Larry Vardyman, Ph.D.
A explicação padronizada
evolucionista-uniformitariana da origem da atmosfera da terra é a soltura de
gases de combinações voláteis da terra sólida,¹ e a sua modificação através da
fuga de gases e processos biológicos.2 Supostamente, esses processos ocorreram
num período de 4,5 bilhões de anos. Muitos problemas, contudo, surgem quando
tentamos reconciliar a composição e os processos, na atmosfera de hoje, com os
princípios básicos desse modelo. Por exemplo, a composição de nenhuma atmosfera
planetária, no sistema solar, combina com o pressuposto material primordial,
que supostamente teria formado a original nebulosa, mesmo depois que complexos
roteiros de aquecimento, recombinações, soltura de gases e fuga são
considerados. A controvérsia continua quanto à atmosfera original da terra, se
era redutora ou oxidante. Não sabemos com certeza como o dióxido de carbono
mantém o seu equilíbrio ou por que o dióxido de carbono mantém o seu equilíbrio
ou por que ele aumentou nos últimos anos, nem está claro por que o metano é tão
abundante na terra.
Um dos problemas mais intrigantes do modelo
evolucionista tem sido a tentativa de explicar por que não existe maior
quantidade de hélio na atmosfera de hoje, se a terra já existe há 4,5 bilhões
de anos. Este artigo vai explorar esse problema e sugerir uma alternativa para
o modelo evolucionista.
Fontes de
Hélio
A atmosfera da terra é predominantemente de
nitrogênio (78%) e oxigênio (21%). Também contém muitos outros constituintes
menos importantes. O quadro no 1 apresenta alguns deles segundo Walker.3
O modelo evolucionista-uniformítariano da origem da
atmosfera presume que não houve gases primordiais, mas que eles todos foram
soltos pela terra sólida. Uma das fontes do hélio na atmosfera de hoje são,
segundo geralmente se aceita, os processos em andamento na crosta terrestre. A
decomposição radioativa do urânio e do tório, na crosta terrestre, produz 4He,
um dos isótopos do hélio, que se filtra para a superfície e subseqüentemente se
mistura à atmosfera. O fluxo do hélio, através desse processo, é calculado em
cerca de 2x106 átomos/cm2-seg3. Essa é uma média calculada porque a composição
exata da crosta e do envoltório da terra não é conhecida e, portanto, a média
exata da decomposição do urânio e do tório também é desconhecida. As
estimativas são baseadas em médias medidas e calculadas do fluxo do calor e
réplicas composicionais da terra. O fluxo do calor da terra pressupõe-se
causado por um calor inicial da formação da terra e a decomposição radioativa
do urânio, do tório e do potássio.
A quantidade de argônio na atmosfera, pressupõe-se
totalmente retida na atmosfera depois da decomposição radioativa do potássio, e
permite fazer estimativas máximas do fluxo do hélio. Infelizmente a
pressuposição da idade avançada da terra está abaixo das estimativas do fluxo
de calor e do acúmulo de argônio na atmosfera também. Essa pressuposição afeta
igualmente o cálculo do acúmulo de hélio. Medidas diretas de hélio, atualmente
feitas, podem ajudar a melhorar essas estimativas.
Há duas fontes possíveis de outro isótopo de hélio,
3He, na atmosfera. Ele é produzido por colisões dos neutrons dos raios cósmicos
com chumbo, que leva à formação de trítio, que então se decompõe em 3He. O
trítio e o 3He também são injetados diretamente na atmosfera pelo vento solar.
A concentração atualmente observada de 3He poderia ter sido fortemente afetada
se a terra fosse rodeada por um teto de vapor de água até cerca de 4.000 anos
atrás, conforme foi sugerido por Vardiman4 e outros.
A concentração de 3He seria muito maior se um teto
de vapor existisse, resultando em uma alta concentração residual nos dias de
hoje.
