segunda-feira, 31 de março de 2014

Livro: "Cartas de um diabo a seu aprendiz" de C.S.Lewis

Editora Martins Fontes


Dedicada ao seu amigo J. R. R. Tolkien, esta obra-prima da ironia divertiu e instruiu milhões de leitores com seu retrato zombeteiro e irônico da vida humana feito a partir do ponto de vista do diabo Fitafuso. Ao mesmo tempo freneticamente cômica e surpreendentemente original, a correspondência entre o experiente diabo e o seu sobrinho Vermebile mostra o lado mais sombrio e jocoso de C. S. Lewis. Esta edição é baseada na edição do sexagésimo aniversário, que inclui pela primeira vez Fitafuso propõe um drinque, no qual o notório Fitafuso oferece um jantar aos jovens demônios na Faculdade de Treinamento de Tentadores.

sexta-feira, 28 de março de 2014

Livro: "What About Origins" de Dr. A.J. Monty White

Durante séculos os cientistas e filósofos têm procurado responder a pergunta final : De onde é que tudo veio? Quais são as origens do universo, a Terra, a vida, as espécies e os seres humanos? Hoje, somos constantemente bombardeados pela teoria da evolução, mas, como Dr A.J. Monty White demonstra claramente neste livro, explanações evolutivas são fracas e até mesmo sem suporte nos dados científicos. As respostas definitivas para as questões de origens estão a ser encontrada somente na Bíblia. Aí descobrimos não só quem é responsável pelo Universo, mas também a forma “como tudo se originou”, “quando”, e mais importante, “por que”. Este livro fornece evidência firme para encorajar todos os leitores a manter-se firme ao que a Bíblia ensina sobre as origens.

quinta-feira, 27 de março de 2014

Livro: "How Old Is The earth?" de Dr. A.J.Monty White

Existem dois pontos de vista irreconciliáveis ​​em relação à idade da Terra. O evolucionista data a Terra em cerca de 4.600 milhões de anos, enquanto o criacionista defende uma Terra jovem de apenas alguns milhares de anos. O que a Bíblia diz sobre esta questão fundamental e como podemos relacionar isso com a evidência científica? Dr. Monty White, um escritor criacionista popular e palestrante, mostra que não há contradição entre a Bíblia e a ciência, e explica claramente os argumentos bíblicos e evidências científicas para uma Terra jovem.

quarta-feira, 26 de março de 2014

A. J. (Monty) White: Cosmologia


No campo da Cosmologia, esse tipo de raciocínio levou a duas diferentes hipóteses evolucionistas relativas à natureza do Universo - a hipótese do “Regime Permanente” de Hoyle (também chamada de hipótese da “criação contínua”, embora envolva uma evolução contínua, e não criação, de matéria a partir do nada), e a hipótese de Gamow, da “Oscilação Eterna” (também chamada de hipótese do “big-bang”, isto é, da explosão inicial).A hipótese de Hoyle pode ser expressa mediante uma de suas próprias frases:

“Essa idéia requer que os átomos permaneçam continuamente no Universo, ao invés de serem criados explosivamente em algum instante definido no passado” (6).

A teoria de Gamow, por outro lado, expressa-se na conclusão de que
“... nosso Universo existiu desde a eternidade, e que até cerca de cinco bilhões de anos atrás ele estava contraindo-se uniformemente a partir de um estado de rarefação infinita; que há cinco bilhões de anos ele atingiu um estado de máxima compressão, no qual a densidade de toda a sua matéria pode ter sido tão grande quanto a das partículas armazenadas no núcleo atômico (isto é, cem bilhões de vezes a densidade da água), e que o Universo atualmente está em expansão, tendendo irreversivelmente a um estado de rarefação infinita” (7).

Ambas as teorias são evolucionistas e uniformistas em seu contexto, e ambas envolvem a hipótese de que o Universo não teve um princípio e não terá um fim. A diferença entre elas pode ser resumida da seguinte maneira:

“A teoria do regime permanente sugere que o Universo seja mais ou menos o mesmo em qualquer posição ou instante, no passado, no presente, ou no futuro, enquanto que, de acordo com a cosmologia da explosão inicial, o Universo (que divisamos atualmente) teve seu início num estado altamente comprimido, como um átomo primordial, que explodiu e desenvolveu-se no sistema de galáxias atualmente observáveis” (8).

Como os defensores de ambas essas teorias supõem que as leis que regem as Ciências e as propriedades físicas e químicas da matéria têm permanecido as mesmas no decorrer do tempo, conclui-se que o estudo das transformações que ocorrem atualmente no Universo, bem como as observações de estrelas e galáxias remotas, é a chave da compreensão de como evoluiu o Universo, isto é, o presente é a chave para o passado. E essa é a definição da Hipótese do Uniformismo!

Evolução Química
Evidentemente, é essa hipótese a filosofia que norteia o estudo da Evolução Química - um termo que “passou a indicar os acontecimentos químicos que tiveram lugar na primitiva Terra prebiótica (cerca de 4,5 a 3,5 bilhões de anos atrás), levando ao aparecimento da primeira célula viva” (9).

Novamente usando o seu princípio de fé, de que “o presente é a chave para o passado”, os cientistas reproduziram nos seus laboratórios condições atmosféricas semelhantes às que supuseram ter existido na primitiva Terra prebiótica, e impuseram descargas elétricas e radiações eletromagnéticas nessa atmosfera inorgânica, tentando produzir compostos orgânicos.

Exemplificando, Miller em 1953 (10) produziu glicina, alanina a e b, ácido aspártico e ácido butírico a-amino, a partir de uma mistura de metana, amônia, vapor d’água e Hidrogênio, utilizando radiação de alta energia (Figura 1). Lemmon resume o resultado de todas as experiências sobre evolução química realizadas até março de 1969, da seguinte maneira:

“As moléculas orgânicas mais importantes (biomonômeros) dos sistemas vivos foram enumeradas como os vinte aminoácidos das proteínas naturais, as cinco bases do ácido nucleico, a glucose, a ribose e a desoxirribose. As experiências de laboratório efetuadas sob condições claramente condizentes com as condições prováveis existentes na Terra primitiva resultaram no aparecimento de pelo menos 15 dos 20 aminoácidos, 4 das 5 bases de ácido nucleico, e 2 dos 3 açúcares. Adicionalmente, foram observados representantes de nucleosídeos, nucleotídeos, ácidos graxos e porfirinas biologicamente importantes. Essa pesquisa tornou claro que esses compostos ter-se-iam acumulado na Terra primitiva (prebiótica), e que a sua formação é o resultado inevitável da ação das altas energias disponíveis na primitiva atmosfera terrestre.” (Referência 9).

Com os resultados de tais experiências em mente, os cientistas afirmam que no decorrer do tempo tais moléculas orgânicas sem vida tornaram-se associadas num organismo vivo, por obra do acaso (11).

Referências:
(6) Hoyle, Fred. 1955. Frontiers of astronomy. Harper's, New York, p. 317.
(7) Gamow, George. 1955. Modern cosmology. (in) The new astronomy. Editors of The Scientific American. Simon and Schuster, New York, p. 23.
(8) Nature Science Report on 1968. Macmillan, London, p. 2.
(9) Lemmon, Richard M. 1970. Chemical evolution, Chemical Reviews, 70:95-109.
(10) Miller, S.L. 1953. A production of aminoacids under possible primitive earth conditions. Science, 117:528-529.

(11) Barghoorn, Elso S. 1971. The oldest fossils, Scientific American, 224 (5):30-42.

terça-feira, 25 de março de 2014

O sistema solar tem realmente 4,5 bilhões de anos?


 A maior parte dos livros de geologia e astronomia modernos dão 4,5 bilhões de anos como idade aproximada do sistema solar. Esta suposta idade faz parte da literatura científica moderna, embora evidência muito recente a contradiga. O sol, por exemplo, se as descobertas atuais forem corretas, não poderia resistir 4,5 bilhões de anos.

