo, dependente da Terceira Pessoa, o Espírito Santo. Ele foi gerado pelo Espirito Santo (Lc 1:34-35), ungido pelo Espírito (Mt 3:16), conduzido à tentação pelo Espírito (Mt 4:1), levado à cruz pelo Espirito (Hb 9:4), ressuscitado pelo Espírito (Rm 8:11), fortalecido pelo Espírito para realizar as obras (Mt 12:28; At 1:2; 10:38)". (pg.237)

Jesus se esvaziou:
Filipenses 2:
6 - "que, sendo em forma de Deus, não teve por usurpação ser igual a Deus".
7 - "Mas aniquilou-se a si mesmo, tomando a forma de servo, fazendo-se semelhante aos homens;"
8 - "e, achado na forma de homem, humilhou-se a si mesmo, sendo obediente até à morte e morte de cruz".

As suas limitações estavam perfeitamente ligadas a sua condição como humano. Foi um ato de escolha própria que o colocou nesta condição.

É diante desta condição que Ele diz que não sabia o dia a não ser o Pai.

Porém, esta era uma condição que estava limitada enquanto homem e não após a ressurreição:
Cl 2:2-3 - "para que os seus corações sejam consolados, e estejam unidos em caridade e enriquecidos da plenitude da inteligência, para conhecimento do mistério de Deus -- Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e da ciência".

Paulo está falando do Cristo glorificado e não da encarnação.

Vamos ver o contexto dos outros textos para ver do que estão falando quando dizem que Jesus sabia tudo.
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Descontradizendo Jo 16:30:
Jo 16:30 - "Agora, conhecemos que sabes tudo e não precisas de que alguém te interrogue. Por isso, cremos que saíste de Deus".

Vamos ao contexto:
19 - "Jesus percebeu que queriam interrogá-lo, e lhes perguntou:..."

O que havia acontecido?
Os discípulos estavam querendo interrogar Jesus acerca do que ele havia dito. Porém, antes mesmo de perguntarem, Jesus percebe neles que ficaram sem entender o que havia dito. Jesus lhes responde de maneira mais clara. É então diante disto, que eles falam:

29-30 - "Disseram os seus discípulos: Agora falas abertamente, e não usas nenhuma figura. Agora percebemos nque sabes tudo, e não é preciso que alguém te interrogue. Por isso cremos que vieste de Deus".

Eles ficaram admirados que Jesus respondeu a eles sem que houvessem feito a pergunta que fizeram uns aos outros. É diante disto, que falam: "Sabes tudo, e não é preciso que alguém te interrogue".

O termo "sabes tudo" está ligado ao que se passa pela cabeça das pessoas. Jesus sabia tudo o que eles pensavam. É disto que o texto está falando. Daí a BDC ligar isto ao que Jesus disse a respeito de não saber o dia, tirar totalmente do contexto o que os discípulos disseram e aplicá-lo em qualquer situação se trata de uma distorção daquilo que o texto está verdadeiramente falando.

Está afirmação não anula o que Jesus disse por não saber o dia e nem a hora em que aquelas coisas aconteceriam.

Ele sabia de tudo o que se passava na mente de seus discípulos. Porém, não sabia a respeito do dia do juízo enquanto humano. Como já Zacarias disse antes, esta era uma das limitações humanas que estavam sobre ele.

Portanto, a palavra "tudo" ali, diz respeito ao que se passava na mente deles, e não a respeito de tudo no sentido onisciente.
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Descontradizendo Jo 21:17:
Jo 21:17 - "Disse-lhe terceira vez: Simão, filho de Jonas, amas-me? Simão entristeceu-se por lhe ter dito terceira vez: Amas-me? E disse-lhe: Senhor, tu sabes tudo; tu sabes que eu te amo. Jesus disse-lhe: Apascenta as minhas ovelhas".


Opa! Aqui Jesus havia ressuscitado e já habitava um corpo glorificado que não estava mais limitado a condição em que Jesus estava antes da cruz.

terça-feira, 27 de outubro de 2015

Quantos foram crucificados com Jesus?

A maioria dos Cristãos tem sido ensinada a pensar que o nosso Senhor Jesus Cristo foi crucificado juntamente com duas pessoas, e que a sua Cruz foi entre os dois. Nós temos visto muitas exibições, imagens, monumentos comemorativos, etc, mostrando apenas dois ladrões em volta de Jesus.
Será mesmo que foi dessa forma? É o que vamos ver abaixo.

Analisando os textos

Este questionamento veio à tona quando tivemos que responder a uma contradição acerca dos insultos vindos dos dois ladrões para com Jesus. Vamos ver os textos:
Mateus 27:38 e 44 Dois ladrões foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda(...) 44 - Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele. – NVI
De acordo com o texto, os dois ladrões que foram crucificados com Jesus o insultavam.
Marcos 15:27 - Com ele crucificaram dois ladrões, um à sua direita e outro à sua esquerda... – NVI
Marcos também afirma que os ladrões insultavam Jesus.
Lucas 23:32 - Dois outros homens, ambos criminosostambém foram levados com ele, para serem executados. – NVI
Lucas, além de chama-los de criminosos (e não de ladrões), diz que apenas um dos criminosos insultava Jesus.
Em Lucas, ao invés de ladrões, ela traduz como “criminosos”. Reparem que o texto nos traz as palavras “outros” e “também”. Vamos ver uma outra versão, a JFDA.
Lucas 23:32 - E também conduziram outros dois, que eram malfeitores, para com ele serem mortos.
A mesma versão traduz de outra forma em Mateus:
Mateus 27:38 - E foram crucificados com ele dois salteadores, um à direita, e outro à esquerda.(...) 44 - E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados.
Já Lucas diz que apenas um dos criminosos insultava Jesus, e o outro o repreendia. Veja:
Lucas 23:39-41 - Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!” Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença? Nós estamos sendo punidos com justiça, porque estamos recebendo o que os nossos atos merecem. Mas este homem não cometeu nenhum mal”.
Então, neste caso teríamos uma contradição explícita, pois Mateus e Marcos dizem que os dois ladrões insultavam Jesus e Lucas diz que apenas um criminoso o fazia e o outro repreendia tal criminoso.
Será mesmo que existe essa contradição?