A abundância de neônio na atmosfera ajuda a
estabelecer um limite mais alto para os gases que podem ter sido incorporados
pelo sol. O neônio, como o argônio, é demasiadamente compacto para ter escapado
da atmosfera da terra. Comparando o neônio com o fluxo do 3He do sol,
calcula-se que cerca de 10 3He átomos/cm2 .seg. são injetados na atmosfera.3
Usando esses fluxos calculados de hélio, a atual
abundância do 4He acumular-se-ia em 1,8 milhões de anos. Apenas 370 mil anos
seriam necessários para suprir a atmosfera com o seu atual conteúdo de 3He.
Mesmo no caso de 4He, ainda seria 3.000 vezes pouco demais. O hélio deve estar
escapando da atmosfera, de alguma forma, para que o modelo evolucionista seja
real. Caso contrário, haveria uma quantidade muito maior de hélio atualmente.
Fuga Térmica
do Hélio
O processo principal que foi considerado para
explicar a excessiva perda de hélio pelos teóricos da idade avançada da terra,
é a fuga térmica. Esse é o processo pelo qual pequenas moléculas de gás ou
átomos podem fugir da atração gravitacional de um planeta se ultrapassarem à
velocidade de fuga. A teoria para a fuga térmica foi desenvolvida pela primeira
vez por Jeans5. Uma quantidade significativa de esforços foram empregados na
aplicação dessa teoria da fuga do hélio terrestre nos 25 anos passados (veja
MacDonald3 e Walker2).
A velocidade média da fuga térmica de 4He foi
calculada ser em cerca de 6x104 átomos/cm2 .seg.
A atual abundância de 4He na atmosfera ainda se
acumularia em cerca de dois milhões de anos. A razão da fuga térmica de 3He foi
calculada ser em cerca de 4 átomos/cm2.seg., também muito menos do que o seu
influxo calculado.
A velocidade da fuga do hélio, descobriu-se, ser
dependente da velocidade de perda na região de elevada pressão atmosférica e
não em sua difusão ascendente. A principal variação que afeta a perda de hélio
é a temperatura na base da exosfera, a região da atmosfera na qual as colisões
entre as moléculas ou átomos de gás são insignificantes. Se a temperatura fosse
cerca de 2.000 K ou mais, a velocidade da fuga poderia possivelmente explicar a
perda de 4He. Contudo, a temperatura é normalmente menor que 1.500 K, o que
provoca uma velocidade de perda muito menor. Se a temperatura na base da
exosfera fosse suficientemente elevada para explicar a perda de 4He, a perda de
3He ainda assim não combinaria com o seu influxo. Na verdade tem-se demonstrado
que nenhuma temperatura pode ser mantida para que ambos os fluxos, 3He e 4He,
permaneçam em equilíbrio. Depois de muitos anos de pesquisas sobre o assunto,
chegou-se, agora, à conclusão de que só a fuga térmica não pode explicar a
perda de hélio na atmosfera da terra.2,3,6,7
Fuga
Não-Térmica de Hélio
Se uma pessoa está convencida de que a idade da
terra é de cerca de 4,5 bilhões de anos e a atual quantidade de hélio na
atmosfera levaria cerca de 2 milhões de anos para acumular-se, então deve haver
algum outro processo de perda adicional à fuga térmica. Algumas sugestões foram
feitas. Três das sugestões mais populares são as seguintes: 1) o vento polar;
2) o vento solar;
3) permuta
de íons aquecidos.