A primeira teoria científica relativa à fonte de energia para o sol havia afirmado que meteoros caíram nele, fornecendo-lhe combustível. Esta explicação foi sugerida logo depois que Isaque Newton publicou seus conceitos sobre a física. O problema com esta idéia da energia solar era que ela provocaria uma mudança na duração do ano, o que foi ignorado. Isso é tudo com respeito a essa teoria.

Por volta de 1850, Herman von Helmholtz sugeriu que a energia para a luminosidade do sol era causada pela sua lenta contração gravitacional. Em outras palavras, o sol estava diminuindo sob o seu próprio peso. George Abell calculou:

”Desde que a presente luminosidade do sol é de 4x10(33) ergs/segundo, ou cerca de 10(41) ergs/ano, a sua contração pode fazê-lo continuar brilhando na presente proporção por um período na ordem de 100 milhões de anos”.(1)

Lord Kelvin também calculou a idade do sol baseado na hipótese de contração. Mas, infelizmente para Von Helmholtz e Kelvin, esta teoria foi publicada na hora errada. Devido a conceitos que estavam sendo desenvolvidos em biologia e geologia, muitos cientistas não queriam aceitar a idéia de uma terra jovem. Don L. Eicher registra:

”Durante o período de grande interesse na duração do tempo geológico que se seguiu ao aparecimento da Origem das Espécies de Darwin, os cálculos de Kelvin sobre a idade do sol e a taxa de perda de calor da terra foram, sem dúvida, os que tiveram maior influência. Eles estavam também entre os mais baixos. Por serem baseados em medidas físicas precisas que exigiam poucas suposições, pareciam irrefutáveis e foram largamente aceitos pela maioria dos geólogos, embora com relutância. Darwin e seu séqüito crescente de paleontólogos e biólogos evolucionistas não podiam aceitar, porém, facilmente o pequeno intervalo de tempo conferido a Kelvin, porque suas teorias exigiam uma duração muito superior em magnitude... Os seus oponentes sabiam disso muito bem. O corte drástico no tempo geológico feito por Kelvin equivalia a uma renúncia positiva da evolução orgânica mediante a seleção natural”.(2)

Eicher continua:
”Darwin só conseguia admitir que os dados de kelvin constituíam uma perigosa objeção à seleção natural. No clima intelectual confuso em que Darwin escreveu edições posteriores da origem, ele retornou sua primeira e firme posição sobre a seleção natural. Removeu referências concretas a enormes períodos de tempo e tentou adequar suas escalas de evolução anteriores extremamente lentas. Em resumo, toda a sua estrutura teórica se tornou vacilante em vista das tentativas de ajuste aos argumentos de Jenkins e Kelvin.”(3)

Com a descoberta da radioatividade em 1896, os geólogos rapidamente começaram a “datar” a terra. A radioatividade indicava que a terra tinha bilhões de anos. Bem, se a terra era assim velha, também o sol deveria ter a mesma idade. Isso criou um problema para os cientistas: eles precisavam de algum tipo de fonte de energia que permitisse ao sol brilhar constantemente por volta de 4,5 bilhões de anos. Propuseram, então, que a fusão de hidrogênio, o mesmo processo que ocorre nas bombas de hidrogênio, fosse responsável pela energia do sol. Desde essa época, os estudantes de ciências têm aprendido que o sol é simplesmente uma grande bomba de hidrogênio.

Quando dois átomos de hidrogênio se fundem ou se unem para formar o hélio, uma pequena partícula subatômica chamada nutrino se desprende. Os nutrinos são difíceis de detectar, mas podem ser registrados se os detectores forem colocados na parte inferior das minas. O número de nutrinos detectado é de apenas 4 por mês ou cerca de 1/10 do número esperado se, no interior solar, estivesse ocorrendo fusão de hidrogênio (4). Isto significa que a energia do sol não é resultado da fusão nuclear. De onde ela vem, então?

Em 1979, J. A. Eddy e A. A. Boornazian declararam que o sol vinha encolhendo pelo menos nos últimos 400 anos(5). Dunham e outros fizeram medições similares e também concluíram que o sol estava encolhendo (6). Se isto for verdade, o sol, então, talvez, não seja tão velho quanto se professa, desde que parece que a conclusão de Helmooltz e Kelvin, sobre a pouca idade do sistema solar, está sendo apoiada pelas provas mais recentes.

Referências:
1. George Abell, Exploration of the Universe, Chicago: Hot Rinehart and Winston, 1969, p.561.
2. Don L. Eicher, Geologic Time, Englewood Cliffs: Prentice-Hall, 1976, p.15.
3. Ibidem, p.16
4. Hilton Hinderliter, ”The Skrinking Sun: A Creationist´s Prediction, Its Verification, and the Resulting Implications for Theories of origins”.
5. J. A. Eddy e A. A. Boornazic, ”Secular Decrease in the Solar Diameter, 1836-1953”, Bulletin of the American Astronomical Society, 1979, p.437.
6. David W. Dunham, et al., ”Observations of a Probable Chance in the Solar radius Between 1715 and 1979”, Science, vol.210 (12 de dezembro de 1980), p.1243.


Fonte: "Razões - para os céticos considerarem o cristianismo" de Josh McDowell, ed.Candeia, pg.108-110.

segunda-feira, 24 de março de 2014

Reflexão: "A quem temerá minha alma?"


"A quem temerá minha alma, na qual Deus habita?"
(Sto Agostinho)

Reflexão:
Muitos dos nossos medos são o reflexo da dimensão em que atua nossa real confiança naquele em quem afirmamos confiar e crer. Por mais que afirmamos coisas com a nossa boca, na nossa carne somos prisioneiros ainda de nossa autossuficiência. A qual insiste em confiar na sua própria força, e insistentemente se nega a confiar que Deus nos guarda no seu esconderijo, debaixo da sombra de suas asas, envolvidos pelo manto da Sua graça.

Respondendo a Sto Agostinho:
Eu temo a mim mesmo. Temo os ninhos em que o pecado insiste em se aninhar. Temo os recônditos escuros da alma, onde a luz de Deus penetrou mostrando de fato quem sou.

Mas, graças à Deus por nosso Senhor Jesus Cristo que nos garantiu:
"Porventura pode uma mulher esquecer-se tanto de seu filho que cria, que não se compadeça dele, do filho do seu ventre? Mas ainda que esta se esquecesse dele, contudo eu não me esquecerei de ti". (Isaías 49:15)

“... e eis que eu estou convosco todos os dias, até a consumação dos séculos. Amém”. (Mateus 28:20)

"E eu rogarei ao Pai, e ele vos dará outro Consolador, para que fique convosco para sempre;" (João 14:16)

Ainda bem que Ele não me deixou sozinho comigo mesmo!

Por isso, nesse dia, descanse sua alma no aconchego de Sua presença coberto pelo EDREDON de Sua Graça.


Pipe

domingo, 23 de março de 2014

Quando Cosmovisões Colidem: C.S.Lewis e Freud - Parte II

ARMAND NICHOLI


Série de palestras que deram origem ao livro acima.
Tradução: Vitor Grando
vitor.grnd@gmail.com
DespertaiBereanos.blogspot.com


Dr. Armand Nicholi é professor da Escola de Medicina de Harvard há 20 anos. Ele também ministra um curso popular na Universidade de Harvard sobre ascosmovisões contrastantes de Sigmund Freud e C.S.Lewis.

C.S. LEWIS E SIGMUND FREUD: UMA COMPARAÇÃO DE SEUS PENSAMENTOS E DE SUAS VISÕES SOBRE A VIDA, A DOR E A MORTE.

PARTE DOIS

O seguinte artigo é adaptado de uma preleção do Dr. Armand Nicholi em uma reunião de alunos e professores promovido pela Dallas Christian Leadership naSouthern Methodist University em 23 de Setembro de 1997. Na parte um , Nicholi explicou as visões de Freud sobre Deus e o Sofrimento.


