Por Henry M. Morris
Os dois maiores milagres em toda história têm sido
a criação do mundo e a ressurreição do seu Criador da morte física. Sem o
primeiro, nós não existiríamos, e sem o segundo, nós não teríamos esperança de
vida após a morte. Entretanto, o fato maravilhoso é que nós temos vida e que
através de uma fé pessoal nesse Criador e Sua ressurreição corpórea, podemos
ter certeza de uma vida eterna com Ele nos anos por vir.
Por outro lado, os cientistas modernos – pelo menos
os líderes das instituições científicas – não acreditam nem na criação nem na
ressurreição. A premissa deles é totalmente naturalista, tendo eles a
necessidade de tentar explicar todos os eventos do passado, presente, ou futuro
em termos das presentes leis e processos naturais. Milagres de qualquer espécie
tem a necessidade de ser explicados de longe como não científicos –
especialmente milagres que tem escopo e conseqüência mundial. Eles dizem que a
criação contradiz as mais básicas leis de toda a ciência – isto é, a lei da
conservação da massa e energia, ou a primeira lei da termodinâmica. O princípio
da conservação diz, em efeito, que nada pode ser verdadeiramente criado (apesar
de que “coisas” podem ser mudadas em forma).
Similarmente, a idéia de que a pessoa poderia ser
restaurada a vida após ter estado morta por três dias contradiria a segunda lei
da termodinâmica, ou a lei da crescente entropia – isto é, a lei que descreve a
tendência de todos os sistemas decrescerem em complexidade organizada. Uma vez
que a morte alcança um organismo, todas as suas funções cessam, e em pouco
tempo retorna ao pó – a última desintegração.
Assim, ambos criação e ressurreição são
impossíveis, como o interesse da ciência naturalística desejava. Nunca foi
encontrada qualquer exceção as duas leis da termodinâmica. Para ocorrer uma
exceção a uma das duas leis, um enorme milagre poderia ser requerido, e esses
cientistas, contam-nos que milagres não podem acontecer.
Contudo eles
estão errados!
Jesus Cristo levantou-se dos mortos! Esse evento é
um fato histórico, capaz de ser investigado pelos mesmos critérios que são
utilizados para testar outros supostos eventos históricos. Quando isso é feito
– e isso tem sido feito por muitos historiadores totalmente qualificados e
especialistas em evidências – Cristo ressuscitou passando por todos os testes
de historicidade com “folgas”.
* Os muitos contatos com seus seguidores após a Sua
ressurreição (pelo menos dez aparições, sujeito a muitas circunstâncias e a
muitas pessoas diferentes),
* o óbvio testemunho de Seu túmulo vazio (junto com
a total incapacidade de seus adversários de mostrarem Seu corpo),
* e as mudanças drásticas nos discípulos (de
temerosos fugitivos para destemidos proclamadores de Sua ressurreição) estão
entre as “muitas infalíveis provas” (Atos 1:3) que nos asseguram que “Ele
ressuscitou, como havia dito” (Mateus 28:6). Não é muito dizer que a
ressurreição corpórea de Jesus Cristo, após Ele morrer e ser enterrado por três
dias em um túmulo selado, é o melhor fato provado de toda história antiga.
Sendo esse o acontecimento, considere as
implicações. Isso prova principalmente que Jesus Cristo é Deus. Somente Deus
poderia vencer a morte, pois Ele, em primeiro lugar, impôs a lei da morte
quando o primeiro homem pecou no domínio confiado à ele pelo seu Criador
(Romanos 5:12).
Isso portanto significa que o Salvador Jesus Cristo
foi o Criador dos céus e da terra. Somente o Criador poderia criar nova
matéria, como Ele fez quando multiplicou os pães e peixes, ou nova energia,
como Ele fez quando caminhou sobre a água e quando acalmou as ondas
tempestuosas com uma palavra. A Bíblia claramente confirma o fato que Ele foi o
Criador “Todas as coisas foram feitas por ele” e “o mundo foi feito por ele”
(João 1:3, 10). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na
terra, ... tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).
Esse grande fato nos assegura que tudo o que Ele
faz está certo e tudo o que Ele diz é verdadeiro. Quando Ele diz, por exemplo,
se referindo a Gênesis 1:27, que “desde o princípio da criação, Deus os fez
macho e fêmea” (Marcos 10:6), nós sabemos com toda a certeza que a terra e o
universo não tem milhões ou bilhões de anos, sem levar em conta o uso impróprio
dos dados (não uniformes) astronômicos e geológicos dos evolucionistas. Cristo
foi aquele que disse as palavras criadoras, e Ele nos tem dito que a raça
humana data do começo da criação, e não de 15 bilhões de anos depois do começo.