Palavras muito diferentes

Primeiramente, vamos analisar porque as versões NVI e JFDA usam palavras diferentes para se referir a estes criminosos.
A NVI em Mateus utiliza ladrões e em Lucas utiliza criminosos.
A JFDA em Mateus utiliza salteadores e em Lucas malfeitores.
Vamos analisar no original, em grego:
Mt 27:38 - τοτε σταυρουνται συν αυτω δυο λησται εις εκ δεξιων και εις εξ ευωνυμων
Λησται – Ladrões
Lc 23:32-39 - ηγοντο δε και ετεροι δυο κακουργοι συν αυτω αναιρεθηναι / εις δε των κρεμασθεντων κακουργων εβλασφημει αυτον λεγων ει συ ει ο χριστος σωσον σεαυτον και ημας
Kακουργοι / Κακουργων – Dois Criminosos / Com os Criminosos
Com esta comparação vemos que no original, foram usadas duas palavras diferentes para descrever os dois criminosos. Devido a isso, as duas traduções também trazem palavras diferentes para os mesmos dois criminosos.
Mas porque os escritores utilizariam palavras diferentes para descrever as mesmas duas pessoas?
Ladrão - Adjetivo: Que furta; ladro. Substantivo masculino: Aquele que furta ou rouba; gatuno, ladro, larápio, rato, amigo do alheio. [Fem.: ladraladronaladroa; aum.: ladravazladravão,ladroaçoladronaço.]
Criminoso - Adjetivo: V. criminalEm que há, ou que constitui ou importa crime. Que cometeu crime. Substantivo masculino: Aquele que praticou crime; réu.
A princípio, não haveria razão aparente. Talvez a justificativa para tal é que não haviam apenas dois criminosos e sim quatro. Isso mesmo, quatro (4) criminosos com Jesus.
Para a defesa dessa tese, seguirei com o estudo abaixo.
Jesus Cristo recusou as tradições religiosas do seu tempo
A tradição diz que são 2, mas a Palavra não.
Mateus 15:1-3 (NVI)
(1) Então chegaram ao pé de Jesus uns escribas e fariseus de Jerusalém, dizendo:
(2) Por que transgridem os teus discípulos a tradição dos anciãos? Pois não lavam as mãos, quando comem pão.
(3) Ele, porém, respondendo, disse-lhes: “Porque transguedis vós, também, o mandamento de Deus, pela vossa tradição.”
Este trecho identifica a raiz do problema: a falta da fé genuína na integridade da palavra de Deus. Tal fé conduz para uma convicção indispensável de que a palavra de Deus não pode se contradizer.
Quando se chega na pessoa dos outros crucificados com Jesus, a chave é fazer, como qualquer autor, uma parte narrativa podendo dizer qualquer coisa acerca do incidente particular. Noutro lugar, o autor pode escolher acrescentar mais informações a este incidente. Neste caso, o autor é Deus. Nós sabemos que Deus não pode contradizer a si próprio. Então, se o que ele nos diz em Mateus é diferente do que ele nos diz em Lucas acerca do mesmo evento, nós  devemos colocar as duas narrativas em paralelo, afim de verificar todas as informações. Chamamos este princípio de “desenvolvimento narrativo.”

Colocando os textos em paralelo

Iniciando o nosso estudo dos quatro (4) crucificados com Jesus, vamos discutir os problemas criados pelos ensinamentos tradicionais. Devido a tradição e a ignorância na escritura da parte dos pintores e artistas, elas tem feito com que todos creiam que de fato foram apenas dois os criminosos. Ou seja, está enraizado na cultura cristã que foram crucificados apenas dois homens com Jesus. Mas observando os originais e até mesmo as suas cópias, temos algumas boas diferenças na palavra de Deus.
Mateus 27:38 e Marcos 15:27 claramente dizem que haviam ali “dois ladrões,”. Segundo Lucas 23:32 diz "criminosos".
Mateus 27:38 - Dois ladrões foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda.
Lucas 23:32 Dois outros homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados.
Demais, ambos os ladrões , de acordo com Mateus, injuriaram Jesus, mas só um dos criminosos, que estavam pendurados, “blasfemava dele”. O segundo malfeitor defendeu Jesus.
Mateus 27:44 Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele.
Lucas 23:39 e 40 Um dos criminosos que ali estavam dependurados lançava-lhe insultos: “Você não é o Cristo? Salve-se a si mesmo e a nós!”Mas o outro criminoso o repreendeu, dizendo: “Você não teme a Deus, nem estando sob a mesma sentença?
Outro ponto criado pelo ensinamento tradicional é o ajustamento da crucificação dos dois criminosos que foram conduzidos com ele para serem mortos com o ajustamento da crucificação dos dois ladrões que foram levados depois. Vejamos:
Lucas 23:32 e 33 Dois outros homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados. Quando chegaram ao lugar chamado Caveira, ali o crucificaramcom os criminosos, um à sua direita e o outro à sua esquerda.
Os dois criminosos foram crucificados no mesmo momento de Jesus, de acordo com Lucas. Já Mateus 27 diz que depois de acontecer muitas coisas na Caveira, os dois ladrões foram crucificados com ele.
Mateus 27:33-38 Chegaram a um lugar chamado Gólgota, que quer dizer lugar da Caveira, e lhe deram para beber vinho misturado com fel; mas ele, depois de prová-lo, recusou-se a beber. Depois de o crucificarem, dividiram as roupas dele, tirando sortes. E, sentando-se, vigiavam-no ali. Por cima de sua cabeça colocaram por escrito a acusação feita contra ele: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. E dois ladrões foram crucificados com ele, um à sua direita e outro à sua esquerda.Os que passavam lançavam-lhe insultos, balançando a cabeça e dizendo: “Você que destrói o templo e o reedifica em três dias, salve-se! Desça da cruz, se é Filho de Deus!”Da mesma forma, os chefes dos sacerdotes, os mestres da lei e os líderes religiosos zombavam dele, dizendo: “Salvou os outros, mas não é capaz de salvar a si mesmo! E é o rei de Israel! Desça agora da cruz, e creremos nele. Ele confiou em Deus. Que Deus o salve agora, se dele tem compaixão, pois disse: ‘Sou o Filho de Deus!’ ” Igualmente o insultavam os ladrões que haviam sido crucificados com ele.
Vejam que há uma diferença clara entre os dois relatos. Isso não pode ser evidenciado como contradição devido a sua grande diferença, mas pode ser evidenciado como sendo relatos distintos, de coisas diferentes. Quem nos acompanha sabe que os escritores dos evangelhos tinham uma péssima mania de resumirem demais seus relatos. Um escrevia uma coisa pela metade, o outro escrevia a outra metade e por aí vai. Infelizmente, para nós, isso torna a pesquisa bem mais exaustiva. Continuando:
Segundo esses argumentos, não podemos arranjar provas através da tradição. Mas uma descorberta levantou dúvidas sobre a crucificação.
Há, no Ploubezere, perto de Lannion, no lado do Norte, na Inglaterra, a representação da Caveira (Golgota) com cinco cruzes. Porque o escultor faria isso? Veja as imagens abaixo:

