Henry M. Morris, Ph.D.
"... não se pode contar o exército dos
céus..." (Jeremias 33:22)
O homem sempre esteve intrigado e fascinado pelo
céu. Os mestres da antiguidade, tanto na Suméria, como no Egito, na China, no
México ou em qualquer outra civilização antiga, eram bastante versados na
localização e nas órbitas das estrelas visíveis. Eles as tinham contado,
catalogado e agrupado, declarando que o número total era de quase duas mil
estrelas!
Mas as Sagradas Escrituras estavam muito à frente
desses antigos cientistas. De acordo com a Bíblia, as estrelas são tantas
quanto os grãos da areia na praia (Gênesis 22:17) e simplesmente não podem ser
contadas! A imensidão do espaço celestial foi - e continua sendo - totalmente
incompreensível para o homem.
"Porque assim como os céus são mais altos do
que a terra, assim são os meus caminhos mais altos do que os vossos caminhos, e
os meus pensamentos mais altos do que os vossos pensamentos" (Isaías
55:9).
Mas os gigantescos telescópios da atualidade apenas
começaram a revelar a imensidão e a fantástica variedade de estrelas. Com
literalmente bilhões de galáxias e bilhões de estrelas em cada galáxia, o
número das estrelas parece aumentar quase ilimitadamente. A variedade é
igualmente espantos& gigantes vermelhas, anãs brancas, constelações
variadas, estrelas de nêutrons, estrelas pulsares e assim por diante!
"Uma é a glória do sol, outra a glória da lua,
e outra a das estrelas; porque até entre estrela e estrela há diferença de
esplendor" (1 Coríntios 15:41).
Origem e
propósito do universo
A origem e o propósito das estrelas não deixava
mais perplexos os observadores da antiguidade do que os nossos astrônomos
modernos. Naturalmente não há falta de teorias, e novas teorias estão sendo
desenvolvidas com bastante freqüência com o propósito de explicar a origem e a
evolução do universo.
Mas, umas após as outras, todas as novas teorias
acabam por encontrar problemas e dificuldades tais que são abandonadas
finalmente. Numa recente critica da cosmologia moderna, um conhecido astrônomo
disse:
"Não seria possível, nem mesmo provável, que
as nossas atuais idéias cosmológicas sobre a estrutura e a evolução do universo
como um todo (seja o que possa significar) venham a parecer desesperadamente
Orematuras e primitivas aos astrônomos do sec. XXI? Menos de 50 anos depois do
nascimento do que nós gostamos de chamar de "cosmologia moderna",
quando tão poucos fatos empíricos tenham sido razoavelmente bem estabelecidos,
quando modelos tão diferentes e super-simplificados do universo continuam
competindo pela nossa atenção, seria realmente crível de afirmar, poderíamos
perguntar, ou até mesmo razoMI ter esperanças de que estamos atualmente perto
de uma solução definitiva para o problema cosmológico?" (1)
O autor conclui o seu exame da cosmologia
declarando: "Parece seguro concluir que uma solução única do problema
cosmológico ainda pode nos iludir durante bastante tempo!" (2)
Os dois principais tipos de teorias cosmológicas
atualmente aceitos são as teorias do "estado constante" e a da
"grande explosão". Ambas são teorias evolucionistas e ambas aceitam o
conceito do "universo em expansão", segundo o qual as galáxias estão
todas rapidamente afastando-se umas das outras.
0 "estado constante" também tem sido
chamado de teoria da "criação contínua", tentando explicar a decadência
e o desaparecimento da massa~ e da energia através da contínua evolução (não
'criação') de nova ma~ a partir do nada.
A teoria da "grande explosão" também é
conhecida como a teoria do "universo oscilante, supondo que o universo
está continuamente alterando-se entre processos de expansão e contração e que
sua atual expansão começou com um estado superdenso após sua mais recente
contração cerca de vinte bilhões de anos atrás mais ou menos.
Dentro da estrutura de cada tipo de cosmologia,
inúmeras teorias subsidiárias de evolução galáctica e estelar foram publicadas,
tratando do suposto desenvolvimento de determinados tipos de estrelas ou
galáxias, ou aglomerados de galáxias, a partir de outros tipos. A variedade de
estrelas e galáxias tende a incentivar tais especulações evolucionistas.
