775
Ed 2:5 - Os filhos de Ará, setecentos
e setenta e cinco.
652
Ne 7:10 - Os filhos de Ará, seiscentos e cinqüenta e dois.
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Descontradizendo:
Gleason
Archer em seu livro: “Encilcopédia de
Temas Bíblicos” pela editora Vida, pg.197-199 nos traz os seguintes
argumentos para as supostas contradições do capítulo 2 de Esdras e 7 de
Neemias:
“Em Esdras
2:3-35 e Neemias 7:8-38 há cerca de 33 nomes de família que aparecem em ambas
as listas, iniciando-se com os filhos de Parós (2.172 nos dois relatos). Nos
dois relatos, quatorze famílias diferem quanto ao número de pessoas.
Duas com
diferença de uma pessoa (os filhos de Adonicão e os filhos de Besai), uma com
uma diferença de quatro pessoas (filhos de Lode, Hadide e Ono, 725 contra 721),
duas com diferença de seis pessoas (de Paate-Moabe, os filhos de Josué e Joabe,
2.812 contra 2.818; e os filhos de Bani ou Binui – observe-se a variação na
localização das mesmas consoantes – 642 contra 648). Quantos aos homens de
Belém e Netofate, o total é nove a menos para Esdras, 179 contra 188. Os filhos
de Bigvai são onze a menos em Esdras, 2.056 contra 2.067. No caso dos filhos de
Zatu, Esdras registra 945, exatamente cem a mais em relação as Neemias, 845. De
modo semelhantes, os homens de Betel e Ai, 223 contra 123. Quanto aos filhos de
Adim, Esdras menciona 201 a menos (454) que Neemias (655). Os filhos de Asum
são 105 a menos em Esdras (233 contra 328 em Neemias). Esdras registra 300
descendentes a menos que Neemias para Senaá (3.630 contra 3.930). A maior
diferença encontra-se entre Ed os descendentes de Azgade (1.222 contra 2.322).
As outras
dezenove famílias são idênticas nas duas listas.
Há dois
fatores importantes que precisamos ter em mente ao deparar com essas várias
discrepâncias do Texto recebido:
1. Jamieson,
Fausset e Brown fazem o seguinte comentário: "É provável que as pessoas
mencionadas como pertencentes a determinada família ou se separaram no local de
encontro ou tiveram seus nomes arrolados de início, como tendo a intenção de
regressar. Todavia, no intervalo que se seguiu, para o devido preparo, algumas
delas poderiam ter morrido enquanto outras não puderam ir por doença ou devido
a outros obstáculos insuperáveis...”.
2. Devemos
ter em mente também uma segunda consideração, que é a dificuldade em se
preservar exatidão ao copiar os numerais de Vorlage. É difícil verificar os
números. Se ele estivesse gasto pelo uso, manchado ou comido pela traça (como a
maioria dos manuscritos de Qunram, por exemplo), é muito fácil imaginar que a
incerteza a respeito do número unida à distração do copista resultaria numa
inexatidão dos registros. Ao copiar nomes raros ou de pouca familiaridade, em
especial nomes estrangeiros, essa dificuldade também se apresenta.
Em vários
registros pagãos é possível encontrar uma forte tendência a esse tipo de erro –
várias cópias foram preservadas, de modo que podemos fazer comparações. Por
exemplo, na inscrição da pedra Beistum, lançada por Dario, verificamos que o
item 38 dá o total de mortos na armada de Frada: 55.243, mais 6.572
prisioneiros – de acordo com a coluna babilônica. Numa cópia dessa inscrição,
encontrada na Babilônia, o número de prisioneiros era 6.973. Mas, na tradução
aramaica dessa inscrição, descoberta em Elefantina, no Egito, o número de
prisioneiros caiu para 6.972 – precisamente mesma discrepância que notamos ao
comparar Esdras 2 e Neemias 7. De modo semelhante, no item 31 da mesma
inscrição, a coluna babilônica registra 2.045 como sendo o total de mortos no
exército rebelde de Frawartish, mais 1.558 escravizados, mas a cópia aramaica
refere-se a 1.575 prisioneiros.
Ha outras
considerações a serem feitas:
1. A lista de
Esdras foi feita na Babilônia e o de Neemias, na Judéia, depois de os muros de
Jerusalém terem sido reedificados. Esdras descreveu os que saíram da Babilônia
e Neemias descreve os que chegaram em Jerusalém.
2. Outra
questão, é que a lista de Esdras foi escrita em 450 a.C., e a lista de Neemias
foi escrita em 445 a.C. A passagem de tantos anos certamente deveria produzir
várias diferenças no registro das pessoas, com a ocorrência de mortes e outras
circunstâncias. Algumas das circunstâncias que poderiam ter cooperado para esta
diferença são:
- Alguns
saíram de lá e durante o caminho desistiram ou tomaram outro rumo.
- Alguns
decidiram sair depois que a lista já havia sido feita.
- Alguns por
razões comercias, adiaram sua ida ou desistiram de saírem em última hora.
- Alguns
poderiam ter morrido durante o caminho.
3. Só quatro
famílias chegaram em números reduzidos (Ara, Zatu, os homens de Betel e Ai, e
os de Lode, Hadide e Ono). Todos os demais apanharam recrutas de última hora,
variando entre um (no caso de Adonicão e Besai) e 1.100 (no caso de Azgade).
4. Seja como
for, as diferenças que aparecem nos totais dessas listas não deveriam causar
surpresas. O mesmo tipo de aumento ou diminuição tem ocorrido nas grandes
migrações da história secular.”
Conclusão:
Não se trata de uma contradição e sim de dois
relatos diferentes. As duas listas estão separadas por uma distância de cinco
anos e de contextos e intenções diferentes. No caso de Esdras, escrita na
Babilônia em 450 a.C. descrevia aqueles que estavam saindo. Já Neemias escrita
em Jerusalém em 445 a.C. descrevia aqueles que haviam conseguido chegar ou
decidiram de última hora se juntar a multidão de viajantes.
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