Imagem recente depois da reforma na igreja. As esculturas tiveram que ser desmontadas e remontadas em uma base mais sólida.
King James e as versões em grego
Em Mateus e Marcos, a versão King James diz “dois ladrões"; as palavras gregas são duo lestai (δυο λησται) onde duo significa “dois” e lestai é a palavra “ladrões ou salteadores”. “Duo lestai foram crucificados com Jesus depois dos acontecimentos (sorteio das roupas, vinagre, etc).
Já Lucas nos diz que dois criminosos (duo kakourgoi - δυο κακουργοι) foram com Jesus quando ele estava sendo levado na casa de Pilatos e foram crucificados ao mesmo tempoDepois repartiram as roupas e os soldados assentados observavam o que acontecia.
Dois criminosos foram crucificados com Jesus no momento em que Ele foi crucificado, e dois ladrões foram mais tarde crucificados com Ele, isso após a divisão de suas roupas, etc…. Para a sua lembrança, todo ladrão é um criminoso, mas nem todo criminoso é um ladrão.
Lendo Mateus, Marcos e Lucas sabemos que haviam quatro outros crucificados com Jesus. Porém temos um amigo que vai provar de uma vez por todas esta nossa tese. Vamos ao evangelho de João onde não é relatado o elemento “tempo” dos eventos da crucificação. Ele não diz quando, mas nos mostra o lugar.
Joao 19:17-18 Levando a sua própria cruz, ele saiu para o lugar chamado Caveira (que em aramaico é chamado Gólgota). Ali o crucificaram, e com ele dois outros, um de cada lado de Jesus. A tradução literal seria: "Onde o crucificaram, e com ele outros dois, um de cada lado, e Jesus no meio."
οπου αυτον εσταυρωσαν και μετ αυτου αλλους δυο εντευθεν και εντευθεν μεσον δε τον ιησουν
Ou seja, em João, a posição dos criminosos era um do lado esquerdo e outro do direito, fazendo com que Jesus ficasse ao meio.
Este versículo diz que havia apenas dois crucificados com Jesus. Se você tiver uma tradução interlinear do texto grego Stephens, do qual a versão King James foi traduzida, poderá verificar por conta própria, mas pode apenas verificar na imagem abaixo do “interlinear” Grego-Inglês do Novo Testamento, de George Ricker Berry, pagina 303:
http://www.truthortradition.com/images/john1819.jpg
Observe acima a palavra “um (one),” que esta entre parêntesis. Veja que não há a palavra grega correspondente. Isto indica que os tradutores acrescentaram a palavra “um.”
Veja a frase completa em grego:
οπου αυτον εσταυρωσαν και μετ αυτου αλλους δυο εντευθεν και εντευθεν [one] μεσον δε τον ιησουν
Quando há um acréscimo de palavra em uma tradução interlinear eles a colocaram entre parêntesis. Esse procedimento é praxe neste tipo de tradução (interlinear). Tal procedimento é adotado para que o texto, na tradução, faça sentido. Isso acontece no caso da palavra "one".
Se a palavra “um” não está nos textos criticos gregos, porque está na versão King James? Provavelmente porque em 1611 o mundo ocidental havia sido “endoutrinado” com um Jesus mostrado em uma cruz ao centro de dois criminosos. Quando os tradutores olharam neste versículo em particular, eles inseriram a palavra “um”, para que a frase condizesse com a tradição.
Tirando a palavra “um”, não tocamos no original, e fica como lemos em seguida:
Joao 19:18 Ali o crucificaram, e com ele dois outros de cada lado de Jesus. Numa tradução literal ficaria:
"Ali o crucificaram, e com ele outros dois de cada lado, e Jesus no meio."
Fratura das pernas
Mais um ponto lógico e pertinente, baseado nos versículos seguintes:
Joao 19:32-33 - Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e em seguida as do outro. Mas quando chegaram a Jesus, constatando que já estava morto, não lhe quebraram as pernas. Em vez disso, um dos soldados perfurou o lado de Jesus com uma lança, e logo saiu sangue e água.
A narrativa do evento termina aqui.
Quando deixamos a palavra de Deus falar por si só, vimos que os soldados foram e quebraram as pernas de dois homens de um dos lados de Jesus. Então eles foram a Jesus, e viram que já estava morto. Como Jesus é a pessoa central da narrativa, o escritor não narra os últimos dois homens até o final. A narrativa termina com a lança cravada no lado de Jesus. Mas certamente os soldados continuaram e quebraram as pernas dos outros dois porque era necessário, pois era ordem de Pilatos. Por isso não havia a necessidade de narrar as fraturas dos outros dois pois, pois o texto já afirmara que era uma ordem de Pilatos. Sendo assim, subentende-se que eles deveriam continuar o processo de fraturas. Possivelmente esse é o motivo de João não continuar a narrativa, já que era uma coisa óbvia.
