Volume de proteínas a serem produzidas para compor
ao acaso uma proteína predeterminada.
Consideraremos uma proteína ultracurta, de só 100
aminoácidos.
Existem 20 tipo de aminoácidos diferentes, podem
ser formados com eles 20 x 20 pares distintos, 20 x 20 x 20 conjuntos de 3,
etc, até serem obtidos 20 à 100 tipos de proteínas diferentes, cada uma com 100
aminoácidos.
Mas 20 à 100 = (2 x 100) à 100 = 2 à 100 x 10 à 100
= (2 à 10) à 10 x 10 à 100.
Se aproximarmos 2 à 10 = 10 à 3 resultará:
20 à 100 = (10 à 3) à 10 x 10 à 100 = 10 à 30 x 10
à 100 = 10 à 130
que será o número médio de proteínas necessário
para obter aquela que foi predeterminada.
Fazendo igual a 100 Daltons o peso molecular médio
dos100 aminoácidos de nossa proteína, ela pesará 10.000 Daltons, isto é 10 x 10
x 10 x 10 Daltons, e nossas 10 à 130 proteínas pesarão 10 à 134 Daltons. Para
transformar este peso em quilogramas será necessário dividi-los pelo número de
Avogrado (que consideramos igual a 10 à 24 e que dá o peso em gramas) e por 10
x 10 x 10 (para ter o resultado em quilogramas). Obtém-se então para o peso das
proteínas o valor 10 à 107 kg, para que se possa formar ao acaso aquela proteína
predeterminada.
Se considerarmos para as proteínas o peso
específico igual a da água, teremos para o volume de todas as 10 à 130
proteínas o valor igual a 10 à 107 dm à 3, ou 10 à 95 Km3. Tirando a raiz
cúbica desse valor, obtém-se para a aresta do cubo correspondente a esse volume
o valor aproximado de 10 à 32 km.
Um foguete que se deslocasse com a velocidade da
luz (300.000 km/s), no decorrer de um ano teria percorrido "somente"
10 à 13 km, e para percorrer uma distância à aresta desse nosso cubo levaria 10
à 20 anos-luz isto é 100 milhões de milhões de milhões, (ou 100 quintilhões) de
anos-luz.
É esse o tempo necessário para navegar nesse oceano
de proteínas para obter por acaso aquela proteína predeterminada.
Fonte:
Fernando de Angelis; "A Origem da vida por
evolução: Um obstáculo ao desenvolvimento da Ciência"; ed. SCB; pg.76.
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