Como alguém muda sua cosmovisão de uma para outra que é dramaticamente diferente? Com C.S. Lewis, essa transformação aconteceu através de um longo período de tempo. Ainda assim, sua conversão não foi menos dramática do que a de Paulo, Agostinho, Tolstoy, Pascal e muitos outros.

Essas são algumas das influências que pressionaram Lewis a mudar sua cosmovisão: Primeiro, Lewis gradativamente se tornou ciente de que a maioria dos grandes autores que ele vinha lendo por anos, eram crentes. Isso começou a fazê-lo pensar. Então, ao reler Eurípedes Space, Time and Deity de Samuel Alexander, Lewis foi forçado a pensar sobre um profundo anseio dentro de si mesmo; ele reconheceu que era um tipo de anseio que ele experimentava periodicamente mas não conseguia entender bem. Ele chamou isso de "alegria" e escreveu bastante sobre isso. Ele percebeu que essa alegria não era um fim em si mesmo, mas um lembrete de algo ou alguém maior. Posteriormente, ele veio a crer que esse alguém é o Criador.

Segundo, Lewis ficou chocado durante uma conversa com um dos seus colegas professores de Oxford ao ouvir ele, um ateu declarado, afirmar que as evidências para a autenticidade dos evangelhos eram muito boas. As evidências eram persuasivas e as histórias dos Evangelhos pareciam ser verdadeiras. Lewis disse que é impossível compreender o impacto que isso teve nele vindo desse membro específico da faculdade.

Terceiro, ele leu O Homem Eterno de G. K. Chesterton e finalmente passou a crer em Deus. Ele escreve sobre isso de forma sucinta em Surpreendido pela Alegria:

Você tem que me imaginar sozinho naquele quarto em Magdalene, noite após noite, sentindo, a todo momento que minha mente se desviava do meu trabalho, a permanente, e persistente aproximação dEle, o qual eu não queria encontrar de maneira alguma. O que eu temia, finalmente, me sobreveio. No Trinity Termde 1929 eu finalmente desisti, e admiti que Deus era Deus, e me ajoelhei e orei: talvez, aquela noite, o mais relutante e desapontado convertido de toda Inglaterra.


Nesse momento Lewis era um teísta, não um Cristão. Ele se ocupou por muitos longos meses para entender a história do Evangelho e as doutrinas da redenção e ressurreição. Ele chegou a ler o Evangelho de João em Grego.
Então, no outono de 1931, ele jantou com dois membros da faculdade, J.R.R.Tolkien, autor de O Senhor dos Anéis, e Hugo Dyson, um professor de literatura Inglesa. Depois do jantar, os três conversaram sobre a grande questão concernente a verdade dos Evangelhos e se fizeram a pergunta que um dos pupilos de Lewis se referiu como, "Será verdadeiro, será verdadeiro, esse conto mais impressionante de todos?" Eles conversaram e caminharam por horas por um caminho chamado Caminho de Addison. O relógio na Torre de Magdalenemarcava três da manhã antes deles partirem. Essa conversa teve um profundo efeito em Lewis. Nove dias depois, Lewis viajou de moto com seu irmão. Ele escreveu, "Quando saímos eu não acreditava que Jesus Cristo era o Filho de Deus, e quando chegamos ao zoológico, eu já cria." Depois, Lewis escreveu: "Minha longa conversa com Dyson e Tolkien tiveram um grande impacto nisso."

A conversão de Lewis revolucionou sua vida. Ele se tornou um prolifíco autor, vendendo milhões de cópias de livros e influenciando muitas pessoas em universidades, especialmente nesse país e na Europa. Devido ao fato dele mesmo ter sido ateu pela primeira metade de sua vida, ele conhecia os argumentos muito bem. Por exemplo, Lewis concordava com Freud em crer que nós, de fato, possuímos um profundo desejo por Deus, mas ele discordava com a noção de Freud de que Deus, portanto, era nada mais do que produto da satisfação de um desejo. O que nós desejamos, Lewis apontou, não tem nada a ver com a questão de se Deus existe ou não. De acordo com a teoria de Freud, o desejo da não-existência de Deus seria tão forte quando o desejo de sua existência. Lewis, portanto, disse que tudo que isso nos diz é algo sobre nossos sentimentos, mas muito pouco sobre a existência ou inexistência de Deus. Então Lewis tendia a responder a maioria dos argumentos formulados por Freud.

A Questão da Mortalidade

Vamos mudar agora para nosso segundo assunto, a questão da mortalidade, a qual Freud se referiu como "o doloroso mistério da morte." Sócrates disse que o verdadeiro filósofo está sempre negando a morte e o ato de morrer. E, de fato, a maioria dos grandes escritores escreveram continuamente sobre isso.

Uma questão fundamental da nossa existência, uma que aprendemos ainda cedo na vida, é que nós estamos aqui na terra por um curto período. Nós somos as únicas criaturas na terra que podem prever nossa própria morte. Ao mesmo tempo, nós temos um profundo anseio pela permanência e um profundo e penetrante medo de sermos separados daqueles que nós amamos sendo abandonados. O medo de ser abandonado é o primeiro medo que experimentados quando crianças, um bebê chora quando sua mão sai do quarto. Pesquisas no Hospital Geral de Massachusetts mostraram que, em pacientes terminais, isso é o que eles mais temem, o medo de serem deixados sozinhos, de serem abandonados. É um medo temos em mente por toda nossa vida. Ainda assim não podemos escapar da cruel realidade de que cada respiro que damos, cada batida do coração, cada hora do dia nos aproxima ainda mais da hora em que deixaremos para trás aqueles que nós amamos.

Agora, como você processa essa informação? Como você entra em acordo com isso? Os psiquiatras dizem que essa questão é tão importante que você não pode realmente viver sua vida até que entre em um acordo com essa informação. Mas como você processa isso sem se encher de ansiedade ou e medo? Isso é o que Freud chamou de "o doloroso mistério da morte."

Freud e o Mistério da Morte.

Freud escreveu frequentemente sobre a morte. Eu mencionarei apenas uns poucos comentários que ele escreveu e como ele frequentemente se confrontava com sua própria morte.

Em 1932, numa obra chamada Totem e Tabu, Freud fez a interessante observação de que a morte não existe na nossa mente inconsciente: "Nosso inconsciente não acredita em sua própria morte. Ele se comporta como se fosse imortal. Nós não conseguimos imaginar nossa própria morte e quando tentamos fazê-lo nos apercebemos que somos, de fato, ainda espectadores, assim, ninguém crê em sua própria morte." Freud evitou dar qualquer interpretação filosófica dessa observação provocadora de que nas profundezas de nossas mentes, "todos nós estamos convencidos de nossa imortalidade."

Em O Futuro de uma Ilusão, Freud falou frequentemente sobre o doloroso mistério da dor. Ele terminou um ensaio com a curiosa sugestão de que se você quer suportar a vida você deve estar preparado para a morte. Ele pareceu perceber o que as pessoas na minha área tem falado durante anos, que nós não podemos realmente começar a viver nossas vidas até, de alguma forma, resolver o problema da nossa própria morte. E quando isso permanece não resolvido, gasta-se uma energia excessiva ou negando a morte ou se tornando obcecado com ela.