Eis aqui a representação gráfica das cinco cruzes para substituir o pensamento tradicional de apenas 3 cruzes. As descrições estão em inglês, porém é fácil seguir a cronologia do evento.
Quebraram as pernas do primeiro (esquerda) depois quebraram as do outro (ao lado do da esquerda) e viram Jesus já morto. Não há razão para pensarmos que no caso de 3 crucificados, eles quebrariam as pernas de um, iriam até o outro, passando pela frente de Jesus e depois voltariam a Jesus para quebrar-lhes as pernas.
http://www.truthortradition.com/images/fivecross2.jpg
João 19:32-33 Vieram, então, os soldados e quebraram as pernas do primeiro homem que fora crucificado com Jesus e em seguida as do outro. Mas quando chegaram a Jesus, constatando que já estava morto, não lhe quebraram as pernas.
O texto mostra explicitamente que haviam dois em um dos lados de Jesus. Quebram de um, em seguida de outro e chegam até Jesus. Porque Jesus é o 3º? Se fossem apenas 3, Jesus seria o 2º canditado a ter as pernas quebradas. Ou então eles fizeram assim:
Um soldado se posiciona na frente de um dos criminosos, outro soldado se posiciona na frente do outro e diz assim: Você primeiro. Aí o primeiro quebra as pernas do criminoso e diz: Agora você! Depois de quebrá-las, os dois foram até Jesus quebrar-lhe as pernas.
Essa teoria é ridícula, pois, por que necessitaria de dois soldados para quebrarem as pernas de Jesus, se cada um conseguiu quebrar as pernas de um criminoso?
Sendo assim, João 19:32-33 confirma definitivamente que haviam no mínimo 4 crucificados com Jesus.
"Outros"
A palavra “outro” em João 19:32 (“e em seguida as do outro”) é outra chave para evidenciar que quatro homens foram crucificados com Jesus. Na Bíblia em grego, há duas palavras gregas traduzidas como “outro”. Uma delas é heteros e a outra é allos, e a sua usagem é para duas situações diferentes.
Em João 19:32, allos é usada porque mais de dois indivíduos são envolvidos, ou seja, no mínimo três (3). Dois criminosos e os dois ladrões fazem quatro. Por conseguinte, os soldados quebraram as pernas do primeiro e do outro (allos).
ηλθον ουν οι στρατιωται και του μεν πρωτου κατεαξαν τα σκελη και του αλλου του συσταυρωθεντος αυτω
Ou seja, na sequência das fraturas, João usa a palavra allos porque haviam mais de 2 criminosos. Por exemplo: quebrou as pernas de um, quebrou as pernas de "outro" (allos) e se continuasse a narrativa, quebraria as pernas dos outros (allos).
Em Lucas 23:32, a palavra “outro” também é usada:” Dois “outros” [heteros] homens, ambos criminosos, também foram levados com ele, para serem executados.
ηγοντο δε και ετεροι δυο κακουργοι συν αυτω αναιρεθηναι
A palavra “outro” deste versículo não é allos, mas heteros, justamente porque haviam apenas dois envolvidos. O texto está específico em cima dos dois criminosos, não contando com os outros 2. Heteros é sempre usada quando se tem no máximo 2 sujeitos. E neste versículo, narra-se apenas 2. Esta exatidão notavél da palavra de Deus encerra este estudo aqui.
Conclusão
Baseando-se nestas novas evidências, fica muito claro que Jesus não teve apenas dois companheiros na sua crucificação. Este estudo elucida completamente a questão contraditória relatada nos evangelhos acerca destes dois homens (4).
Portanto, quando Mateus disse que os dois ladrões blasfemavam de Jesus, e Lucas diz que apenas um criminoso o fazia, não se contradizem, pois os dois ladrões blasfemavam juntamente com um dos criminosos e o outro defendia Jesus das injúrias de seus companheiros.
Cabe a você leitor, escolher este estudo como verdade, ficar com a hipótese tradicional de apenas dois ladrões, porém terá que arranjar alguma forma de descontradizer a palavra de Deus, ou então considerar que há uma contradição nas escrituras. Aí cai na questão "fé".
Bibliografia
Imagens das cruzes - Google
Bíblia João Ferreira de Almeida 
- Sociedade Bíblica do Brasil
Bíblia de Estudos NTLH - 
Sociedade Bíblia do Brasil 
Bíblia de Estudos NVI - 
Sociedade Bíblica Internacional 
NVI Digital em Cd-rom -
 Sociedade Bíblica Internacional 
Textus Receptus (grego) 
- bibliaonline.com.br 
Westcott/Hort with variants (grego) 
- bibliaonline.com.br
Interlinear Westminster Leningrad Codex (hebraico)
 - ISA basic 2.0 RC1
King James Version - Sociedade Bíblica Trinitariana do Brasil
Berry, George RickerInterlinear Grego-Inglês do Novo Testamento.