Poderia Ele mentir, ou talvez deliberadamente nos iludir? Será que Ele
acreditou que nós não poderíamos entender ou avaliar a idéia de bilhões de anos
de sofrimento, com a criação suspirando (gemendo) antes de Ele resolver criar o
homem para se relacionar com Ele? O último pensamento se mostra absurdo e
improvável.
Além disso, gostando ou não da idéia de Deus ter criado
um inferno eterno para aqueles que o rejeitam como Senhor e Salvador, devemos
estar cientes de que foi Ele que mais abertamente falou sobre esse assunto na
Bíblia (note em Mateus 5:30; 25:41; etc.). Ele portanto aceitou a Bíblia como
inerrante e confiável (Mateus 5:18; João 10:35). No final de Seu livro, Ele
adverte contra aqueles que se ocupam com Suas palavras, dizendo: “E, se alguém
tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do
livro da vida...” (Apocalipse 22:19).
Há, certamente, uma conseqüência ainda mais
gloriosa do fato de Sua ressurreição física. Ele venceu a morte, não somente
para Ele, mas também para todos aqueles que confiam a Ele seus próprios
pecados. Ele prometeu que “porque eu vivo, vós vivereis” (João 14:19). “Porque,
assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em
Cristo” (I Coríntios 15:22).
Nossa ressurreição, assim como a de Cristo, será
uma ressurreição física, não somente espiritual. Quando Deus pronunciou o
julgamento da morte a Adão e todo o seu domínio, foi uma morte física, e não
somente espiritual. Por isso que o Senhor Jesus, quando morreu pelos nossos
pecados, teve que morrer fisicamente.
Similarmente, nossa ressurreição futura será
física, como a de Cristo. Isso, entretanto, não incluirá as dores e defeitos
que caracterizam os nossos corpos físicos presentes. Nossos corpos serão corpos
glorificados, igual o de Cristo quando Ele ressuscitou dos mortos – não mais
com dores e morte, mas com perfeição eterna. Quando João viu a Deus em sua
grande visão na ilha de Patmos, Cristo disse: “mas eis aqui vivo para todo o
sempre” (Apocalipse 1:18).
E nós também viveremos para todo o sempre! “Amados,
agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas
sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele...” (I João
3:2).
“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ...
porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós
seremos transformados” (I Coríntios 15:52).
O Senhor Jesus Cristo “transformará o nosso corpo
abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de
sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses 3:21).
“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou,
assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele...
porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a
trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois
nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens,
a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (I
Tessalonicenses 4:14,16,17).
A lei da entropia em nossos corpos será eternamente
revogada, e “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor” (Apocalipse
21:4).
Mas não será somente isso que acompanhará a
ressurreição de Cristo. A maldição de Deus não foi somente aplicada a Adão e
sua descendência mas também sobre todo o seu domínio – que será novamente
criado inteiramente!
“E ali nunca mais haverá maldição...” (Apocalipse
22:3).
“Na esperança de que também a mesma criatura será
libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de
Deus” (Romanos 8:21).
Sempre, desde que o pecado entrou no mundo e Deus
pronunciou a sua grande maldição sobre “a terra” (Gênesis 3:17) – isto é, aos
elementos básicos, o pó do qual são feitos todas as coisas – o mundo inteiro
tem estado em um estado de decaimento, ou crescente entropia, sentindo as dores
do trabalho (parto).
”... a terra se envelhecerá como roupa” (Isaías
51:6).
“O céu e a terra (estão passando) passarão...”
(Mateus 24:35).
“... e como um manto os enrolarás, e serão mudados”
(Hebreus 1:12).
Finalmente, “... no qual os céus passarão com
grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras
que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas...” (II
Pedro 3:10,11).
Mas quando Cristo, o Criador, se tornou o Salvador,
Ele não somente morreu pelos pecados “de todo o mundo” (I João 2:2), mas também
se tornou “o Salvador do mundo (kosmos, em grego)” (I João 4:14). “... o mundo
(kosmos) foi feito por ele...” (João 1:10), e Ele sofreu o terrível preço para
redimir o mundo da “escravidão da corrupção para a gloriosa liberdade dos
filhos de Deus.”
Finalmente, depois do último julgamento, e depois
da presente terra – destruída no decorrer dos anos pelas cicatrizes do
sofrimento e morte – que se “queimará”, e então “nós, segundo a sua promessa,
aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (II Pedro 3:10,
13).
E lá nós viveremos para sempre. “Porque, como os
novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz
o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Isaías
66:22).
A velha lei da entropia, junto com “a lei do pecado
e da morte” (Romanos 8:2), ficará destruída na antiguidade e para todo sempre –
tudo isso porque Cristo vive!
Fonte:
Tradutor: Johannes Gérson Janzen
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