O vento polar é uma expansão magnetohidrodinâmica
no espaço do plasma ionosférico em elevadas altitudes perto dos pólos, onde o
campo geomagnético é forçado "correnteza abaixo" pelo vento solar. Os
íons são puxados através de linhas abertas do campo magnético pelo campo
elétrico de separação de cargas. A elevadas altitudes, os íons positivos são
suficientemente acelerados pelo campo elétrico para escapar e não se
estabelecer o equilíbrio difusivo. O processo parece ser relativamente
eficiente para a remoção do hidrogênio de um planeta, mas ainda não se
demonstrou de maneira adequada que faz o mesmo com o hélio. A ação do vento
solar é um processo em que o plasma do vento solar varre íons quando sopra
através de um planteta não-magnetizado. Isso parece ser importante em Vênus e
Marte, que têm campos magnéticos fracos, mas não na Terra. A permuta de íons
aquecidos é um processso, através do qual, um íon energético, transfere sua
energia cinética para um íon neutro de hélio, que então escapa. A permuta de
íons aquecidos é considerada como o melhor candidato para explicar a fuga do hélio
terrestre, embora a razão da transferência pareça baixa demais. Nenhuma das
médias desses processos propostos foi exatamente quantificada houve até mesmo o
início de observações adequadas para se confirmá-las ou negá-las. Chamberlain
declara que o problema da fuga do hélio "não vai desaparecer e não está
resolvido7."
Um Modelo de
Terra Jovem
Uma alternativa óbvia ao modelo evolucionista, mas
que se opõe à pressuposição básica do modelo evolucionista-uniformitariano, é
que a atmosfera da terra é relativamente jovem (menos de 10.000 anos). O hélio
que observamos na atmosfera é primordial, com aumentos, possivelmente menores,
devido à decomposição recente de urânio e tório radioativos na crosta terrestre
e algumas conseqüências desconhecidas do colapso de um teto de vapor durante o
dilúvio.4
Se a razão do afluxo e defluxo do hélio na
atmosfera terrestre não está em equilíbrio, então poderíamos calcular o tempo,
quando acontecimentos como o dilúvio de Noé entraram em choque com a
concentração do hélio. Os cálculos rudimentares deste artigo já demonstraram
períodos relativamente curtos para a acumulação de hélio. Tais estudos já foram
feitos para o carbono radioativo por Lingenfelter8, Cook9 e Whitelaw10.
Conclusão
O estudo dos processos de afluxo e defluxo de gases
como o hidrogênio, hélio, argônio, neônio e criptônio pode levar a melhores
estimativas da idade da atmosfera da terra.
Os modelos evolucionistas-uniformitarianos da
atmosfera da terra encontram obstáculos formidáveis para explicar esses
processos. Nós cremos que a fonte desses problemas é a pressuposição de que a
atmosfera da terra tem bilhões de anos de idade.
A pesquisa à luz dos processos em uma atmosfera
jovem, processos esses que podem ter sido significativamente modificados por um
dilúvio recente de extensão mundial, levaria à solução do problema do hélio.
Referências
1. Rubey, W.W., "Geologic history of sea
water," Bull. Geol. Soc. Am., 62, 1951, pp. 1111-1147.
2. Walker, J.C.G., Evolution of the Atmosphere,
Macmillan, 1977, 318 pp.
3. MacDonald, G.J.F., "The escape of helium
from the earth's atmosphere," The Origin and Evolution of Atmospheres and
Oceans Ed. by P.J. Brancazio and A.G.W. Cameron, 1964, pp.127-182.
4. Vardiman, L., "The sky has fallen,"
ICR Impact no 128, 1983.
5. Jeans, J. H., The Dynamical Theory of Gases,
Cambridge U. Press, 1916, (4th Ed, 1925).
6. Cook, M.A., "Where is the earth's
helium?," Nature, 179:213 (1957).
7. Chaberlain, LW., Theory of Planetary
Atmospheres, Academic Press, 1978, 330pp. S. Lingenfelter, R.E., "Production
of C-14 by Cosmic Ray Neutrons,'' Rev. of Geophys., 1, 1963, p. 51.
8. Lingenfelter, R.E., "Production of C-14 by
Cosmic Ray Neutrons", Rev. of Geophys., 1, 1963, p.51.
9. Cook, M.E., "Do Radological Clocks Need
Repair?," Creation Research Soc. Quart., Vol. 5, 1968, p. 70.
10. Whitelaw, R.L., "Radiocarbon Confirms
Biblical Creation," Creation Research Soc. Quart., Vol. 5, 1968, p. 80.
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