domingo, 25 de outubro de 2015

Extinção e fósseis: Impacto ou não?


 IMPACTO OU NÃO? METEORITOS, VULCANISMO, EXTINÇÕES E REGISTRO FÓSSIL
por Raúl Esperante

Novos estudos indicam que as causas das extinções no registro fóssil não estão nada claras
A coluna geológica de estratos sedimentares registra o desaparecimento em massa de numerosas espécies de organismos, incluindo animais terrestres, marinhos, plantas e micro-organismos.

Estas extinções em massa marcam o final do registro fóssil de espécies, gêneros ou até famílias de organismos que não voltam a aparecer em forma fóssil nas camadas sedimentares superiores.

O registro fóssil está marcado por várias destas extinções em massa com extensão global, e salpicado por outras de menor envergadura ou de caráter regional.

Durante décadas os cientistas têm discutido as causas destas extinções em massa e sua importância na evolução biológica e ecológica dentro de um quadro evolucionista. Numerosas causas têm sido propostas, algumas das quais teriam tido consequências regionais, outras teriam sido de extensão global (planetária) e outras seriam aplicáveis ao desaparecimento de determinados grupos de organismos.

Considera-se que a extinção de maiores proporções foi a que ficou registrada nas rochas do final do chamado período Permiano, no qual 96% dos organismos marinhos existentes foram eliminados.

O primeiro fator a ser considerado é que esta extinção não foi repentina, do ponto de vista evolucionista, mas teria durado uns 8 milhões de anos na escala geológica evolutiva (Prothero, 1998). Por isso os paleontólogos evolucionistas acham difícil encontrar uma causa que explique o desaparecimento em massa de tantos organismos prolongando-se por tanto tempo.

Schopf (1974) atribuiu a extinção do final do Permiano à redução das áreas de águas superficiais (plataformas continentais) entre os continentes naquela época durante a formação do grande super continente Pangea. A coalescência da Pangea juntamente com uma regressão marinha generalizada teria originado a diminuição dos habitats disponíveis para os habitantes das águas pouco profundas, conduzindo-os à extinção.

O problema desta hipótese é que, segundo os modelos geológicos de tectônica de placas e deriva continental, o super continente Pangea já teria sido estabelecido muito antes do começo desta extinção.

Stanley (1984, 1987) sugeriu que a extinção do final do Permiano deveu-se a um resfriamento global dos oceanos causado pela formação de enormes camadas de gelo em ambos os pólos terrestres. O grande problema com esta hipótese é que as supostas evidências de glaciação não aparecem nas rochas do Permiano, mas nas do período anterior, cujas camadas sedimentares estão muito abaixo das permianas que contêm os organismos extintos. Por outro, lado considera-se que o final do Permiano foi um período de aquecimento global do planeta.

Várias outras hipóteses têm sido sugeridas para explicar a grande extinção do final do Permiano, incluindo a redução do conteúdo de oxigênio na atmosfera e na água, e a acidificação dos oceanos devido ao CO2 emitido pelas enormes erupções basálticas na Sibéria.

Alguns cientistas encontraram evidências, nas camadas que delimitam a transição Permiano-Triássico, de enormes explosões vulcânicas silícicas, as quais teriam dado origem à formação de nuvens de cinzas vulcânicas sobre todo o planeta durante semanas ou meses, e teriam impedido a chegada da luz solar ao oceano, matando assim, a delicada fauna aquática.

Finalmente, Edwin (1993) propõe que todas as hipóteses anteriores em conjunto foram a causa da extinção em massa no Permiano.

Todas estas hipóteses apresentam diversos problemas, entre os quais os mais importantes são a dificuldade para explicar a extinção de tantos organismos em um período tão prolongado de tempo (8 milhões de anos) em vez de ser abruptamente, e que alguns grupos de organismos foram muito afetados e outros pouco.

Alguns cientistas, movidos pela descoberta de evidências de impacto nas rochas do limite do Cretáceo-Terciário (K-T), sugeriram a possibilidade de que o evento de extinção do final do Permiano poderia estar relacionado com o impacto de meteoros. No entanto, a evidência apresentada até agora tem sido controvertida e discutível.

Foi sugerido que em alguns afloramentos de rochas sedimentares do Permiano, na Austrália e Antártica, se acham grãos de quartzo com evidência de choque, o que apontaria para um impacto meteórico, porém as evidências mostradas têm sido postas em dúvida. Outras evidências procedentes de localidades na China, Itália, Áustria e outros lugares têm sido questionadas em sua relação com o possível impacto meteórico no final do período Permiano.
Recentemente, Koeberl et al. (2004) publicou um artigo na revista Geology no qual revelam os resultados de seu trabalho sobre o limite Permiano-Triássico em várias localidades europeias. Os autores estudaram amostras de rochas procedentes de afloramentos do final do Permiano existentes nos Alpes austríacos e nas Dolomitas do noroeste da Itália. Os estratos sedimentares que agora constituem parte dessas altas cordilheiras teriam sido depositados no antigo mar de Tethys, existente no Permiano. Em suas análises, os autores buscavam nas amostras de rochas os indicadores geoquímicos sensíveis à influência de material extraterrestre (meteoritos), como os elementos do grupo da platina (incluindo elevadas concentrações de irídio), e os isótopos de ósmio e hélio.

As análises indicam que a elevada concentração de irídio é similar a do limite K-T (onde parece existir evidência de impacto), porém, a extensão de tal anomalia é muito menor comparada com a do K-T.

Ainda que sejam elevadas as concentrações de irídio nas rochas do limite Permiano-Triássico nos Alpes italianos e austríacos, do ósmio e de outros elementos do grupo da platina, os valores obtidos indicam que estas anomalias não apresentam as características dos grandes impactos meteóricos. Sua origem parece ser puramente terrestre, isto é, a crosta continental e/ou material vulcânico, e não material extraterrestre. Essa conclusão é reforçada pela total ausência de evidências de hélio de origem extraterrestre nas rochas analisadas.

As pesquisas feitas sobre as evidências de extinções no registro fóssil e sua extensão, causas e consequências, são de grande interesse para aqueles que trabalham em modelos que incluem o dilúvio universal e uma cronologia curta para a existência da Terra. Um modelo de catástrofe global ocasionada por um dilúvio que tenha coberto toda a Terra poderia acomodar qualquer das hipóteses mencionadas no começo deste artigo, incluindo o impacto de um ou mais meteoritos em diversos momentos e locais.

