quinta-feira, 11 de fevereiro de 2016

Efraim retornou ao Egito?

Efraim retornou ao Egito.
Os 8:11-13 - Porquanto Efraim multiplicou os altares para pecar; teve altares para pecar. Escrevi para eles as grandezas da minha lei; mas isso é para eles como coisa estranha. Quanto aos sacrifícios dos meus dons, sacrificam carne e a comem, mas o SENHOR não a aceitou; agora, se lembrará da sua injustiça e visitará os seus pecados; eles voltarão para o Egito.

Os 9:3 - Na terra do SENHOR, não permanecerão; mas Efraim tornará ao Egito, e na Assíria comerão comida imunda.

Efraim não retornou ao Egito.
Os 11:3-5 - Todavia, eu ensinei a andar a Efraim; tomei-os pelos seus braços, mas não conheceram que eu os curava. Atraí-os com cordas humanas, com cordas de amor; e fui para eles como os que tiram o jugo de sobre as suas queixadas; e lhes dei mantimento. Não voltará para a terra do Egito, mas a Assíria será seu rei, porque recusam converter-se.
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Descontradizendo:
Gleason Archer responde:
"Oséias 11:5 afirma com clareza: "(Eles, Israel ou Efraim) não voltarão para a terra do Egito, mas o assírio será o seu rei, porque recusam converter-se".

Essa passagem confirma que as tribos de Israel em geral, e o reino do Norte, chefiados pela tribo de Efraim, em particular, não seriam levados de volta ao Egito, nação que escravizava seus exilados. Isso reitera a promessa de Deuteronômio 17:16: "Esse rei, porém, não deverá adquirir muitos cavalos, nem fazer o povo voltar ao Egito para conseguir mais cavalos, pois o Senhor lhes disse: jamais voltem por este caminho".

No entanto, Deuteronômio 17:16 sugere que o desenvolvimento de um exército poderoso, formado de carruagens, e a confiança nesse tipo de armamento, em vez de no livramento do Senhor, induziria Israel à atitude egípcia do materialismo e orgulho. Nesse sentido, um rei assim como Salomão o demonstrou (1 Reis 4:26), estaria de fato reduzindo o povo ao Egito, ao nível espiritual da arrogância materialista.

Certamente Oséias falava em sentido figurado, em 8:11-13:
"Embora Efraim tenha construído muitos altares para ofertas pelo pecado... Eles oferecem sacrifícios e comem a carne, mas o Senhor não se agrada deles. Doravante, ele se lembrará da impiedade deles e castigará os seus pecados; eles voltarão para o Egito".
É verdade que essa última afirmação, tomada ao pé da letra, poderia significar uma ameaça de deportação real para o Egito; todavia parece harmonizar-se melhor com o contexto se entender-mos que a linguagem é figurada e se traduzir-mos o verbo yasubu por "eles estão voltando" - tradução legítima quando se trata do tempo imperfeito no hebraico (i.e., o imperfeito indica uma ação não completa, podendo ser referência ao futuro, ou ao presente - como aqui - dependendo do contexto).

Em outras palavras, os israelitas tornaram-se espiritualmente egípcios, isso é, pagãos, em sua atitude para com Deus, ao praticar aqueles sacrifícios rituais.

Em vez de virem ao Senhor com arrependimento total pelo pecado cometido, confiar completamente na graça de Deus e com propósito sincero fazer sua vontade, vêm ao altar de Deus para tentar suborná-lo, ou ganhar-lhe o favor - exatamente como pagãos fazem com seus deuses. (Em Isaías 1:9-10 encontramos outro extraordinário exemplo de como se usa o nome de um país ou cidade como símbolo de perversidade, em vez de mera referência geográfica: "Ouvi a palavra do Senhor, vós, príncipes de Sodoma" - muito tempo depois desta cidade ter sido destruída)”.

Fonte: Gleason Archer; "Enciclopédia de Temas Bíblicos"; ed. Vida, pg.251.

Conclusão:
A Bíblia de estudo NVI também reforça a resposta de Gleason Archer afirmando que a palavra Egito usada pelo autor não é no sentido geográfico e sim apenas um referencial de escravidão.


Portanto, não há nenhuma contradição!

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