Freud não deixou dúvidas sobre como ele lidava com o problema. Ele se tornou obcecado com a morte. Seu colega Ernst Jones, seu biografo oficial, escreveu:

Pelo que sabemos da vida de Freud, ele parece ter sido possuído por pensamentos de morte. Mais do que qualquer grande homem que eu posso imaginar. Mesmo na época que estávamos nos conhecendo ele tinha o desconcertante hábito de partir dizendo "Adeus. Você talvez não me verá nunca mais." E então haviam os repetidos ataques do que ele chamava de "o pavor da morte". Ele odiava envelhecer. Mesmo quando ele tinha quarenta anos e a cada ano que se passava, os pensamentos de morte se tornavam cada vez mais despóticos. Ele disse uma vez que ele pensava sobre isso cada dia de sua vida, o que é bastante incomum.
Freud sonhava com a morte continuamente, e desde cedo em sua vida ele era obcecado em prever sua morte. O médico de Freud descreveu sua preocupação com a morte como supersticiosa e obsessiva. Freud estava certo que morreria aos 41, depois aos 51, depois 61, depois 62, depois aos 70. Ele entrava num hotel e se lhe fosse entregue o quarto 63. Ele saia e permanecia, por meses, convencido de que morreria aos 63 anos. Quando Freud perdeu um ente querido, ele se sentiu totalmente desesperançoso. Numa carta para Jones, ele escreveu, "Eu tinha a sua idade quando meu pai morreu e isso revolucionou minha alma. Você consegue se lembrar de um tempo tão cheio de morte quanto esse?" Quando tinha 64 anos, Freud perdeu uma jovem e linda filha, e ele se perguntava quando chegaria a sua hora. Ele desejava que fosse logo. Ele disse, "Eu não sei o que resta dizer depois de um evento paralizante como esse que não gera nenhuma dúvida posterior para quem não é crente" . Em outra carta ele escreveu, "Como um descrente, eu não tenho ninguém para acusar e não há lugar onde fazer uma queixa." Três anos depois o neto favorito de Freud morreu de tuberculose. Ele escreveu para um amigo, "Isso é difícil de suportar. Eu acho que jamais experimentei tamanha dor. Talvez minha própria doença contribua para isso. Eu trabalho por pura necessidade. Tudo perdeu o sentido para mim." E em outra carta ele afirmou, "Para mim, essa criança tomou o lugar de todos os meus filhos e netos já que eu não me importo com nenhum dos meus netos. Eu não encontro nenhuma alegria na vida."

Freud morreu aos 83 anos depois de uma batalhar contra um câncer que durou 16 anos. Seu livro favorito era o Fausto de Goethe, a história de Fausto fazendo um pacto com o diabo. Logo antes de Freud morrer, ele foi até a estante da livraria e pegou um livro de Balzac entitulado The Fatal Skin, no qual o personagem principal também faz um pacto com o diabo. O livro termina quando o herói não consegue controlar seu medo da morte e morre em estado de pânico. Estranho, como último livro. Depois de ler o lviro, Freud lembrou seu médico da promessa que ele havia feito de facilitar sua passagem quando o tempo tivesse chegado. Seu médico injetou dois centigramas de morfina que o fizeram dormir, então 12 horas depois ele injetou mais dois centigramas. Freud morreu às três da manhã do dia 12 de Setembro de 1939.

C.S. Lewis e a Morte

C.S. Lewis também escreveu sobre a mortalidade. Em O Problema do Sofrimento, Lewis descreve como, quando ateu, o problema do sofrimento humano, especialmente a capacidade humana de prever sua morte enquanto intensamente deseja permanecer, foi uma barreira para ele crer num Deus bom e todo-poderoso. Após sua conversão, ele entendeu a morte como um resultado da queda, uma transgressão das leis de Deus, e que a morte não era parte do plano original. (Talvez essa seja a razão de não termos símbolo para a morte no nosso inconsciente, e termos tamanha dificuldade em aceitar nossa mortalidade.)

Lewis fez referência frequente ao principio básico que a morte ilustra. Quando tinha 31 anos, antes de sua conversão, Lewis escreveu uma carta que afirmava, "Eu penso que eu entendo isso todo ano no Outono, assim como a simples natureza e a exuberante vida do mundo está morrendo, de que algo mais está acordando. Será que isso é significante? A morte do homem natural sempre significa o nascimento do espiritual; será que algo jamais dorme se não para que algo mais acorde?"

Então alguns anos depois numa outra carta, ele escreveu, "Pode alguém acreditar que não havia nada de persistente naquele motivo de sangue, morte, e ressurreição que aparece e todos os grandes mitos?" Ele estava começando a notar enquanto estudava toda a literatura antiga que mesmo nas culturas pagãs haviam essas estranhas histórias de um deus vindo à terra, morrendo, e ressuscitando. Ele se perguntava o que isso significava. E quando você olha para a natureza, de fato você vê coisas mesmo na vida vegetal onde uma semente cai na terra, morre e volta a vida na forma de uma planta ou uma grande árvore. Será que isso pode estar apontando para o que ele eventualmente chamava de "o grande milagre," a ressurreição? Ele disse, "Certamente a história da mente humana se encaixa muito melhor se você supor que tudo isso eram as primeiras sombras de algo cuja realidade veio em Cristo mesmo se nós não conseguirmos compreender isso completamente no presente."

Tragédia Pessoal

Em sua vida pessoal, C. S. Lewis se confrontou com a morte quando era criança. Aos nove anos ele perdeu, em poucos meses, seu avô paterno, um tio, e sua linda mãe. Numa autobiografia, Surpreendido pela Alegria, ele se lembra de sempre estar confinado no seu quarto, doente com dor de cabeça e de dente. Ele estava profundamente triste por sua mãe não ter ido vê-lo. Ele não conseguia compreender a razão disso

Isso era por que ela estava doente, também: e o que era estranho é que haviam diversos médicos no seu quarto, e vozes e gente indo e vindo por toda a casa, portas se abrindo e fechando. Parecia ter durado por horas. E então meu pai, às lágrimas, entrou no meu quarto e começou a tentar explicar para a minha mente apavorada coisas que eu jamais havia concebido antes.


Disseram a ele que sua mãe estava morrendo de câncer. Ele chamou isso de "toda a existência mudando em algo estranho e ameaçador, enquanto a casa se enchia de aromas estranhos e barulhos durante a madrugada e conversas murmuradoras sinistras."


"Meu pai jamais se recuperou dessa perda," ele observou. Talvez Lewis também não, no sentido de que ele foi enviado para um colégio interno, pois seu pai estava muito deprimido para cuidar dele. Numa idade muito precoce, ele perdeu pai e mãe.


Quando tinha 18 anos e era estudante em Oxford, Lewis se juntou ao exército. Ele se feriu durante manobras na França e, numa preleção em Oxford muitos anos depois, ele fez a interessante observação de que a guerra não torna a morte mais frequente, 100 por cento de nós morremos e essa percentagem não pode ser aumentada." Ele afirmou que a guerra coloca diversas mortes mais cedo e um dos aspectos positivos da guerra é que ela nos alerta de nossa mortalidade. Quando ele tinha 23 anos ele escreveu uma carta para seu pai sobre a morte de um velho professor, amigo de ambos. Ele afirmou:

Eu vi a morte com bastante frequência [na guerra] e mesmo assim não consigo deixar de vê-la como extraordinária e incrível. Uma pessoa real é tão real e tão obviamente viva e diferente do que o corpo morto. Não é possível crer que que aquele algo se tornou em nada, que alguém pode subitamente se transformar em nada.


Isso me lembra de dos meus estudantes de medicina que acabam de iniciar a prática médica; muito frequentemente eles me chamam para falar de suas experiências na residência. Uma das coisas que os estudantes mencionam com frequência é quão diferente uma pessoa é antes e depois da morte, quão diferente um corpo é de uma pessoa viva. Eles sentem que há algo que desaparece, que não está lá após a morte, e que nós somos muito mais do que nossos corpos. Lewis pareceu reconhecer isso quando ainda era muito jovem.

A Morte Importa

Em Anatomia de uma Dor, Lewis escreveu sobre a morte de sua esposa que era para ele tudo de importante. Como eu mencionei, muitos psiquiatras consideram esse livro um clássico no entendimento do luto. Lewis faz você sentir raiva, ressentimento, solidão, e medo. Sua raiva se torna palpável quando ele imagina que Deus é um "sádico cósmico, o imbecil odioso". Ele escreveu, "É difícil ter paciência com pessoas que dizem que não há morte ou que a morte não importa. A morte existe," ele continua, "e o que quer que importa. Poderíamos também dizer que o nascimento não importa."