O dilúvio do Gênesis foi uma catástrofe global que afetou o planeta em sua totalidade, e que causou a completa modificação da crosta terrestre.

Os impactos de objetos planetários como os meteoritos podem ter sido importantes como agentes geológicos, especialmente se foram de grandes dimensões. O choque de grandes meteoritos teria originado poderosos movimentos sísmicos e tsunamis que por sua vez teriam causado outros fenômenos geológicos subsequentes como desprendimentos de rochas, deslizamento de grandes massas instáveis de sedimentos (turbiditos, etc.), dobramento e fratura de rochas e/ou estratos depositados previamente, etc.

O impacto de meteoritos poderia ter rompido "as fontes do abismo" (Gn 7:11) e iniciado o conjunto de processos hidrológicos iniciais do dilúvio.

Também poderia ter iniciado a atividade tectônica de movimento de placas ao romper a crosta terrestre e introduzir energia cinética do exterior.

Uma leitura literal das Escrituras não está em contradição com a aceitação destas possibilidades. Porém, é necessário muito mais estudo e pesquisa para determinar que papel desempenharam os impactos de objetos planetários na atividade geológica durante o dilúvio de Gênesis, e sua relação com as extinções registradas nas rochas sedimentares.

Referências:
1. Koebert, C., Farley, K. A., Peucker-Ehrenbrink, B., Sephton, M. A. 2004. Geochemistry of the end-Permian extinction event in Austria and Italy: No evidence for an extraterrestrial component. Geology 32(12):1053-1056.
2. Prothero, D.R. 1998. Bringing fossils to life: an introduction to paleobiology. Boston: McGraw-Hill.
3. Schopf, T. J. M. 1974. Permo-Triassic extinction: relation to sea-floor spreading. Journal of Geology 82:129-143.
4. Stanley, S. M. 1984. Mass extinctions in the ocean. Scientific American 250(6):46-54.

5. Stanley, S. M. 1987. Extinction. Scientific American Library, New York.

sexta-feira, 23 de outubro de 2015

Livro: "O TESTE DA FÉ - Os cientistas também creem" de Ruth Bancewics

Editora: Ultimato
É comum ouvir na mídia, nas universidades e até nas igrejas que fé e ciência não podem andar juntas. Para muitos, abraçar o cristianismo é rejeitar a ciência; para outros, é exatamente o contrário.
O Teste da Fé quer acabar com esse dilema. E afirma: Os cientistas também creem.
Dez cientistas reconhecidos internacionalmente como pesquisadores notáveis contam suas histórias de vida e como relacionam a sua fé com a atividade científica.
Alguns eram ateus; outros, agnósticos; e ainda outros foram apresentados ao cristianismo quando crianças. Todos, em algum momento, mudaram de opinião ou reafirmaram o que creem.

E mais: O Teste da Fé vem acompanhado de um DVD com um documentário dividido em três blocos temáticos, além de entrevistas com os autores, entre outros recursos.

quinta-feira, 22 de outubro de 2015

O homem que seqüênciou o genoma


 “Encontrei a Deus”, diz o homem que seqüenciou o genoma:

Cientista que liderou a equipe que seqüenciou o genoma humano está para publicar um livro explicando por que agora ele acredita na existência de Deus e está convencido de que milagres são reais. Francis Collins, diretor do Instituto Nacional de Pesquisa do Genoma Humano dos EUA, afirma que há uma base racional para a existência de um criador e que as descobertas científicas levam o homem “para mais perto de Deus”.

Seu livro The Language of God [A Linguagem de Deus], a ser publicado em setembro, reabrirá o antigo debate sobre a relação entre ciência e fé. “Uma das grandes tragédias de nossos tempos é essa impressão que se tem criado de que a ciência e a religião precisam viver em guerra”, diz Collins (pág. 56). “Eu não considero isso necessário de forma alguma e acho extremamente frustrante que essas insistentes vozes que ocupam os extremos desse espectro tenham dominado o cenário nos últimos 20 anos.”

Para Collins, o fato de ter desvendado o genoma humano não criou um conflito em sua mente. Pelo contrário, permitiu-lhe “vislumbrar as obras de Deus”.

“Quando se faz uma grande descoberta, é um momento de euforia científica, pois você esteve nessa busca e parece ter encontrado o que buscava”, ele diz. “Mas também é um momento em que, no mínimo, me sinto mais perto do Criador, no sentido de ter percebido agora algo que nenhum ser humano conhecia antes, mas que Deus conhecia o tempo todo.

“Quando se tem, pela primeira vez, à sua frente esse livro de instruções de 3,1 bilhões de letras, que transmite todos os tipos de informações e todos os tipos de mistérios sobre a humanidade, não se pode pesquisá-lo página por página sem se sentir maravilhado. E não posso deixar de analisar essas páginas sem ter uma vaga sensação de que estou tendo um vislumbre da mente de Deus.”

Collins faz parte de uma linha de cientistas cuja pesquisa aprofundou sua crença em Deus. Isaac Newton, cuja descoberta das leis da gravidade reformulou sua compreensão do Universo, declarou: “Esse lindíssimo sistema só poderia proceder do domínio de um ser inteligente e poderoso.”

Embora Einstein tenha revolucionado nosso conceito de tempo, gravidade e conversão da matéria em energia, ele acreditava que o Universo tinha um criador. “Gostaria de conhecer Seus pensamentos; o resto é detalhe”, disse. (...)

Collins foi ateu até a idade de 27 anos, quando, atuando como médico, ficou impressionado com a força que a fé proporcionava a alguns de seus pacientes mais críticos. “Eles tinham doenças terríveis, das quais provavelmente não escapariam. Porém, em vez de se zangar com Deus, eles pareciam apoiar-se na fé como fonte de grande conforto e tranqüilidade”, ele declara. “Isso era interessante, confuso e perturbador.

