quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012

Australopithecus africanus


 Em 1924, um jovem anatomista chamado Raymond Dart descobriu um crânio de um indivíduo jovem que veio a ser chamado de Australopithecus africanus, que significa "macaco do sul da África". Com base no seu conhecimento de anatomia, Dart fez uma projeção, na qual o adulto teria cerca de 1,20 de altura e o cérebro do tamanho do de um gorila. Quando Dart anunciou sua descoberta em 1925, o mundo antropológico rejeitou suas conclusões de que essa criatura fosse um intermediário entre o homem e o macaco. Dart, porém, escreveu como se todos cressem nele.

Em 1936, um zoólogo trabalhando como antropólogo, Robert Broom, descobriu um espécime adulto da criatura de Dart e confirmou as projeções anteriores deste. A partir daí, o mundo antropológico começou a aceitar vagarosamente a ideia de que o fóssil de Dart fosse um ancestral do homem.

Em fins dos anos sessenta, o conceito da origem do homem era o seguinte:

Australopithecus africanus –> Homo habilis –> homo erectus –> homo sapiens;
Australopithecus africanus –> Australopithecus Robustus.

Acreditava-se que o Australopithecus africanus tinha evoluído até uma criatura chamada Homo habilis e outra chamada Australopithecus robustus. Este último parecia não ter evoluído, mas o Homo habilis, segundo se supunha, evoluiria em outra criatura chamada Homo erectus, que por sua vez evoluiu no homem.

Ao falar do Australopithecus africanus, C.E.Oxnard notou:
“Há muitos anos, porém, o consenso geral considera esses fósseis bem próximos da linhagem humana e que subgrupos específicos... são ancestrais humanos diretos.”

Philip V. Tobias, escreveu:
“Embora seja uma compreensão tardia, podemos reconhecer hoje no fóssil de Dart a primeira prova segura da origem animal do homem, a primeira prova fóssil concreta de que a teoria da origem das espécies de Darwin, mediante pequenas modificações e gradações, a partir de outras espécies pré-existentes, é aplicável ao homem. Pois ali estava uma criatura semelhante ao macaco que mostrava, em sua forma anatômica, um número maior de semelhanças com os hominídeos do que qualquer um dos macacos semelhantes ao homem existente na África ou Ásia”.

Duas coisas chamam a atenção no que foi dito por Tobias. Primeiro, se o fóssil de Dart fosse de fato a primeira prova da origem evolucionária do homem, por que foi dito que a teoria foi provada antes da descoberta do Australopithecus africanus? Segundo, o argumento de Tobias não constitui aparentemente prova alguma. Na física, ou matemática, quando algo é provado, não pode mais ser refutado. Na antropologia as coisas são diferentes. Menos de quinze anos depois de Tobias ter “provado” que o Australopithecus africanus era nosso ancestral, o peso da opinião mudara. Nos dias de hoje, o Australopithecus africanus não é mais considerado um ancestral do homem.

Três ocorrências, quase simultâneas, provocaram a mudança de opinião.

Primeira:
C.E.Oxnard publicou os resultados de um estudo por computador das formas dos ossos dos Australopithecus, os macacos africanos, e o homem. Durante anos, todos (como provado por Tobias) se admiravam da semelhança entre o Australopithecus africanus e o homem. Oxnard provou, pela análise matemática da forma dos ossos, que o Australopithecus se parecia muito mais com o macaco do que com o homem. Afirmou-se que o Australopithecus andava de pé, como o homem por causa de certas características pélvicas. Oxnard demonstrou que os ossos do tornozelo da criatura em questão, que são essenciais para se andar sobre dois pés, “diferem mais do homem do que os do macaco africano”. Os macacos africanos não podem andar em pé como nós. Ao que parece, os Australopithecus também não podiam. Os ossos do pé do Australopithecus foram reconstruídos para demonstrar como seus pés tinham aspecto humano. Oxnard salientou que o pé igualmente incompleto de um chimpanzé poderia ser reconstruído do mesmo modo.

A mão do Australopithecus se parece com as mãos de vários macacos em sete aspectos, enquanto se assemelha à do homem em apenas três aspectos. Oxnard nota ainda que o fragmento de omoplata, “descrito há muitos anos como sendo mais semelhante ao do orangotango do que qualquer outra coisa (e isto foi confirmado por um estudo recente) é, não obstante, geralmente tratado nos debates como se fosse essencialmente humano”.

Segunda:
Segundo descobertas de Richard Leakey, o Homo habilis viveu simultaneamente com o Asutralopithecus africanus. O africanus não podia ser, então, o ancestral do homem.

? -> Australopithecus africanus
? -> Homo habilis -> Homo erectus -> Homo sapiens.
? -> Australopithecus robustus.

Terceiro:
Johanson e White descobriram o Australopithecus afarensis. Esta criatura é tida pelos seus descobridores como sendo um ancestral do Australopithecus e do Homo habilis.

Australopithecus afarensis -> Homo habilis -> Homo erectus -> Homo sapiens.
Australopithecus afarensis -> Australopithecus africanus.
Asutralopithecus afarensis -> Australopithecus robustus.

Quem está certo? Ninguém sabe. Novas descobertas irão, provavelmente, derrubar ambos os pontos de vista acima e mostrar mais uma vez que a linhagem do homem não passa de conjeturas – ponto em que ela se encontra até hoje.

Existem dois pontos de vista diferentes sobre a origem do homem e nenhuma possibilidade de dizer qual deles é o certo, caso haja algum certo. Será pouco razoável crer que o homem foi uma criação especial de Deus, já que a ciência da antropologia vem apresentando uma linhagem evolucionária diferente para o homem a cada uma ou duas décadas nos últimos sessenta anos?”.

Josh McDowell

Fontes:
•C.E.Oxnard, “Human Fossils: The New Revolution”;
•C.E.Oxnard, “The Place of the Australopithecus in Human Evolution: Grounds for Doubt?”;
•Philip V. Tobias, “Early Man in East Africa”;

•Donald C. Johanson e Maitland A. Edey, “Lucy”.

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