Estabilidade
dos Céus
Não obstante, deveria ser bastante óbvio que tais
processos evolucionários não podem ser realmente observados. Nenhum astrônomo
jamais observou uma "gigante vermelha" evoluindo para uma "anã
branca", ou uma "nebulosa espiral" transformando-se em um
"aglomerado globuloso", ou qualquer outra mudança desse tipo. Dentro
do espaço de tempo da observação humana, nenhuma dessas alterações
evolucionárias jamais foi vista acontecendo.
Sendo esse o caso, não há nada que nos impeça de
propor a teoria de que elas não aconteceram! Essa é a teoria muitíssimo mais
racional, uma vez que tem o apoio de todas as atuais medidas astronômicas que
já foram coligidas desde que o homem começou a fazer tais observações. Se nos limitarmos
à ciência real, capaz de ser observada, em vez de nos entregarmos a
especulações filosóficas, teremos de dizer que as estrelas e as galáxias sempre
foram como são agora desde o tempo em que foram criadas.
O Universo
está se expandindo?
Talvez alguém possa objetar a uma tal sugestão
defendendo que o universo está se expandindo e portanto evoluindo. Em primeiro
lugar, se o universo está realmente se expandindo ainda é urna questão não
resolvida. O famoso " efeito Doppler " (o deslocamento vermelho no
espectro da luz das distantes galáxias) é a única base observada para tal
expansão, e essa interpretação foi desafiada por diversos cosmólogos,
especialmente à vista dos deslocamentos vermelhos anômalos recentemente notados
em quasares.
Aceitando, entretanto, que o universo está
realmente se expandindo, de acordo com a interpretação dos deslocamentos
vermelhos, ainda não existe nenhuma prova de que esse fenômeno faz parte de
algum processo evolucionário A expansão poderia muito bem ter sido iniciada através
de um ato da criação em qualquer posição arbitrária dos variados componentes
galácticos do universo.
A Criação
Decretada
Além de ser mais lógico e consistente com o caráter
e a capacidade de Deus, o conceito da criação especial e completa é certamente o
conceito que melhor concorda com a revelação bíblica sobre este assunto.
"Porque em seis dias fez o Senhor os céus e a
terra, o mar e tudo o que neles há" (Êxodo 20:11).
No quarto desses dias, Deus "fez também as
estrelas" (Gênesis 1:16). "Assim, pois, foram acabados os céus e a
terra, e todo o seu exército" (Gênesis 2:1). "Os céus por sua palavra
se fizeram, e pelo sopro de sua boca o exército deles... Pois ele falou, e tudo
se fez; ele ordenou, e tudo passou a existi?" (Salmo 33:6,9).
A idéia de uma simples criação decretada de todo o
universo na sua forma atual pode parecer ingênua demais para os astrônomos e
cosmólogos evolucionistas. Não obstante, ela se encaixa melhor em todos os
fatos da astronomia observacional do que qualquer outra teoria.
A objeção de que a criação especial não é
científica porque não é observável é irrelevante, uma vez que a mesma objeção
se aplica a qualquer um dos modelos evolucionistas. Quem já observou uma
estrela evoluindo, ou uma 11 grande explosão", ou uma evolução da matéria
a partir do nada?
Comparação
entre os Modelos Evolucionista e Criacionista
Embora nenhum modelo das origens possa ser
cientificamente provado, uma vez que não podemos repetir a história, qualquer
um desses modelos pode ser usado para prever e relacionar os dados observáveis
que resultam dessa história. O modelo que mais eficientemente realiza isso é
provavelmente o mais correto.
Qualquer modelo evolucionista do universo tem de
entrar em conflito com uma das mais fundamentais leis da ciência, isto é, a Segunda
Lei da Termodinâmica. Essa lei formaliza o fato observado de que, dentro
daquelas regiões de espaço e tempo que são acessíveis à observação, o universo
está diminuindo em complexidade e em disponibilidade de energia. Contudo, o
modelo evolucionista tem de admitir um universo que tem, pelo contrário,
evoluído, subindo a estágios mais elevados de ordem e disponibilidade.
Considerando que a Segunda Lei sempre se comprova verdadeira no espaço e no
tempo observáveis, um modelo evolucionista tem de incluir algum componente que
negue a Segunda Lei no espaço e no tempo não observáveis. A teoria da grande
explosão supõe que a energia ou a matéria apareceu, não se sabe como, a partir
do nada (ou pelo menos -de algum estado de coisas completamente desproporcional
ao atual estado de coisas), no distante tempo não observável. E claro que não
há meios de testar qualquer processo que opera no espaço ou no tempo
não-observáveis!