Decidiu visitar um pastor metodista e recebeu um exemplar do livro Cristianismo Puro e Simples, de C. S. Lewis, que argumenta que Deus é uma possibilidade racional. O livro transformou sua vida. “Era um argumento que eu não estava preparado para ouvir”, afirma. “Eu estava feliz com a idéia de que Deus não existia nem Se interessava por mim. Porém, ao mesmo tempo, não consegui voltar atrás.”

A epifania ocorreu quando foi fazer uma caminhada nas Montanhas Cascade, no Estado de Washington. “Era uma bela tarde”, diz. “De repente, a extraordinária beleza da criação ao meu redor foi tão avassaladora que eu senti que não poderia resistir mais uma vez.”

Collins acredita que a ciência não pode ser usada para refutar a existência de Deus, porque está confinada ao mundo “natural”. Sob essa perspectiva, ele acredita que os milagres são uma possibilidade real. “Se alguém deseja aceitar a existência de Deus ou alguma força sobrenatural externa à natureza, então não é logicamente um problema admitir que, ocasionalmente, uma força sobrenatural poderá preparar uma invasão”, ele diz.


Steven Swinford, no The Sunday Times de 11 de junho de 2006.

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Jesus disse que ele sempre estaria com os seus discípulos?

Sim.
Mt 28:20 - ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!

Não.
Mt 26:11 - Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre.

Mc 14:7 - Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes.

Jo 12:8 - Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes.

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Descontradizendo:
Mt 26:11 – ”Porquanto sempre tendes convosco os pobres, mas a mim não me haveis de ter sempre”.

Mc 14:7 – ”Porque sempre tendes os pobres convosco e podeis fazer-lhes bem, quando quiserdes; mas a mim nem sempre me tendes”.

Jo 12:8 – ”Porque os pobres, sempre os tendes convosco, mas a mim nem sempre me tendes”.

Estas palavras de Jesus foram ditas antes ou depois de sua morte na cruz e da ressurreição?
R: Foram ditas antes da cruz e da ressurreição.

Portanto, ela tem duas implicações:
1. Jesus estava se aproximando de sua morte. Diante disto, ele seria tirado dos seus discípulos. Ou seja, eles não o teriam mais.
2. Depois que Jesus subisse ao céu, eles raramente o veriam fisicamente. Sua presença neles seria de maneira espiritual.

Agora vamos ao texto de Mt 28:20 – ”ensinando-as a guardar todas as coisas que eu vos tenho mandado; e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”

Quando foram ditas estas palavras? Estas palavras foram ditas antes ou depois da cruz e da ressurreição?
R: Elas foram ditas depois da ressurreição.

Portanto, a promessa de que estaria sempre com eles foi dada depois dos textos que dizem que nem sempre o teriam. Talvez se tratasse de uma contradição se Jesus tivesse dito isto antes da cruz. Porém, ele as pronunciou depois da ressurreição. E de fato, depois que estas palavras foram ditas, é fato que Jesus permanece na vida de seus discípulos para toda a eternidade. Não de forma física, e sim de maneira espiritual.

Conclusão:
O texto que afirma que estaria sempre com eles foi pronunciado depois da ressurreição. O texto que diz que nem sempre o teriam, foi dito antes de sua morte na cruz quando ele foi tirado de seus discípulos. Com isto em mente, é fato de que Jesus não se contradisse, pois ele foi tirado deles e restituído novamente para sempre. E quando foi restituído a eles, o foi para toda a eternidade. Por isso, Ele pôde dizer: ”e eis que eu estou convosco todos os dias, até à consumação dos séculos. Amém!”

Portanto, não há nenhuma contradição!


Pipe

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Livro: "Manual de Apologética Cristã - Defendendo os Fundamentos da Autêntica Fé Bíblica" de Esequias Soares

Editora CPAD
Em Manual de Apologética, o autor apresenta as bases da fé cristã e confronta os ensinos das mais variadas seitas e religiões com a Palavra de Deus. Islamismo, Catolicismo, Espiritismo, Mormonismo, Testemunhas de Jeová, Adventismo, Igreja da Unificação, Unicismo, Maçonaria e Nova Era são analisadas detalhadamente neste livro, que não deixa dúvidas quanto à superioridade da Palavra de Deus.

domingo, 11 de outubro de 2015

O Registro fóssil dos aracnídeos


Por Dr. Raul Esperante:

Segundo a escala de tempo geológica evolucionista, os aracnídeos surgiram no Paleozóico Inferior, porém sua origem permanece incerta. Os primeiros aracnídeos fósseis (escorpiões e aranhas) foram encontrados em rochas do Siluriano, os quais têm sido citados como os primeiros animais terrestres (Robison e Kaesler, 1978). Outras ordens aparecem em rochas a partir do Devoniano (ácaros, pseudo-escorpiões, etc). A maioria das ordens de aracnídeos modernos aparece no registro fóssil do Carbonífero Superior. Existem poucos fósseis do período Mesozóico, porémos que foram encontrados são muito semelhantes às espécies modernas e podem freqüentemente ser atribuídos às famílias atuais. Finalmente, os aracnídeos fósseis do Cenozóico são também muito similares aos modernos ou podem de fato assemelhar-se a determinados gêneros ou espécies atuais. O registro fóssil do Cenozóico consiste principalmente em aranhas, ácaros, escorpiões e pseudoescorpiões preservados em âmbar (resina de coníferas)(Dunlop, 1996).

