terça-feira, 4 de agosto de 2015

O MODELO DO BIG BANG: UMA AVALIAÇÃO


Mart de Groot (Doutor em Ciências Naturais, Universidade de Utrecht) é associado de pesquisas no Observatório de Armagh no Norte da Irlanda. Seu endereço postal: 2 Sandymount Road; Richhill, CO. Armagh; BT61 8QP Irlanda do Norte, Reino Unido. E-mail: mdg@star.arm.ac.uk)
"Precisamos mais do que simples cosmologia para compreender a estrutura e o significado do universo."

A cosmologia trata da estrutura e origem do universo. A cosmologia moderna começou na década de 1920, quando os maiores telescópios de então estavam sendo usados para estudar os objetos mais remotos no espaço e para achar respostas a questões sobre a estrutura do universo. As respostas levaram a perguntas sobre a origem do universo. As observações do astrônomo norte-americano Edwin Hubble (1935) demonstraram que quase todas as galáxias indicam um "deslocamento para o vermelho". Isso significa que a cor da luz que recebemos delas é mais vermelha do que quando partiu de sua fonte. Um modo possível de produzir tais mudanças de cor é pelo efeito Doppler, isto é, o movimento das galáxias afastando-se da Terra.
Para interpretar suas observações, Hubble precisava de um modelo cosmológico do universo.

Diversos modelos existiam na época. Os de Milne e Lemaitre indicavam um universo em expansão de acordo com a Teoria Geral da Relatividade, de Einstein. O modelo de Zwicky era mais estático, mas requeria ajustes menores à física conhecida e nenhuma introdução de conceitos novos. Era, portanto, o quadro ao qual as observações de Hubble podiam adaptar-se melhor. O próprio Hubble não estava muito seguro sobre como interpretar suas observações e, sendo relutante de início para tirar a conclusão de um universo em expansão, chamou os deslocamentos para o vermelho de "deslocamentos aparentes de velocidade".

Pouco depois, Hubble abandonou em parte suas reservas iniciais e interpretou o deslocamento para o vermelho pelo efeito Doppler; isto é, concluiu que a maior parte das galáxias está se afastando de nós. Daí surgiu a expressão "universo em expansão".

... Com base no que foi apresentado no artigo, foi tirada a conclusão de que a cosmologia moderna, representada pela "teoria do Big Bang", pode ter seu mérito ao explicar numerosos aspectos do universo físico, inanimado, mas é uma teoria pobre quando se trata de explicar tudo, deixando muitas questões sem resposta. Como Robert Jastrow conclui em seu livro, "God and the Astronomers":

"Neste momento parece que a ciência nunca poderá levantar a cortina que cobre o mistério da criação. Para o cientista que teria vivido por sua fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo. Ele escalou as montanhas da ignorância; está a ponto de conquistar o pico mais alto; ao alcançar finalmente a última rocha, é saudado por um grupo de teólogos que aí se assentavam havia séculos".

É possível, então, harmonizar a cosmologia moderna com a Bíblia? Dever-se-ia tentar fazê-lo? E, em caso afirmativo, como pode isso ser feito? Não obstante as últimas considerações críticas, permitam-me dizer que admiro o método e o empreendimento científicos. Aprendemos sobre a natureza muita coisa que nos pode ajudar a viver vidas mais confortáveis. Além disso, a ciência é um dos métodos de Deus comunicar-Se conosco a respeito dEle mesmo e Seus planos para nós. "Os céus" ainda "proclamam a glória de Deus" (Salmo 19:1). Mas há pelo menos dois problemas com esta forma de comunicação. O pecado prejudicou a obra de Deus, que Lhe reflete o caráter apenas obscuramente. E nossa compreensão da natureza, e dAquele que deseja revelar-Se através dela, é incompleta enquanto houver lacunas em nosso conhecimento das leis da natureza que nos deviam ajudar a interpretar a mensagem de Deus corretamente. Ao mesmo tempo, não nos esqueçamos de que não podemos recuar para a torre de marfim da teologia e explicar tudo ao nosso redor a partir da Bíblia somente.

Com efeito, é precisamente por causa de nossa compreensão incompleta, tanto da natureza como das leis de Deus, que muitas vezes elas parecem contradizer-se. Mas Deus é o autor de ambas, e não pode haver conflito se as coisas são compreendidas corretamente. Precisamos das duas disciplinas a fim de ver sentido no universo em que vivemos. Albert Einstein disse certa vez:

"A religião sem a ciência é cega; e a ciência sem a religião é manca".

Continua difícil saber exatamente como havemos de combinar as descobertas da ciência com nossa compreensão da Bíblia, no esforço por obter respostas às nossas perguntas sobre as origens. Creio que Deus criou o universo. "No princípio" pode bem significar que Ele começou Sua obra da criação há muito tempo. A cosmologia, se bem compreendida, diz-nos como Deus iniciou a obra de preparar um planeta com suficiente pó de composição química correta para formar seres humanos e mantê-los vivos. Então Deus coroou Sua obra de criação. Em seis dias Ele preparou a Terra para ser habitada e então criou muitos seres viventes, entre eles os seres humanos para ocupar um lugar especial.

O resto da Bíblia conta-nos o que aconteceu a seguir, e como - a despeito de nossa rebelião - o magnífico plano de Deus será finalmente cumprido naqueles que aceitam a redenção oferecida mediante Jesus Cristo. O cumprimento deste plano inclui a oportunidade de aprender a verdade real sobre o universo, e eu trocarei minha opinião de bom grado se o Criador me disser que Ele o fez de outro modo.

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