H. S.
Hamilton
O Autor deste artigo é Mestre em Ciências Médicas,
e pode ser contatado por correspondência em seu endereço postal no Canadá: H.
S. Hamilton, 1653-140th Street, B. C., Canadá, V4A 4H1.
Resumo
Este artigo destaca alguns dos obstáculos que
surgem quando a seleção natural, atuando sobre mutações aleatórias, tenta
explicar a origem dos órgãos da visão no quase ilimitado número de criaturas
hoje existentes na natureza. Os elementos essenciais na manifestação da visão
foram sempre informação e inteligência, e não o acaso.
Introdução
O sentido da visão é uma das mais preciosas
faculdades do ser humano, e em grande parte condiciona suas atividades e
limitações. O mesmo acontece em todo o reino animal, e de fato determina em
grande medida a própria sobrevivência dos animais. É importante, portanto,
examinar os órgãos da visão, em busca de respostas a alguns dos questionamentos
relacionados com a sua origem e a sua função. No que diz respeito às origens,
existem somente duas teorias principais, situadas em extremos opostos: os vários
tipos de olhos surgiram mediante alguma espécie de mecanismo evolutivo
aleatório, ou eles foram projetados de maneira inteligente para satisfazer as
necessidades dos vários organismos em seus respectivos nichos.
Darwinismo
básico
O clima geral das ciências biológicas no Século
XVIII e no início do Século XIX era de aceitação da criação especial, embora
existissem vozes discordantes, que se tornaram mais audíveis com o surgimento
das teorias geológicas de Lyell sobre a formação gradual das camadas de rochas
sedimentares, em oposição ao catastrofismo e ao Dilúvio universal. Nessa época,
Charles Darwin estava formando as suas idéias sobre os processos evolutivos,
partindo de suas observações e experiências resultantes de sua viagem ao redor
do mundo, durante cinco anos, a bordo do navio da Marinha Inglesa
"Beagle", e de suas investigações subseqüentes. Aos poucos foi ele
desenvolvendo as bases de sua teoria sobre a sobrevivência do mais apto, para
tentar explicar como poderiam surgir criaturas mais complexas a partir de
outras mais simples. Este trabalho culminou com a publicação de seu livro
"A Origem das Espécies", em 1859, onde definiu ele a seleção natural
da maneira seguinte:
Devido a esta
luta pela vida, qualquer variação, embora pequena, e procedente de qualquer
causa, se for de proveito para um indivíduo de qualquer espécie, em seu
relacionamento infinitamente complexo com quaisquer outros seres orgânicos, e
com o meio ambiente, tenderá à preservação daquele indivíduo, e será geralmente
herdada pela sua descendência. Designei esse princípio, pelo qual é preservada
qualquer pequena variação desde que seja útil, pelo termo Seleção Natural.
(Darwin, 1979, p. 115).
Em seguida, descreveu ele o funcionamento da
seleção natural da seguinte forma:
Pode ser dito
que a seleção natural, dia a dia, e hora a hora, está perscrutando, ao redor do
mundo, todas as variações, aí incluídas as mais insignificantes, rejeitando as
más e preservando as boas, de forma aditiva. De maneira silenciosa e insensível
esse trabalho se realiza sempre e onde houver oportunidade, com o aprimoramento
de cada ser orgânico relativamente às suas condições de vida orgânica e
inorgânica. (Darwin, 1979, p. 133)
Conclusão
Neste breve levantamento foram mencionadas
numerosas dificuldades que confrontam as teorias evolutivas com relação ao
olho, inexplicáveis pela seleção natural atuando mediante mutações aleatórias.
A seleção natural tem sido chamada de tautológica
mesmo por alguns evolucionistas, e embora possa ter certo grau de validade no
que diz respeito a variações genéticas de menor grau, ela é totalmente
impotente quanto à macroevolução.
Torna-se evidente que os atuais conceitos da
evolução orgânica não conseguiram explicar o notável planejamento e a
capacidade dos órgãos da visão, desde a sensibilidade luminosa da ameba até a
perfeição dos olhos da águia.
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