Há exatamente dez anos atrás Michael J. Behe, até
então um desconhecido professor de Bioquímica da Universidade Lehigh, na
Pensilvânia, Estados Unidos, escreveu o livro “A Caixa Preta de Darwin: O
Desafio da Bioquímica à Teoria da Evolução”. A tese polêmica e controversa de
Behe: a ‘complexidade irredutível’ de sistemas biológicos não pode ser obtida
via processo gradual darwiniano.
O flagelo bacteriano se tornou o mascote do
movimento do Design Inteligente e a grande dor de cabeça e um sério desafio
epistêmico para a Nomenklatura científica desde então. Nem os maiores
cientistas, nem todas as universidades, departamentos e institutos de biologia
do mundo conseguiram refutar a tese de Behe.
NOTA BENE: NEM OS MAIORES CIENTISTAS, NEM TODAS AS
UNIVERSIDADES, DEPARTAMENTOS E INSTITUTOS DE BIOLOGIA DO MUNDO CONSEGUIRAM
REFUTAR A TESE DE BEHE.
O pior embaraço nisso tudo é que o flagelo é de uma
‘simples’ bactéria, mas a teoria é noticiada exagerada e acriticamente na
Grande Mídia internacional e tupiniquim como sendo ‘a mais apoiada de todas as
teorias científicas pelas evidências assim como a lei da gravidade’, mas aqui
se mostra extremamente impotente e muda...
Nada como celebrar uma vitória contra a arrogância
epistêmica dos atuais mandarins da Nomenklatura científica. Behe acabou de
lançar a edição comemorativa dos dez anos da solidez de sua tese: “Darwin’s
Black Box, 10th Anniversary Edition”. Vale a pena comprar o livro só para ler
um epílogo de 18 páginas!
Alô Jorge Zahar Editor – já está na hora de lançar
aqui no Brasil esta edição comemorativa. Mercado existe.
Behe afirma – “Hoje, com as denúncias frescas sendo
feitas quase que semanalmente por sociedades científicas bem como das salas de
editorias de jornais” do establishment da mídia científica, “uma década após a
publicação do A Caixa Preta de Darwin, o argumento científico a favor do design
é mais forte do que nunca... o argumento do livro a favor do design permanece”.
Apesar do enorme progresso da bioquímica nos anos
que se seguiram, apesar de centenas de comentários inquiridores em periódicos
tão diversos como The New York Time, Nature, Christianity Today, Philosophy of
Science e Chronicle of Higher Education, apesar da implacável oposição de
alguns cientistas nos mais altos níveis, o argumento do livro a favor do design
permanece.
Fora atualizar a lista de nomes dos meus filhos na
seção de reconhecimento (adicionados Dominic, Helen, e Gerard), há pouco do
texto original que eu mudaria se o escrevesse hoje”. BEHE, M. J.,
"Darwin's Black Box: The Biochemical Challenge to Evolution," [1996],
New York, Free Press, 2006, p.255.
O mais impressionante de tudo isso, conforme Behe
bem salientou é que “para a ciência moderna, dez anos é uma era”, e a década
dos anos 1990s não foi nenhuma exceção, especialmente com o progresso rápido do
“progresso no entendimento de como a maquinaria da vida funciona” incluindo “o
cílio e o flagelo” usados por Behe como exemplos de complexidade irredutível.
Além disso, “os mecanismos que as células usam para construir” são hoje “conhecidos
como sendo sistemas moleculares surpreendentemente sofisticados, como fábricas
automatizadas que produzem motores de popa”.
QED – “o caso a favor do design inteligente da vida
se torna exponencialmente mais forte”.
A bioquímica avançou muito, e um pouco mais de uma
década a primeira seqüência genômica de um ser vivo foi publicada – uma
minúscula bactéria chamada Haemophilus influenzae. Hoje nós temos centenas de
genomas seqüenciados, e o progresso na elucidação genômica tem sido acompanhado
do entendimento de como a maquinaria da vida funciona. Os mecanismos que as
células usam para construir o cílio e o flagelo descritos no capítulo 4 eram
quase que totalmente desconhecidos quando o livro foi escrito.
Hoje eles são conhecidos como sendo impressionantemente
sofisticados sistemas moleculares em si mesmos. Resumindo, como a ciência
avança implacavelmente, o fundamento molecular da vida não está ficando um
pouco menos complexo do que há uma década atrás; está ficando exponencialmente
mais complexo. À “medida que fica, o caso a favor do design inteligente da vida
fica exponencialmente mais forte”, Behe, 2006, p. 256.
Quase no final do seu epílogo Behe destaca:
“As probabilidades futuras de êxito do design são
excelentes, porque elas se apóiam não em preferências de nenhuma pessoa ou de
nenhum grupo, mas em dados. A ascensão da hipótese do design inteligente não é
devido a nada que eu ou qualquer outro indivíduo tenha escrito ou dito, mas ao
grande avanço da ciência em entender a vida. Mesmo apenas cinqüenta anos atrás
era bem mais fácil acreditar que a evolução darwiniana pudesse explicar a base
da vida, porque tão pouco era conhecido.
Mas assim que a ciência avançou rapidamente e a
complexidade impressionante da célula se tornou nítida, a idéia de design
inteligente se tornou mais e mais convincente. A conclusão do design
inteligente é fortalecida por cada novo exemplo de maquinaria molecular
elegante e complexa ou sistema que a ciência descobre na base da vida. Em 1966,
aquela elegância podia ser claramente vista, e nos últimos dez anos tem
aumentado consideravelmente. Não há razão de esperar que isso venha diminuir
brevemente”. (Behe, 2006, p. 270).
Pobre Darwin… a sua teoria geral da evolução é hoje
meramente um mito de criação do naturalismo filosófico travestido de ciência...
Pobre ciência, no cativeiro do naturalismo
filosófico...
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