Lewis nunca perdeu seu senso de humor. Quando ele tinha 59 anos de idade, uma mulher escreveu para ele e disse quão terrível era ter acabado de perder um amigo. Lewis escreveu de volta, "Não há nada de desonroso em morrer. Eu conheço pessoas respeitáveis que morreram." Em outra carta, alguns anos depois, ele escreveu, "Que estado nós chegamos para não conseguir dizer, 'Estarei feliz quando Deus me chamar' sem ter medo disso, é mórbido. Apesar de tudo, o próprio São Paulo disse o mesmo. Porque não deveríamos pensar mais para a frente, no advento?"

Lewis concluiu que nós podemos apenas fazer três coisas em relação a morte: desejá-la, temê-la, ou ignorá-la. Ele afirmou que a terceira tentativa, a qual o mundo moderno chama de saúde, certamento é a mais dificil e precária de todas.


Lewis sofreu um ataque cárdiaco em 15 de Junho de 1963, e entrou em coma. Ele se recuperou apesar disso, e viveu as poucos meses seguintes calmo e feliz. Seu último biografo nota que antes de sua conversão, Lewis era extraordinariamente ansioso em relação a morte, mas após sua conversão ele parecia ter uma maravilhosa calma quanto a isso, até mesmo uma antecipação. Relatos de seus últimos dias atestam a calma e paz interior.

Durante esse tempo, ele escreveu para um amigo de longa dada afirmando, "Apesar de eu não estar infeliz de maneira alguma, eu não consigo deixar de lamentar o fato de ter revivido em Julho". Ele continuou, "Quero dizer, tendo sido levado tão suavemente até os portões, parece duro ter o portão fechado na cara e saber que todo o processo tem que recomeçar um dia. Pobre Lázaro." E para um outro amigo ele perguntou, "Deve-se honrar Lázaro ao invés de Estevão como primeiro mártir. Ter sido trazido de volto e ter que passar por tudo de novo deve ter sido bem difícil." E então ele disse, "Quando você morrer, me procure. É tudo tão divertido, solenemente divertido, não é?"

Duas semanas antes de sua morte, Lewis almoçou com um colega da faculdade. Ele disse que Lewis estava alerta de que o fim estava próximo e que jamais houve um homem tão bem preparado. Em 22 de Novembro de 1963, às 4 da tarde, o irmão de Lewis lhe trouxe seu chá da tarde. Ele observou que Lewis estava sonolento, mas calmo e alegre. As 5h30, ele estava morto.

Nós estudamos as cosmovisões contrastantes de duas mentes prolíficas. Uma visão alega que o universo é um acidente e que nossa existência é uma questão de pura chance. A outra vê o universo como resultado de um projeto e nossa existência como parte desse projeto. Um vê a morte como um mistério doloroso que causa grande ansiedade, desespero e amargura. O outro vê a morte como o passo final do projeto para o qual sua vida foi criada, um passo que pode ser experimentado com calma e até antecipação por causa do que Lewis chamou de "o grande milagre", a ressurreição.

http://despertaibereanos.blogspot.com.br/2009/01/quando-cosmovises-colidem-cslewis-e.html

sábado, 22 de março de 2014

Quando Cosmovisões Colidem: C.S.Lewis e Freud - Parte I

ARMAND NICHOLI


Série de palestras que deram origem ao livro acima.
Tradução: Vitor Grando
vitor.grnd@gmail.com
DespertaiBereanos.blogspot.com
Dr. Armand Nicholi é professor da Escola de Medicina de Harvard há 20 anos. Ele também ministra um curso popular na Universidade de Harvard sobre as cosmovisões contrastantes de Sigmund Freud e C.S.Lewis.


C.S. LEWIS E SIGMUND FREUD: UMA COMPARAÇÃO DE SEUS PENSAMENTOS E DE SUAS VISÕES SOBRE A VIDA, A DOR E A MORTE.

O seguinte artigo é adaptado de uma preleção do Dr. Armand Nicholi em uma reunião de alunos e professores promovido pela Dallas Christian Leadership na Southern Methodist University em 23 de Setembro de 1997. A parte dois aparece na The Real Issue de Março de 1998 e aborda a mudança de cosmovisão de Lewis e sua conversão

As cosmovisões de Sigmund Freud e C.S. Lewis, ambas predominantes na nossa cultura hoje, apresentam interpretações diametralmente opostas de quem nós somos, nossa identidade, de onde viemos, de nossa herança cultural e biológica e de nosso destino. Primeiro, vamos arrumar as bases para nossa discussão fazendo três perguntas. Quem é Sigmund Freud? Quem é C.S.Lewis? E o que é uma cosmovisão?

Poucos homens influenciaram mais a estrutura moral de nossa civilização do que Sigmund Freud e C.S. Lewis. Freud foi o médico Vienense que desenvolveu a psicanálise. Muitos historiadores colocam suas descobertas ao lado das de Plank e Einstein. Suas teorias proveram um novo entendimento sobre como nossas mentes funcionam. Suas idéias permeiam diversas disciplinas incluindo a medicina, literatura, sociologia, antropologia, história e o direito. A interpretação do comportamento humano no direito e na crítica literária é profundamente influenciada pela suas teorias. Seus conceitos estão tão permeados na nossa linguagem que nós usamos termos como repressão, complexo, projeção, narcisismo, ato falho e rivalidade fraterna sem sequer nos apercebemos de sua origem.

Devido ao inegável impacto de seu pensamento na nossa cultura, os estudiosos se referem a esse século como o "século de Freud". Por que isso? À luz do que sabemos hoje, Freud é continuamente criticado, desacreditado, e difamado; ainda assim sua figura continua a aparecer em capa de revistas e artigos de primeira página em jornais como o The New York Times. As recentes pesquisas históricas intensificaram o interesse nas controvérsias em torno de Freud e seu trabalho. Como parte de seu legado intelectual, Freud defendeu veementemente uma filosofia de vida secular, materialista e ateísta.

Apesar do fato de C.S.Lewis ter conquistado reconhecimento intelectual muito antes de sua morte em 1963, seus livros acadêmicos e populares continuaram a vender milhões de cópias por ano e sua influência continua a crescer. Durante a Segunda Guerra Mundial, os pronunciamentos de Lewis no rádio fizeram sua voz a segunda mais reconhecida na BBC perdendo apenas para Churchill. Nos anos que se seguiram, a foto de Lewis apareceu na capa da Times e outras revistas importantes.

Hoje, a grande quantidade de livros pessoais, biográficos e literários sobre Lewis, o grande número de sociedades sobre C.S.Lewis em universidades; os periódicos e jornais sobre C.S.Lewis; como também o recente filme e peça sobre sua vida confirmam o sempre crescente interesse nesse homem e na sua obra. Como um jovem membro da universidade de Oxford, Lewis mudou de uma visão secular e ateísta para uma espiritual; uma cosmovisão que Freud frequentemente atacava, mas a qual Lewis abraçou e definiu em muitos de seus escritos após a conversão. Tanto Lewis quanto Freud possuíam dons literários extraordinários. Freud ganhou o prêmio Goethe de literatura em 1930. Lewis, que ensinou em Oxford e foi catedrático de Literatura Inglesa na Universidade de Cambridge, produziu alguns dos maiores criticismo literários e possui uma grande quantidade de livros acadêmicos e de ficção vastamente lidos.

Cosmovisões conflitantes.

Agora, sobre a questão da definição de "cosmovisão". Em 1933, numa preleção chamada "A questão da Weltanschauung," Freud definiu cosmovisão como "uma construção intelectual que resolve todos os problemas de nossa existência, uniformemente, sobre o fundamento de uma hipótese dominante."

Todos nós, quer nos apercebamos ou não, temos uma cosmovisão; temos uma filosofia de vida, nossa tentativa de fazer nossa existência ter sentido. Ela contêm nossas respostas às principais questões que dizem respeito ao sentido de nossas vidas, questões que nos perturbam em algum período de nossas vidas, e que nós frequentemente pensamos apenas quando acordamos às três da manhã. O resto do tempo que estamos sozinhos nós temos o rádio e a televisão ligados que impedem que fiquemos sozinhos com nós mesmos. Pascal dizia que a única razão de nossa infelicidade é que nós não conseguimos ficar sozinhos num quarto. Ele alegou que nós não gostamos de confrontar a realidade de nossas vidas; a condição humana é tão basicamente infeliz que nós fazemos de tudo para nos distrair de pensar nisso.

