Deus.
II Sm 24:1 - E a ira do SENHOR se tornou a acender contra Israel, e ele
incitou a Davi contra eles, dizendo: Vai, numera a Israel e a Judá.
Satanás.
I Cr 21:1 - Então, Satanás se levantou contra Israel e incitou Davi a
numerar a Israel.
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Descontradizendo:
Gleason
Archer comenta:
"Parece
que Davi não estava totalmente consciente do que se passava no íntimo de seu
coração, pois estaria talvez sendo induzido pelo orgulho por causa de tudo o
que havia realizado, no que dizia respeito aos sucessos militares e à expansão
econômica do povo. Ele começou a pensar mais de tropas e armamentos que na
misericórdia e fidelidade de Deus. Em sua juventude, Davi pusera toda sua
confiança apenas em Deus, quer enfrentando Golias com uma simples funda, quer
lutando contra um exército inteiro de amalequitas, dispondo de apenas um
punhado de soldados (ao todo 400). Todavia, nos últimos anos, ele viria a
confiar mais nos recursos materiais, à semelhança de qualquer racionalista de
coração endurecido. Davi acabara aprendendo a medir sua força pelo padrão dos
números e das riquezas.
Portanto, o
Senhor decidiu que chegara o tempo de Davi dobrar os joelhos outras vez, em
oração, e atirar-se à graça de Deus, ao longo de um período de provações
capazes de esquadrinhar-lhe a alma. Portanto, o Senhor o encorajou a pôr em
execução o plano que esse rei acalentara havia tanto tempo: desejava contar o
povo, saber quais eram seus recursos humanos, a fim de bem planejar suas
estratégias militares futuras, com vistas aos emprego mais eficiente de seus
exércitos. É bem provável que tal contagem lhe proporcionasse uma base mais
concreta para o cálculo dos impostos. E assim Deus, efetivamente, lhe disse: o
bem, vá em frente e conte o povo. Depois você verá o resultado de sua vaidade.
Embora fosse
um comandante militar endurecido e ambicioso, o general Joabe sentiu certa intranqüilidade
a respeito do projeto. Percebeu que Davi e seus conselheiros tornavam-se mais e
mais orgulhosos por causa de suas brilhantes conquistas militares, as quais
trouxeram os reinos da Palestina, da Síria e da Fenícia ao estado de vassalos
de Israel. Joabe temia que o Senhor talvez não estivesse satisfeito com aquela
atitude de autoconfiança e auto-estima, pelo que tentou dissuadir Davi desse
propósito.
Em 1 Cr 21:3,
estão registradas as seguintes palavras de Joabe: "Que o Senhor
multiplique o povo dele por cem. Ó rei, meu senhor, não são, porventura todos
eles súditos do meu Senhor? Por que o meu senhor deseja fazer isso? Por que
deveria trazer culpa sobre Israel?". Existe uma razão pela qual o Senhor
deu a Davi uma advertência final pelos lábios de Joabe, antes de o rei
comprometer-se afinal com o recenseamento".
Fonte:
Gleason Archer; "Enciclopédia de
Temas Bíblicos"; ed.Vida. pg.162-164.
Conclusão:
O problema não estava no censo em si mesmo. Pois
sempre que Deus ordenava um censo, havia um propósito. Por exemplo, no primeiro
censo em Nm 1:2, 3; 26:2, mostrava que Israel tinha um exército pequeno e com
aquele exército eles conquistariam a terra prometida. O segundo censo teve o
propósito da distribuição de terras. Porém, este censo era unicamente voltado
para a vaidade e orgulho. Seria como se Davi chegasse para Deus e dissesse:
"- Olha, quero demonstrar o quanto somos grandes". E Deus lhe
responde: "- Ok, vai lá e mostre o quanto você é grande". Foi Deus
quem o incitou? Foi. Mas quem colocou o desejo no coração de Davi foi Satanás.
Deus apenas o incitou neste sentido: "- Então vai lá Davi, conte o povo e
veja o quanto vocês são grandes".
Um exemplo:
Digamos que alguém foi desafiado por outra pessoa
para uma briga. Logo em seguida, chega um amigo desta pessoa e diz: "-Vai
lá, encara essa". Quem incitou a pessoa a brigar? Resposta: Os dois: Tanto
aquele que o desafiou, quanto o amigo que o encorajou. Portanto, não há nenhuma
contradição neste texto. Pois tanto Deus quanto Satanás incitaram Davi a fazer
o censo.
Pipe
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