quinta-feira, 24 de outubro de 2013

Entropia e a Ressurreição

Por Henry M. Morris

Os dois maiores milagres em toda história têm sido a criação do mundo e a ressurreição do seu Criador da morte física. Sem o primeiro, nós não existiríamos, e sem o segundo, nós não teríamos esperança de vida após a morte. Entretanto, o fato maravilhoso é que nós temos vida e que através de uma fé pessoal nesse Criador e Sua ressurreição corpórea, podemos ter certeza de uma vida eterna com Ele nos anos por vir.

Por outro lado, os cientistas modernos – pelo menos os líderes das instituições científicas – não acreditam nem na criação nem na ressurreição. A premissa deles é totalmente naturalista, tendo eles a necessidade de tentar explicar todos os eventos do passado, presente, ou futuro em termos das presentes leis e processos naturais. Milagres de qualquer espécie tem a necessidade de ser explicados de longe como não científicos – especialmente milagres que tem escopo e conseqüência mundial. Eles dizem que a criação contradiz as mais básicas leis de toda a ciência – isto é, a lei da conservação da massa e energia, ou a primeira lei da termodinâmica. O princípio da conservação diz, em efeito, que nada pode ser verdadeiramente criado (apesar de que “coisas” podem ser mudadas em forma).

Similarmente, a idéia de que a pessoa poderia ser restaurada a vida após ter estado morta por três dias contradiria a segunda lei da termodinâmica, ou a lei da crescente entropia – isto é, a lei que descreve a tendência de todos os sistemas decrescerem em complexidade organizada. Uma vez que a morte alcança um organismo, todas as suas funções cessam, e em pouco tempo retorna ao pó – a última desintegração.

Assim, ambos criação e ressurreição são impossíveis, como o interesse da ciência naturalística desejava. Nunca foi encontrada qualquer exceção as duas leis da termodinâmica. Para ocorrer uma exceção a uma das duas leis, um enorme milagre poderia ser requerido, e esses cientistas, contam-nos que milagres não podem acontecer.

Contudo eles estão errados!
Jesus Cristo levantou-se dos mortos! Esse evento é um fato histórico, capaz de ser investigado pelos mesmos critérios que são utilizados para testar outros supostos eventos históricos. Quando isso é feito – e isso tem sido feito por muitos historiadores totalmente qualificados e especialistas em evidências – Cristo ressuscitou passando por todos os testes de historicidade com “folgas”.

* Os muitos contatos com seus seguidores após a Sua ressurreição (pelo menos dez aparições, sujeito a muitas circunstâncias e a muitas pessoas diferentes),
* o óbvio testemunho de Seu túmulo vazio (junto com a total incapacidade de seus adversários de mostrarem Seu corpo),
* e as mudanças drásticas nos discípulos (de temerosos fugitivos para destemidos proclamadores de Sua ressurreição) estão entre as “muitas infalíveis provas” (Atos 1:3) que nos asseguram que “Ele ressuscitou, como havia dito” (Mateus 28:6). Não é muito dizer que a ressurreição corpórea de Jesus Cristo, após Ele morrer e ser enterrado por três dias em um túmulo selado, é o melhor fato provado de toda história antiga.

Sendo esse o acontecimento, considere as implicações. Isso prova principalmente que Jesus Cristo é Deus. Somente Deus poderia vencer a morte, pois Ele, em primeiro lugar, impôs a lei da morte quando o primeiro homem pecou no domínio confiado à ele pelo seu Criador (Romanos 5:12).

Isso portanto significa que o Salvador Jesus Cristo foi o Criador dos céus e da terra. Somente o Criador poderia criar nova matéria, como Ele fez quando multiplicou os pães e peixes, ou nova energia, como Ele fez quando caminhou sobre a água e quando acalmou as ondas tempestuosas com uma palavra. A Bíblia claramente confirma o fato que Ele foi o Criador “Todas as coisas foram feitas por ele” e “o mundo foi feito por ele” (João 1:3, 10). “Porque nele foram criadas todas as coisas que há nos céus e na terra, ... tudo foi criado por ele e para ele” (Colossenses 1:16).

Esse grande fato nos assegura que tudo o que Ele faz está certo e tudo o que Ele diz é verdadeiro. Quando Ele diz, por exemplo, se referindo a Gênesis 1:27, que “desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea” (Marcos 10:6), nós sabemos com toda a certeza que a terra e o universo não tem milhões ou bilhões de anos, sem levar em conta o uso impróprio dos dados (não uniformes) astronômicos e geológicos dos evolucionistas. Cristo foi aquele que disse as palavras criadoras, e Ele nos tem dito que a raça humana data do começo da criação, e não de 15 bilhões de anos depois do começo. Poderia Ele mentir, ou talvez deliberadamente nos iludir? Será que Ele acreditou que nós não poderíamos entender ou avaliar a idéia de bilhões de anos de sofrimento, com a criação suspirando (gemendo) antes de Ele resolver criar o homem para se relacionar com Ele? O último pensamento se mostra absurdo e improvável.