O vasto interesse e permanente influência das obras de Freud e Lewis se originam nem tanto de seus estilos literários singulares, mas mais do apelo universal que tem as questões que eles trabalharam; questões que permanecem extraordinariamente relevantes às nossas vidas pessoais e à nossa crise social e moral contemporânea.

A partir de visões diametralmente opostas, eles falaram sobre questões como, "Há sentido e propósito para a existência?" Freud diria, "Certamente não! Não podemos nem, do nosso ponto de vista científico, abordar a questão de se há ou não sentido para a vida." Mas ele afirmaria que se você observar o comportamento humano, perceberá que o principal propósito da vida parece ser a conquista da felicidade e do prazer. Assim Freud delineou o "principio do prazer" como uma das principais características de nossa existência.

Lewis, por outro lado, disse que o sentido e propósito são encontrados na compreensão do porquê estamos aqui em relação ao Criador que nos fez. Nosso propósito principal é estabelecer um relacionamento com esse Criador. Freud e Lewis também discutiram as fontes da moralidade e da consciência. Todos os dias nós acordamos e fazemos uma série de decisões que nos sustentam ao longo do dia. Essas decisões são geralmente baseadas no que nós consideramos que é certo: o que nós valorizamos, nosso código moral. Decidimos estudar com afinco e não usar as idéias de outras pessoas, por que de alguma forma isso é parte de nosso código moral. Já Freud disse que nosso código moral vem da experiência humana, como nossas leis de tráfego. Nós fazemos os códigos por que eles são convenientes para nós. Em algumas culturas você dirige na esquerda, em outras você dirige na direita.

Mas Lewis discordaria disso. Ele disse que apesar das diferenças culturais, há um código moral básico que transcende a cultura e o tempo. Essa lei não é inventada, como as leis de tráfego, mas é descoberta, como as verdades matemáticas. Então, Freud e Lewis tinham um entendimento completamente diferente da fonte da verdade moral.

Lewis e Freud também falaram sobre a existência de uma inteligência além do universo; Freud disse "Não", Lewis disse "Sim". Suas visões os levaram a discutir o problema dos milagres na era científica. Freud alegou que os milagres contradizem tudo que aprendemos através da observação empírica, eles não ocorrem de fato. Entretanto, Lewis perguntaria; "Como sabemos que eles não ocorrem? Se há alguma evidência, a filosofia que você trás para interpretar a evidência determina como você interpretará." Então, de acordo com Lewis, nós precisamos entender se nossa filosofia exclui os milagres e, portanto, afeta nossa interpretação da evidência.

Tanto Freud quanto Lewis falaram muito sobre a sexualidade humana. Freud considerava todo tipo de amor uma forma de sexualidade sublimada, até mesmo o amor entre amigos. Lewis disse que qualquer um que pense que a amizade é baseada em sexualidade nunca teve um amigo realmente.

Eles também discutiram o problema da dor e do sofrimento. Freud era extremamente perturbado por esse problema, e Lewis escreveu alguns maravilhosos livros que ajudam a explicar o problema do sofrimento que todos nós experimentamos. O Problema do Sofrimento [Editora Vida] é uma discussão bastante intelectual da questão. Quando a mulher de Lewis morreu, ele escreveuAnatomia de uma dor [Editora Vida], que eu recomendo enfaticamente. As pessoas da minha área dizem que esse é o melhor trabalho sobre o processo de luto.

E, é claro, ambos discutiram o que Freud chamou de "O doloroso mistério da morte". Mas eu voltarei a isso mais tarde. Cada uma das questões que eu abordei são filosóficas por natureza. É significante notar que os trabalhos filosóficos de Freud tiveram mais influência na secularização da cultura do que seus trabalhos científicos. Eu vou discutir dois desses temas.

Deus em Questão

Primeiro, a existência de uma inteligência para além do universo, o que os cientistas modernos chamam de "A questão de Deus". Norman Ramsay, professor de física de partículas em Harvard, ganhou o Prêmio Nobel de Fìsica em 1989. Ele me disse recentemente que mesmo em seu campo, os cientistas tem se tornado interessados na questão de se há ou não uma inteligência para além do universo. Ele disse que é uma área de interesse relativamente recente para eles e que tem sido provocada principalmente pela aceitação da teoria do Big Bang. Eu repliquei dizendo que eu não entendi bem a relação. Ele disse, "Bem, quando acreditava-se que o universo não tinha começo era mais fácil, pois ninguém tinha que se preocupar com o que veio antes. Mas desde que alguém aceita a idéia de que o universo teve um inicio num ponto especifico do tempo, tem que pensar também sobre o que ocorreu antes. Então os físicos agora estão pensando sobre questões que somente teólogos e filósofos pensaram no passado."

Ao olharmos para o mundo ao nosso redor, nós fazemos uma de duas suposições: ou vemos o mundo como um acidente e nossa existência neste planeta como uma questão de pura chance, ou presumimos alguma inteligência para além do universo que não só provê ao universo um desenho e ordem, mas também provê sentido e propósito à vida. Como vivemos nossas vidas, como terminamos nossas vidas, o que percebemos, como interpretamos o que percebemos, tudo é formado e influenciado consciente ou inconscientemente por uma dessas duas suposições básicas.

Tendo isso em mente, Freud dividiu todas as pessoas entre "crentes" e "descrentes". Descrentes incluem todos aqueles que se consideram cínicos, céticos, escarnecedores, agnósticos ou ateus. Crentes incluem o resto, cuja crença varia desde um mero assentimento intelectual de que há algo ou alguém além deste mundo até aqueles como Lewis, Agostinho, Tolstoy e Pascal que tiveram uma experiência transformadora depois da qual sua fé se tornou o principal princípio motivador e organizador de suas vidas.

Freud foi de encontro, clara e enfaticamente, à noção de que há "Alguém" além deste mundo. Ele descreve sua cosmovisão como secular e a chama de "cientifica", e ele alegou que não há nenhuma outra fonte de conhecimento do universo que não seja "a cautelosa observação, o que chamamos de pesquisa." Logo, nenhum conhecimento, ele disse, pode ser derivado de revelação ou intuição. Ele afirmou que a noção do universo criado por um ser "parecido com o homem mas exaltado em cada aspecto, um super homem idealizado, reflete a grotesca ignorância dos povos primitivos." Ele afirmou que nenhuma pessoa inteligente pode aceitar os absurdos da cosmovisão religiosa.

Freud descreveu o conceito de Deus como uma simples projeção do desejo infantil de proteção por um pai todo-poderoso. Ele acrescentou que "a religião é uma tentativa de controlar o mundo sensorial, no qual estamos situados, por um mundo que desejamos que é desenvolvido dentro de nós como um resultado de anormalidades biológicas e psicológicas."

Ele concluiu que a visão religiosa é "tão patética e absurda e... infantil que é humilhante e vergonhoso pensar que a maioria das pessoas jamais se sobreporão a isso." Apenas por um breve período quando era estudante sob a orientação de um brilhante filósofo chamado Franz Brentano, um crente devoto, Freud duvidou de seu ateísmo, mas ele afirmou que continuou descrente pelo resto de sua vida. Um ano antes de sua morte, Freud escreveu para Charles Sanger, "Nem na minha vida privada nem nos meus escritos eu deixei em segredo o fato de ser um completo descrente."

Quando examinamos o relato cuidadosamente nós descobrimos que Freud talvez não estivesse tão certo de seu ateísmo quanto ele proclamava. Certamente ele se referia a si mesmo frequentemente como "um Judeu infiel" e ele rejeitou completamente a visão religiosa do universo, especialmente a visão Judaico-Cristã. Ele certamente atacou essa visão com todo seu poderio intelectual e de todas as perspectivas possíveis. Mas ainda assim, por alguma razão ele permaneceu ocupado com estas questões; ele simplesmente não conseguia deixá-las de lado. Ele passou os últimos trinta anos de sua vida escrevendo sobre tais questões.

