Por Dr. Raul
Esperante:
Segundo a escala de tempo geológica evolucionista,
os aracnídeos surgiram no Paleozóico Inferior, porém sua origem permanece
incerta. Os primeiros aracnídeos fósseis (escorpiões e aranhas) foram
encontrados em rochas do Siluriano, os quais têm sido citados como os primeiros
animais terrestres (Robison e Kaesler, 1978). Outras ordens aparecem em rochas
a partir do Devoniano (ácaros, pseudo-escorpiões, etc). A maioria das ordens de
aracnídeos modernos aparece no registro fóssil do Carbonífero Superior. Existem
poucos fósseis do período Mesozóico, porémos que foram encontrados são muito
semelhantes às espécies modernas e podem freqüentemente ser atribuídos às
famílias atuais. Finalmente, os aracnídeos fósseis do Cenozóico são também
muito similares aos modernos ou podem de fato assemelhar-se a determinados
gêneros ou espécies atuais. O registro fóssil do Cenozóico consiste
principalmente em aranhas, ácaros, escorpiões e pseudoescorpiões preservados em
âmbar (resina de coníferas)(Dunlop, 1996).
Assim, o registro fóssil dos aracnídeos desperta
atenção e requer uma explicação que ainda não foi satisfatoriamente oferecida
dentro dos parâmetros evolucionistas. Em primeiro lugar, temos que ressaltar
que os primeiros fósseis de aracnídeos aparecem abruptamente no registro
fóssil. Não existem (pelo menos não são conhecidos) ancestrais desses animais,
e as possíveis interpretações não são mais que especulações baseadas em padrões
morfoestruturais e comparações anatômicas. Os aracnídeos aparecem como tal no
registro fóssil, sem ancestrais, sem intermediários anteriores, plenamente
distintos e diferenciados de outros grupos de invertebrados. Os primeiros
fósseis de aracnídeos são exatamente isso: aracnídeos.
Além de não terem sido encontrados os possíveis
ancestrais, também não se conhecem os possíveis intermediários entre uma forma
e outra durante todo o período em que os aracnídeos viveram sobre a Terra. Se a
evolução ocorreu no passado, e todos os organismos compartilham um ancestral
comum, tendo surgido por alterações cumulativas (mutações), então deveríamos
encontrar fósseis intermediários entre as diferentes formas. Deveríamos
encontrar transições graduais desde formas “primitivas” até formas mais
modernas, e uma maior diversificação de formas (por exemplo, famílias), adaptações
e especializações ao longo do tempo geológico. No entanto, o registro fóssil
dos aracnídeos não indica que tal diversificação e as supostas transições
tenham ocorrido. A maioria das ordens atuais de aracnídeos aparece em rochas do
Carbonífero Superior, há supostamente uns 300 milhões de anos (Dunlop, 1996).
Os fósseis de aracnídeos do Carbonífero e do Mesozóico são estruturalmente tão
complexos e avançados como os do Cenozóico e os espécimes modernos. Não parece
existir nenhuma transição do mais antigo ao mais recente, do mais simples ao
mais complexo, do menos adaptado ao mais integrado. Os aracnídeos do
Carbonífero e Permiano não somente são tão complexos como os atuais, como
também são semelhantes aos atuais, apesar de haver uma diferença de uns 300
milhões de anos entre os primeiros e os últimos na escala de tempo geológico
evolucionista. Este fato também conduz a uma questão difícil de responder:
Por que razão os aracnídeos não evoluíram
notavelmente nesse intervalo de tempo de 300 milhões de anos, mas mantiveram
invariáveis suas características morfo-estruturais?
Por último, o conhecimento que temos dos aracnídeos
fósseis nos indica que estavam adaptados a ecossistemas tão complexos como os
atuais, e que sua integração ecológica era também complexa. Sua adaptação ao
ambiente não foi evolutivamente progressiva (do contrário não teriam
sobrevivido), mas apresentavam características, comportamentos e associações
ecológicas semelhantes às de seus homólogos modernos.
Em conclusão, qualquer modelo evolutivo deve
explicar satisfatoriamente o surgimento abrupto de um grupo de animais
altamente especializado, tanto morfológica como ecologicamente, como os
aracnídeos, que ademais não deixaram nem rastro das possíveis formas
intermediárias que poderiam ter existido ao longo de mais de 300 milhões de
anos. O registro fóssil é bem conhecido e suficientemente completo para pensar
que, com pequena margem de erro, o que se tem encontrado nas rochas
sedimentares e o que ficou registrado no passado, reflete com suficiente
realismo o que existiu em tempos passados.
A ausência de fósseis intermediários de aracnídeos
e o alto nível de complexidade e adaptação das espécies fósseis indicam que um
Projetista os criou em um determinado momento da história do planeta.
Referências:
* Dunlop, J.A. 1996.Arácnidos fósiles (con
exclusión de arañas y escorpiones). pp.77-92. In: Melic, A. (ed.) Volumen
Monográfico:
PaleoEntomologica. Boletím de la Sociedad
Entomológica Aragonesa, 16, 206 pp.
* Robison, R. A., Kaesler, Roger L. 1987.
PhylumArthropoda, p. 263. Em: Boardman, R. S., Cheetham, A. H., Rowell, A. J.
(eds). Fossil Invertebrates, Blackwell, Oxford, 713 pp.
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