Além disso, gostando ou não da idéia de Deus ter criado um inferno eterno para aqueles que o rejeitam como Senhor e Salvador, devemos estar cientes de que foi Ele que mais abertamente falou sobre esse assunto na Bíblia (note em Mateus 5:30; 25:41; etc.). Ele portanto aceitou a Bíblia como inerrante e confiável (Mateus 5:18; João 10:35). No final de Seu livro, Ele adverte contra aqueles que se ocupam com Suas palavras, dizendo: “E, se alguém tirar quaisquer palavras do livro desta profecia, Deus tirará a sua parte do livro da vida...” (Apocalipse 22:19).

Há, certamente, uma conseqüência ainda mais gloriosa do fato de Sua ressurreição física. Ele venceu a morte, não somente para Ele, mas também para todos aqueles que confiam a Ele seus próprios pecados. Ele prometeu que “porque eu vivo, vós vivereis” (João 14:19). “Porque, assim como todos morrem em Adão, assim também todos serão vivificados em Cristo” (I Coríntios 15:22).

Nossa ressurreição, assim como a de Cristo, será uma ressurreição física, não somente espiritual. Quando Deus pronunciou o julgamento da morte a Adão e todo o seu domínio, foi uma morte física, e não somente espiritual. Por isso que o Senhor Jesus, quando morreu pelos nossos pecados, teve que morrer fisicamente.

Similarmente, nossa ressurreição futura será física, como a de Cristo. Isso, entretanto, não incluirá as dores e defeitos que caracterizam os nossos corpos físicos presentes. Nossos corpos serão corpos glorificados, igual o de Cristo quando Ele ressuscitou dos mortos – não mais com dores e morte, mas com perfeição eterna. Quando João viu a Deus em sua grande visão na ilha de Patmos, Cristo disse: “mas eis aqui vivo para todo o sempre” (Apocalipse 1:18).

E nós também viveremos para todo o sempre! “Amados, agora somos filhos de Deus, e ainda não é manifestado o que havemos de ser. Mas sabemos que, quando ele se manifestar, seremos semelhantes a ele...” (I João 3:2).

“Num momento, num abrir e fechar de olhos, ... porque a trombeta soará, e os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e nós seremos transformados” (I Coríntios 15:52).

O Senhor Jesus Cristo “transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas” (Filipenses 3:21).

“Porque, se cremos que Jesus morreu e ressuscitou, assim também aos que em Jesus dormem, Deus os tornará a trazer com ele... porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor” (I Tessalonicenses 4:14,16,17).

A lei da entropia em nossos corpos será eternamente revogada, e “não haverá mais morte, nem pranto, nem clamor, nem dor” (Apocalipse 21:4).

Mas não será somente isso que acompanhará a ressurreição de Cristo. A maldição de Deus não foi somente aplicada a Adão e sua descendência mas também sobre todo o seu domínio – que será novamente criado inteiramente!

“E ali nunca mais haverá maldição...” (Apocalipse 22:3).

“Na esperança de que também a mesma criatura será libertada da servidão da corrupção, para a liberdade da glória dos filhos de Deus” (Romanos 8:21).

Sempre, desde que o pecado entrou no mundo e Deus pronunciou a sua grande maldição sobre “a terra” (Gênesis 3:17) – isto é, aos elementos básicos, o pó do qual são feitos todas as coisas – o mundo inteiro tem estado em um estado de decaimento, ou crescente entropia, sentindo as dores do trabalho (parto).
”... a terra se envelhecerá como roupa” (Isaías 51:6).
“O céu e a terra (estão passando) passarão...” (Mateus 24:35).
“... e como um manto os enrolarás, e serão mudados” (Hebreus 1:12).
Finalmente, “... no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas...” (II Pedro 3:10,11).

Mas quando Cristo, o Criador, se tornou o Salvador, Ele não somente morreu pelos pecados “de todo o mundo” (I João 2:2), mas também se tornou “o Salvador do mundo (kosmos, em grego)” (I João 4:14). “... o mundo (kosmos) foi feito por ele...” (João 1:10), e Ele sofreu o terrível preço para redimir o mundo da “escravidão da corrupção para a gloriosa liberdade dos filhos de Deus.”
Finalmente, depois do último julgamento, e depois da presente terra – destruída no decorrer dos anos pelas cicatrizes do sofrimento e morte – que se “queimará”, e então “nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça” (II Pedro 3:10, 13).
E lá nós viveremos para sempre. “Porque, como os novos céus, e a nova terra, que hei de fazer, estarão diante da minha face, diz o Senhor, assim também há de estar a vossa posteridade e o vosso nome” (Isaías 66:22).

A velha lei da entropia, junto com “a lei do pecado e da morte” (Romanos 8:2), ficará destruída na antiguidade e para todo sempre – tudo isso porque Cristo vive!

Fonte:

Tradutor: Johannes Gérson Janzen

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