Num estudo autobiográfico ele disse que essas questões filosóficas e religiosas o interessaram por toda sua vida desde sua juventude. Um grande número de evidências revelam que a cosmovisão de Freud não o deixavam confortável. A fé, de forma alguma, era caso concluído para ele, e ele era extremamente ambivalente quanto à existência de Deus.

Anna Freud, filha e Freud que faleceu há alguns anos atrás, me explicou a única forma de conhecer seu pai: "Não leia suas biografias;" ela instruiu, "leia suas cartas." Por todas suas cartas, Freud faz afirmações como, "Se algum dia nós nos encontrarmos lá em cima", "minha única, e secreta oração," e afirmações sobre a graça de Deus. Durante os últimos trinta anos de sua vida, Freud manteve uma constante troca de centenas de cartas com o teólogo Suiço, Oskar Pfister. É interessante notar que sua correspondência mais longa foi exatamente com este teólogo. Ele admirava Pfister e escreveu, "Você é um verdadeiro servo de Deus... que sente a necessidade de fazer um bem espiritual para todos que você encontra. Você fez isso por mim também." Ele, posteriormente, disse que Pfister estava, "na honrosa posição de poder levar homens à Deus."

Será isso apenas formas de expressão? Poderíamos dizer isso de qualquer um, menos de Freud, que alegava que mesmo um ato falho da fala tem um sentido.

O Problema da Dor e do Sofrimento

Eu tenho estudado os escritos de Freud como também suas cartas por muitos anos e eu concluí que o principal obstáculo que Freud tinha com a idéia de um ser inteligente além do universo era sua incapacidade de conciliar um Deus bom e todo-poderoso com o sofrimento que todos nós experimentamos em certa intensidade. Numa carta para Pfister, em 1928, Freud escreveu, "E por último, deixe-me ser indelicado. Como diabos você concilia tudo que experimentamos e esperamos nesse mundo com sua suposição de um ordem moral mundial?" E depois, numa preleção em 1944, ele disse: "Não parece ser o caso de haver um poder no universo que observa o bem-estar dos indivíduos com cuidado paternal e dirige seus interesses em direção à um final feliz. Pelo contrário, os destinos da raça humana não podem ser harmonizados nem com a hipótese de uma benevolência universal nem com a parcialmente contraditória hipótese de justiça universal. Terremotos, tsunamis, complicações que não fazem nenhum distinção entre os virtuosos e piedosos e os imorais e descrentes. Mesmo quando o que está em questão não é a natureza inanimada, mas quando o destino individual depende de suas relações com outras pessoas, não é de maneira alguma a regra de que o mal é punido e o bem recompensado. Frequentemente são os espertos e impíos que usufruem das boas coisas do mundo e o piedoso não usufrui de nada. São poderes obscuros, insensíveis e sem amor que determinam nosso destino. Os sistemas de recompensas e punições, que a religião descreve como governo do universo, parece não existir." Eu me pergunto quantos de nós pelo menos uma vez não nos sentimos assim. Freud parecia não estar ciente, é claro, de que na cosmovisão Biblíca o governo do universo está temporariamente em mãos inimigas. Antes de Anna Freud falecer, eu lhe perguntei sobre a dificuldade de seu pai com o problema do sofrimento, e ela expressou grande curiosidade em relação a isso. Num determinado momento ela me disse, "Como você explica o sofrimento no mundo? Há alguém lá em cima que diz, 'Você terá câncer. Você tuberculose', e distribui adversidades?" Eu disse que não sabia exatamente como responder à pergunta, mas eu sei que ela respeitava Oskar Pfister. Eu disse que pessoas como Pfister descreveriam a presença de um poder maligno no universo que é responsável por parte do sofrimento. Anna pareceu interessada nessa noção e voltou frequentemente a ela na nossa conversa. Devemos lembrar que Freud sofreu consideravelmente em sua vida, emocionalmente como um Judeu crescido na profundamente Católica Viena, e fisicamente com o câncer intratável na boca com o qual ele lutou por dezesseis anos de sua vida. Os procedimentos médicos não eram bem desenvolvidos na época e o causaram uma grande dose de dor física. Então precisamos ter isso em mente quando tentamos entender como ele se sentia. C.S.Lewis, ao longo da primeira metade de sua vida, também se descreveu, como Freud, como um "completo descrente". Se Freud duvidou de sua descrença quando estava na faculdade, Lewis se regozijava na sua descrença quando estudante em Oxford. Ele expressou um forte cinismo e hostilidade em relação à pessoas que ele chamava de "crentes" e compartilhava do pessimismo de Freud em relação a vida. Quando tinha trinta e três anos, já um membro popular de Oxford, Lewis experimentou uma profunda e radical mudança em sua vida e em seu pensamento. Ele rejeitou a cosmovisão materialista e ateísta e abraçou uma forte fé em Deus e em Jesus Cristo. Essa conversão de uma cosmovisão para outra começou uma fonte inesgotável de livros acadêmicos e populares que influenciaram milhões de pessoas.

http://despertaibereanos.blogspot.com.br/2008/12/quando-cosmovises-colidem-parte-i-de-ii.html

quinta-feira, 20 de março de 2014

Livro: "In Six Days - Why fifty scientists choose to believe in creation" de John F. Ashton

Pode algum cientista com um PhD acreditar na ideia de uma criação literal de seis dias? Em Seis Dias responde a esta pergunta provocativa com 50 ensaios informativos por cientistas que dizem "Sim!". Dando uma olhada factual e científica para as evidências a favor da evolução, físicos, biólogos e químicos concluem que a evolução pode oferecer não mais evidência do que a religião tradicional, e factualmente, pode ficar para trás .

Questões importantes sobre a teoria do big bang, a datação radioativa das rochas, a luz das estrelas distantes, e a evidência fóssil para a evolução são discutidos em detalhe. Reabrindo o debate sobre as origens com uma análise direta e ampla as questões que confrontam tanto à comunidade científica e ao público em geral, esses ensaios examinam toda a abordagem à educação científica e é leitura essencial para educadores, políticos, pais e alunos.

Em seis dias abre o debate “evolução versus criação” para um público mais amplo - não com argumentos estreitos e fechados, mas com uma análise simples e abrangente das questões que confrontam tanto a comunidade científica quanto o público em geral.

Este é uma leitura obrigatória para todas as pessoas que gostam de pensar.

quarta-feira, 19 de março de 2014

Livro: "Cosmos, Bios, Theos: Scientists Reflect on Science, God, and the Origins of the Universe, Life, and Homo Sapiens" de Roy Abraham Varghese

Como é que a ciência moderna conduziu sobre tais questões últimas como a origem do universo e da existência de Deus? "Cosmos, Bios, Theos" é um portfólio de opiniões e argumentos de 60 cientistas, incluindo 24 ganhadores do Prêmio Nobel, por relationshiip entre o empreendimento científico e a visão religiosa da realidade. "Cosmos, Bios, Theos" não faz nenhuma pretensão de ser uma pesquisa representativa - os cientistas foram escolhidas porque se acreditava ser, pelo menos, aberto à possibilidade de uma visão religiosa da realidade. Mas seus pontos de vista específicos acabou por ser surpreendentemente diversificado e, muitas vezes, tanto original e persuasivo. Todos com exceção de algumas das contribuições assumir a forma de, por vezes, detalhados do cientista respondem às seis perguntas seguintes:

- Como você acha que deve ser a relação entre religião e ciência?
- Qual é o seu ponto de vista sobre a origem do universo?
- Qual é o seu ponto de vista sobre a origem da vida?
- Qual é a sua opinião sobre a origem do "Homo sapiens?"
- Como deve ser a abordagem do cientista diante das perguntas sobre a origem do Universo e a origem da vida?
- Muitos cientistas proeminentes - incluindo Darwin, Einstein e Planck - consideraram o conceito de Deus muito a sério. Quais são seus pensamentos sobre o conceito de Deus e sobre a existência de Deus?


