A suposta linhagem evolucionária do cavalo é a mais
famosa de todas as linhagens. Em qualquer debate sobre a evolução do cavalo,
cinco estágios perfeitamente esquematizados são geralmente apresentados.
Cerca de 50 milhões de anos atrás, segundo se
acredita, uma pequena criatura chamada eohippus deu início à evolução do
cavalo. Acredita-se que o eohippus evoluiu do período oligoceno,
transformando-se em uma criatura chamada mesohippus.
O mesohippus, por sua vez, evoluiu para o
merychippus que origiou o pliohippus no período plioceno, há cinco milhões de
anos. O pliohippus evoluiu, então, para o cavalo moderno. Isto, pelo menos, é o
que nos contam.
Vários problemas estão ligados a esta
interpretação. Primeiro, só cinco espécimes são mostrados. A medida que aumenta
de tamanho, suas quatro úngulas (ou seja, cascos partidos em quatro) diminuíram
gradualmente, até que o cavalo atual passou a correr sobre uma única úngula.
Esses cinco espécimes são selecionados dentre um bom número de possiblidade. J.
Z. Young diz:
"Os tipos conhecidos de cavalos dividem-se em
350 espécimes, mas apenas uma pequena proporção deles pode ser seguramente
classificada como próxima à linha direta de evolução até o equus (o
cavalo)". (1)
Em outras palavras, cinco espécimes dentre os 350
disponíveis foram incluídos na linha evolucionária direta, em detrimento dos
outros 345.
Como esses cinco espécimes foram escolhidos? A
linhagem evolucionária do cavalo foi proposta por V. C. Kowalevsky, em 1874
(2). Ele traçou uma linhagem que incluía três "cavalos" fósseis do
hemisfério oriental e o cavalo moderno. esta linhagem foi substituída quando H.
F. Osborn, ex-diretor do Museu Norte-americano de História natural, publicou
sua teoria sobre a linhagem evolucionária do cavalo. Nenhum dos espécimes de
Kowalevsky foi incluído no trabalho de Osborn, e os quatro espécimes fósseis
propostos por Osborn são correntemente aceitos.
Ficamos imaginando se a linhagem proposta por
Kowalevsky poderia ser ainda aceita sem a intervenção de Osborn... É também
provável que linhagens completamente diferentes pudessem ser elaboradas com
base nos 350 espécimes disponiveis.
Dott e Batten comentam sobre a obra de Osborn:
"Até recentemente estávamos sob a ilusão de
que a tese de Osborn estava correta e plenamente desenvolvida. Coleta intensa
durante mais de 30 anos mostrou que o quadro ortogenético traçado por Osborn
não passa de uma grosseira e exagerada simplificação. Desde que a nossa
exposição precisa ser breve, iremos seguir sua descrição simplificada,
reconhecendo que as tendências nem sempre são consistentes nos grupos".
(3)
Os professores admitem que Osborn exagera na
simplificação do quadro, todavia eles o apresentam aos alunos como fato
comprovado. A extensão do excesso de simplificação fica evidente depois de
lermos a explicação de Young de como certo espécime fóssil é enquadrado na
linhagem. Ele diz:
"Os restos fósseis não são geralmente
encontrados em uma longa série de estratos, de modo a termos certeza de que uma
população evoluiu para outra. Todavia, a datação dos fósseis pode, com
freqüência, ser feita com considerável exatidão por meio de animais associados,
e uma série pode ser, assim, produzida como seria de se esperar no progresso do
hyracotherium para o equus. Existem, porém, muitos fósseis que mostram
desenvolvimentos especiais e não podem ser enquadrados na série direta.
Supõe-se que essas sejam linhas divergentes. É preciso enfatizar que isto é
arbitrário, embora, provavelmente, seja um procedimento justificável. Essas
´linhas secundárias` são tão numerosas que imediatamente lançam suspeita sobre
a idéia de que houve qualquer ´tendência`única e uniforme na evolução do
cavalo. São conhecidos pelo menos doze tipos suficientemente marcantes para
serem classificados como gêneros, além daqueles que levam diretamente ao
equusna linhagem. Existe, naturalmente, um número muito maior de linhas evolucionárias
mais curtas e independentes nesses gêneros". (4)
O primeiro
problema
O primeiro problema apresentado por Young é que
esses fósseis acham-se tão espalhados ao redor do mundo que ninguém tem
qualquer prova de que um grupo poderia evoluir para outro.
O segundo
problema
O segundo problema ocorre quando se tenta enquadrar
um espécime na linhagem. Não existe prova de que aqueles que não se
"enquadram" sejam "linhas secundárias" em relação à
principal. Os cinco espécimes não poderiam sempre ser mostrados como
"linhas secundárias" e um outro conjunto como a linha principal?
Finalmente
Finalmente, Young admite que é duvidoso ter havido
uma "tendência" uniforme na evolução do cavalo. Se não existe essa
"tendência", por que insistem em apoiar o excesso de simplificação
uniforme de Osborn?
Notas:
(1). J. Z. Young, The Life of vertebrates, pg.726.
(2). Bolton Davidheiser, Evolution and Christian
Faith; pg.324.
(3). Robert H. Dott Jr e Roger L. Batten, Evolution
of the earth, pg.434.
(4). J. Z. Young, The Life of Vertebrates,
pg.735-736.
Fonte:
Josh McDowell & Don Stewart; "Razões para
os Céticos Considerarem o Cristianismo"; ed. Candeia, pg.189-191
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