Trechos traduzidos do Livro: “Evolution: A Theory
in Crisis”, by Michael Denton*, Adler & Adler, Publishers, Incorporated.
O Systema Naturae de Aristóteles até a Cladística**
Pág's 139, 140.
Em última análise, evidência para a evolução existe
e somente existe em arranjos seqüenciais ou de ancestrais. Pouca surpresa então
que a comunidade evolucionista vê cladismo com uma sensação crescente de
desconforto, reconhecendo dentro desta as sementes de uma revolução intelectual
que poderia ameaçar, eventualmente seriamente, a credibilidade do inteiro
modelo evolucionista da natureza. Quando Wilma George descreveu recentemente o
cladismo como uma "classificação não-evolucionista" (19) [ênfase
adicionada] ela pode também não ter estado longe da verdade. Keith Thompson da
Universidade de Yale usou o termo antitético para descrever a relação de
cladismo à biologia evolucionista: (20)
"Ninguém precisa nos lembrar que estamos em
uma fase revolucionária no estudo da evolução, de sistemáticas, e de
inter-relação de organismos... à tese da evolução Darwiniana... foi adicionada
uma nova antítese de cladística que afirma que a procura por ancestrais é uma
incumbência de tolo, e que tudo o que podemos fazer é determinar relações de
irmandade de grupos baseado na análise de características derivadas... . É uma
mudança de abordagem que não é fácil de se aceitar porque, de certo modo, corre
contra tudo o que nós temos sido ensinado [ênfase adicionada]".
Qualquer que seja o futuro do cladismo, o fato que
um número significativo de biólogos da década de 1980 está insistindo, nas
palavras de Beverly Halstead (Ele não é nenhum amigo de cladismo), que
"nenhuma espécie pode ser considerada ancestral de qualquer outra"
(21) [ênfase adicionada] marca, sem dúvida, uma divisória no pensamento
evolucionista.
Agassiz certamente teria sorrido ao ver a sua
percepção de descendência ser reafirmada, através do cladismo moderno, como
essencialmente ausente na natureza. Quão irônico pensar que em contemplar o
padrão hierárquico da natureza que Darwin viu como um dos seus aliados mais
importantes, conduziu um número significante dos biólogos contemporâneos de
renome a concluir, como Patterson: "Muito da explicação atual sobre a
natureza, em termos de neo-Darwinismo, ou a teoria sintética, pode ser retórica
vazia.” (22) E em insistir no que concerne a ancestrais: "eles não existem
na natureza mas na mente do taxonomista, como abstrações... mesmo assim eles
sempre são discutidos como se tivessem alguma realidade..." (23)
De certo modo o antagonismo entre cladismo e
biologia evolucionista é só a mais recente manifestação da contradição inerente
entre taxonomia, com suas divisões distintas e hierarquia ordenada, e a
necessidade fundamental da biologia evolucionista para demonstrar a existência
de sucessão na natureza. O cladismo está apenas deixando explícito um fato
entesourado em esquemas de classificação desde Aristóteles mas que tem se
mantido dormente para a maioria do século passado - que, em última análise, a
ordem da natureza não é seqüencial.
páginas 172 e 173
Seria insensato continuar citando exemplos para
ilustrar a natureza descontínua do registro fóssil. Qualquer um que duvida da
realidade das lacunas pode, ou pegar a palavra dos mais renomados paleontólogos
ou simplesmente abrir um dos trabalhos vulgares de paleontologia como o
Vertebrate Paleontology (50) de Romer ou Schrock e Twenhofel's Invertebrate
Paleontology (51) e examinar quaisquer dos quadros de estratigrafia que mostram
a abundância de vários grupos durante eras geológicas diferentes e linhas
pontilhadas que sugestionam as relações filogenéticas hipotéticas. Até mesmo um
olhar superficial mostra claramente que aquelas descontinuidades indubitáveis e
profundas existem de fato.