O modelo criacionista, por outro lado, prediz
especificamente as condições descritas pelas duas leis da termodinâmica.
Defende uma criação primeva perfeita e completa, preservada em quantidade
(Primeira Lei), mas decrescente em qualidade (Segunda Lei). Para se dizer a
verdade, as duas leis apontam retroativa e diretamente para um período de criação
especial. A Segunda Lei diz que o universo deve ter tido um começo, caso
contrário já estaria completamente desorganizado. A Primeira Lei (conservação
da massa e energia) diz que ela não poderia ter se iniciado sozinha. Assim, a
Causa do seu início tem de ser maior do que o universo e tem de ser externa. O
Deus onipotente, onisciente e eterno da Bíblia é a única Causa adequada a fim
de produzir o universo como nós o conhecemos.
Natureza do
Universo
O modelo criacionista deve procurar explicar os
diversos aspectos do universo, não em termos de desenvolvimento evolucionário
(pois aceita que absolutamente não evoluíram mas foram criados), mas em termos
de propósito criativo. Não é uma tarefa fácil, à vista da infinita variedade de
sistemas estelares, mas não é mais difícil, nem menos suscetível ao teste empírico
do que as explicações evolucionistas imaginárias para o mesmo conceito.
Por que, por exemplo, o universo é tão grande, e
porque há tipos tão diferentes de estrelas e galáxias e fenômenos interstelares?
Por que a lua e os outros planetas são estéreis? Qual é o propósito dos
pulsares e quasares? E assim por diante.
Obviamente é muito mais fácil fazer tais perguntas
do que respondê-las, quer em termos de mecanismos evolucionistas ou propósitos
criacionistas.
Pelo menos podemos perceber diversos motivos para
as estrelas visíveis. São úteis para dar luz, para a navegação e para a
cronologia. São uma fonte de beleza e inspiração para a humanidade. Além disso,
cada nova descoberta nos céus estelares aumenta o nosso espanto diante da
imensidão do poder e da variedade do Criador.
"Os céus proclamam a glória de Deus e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos" (Salmo 19:1).
Certamente o desenvolvimento de nossa apreciação
dEle é um propósito digno para a existência das estrelas.
A esterilidade da lua e dos planetas, como também o
intenso calor das estrelas, enfatiza a declaração bíblica de que "os céus
são os céus; do Senhor, mas a Terra deu-a Ele aos filhos dos homens"
(Salmo 115:16). Os entusiastas dos OVNIs pensam o contrário apesar de não haver
evidências na ciência ou nas Escrituras de que existe vida biológica em
qualquer parte do universo. A vida foi especificamente criada para a Terra, e a
terra para a vida. Entre todos os outros corpos do universo, deveria se prever
uma origem da lua muito parecida com a origem (evolucionista) da terra, mas as
explorações lunares eliminaram tal idéia.
"Para surpresa dos cientistas, a formação
química das rochas lunares é distintamente diferente das rochas da Terra. Essa
diferença implica em que a lua foi formada sob condições diferentes... e
significa que qualquer teoria da origem dos planetas agora terá de criar a Lua
e a Terra de maneiras diferentes." A mesma situação aparentemente existe
no que diz respeito a todos os outros planetas do sistema solar.
Assim a Terra é a única no sistema solar e, segundo
tudo quanto sabemos, o sistema solar é o único no universo. Até onde podemos
observar, não existem nem mesmo planetas em outra parte, muito menos um planeta
equipado para sustentar vida biológica. E mesmo se existisse, quando a estrela
mais próxima se encontra a quatro anos-luz de distância, não há possibilidade
racional de algum dia sermos capazes de nos comunicar com tais hipotéticos
seres do espaço de tais hipotéticos planetas.
Por mais espantoso que possa parecer para os
naturalistas evolucionistas, as evidências favorecem a conclusão de que o homem
é único no universo e, portanto, ele é o ápice, não do processo evolucionista,
mas dos propósitos criacionistas de Deus! Portanto, mesmo as galáxias são
inferiores ao homem. lsaac Asimov, apesar de não ser criacionista, reconheceu
esse fato: "No homem existe um cérebro de um quilo de massa que, até onde
sabemos, é o arranjo mais complexo e mais ordeiro de matéria do universo."