Assim, o registro fóssil dos aracnídeos desperta atenção e requer uma explicação que ainda não foi satisfatoriamente oferecida dentro dos parâmetros evolucionistas. Em primeiro lugar, temos que ressaltar que os primeiros fósseis de aracnídeos aparecem abruptamente no registro fóssil. Não existem (pelo menos não são conhecidos) ancestrais desses animais, e as possíveis interpretações não são mais que especulações baseadas em padrões morfoestruturais e comparações anatômicas. Os aracnídeos aparecem como tal no registro fóssil, sem ancestrais, sem intermediários anteriores, plenamente distintos e diferenciados de outros grupos de invertebrados. Os primeiros fósseis de aracnídeos são exatamente isso: aracnídeos.

Além de não terem sido encontrados os possíveis ancestrais, também não se conhecem os possíveis intermediários entre uma forma e outra durante todo o período em que os aracnídeos viveram sobre a Terra. Se a evolução ocorreu no passado, e todos os organismos compartilham um ancestral comum, tendo surgido por alterações cumulativas (mutações), então deveríamos encontrar fósseis intermediários entre as diferentes formas. Deveríamos encontrar transições graduais desde formas “primitivas” até formas mais modernas, e uma maior diversificação de formas (por exemplo, famílias), adaptações e especializações ao longo do tempo geológico. No entanto, o registro fóssil dos aracnídeos não indica que tal diversificação e as supostas transições tenham ocorrido. A maioria das ordens atuais de aracnídeos aparece em rochas do Carbonífero Superior, há supostamente uns 300 milhões de anos (Dunlop, 1996). Os fósseis de aracnídeos do Carbonífero e do Mesozóico são estruturalmente tão complexos e avançados como os do Cenozóico e os espécimes modernos. Não parece existir nenhuma transição do mais antigo ao mais recente, do mais simples ao mais complexo, do menos adaptado ao mais integrado. Os aracnídeos do Carbonífero e Permiano não somente são tão complexos como os atuais, como também são semelhantes aos atuais, apesar de haver uma diferença de uns 300 milhões de anos entre os primeiros e os últimos na escala de tempo geológico evolucionista. Este fato também conduz a uma questão difícil de responder:

Por que razão os aracnídeos não evoluíram notavelmente nesse intervalo de tempo de 300 milhões de anos, mas mantiveram invariáveis suas características morfo-estruturais?

Por último, o conhecimento que temos dos aracnídeos fósseis nos indica que estavam adaptados a ecossistemas tão complexos como os atuais, e que sua integração ecológica era também complexa. Sua adaptação ao ambiente não foi evolutivamente progressiva (do contrário não teriam sobrevivido), mas apresentavam características, comportamentos e associações ecológicas semelhantes às de seus homólogos modernos.

Em conclusão, qualquer modelo evolutivo deve explicar satisfatoriamente o surgimento abrupto de um grupo de animais altamente especializado, tanto morfológica como ecologicamente, como os aracnídeos, que ademais não deixaram nem rastro das possíveis formas intermediárias que poderiam ter existido ao longo de mais de 300 milhões de anos. O registro fóssil é bem conhecido e suficientemente completo para pensar que, com pequena margem de erro, o que se tem encontrado nas rochas sedimentares e o que ficou registrado no passado, reflete com suficiente realismo o que existiu em tempos passados.

A ausência de fósseis intermediários de aracnídeos e o alto nível de complexidade e adaptação das espécies fósseis indicam que um Projetista os criou em um determinado momento da história do planeta.

Referências:
* Dunlop, J.A. 1996.Arácnidos fósiles (con exclusión de arañas y escorpiones). pp.77-92. In: Melic, A. (ed.) Volumen Monográfico:
PaleoEntomologica. Boletím de la Sociedad Entomológica Aragonesa, 16, 206 pp.

* Robison, R. A., Kaesler, Roger L. 1987. PhylumArthropoda, p. 263. Em: Boardman, R. S., Cheetham, A. H., Rowell, A. J. (eds). Fossil Invertebrates, Blackwell, Oxford, 713 pp.

sábado, 10 de outubro de 2015

Jesus disse: antes que o galo cante ou antes que o galo cante duas vezes?


Antes que o galo cante:
Mt 26:34 - Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás.

Lc 22:34 - Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces.

Jo 13:38 - Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes.

Antes que o galo cante duas vezes:
Mc 14:30 - E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás.

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Descontradizendo:
Observe que os quatro textos estão dizendo a mesma coisa com relação ao número de vezes que Pedro negaria Jesus:

Mt 26:34 - "Disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que, nesta mesma noite, antes que o galo cante, três vezes me negarás".

Lc 22:34 - "Mas ele disse: Digo-te, Pedro, que não cantará hoje o galo antes que três vezes negues que me conheces".

Jo 13:38 - "Respondeu-lhe Jesus: Tu darás a tua vida por mim? Na verdade, na verdade te digo que não cantará o galo, enquanto me não tiveres negado três vezes".

Mc 14:30 - "E disse-lhe Jesus: Em verdade te digo que hoje, nesta noite, antes que o galo cante duas vezes, três vezes me negarás".

A ênfase dos quatro evangelistas não está na quantidade de vezes que o galo cantaria, e sim, na quantidade de vezes que Pedro negaria Jesus. O que Marcos fez foi apenas acrescentar ao seu escrito o número de vezes que o galo cantou.

Gleason Archer comenta: "Acrescentar informações não é a mesma coisa que contradizer; um testemunho mais informativo não desfaz necessariamente um outro, mais breve". ("Enciclopédia de Temas Bíblicos"; ed. Vida; pg.287)

E é exatamente isto que diz respeito a estes textos. Os três primeiros evangelistas, disseram apenas que Pedro negaria Jesus antes que o galo cantasse, sem se preocupar com o número de vezes que ele cantaria. Isto não contraria Marcos. Se trata apenas de um reducionismo. E, no caso de Marcos ele apenas acrescenta que o galo cantaria duas vezes depois que Pedro negasse Cristo três vezes.

O fato dos três evangelistas disserem: "antes que o galo cante", não anula a quantidade de vezes que o galo tenha cantado. Pois afinal, Pedro negou Jesus apenas depois que o galo cantou.


Pipe