Não há nenhuma dúvida que pelo estado atual das
coisas o registro fóssil provê um tremendo desafio para a noção da evolução
orgânica, porque a dose das lacunas consideráveis que ora separam os grupos
conhecidos necessariamente teriam requerido grandes números de formas
transitivas. Inúmeras vezes no Origem Darwin reitera o mesmo ponto de vista e
deixa o leitor sem nenhuma dúvida sobre a convicção dele de que para atravessar
as inumeráveis lacunas formas transitivas teriam que ser postuladas: (52)
"Pela teoria da seleção natural todas as
espécie vivas foram conectada com a espécie-pai de cada, gênero, através de
diferenças não maiores que nós observamos entre as variedades naturais e
domésticas da mesma espécie hoje em dia; e estas espécie-pai, agora geralmente
extintas tenha em sua volta sido conectado semelhantemente com formas mais
antigas; e assim ininterruptamente para trás, sempre convergindo ao antepassado
comum de cada grande classe. De forma que o número de elos intermediários e
transitivos, entre toda espécie, viva e extinta, deveriam ter sido
inconcebivelmente grande. Mas seguramente, se esta teoria é verdade, tais
[elos] viveram na terra. [ênfase adicionada] "
A insistência de Darwin de que uma evolução gradual
através de seleção natural requereria inúmeras formas transitivas pode ter sido
algo exagerado mas é difícil escapar de concluir que em alguns casos ele pode
não ter sido tão longe da realidade.
Comentários da Sociedade Origem & Destino:
* O autor do livro citado é um biólogo australiano
de renome mundial e não é criacionista.
** O cladismo tenta organizar organismos vivos,
agrupando-os pelas suas características comuns. Quanto maiores as
características comuns, mais próximas são relacionadas, nada, no entanto, tem a
haver com suas descendências evolutivas. Ex.: Pêlos, glândulas mamárias, bolsas
para filhotes (marsupial), escamas, esqueletos ósseos ou cartilaginosos, tipos
de ossos de ouvido, etc.
Imaginem um grande lago repleto de todo tipo de
seres vivos, animais e vegetais. Ao seu redor planícies e montanhas também
abundantes em seres vivos e vegetação. De repente irrompe um grande vulcão do
meio do fundo do lago. Os seus gases ricos em SO2 são absorvidos pela água,
transformando-se em ácido sulfúrico, além de inúmeras outras substâncias venenosas
contidas nos gases do vulcão. Além destas substâncias tóxicas o vulcão expele
um enorme volume de água, em forma de vapor mas que se condensa em contato com
a água do lago, e um volume enorme de detritos/lava.
Os seres vivos dotados de locomoção própria fugirão
do vulcão. Os mais lentos serão alcançados por primeiro com a água envenenada,
depois também os mais rápidos. Os seres vivos sem locomoção serão os primeiros
soterrados pelos detritos, em seguida os seres vivos com locomoção mais lenta e
depois os outros.
O nível d’água do lago sobe rapidamente e começa a
ameaçar a vida das margens do lago. O que tem capacidade de se locomover foge,
cada qual com sua velocidade. Os alcançados morrem afogados ou envenenados. Os
maiores conseguem fugir mais longe mas também não escapam. Enquanto vivos pisam
sobre os detritos depositados pelo vulcão. Após mortos, também são soterrados.
Quem vence é o vulcão e seus depósitos de detritos.
Muito tempo depois destes acontecimentos, um
paleontólogo descobre este site arqueológico e faz o seu registro dos fatos
encontrados.
Você acha que seria muito diferente do Registro
Fóssil?
E, se o lago em questão tivesse sido todos os
oceanos da terra, os fósseis estariam em toda parte, sempre, ou quase sempre na
ordem acima descrita, os mais simples, menos locomóveis, no fundo e os mais
ágeis no topo. Seria justo classificá-los por este motivo em “primitivos” e
“evoluídos”.
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