(4)
O universo físico do espaço e do tempo e todos os
fenômenos da energia, da matéria e da vida que ocorrem no espaço e no tempo de
vem de alguma forma estar relacionados ao homem e ao propósito divino para o
homem. Contudo, na atual economia das coisas, o homem está inescapavelmente
confinado a apenas um pequenino ponto no vasto universo. 0 cumprimento dos
propósitos do Criador para o homem no universo (e eles serão cumpridos, uma vez
que um Deus onipotente e onisciente, por definição, não pode falhar no Seu propósito)
tem portanto de aguardar o estabelecimento de uma nova economia das coisas,
numa era futura.
A Hoste
Celestial
Enquanto isso, há uma outra "hoste celestial''
descrita na Bíblia como "incontáveis hostes de anjos" (Hebreus
12:22). A freqüente identificação dos anjos com estrelas na Bíblia (veja Jó
38:7; Apocalipse 12:4; e muitas outras passagens) é muito intrigante,
especialmente à vista do fato de não haver semelhança nenhuma entre os mesmos.
A mesma misteriosa relação se encontra por toda parte na antiga mitologia, os
deuses e as deusas (Júpiter, Vênus, Orion, etc.) sendo identificados com
diversas estrelas, planetas e constelações. A influência secular da astrologia,
até mesmo em pessoas de inteligência e cultura, é um outro fenômeno estranho. E
agora, o retorno estupefante a esses mistérios pagãos da antigüidade, as
especulações científicas modernas acerca da vida evolucionária em outros mundos
se transformaram em um misterioso drama celestial de antigos astronautas,
discos voadores, homenzinhos verdes e "carruagens de deuses".
A realidade por trás de todas essas coisas
espantosas e também grandes sinais no céu" (Lucas 21:11) só pode
significar que realmente há vida no espaço sideral! Mas esses seres habitantes
dos corpos celestes não são super-homens em naves espaciais, nem bolhas dê
protoplasmas em diversos estágios da evolução. São, antes, "os seus anjos,
valorosos em poder" (Salmo 103:20), "espíritos ministradores enviados
para serviço, a favor dos que hão de herdar a salvação"(Hebreus 1:4), nada
mais que os santos anjos de Deus. Também há no céu um imenso exército de anjos
rebeldes, que seguiram "a antiga serpente, que se chama Diabo e Satanás, o
sedutor de todo o mundo" (Apocalipse 12:9).
São todos seres reais, que têm uma existência real
neste cosmo físico e real. Contudo, são seres espirituais, não físicos e,
portanto, não estão restritos a forças gravitacionais e eletromagnéticas que
controlam os corpos formados por elementos químicos. Em determinadas ocasiões,
entretanto, sabe-se que anjos fiéis tiveram o poder de se
"materializarem" em forma humana (Hebreus 13:2), e os anjos caldos,
ou demônios, "apoderaram-se" de corpos humanos ou de animais (Mateus
8:28-32).
Portanto há um exército de estrelas incontáveis nos
céus e também um incontável exército angélico. Este parece que habita aquele e
estão, portanto, intimamente relacionados, tanto nas Escrituras como na
mitologia.
Mas apenas os anjos podem alcançar as estrelas, por
que Deus colocou tão estranha fascinação e anseio pelo céu no coraçao do homem?
Jesus responde: "porque na ressurreição ... são ... como os anjos no
céu" (Mateus 22:30). Ao profeta Daniel, o anjo disse:: "Muitos dos
que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, e outros para
vergonha e horror eterno. Os que forem sábios, pois resplandecerão, como o
fulgor do firmamento e os que a muitos conduzirem à justiça, como as estrelas
sempre e eternamente" (Daniel 12:2,3).
Nos corpos ressurretos, libertos da gravidade, os
remidos Senhor terão assim toda a eternidade para explorar a infinitude do
espaço. Embora a Terra continue sendo o seu lar, o homem vai finalmente
alcançar as estrelas.
REFERÊNCIAS
1. G. de Vancouleurs: "TheCase for a
Hierarchical Cosmology, Science, Vol. 167, February 27, 1970, p.1203.
2. Ibid: p. 1212
3. Jerry E. Bishop: "New Theories of
Creation", Science Digest, Vol. 72, October 1972, p. 42.
4. lsaac Asimov: "In the Game of Energy and
Thermodynamics You Can't Even Break Even", Smithsonian Institute Journal,
June, 1970, p.10.
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