Os contribuintes são os astrônomos, matemáticos, físicos, biólogos, químicos e filósofos. Incluem - Sir John Eccles, Antony Flew (em um debate com HDLewis e Hugo Meynell), Robert Jastrow, bDJosephson, Henry Margenau, Sir Neville Mott, Arno Penzias, Ilya Prigogine, Abdus Salam, Arthur Schawlow, George Snell, Victor Weisskopf e Eugene Wigner.

terça-feira, 18 de março de 2014

Criacionismo é religião?


Um dos graves erros cometidos sobre a Teoria da Criação (Criacionismo ou Inteligent Design) é o de achar que ela está baseada na religião.

Michael Denton, biólogo molecular, esclarece esta questão da seguinte forma:
“Pelo contrário, a inferência do planejamento (teoria da criação) é uma indução puramente a posteriori [posteriormente à experiência] baseada numa aplicação inexoravelmente consistente da lógica e da analogia. A conclusão pode ter implicações religiosas, mas não depende de pressuposições religiosas.”
(Evolution, A Theory in Crisis (Bethesda, MD: Adler and Adler, 1986) p. 341)

Henry Margenau e Roy Abraham Varghese, editores do livro ”Cosmos, Bios, Theos”, que foi produzido juntamente com outros 60 cientistas, 24 dos quais receberam um prêmio Nobel, confirmam a estrutura consistente da lógica e da analogia da ciência criacionista afirmando que:
“… só há uma resposta convincente para explicar a enorme complexidade e as leis do Unvierso – a criação por um Deus onisciente e onipotente.”
(“The Laws of Nature Are Created by God” em Cosmos, Bios, Theos (LaSalle, IL: Open Court, 1992), p. 61)

Portanto, a questão de alguém não aceitar que uma forma de vida inteligente e superior tenha criado todo o Universo e a vida que nele se encontra, não está baseada na falta de evidências científicas ou até mesmo da lógica científica como explicam Fred Hoyle e Chandra Wickramasinghe:
“De fato, tal teoria é tão obvia que ficamos imaginando porque não é largamente aceita como auto-evidente. As razões são mais psicológicas do que científicas.”
(Evolution from Space (Londres: J.M. Denton & Sons, 1981), p. 130)

Colocando em uma linguagem mais simples, o Criacionismo estuda a Criação e não o Criador.

Design Inteligente: intencional ou não?
Quando o termo Criacionismo é mencionado, geralmente é feita uma associação mental com religião. No entanto, a ciência criacionista não trabalha com pressuposições religiosas. O diagrama abaixo mostra especificamente a parte científica do criacionismo e a sua implicação religiosa.

A base da ciência criacionista:
- O que ocorreu: design inteligente
- O modo como teria ocorrido: criação (design inteligente intencional)
- Evidências (algumas): complexidade de todos os códigos genéticos o balanço do ecossistema da Terra para sustentar vida sintonia e equilíbrio do universo fósseis e a similaridade com as formas de vida atuais
- Implicações religiosas: teismo (quem seria o Criador - Esta não é uma pergunta que a ciência criacionista procura responder, pois ela está relacionada com a fé e não com a ciência propriamente dita).

Compare com a base da ciência naturalista:
- O que ocorreu: geração espontânea
- o modo como teria ocorrido: evolução
- Evidências (algumas): mutações desenvolvimento do planeta em eras geológicas expansão do universo começando com um big-bang elos de transição no registro fóssil
- Implicações religiosas: ateismo (não existe um criador sobrenatural - O ateismo é também uma crença desde que não é possível provar de forma absoluta empiricamente que um ser superior (Deus) não exista.

A questão que paira sobre a ciência hoje é a origem da informação encontrada no código genético das formas de vida. Num artigo recente publicado na revista Nature por Yuichiro Ueno, do Research Center for the Evolving Earth and Planet, Tokyo Institute of Technology, juntamente com os seus colaboradores, associaram metano (CH4) como sendo microbial, encontrado em dykes de sílica hidrotérmica, datados com 3,46 bilhões de anos.(1)

Para um planeta com uma idade sugerida pelos evolucionistas de 4,5 a 4,6 bilhões de anos, e um tempo de formação inicial (resfriamento da nuvem de gases superaquecidos – teoria nebular) assumido como sendo de 800 milhões de anos, deixariam à disposição (segundo a escala de tempo evolucionista) cerca de 340 milhões de anos para vida surgir do nada até esta suposta evidência de bactérias metanogênicas perfeitamente desenvolvidas.

É fato que 340 milhões de anos é muito tempo. Mas examinemos apenas o aspecto genético da bactéria e então façamos uma relação com os 340 milhões de anos.

Todo ser vivo possui um código genético. As bactérias também possuem esse código genético. Tomemos como exemplo o genoma da bateria Methanococcus maripaludis. (A descrição do genoma completo pode ser encontrado no site http://wishart.biology.ualberta.ca/BacMap/index_12.html) Esta bactéria possui 1,661,137 pares de bases (AT – CG) distribuídos em 1821 genes, dando uma média de 912 pares/gene. É importante ressaltar que estamos tratando com informação codificada. O número de possibilidades de combinações das bases é de 1,661,137! (factorial), sem contar possíveis repetições. Tomemos apenas o número médio de pares por genes, 912, como exemplo. Qual seria a probabilidade por chance apenas de que um gene dessa bacteria se formasse espontaneamente? Em outras palavras, cerca de 912 pares se combinando perfeitamente, formando uma seqüência codificada de informação que tornaria esse gene perfeitamente apto para realizar sua função ou funções específicas.

Para se ter uma idéia dentro da questão das probabilidades, se houvessem apenas 100 pares, haveria uma possibilidade de se criar 1.844674407370956e+146 combinações diferentes. Este número seria aproximadamente 2 com mais 146 zeros seguidos! A formação aleatória do código genético de um único gene da bactéria já é algo absolutamente inimaginável. Seria um milagre. Quanto mais todo o código genético. Mas vamos relacionar esta informação com o tempo de 340 milhões de anos. Este tempo equivale a 2.57510016e+17 segundos. Se um único gene tivesse apenas 100 pares de bases, e assumindo que apenas 10% de qualquer tipo de combinação fizesse com que o gene “funcionasse normalmente”, (ou seja, apenas um décimo de 1.844674407370956e+146) o número de combinações que precisariam acontecer por segundo, durante o espaço de 340 milhões de anos é de 1.719241312031254e+129 (quase o número 2 seguido de 129 zeros)!

Estes valores são tão impróprios para que tal fenômeno tenha acontecido que somente um “milagre de geração espontânea” poderia explicar o aparecimento de um organismo como uma bactéria num espaço de 340 milhões de anos, seguindo a proposta evolucionista.

A resposta plausível do surgimento de um organismo vivo, com a complexidade do seu código genético, como a bactéria, só poderia ser a de um design inteligente intencional. Qualquer outra explicação, probabilisticamente falando, cairia na questão da fé e não da ciência.
Apenas para refletir.

O ser humano possui 23 pares de cromossomos.
O cromossomo 2 possui 227,823,994 de bases.
O cromossomo 4 possui 167,738,416 de bases.
O cromossomo 7 possui 136,812,268 de bases.
O cromossomo Y possui 22,481,124 de bases.

Somente o cromossomo Y do ser humano possui 13,5 vezes mais informação do que todo o código genético da Methanococcus maripaludis.

Definitivamente não somos fruto de uma evolução!

Referência:
1. Yuichiro Ueno et al., “Evidence from fluid inclusions for microbial methanogenesis in the early Archaean era”. Nature Vol 440, 23 March 2006, doi:10.1038, nature 04584, p. 516-519.

Mais informações sobre o criacionismo podem ser obtidas nos sites: