Quando Darwin publicou "A Origem das
Espécies", em 1859, os cientistas desconheciam a complexidade da célula, a
herança genética e minimizavam as dificuldades encontradas no registro fóssil.
As idéias confusas e não muito originais de Darwin revolucionaram a ciência e
as concepções filosófico-religiosas - o homem evoluiu de uma forma simples
através da seleção natural ao longo de bilhões de anos.
Sem apoio das evidências, Darwin conseguiu a adesão
da comunidade científica tão ignorante desses fatos quanto ele. Contudo,
admitiu existir objeções a sua teoria e que poderia haver visões extremas da
evolução: "Estou bem a par do fato de existirem neste volume pouquíssimas
afirmativas acerca das quais não se possam invocar diversos fatos passíveis de
levar a conclusões diametralmente opostas àquelas às quais cheguei. Uma
conclusão satisfatória só poderá ser alcançada através do exame e confronto dos
fatos e argumentos em prol deste ou daquele ponto de vista, e tal coisa seria
impossível de se fazer na presente obra".
Esse convite gera debates apaixonantes. As objeções
não são feitas unicamente por religiosos fanáticos. Sóbrios e renomados
cientistas ainda questionam por motivos científicos.
O sociólogo Edgar Morin, no livro "Os Sete
Saberes Necessários à Educação do Futuro" para a Unesco, afirmou e
sugeriu: "As ciências permitiram que adquiríssemos muitas certezas, mas
igualmente revelaram, ao longo do século 20, inúmeras zonas de incerteza. A
educação deveria incluir o ensino das incertezas que surgiram nas ciências
físicas, nas ciências da evolução biológica e nas ciências históricas."
A LDB 9394/96 estabeleceu as bases da educação
nacional para aprimorar o educando pelo desenvolvimento de sua autonomia
intelectual e do pensamento crítico. Isso ocorrerá quando algumas "zonas
de incertezas" nas ciências biológicas forem abordadas:
1. A origem da vida: a teoria da evolução química
não goza mais de respeitabilidade científica, mas a experiência de Urey-Miller
"demonstra" como a vida surgiu.
2. A "explosão cambriana": os principais
filos aparecem no registro fóssil há mais de 540 milhões de anos, sem
intermediários, plenamente funcionais, contrariando a evolução gradual. Segundo
Darwin, uma "objeção fatal, mas omitida nos livros-texto de Biologia".
3. Homologia: semelhança devido à ancestralidade
comum é evidência de ancestralidade comum. Tautologia, argumento circular que
nada diz em ciência.
4. Embriões vertebrados: há mais de um século os
biólogos sabem que os embriões vertebrados não são semelhantes no estágio
inicial e os desenhos que os mostram assim foram "forjados" para
"apoiar" a teoria.
5. Melanismo industrial: a foto de mariposas
"camuflando-se" nos troncos das árvores como evolução em ação é
falsa. Desde 1980 os biólogos sabem: não descansam nos troncos das árvores e
foram "coladas" nos troncos para apoiar o "fato da
evolução"!
6. Os tentilhões de Darwin: explicam a origem das
espécies por meio da seleção natural, quando nenhuma megaevolução ocorreu. Os
tentilhões, apesar da variedade de bicos e costumes alimentares, continuam
tentilhões.
7. A origem humana: macacos-antropóides ilustram
nossos ancestrais. Os paleoantropólogos discordam sobre quais foram nossos
ancestrais e como pareciam. Os cladogramas aqui "supõem" como esta
relação filogenética teria ocorrido. Não há um "elo perdido", mas
toda uma "corrente perdida".
A ciência é a expressão de curiosidade. Por causa
do convite de Darwin, da sugestão de Morin e da proposta da LDB, você pode e
deve questionar o neodarwinismo, pois a melhor inferência às evidências é o
Design Inteligente.
Enézio E. de Almeida Filho
Estudioso de História da Ciência. Membro da
Sociedade Internacional para Complexidade, Informação e Design. Coordenador do
Núcleo Brasileiro de Design Inteligente, Campinas - SP (em organização).
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