segunda-feira, 28 de fevereiro de 2011

PERGUNTAS FREQÜENTES SOBRE A ORIGEM DA VIDA



1. Os cientistas criaram vida?
Os cientistas têm produzido alguns dos compostos químicos mais simples das células vivas, mas não podem combiná-los para produzir uma célula viva. A tecnologia para fazer isto não está disponível e provavelmente nunca estará. Os cientistas não conseguem nem mesmo reviver uma célula morta, embora esta ainda contenha os sistemas e substâncias químicas necessárias.

2. A vida poderia ter-se iniciado por acaso em uma "sopa primordial"?
Não. A vida depende de muitas condições não naturais. Estas incluem a produção de proteínas e ácidos nucléicos, que não são produzidos na ausência da vida. A vida é baseada em sistemas químicos em desequilíbrio termodinâmico, mas as reações químicas na natureza buscam espontaneamente o equilíbrio. Além disto, não há evidência geológica de que tenha havido uma "sopa primordial" em alguma época (1).

3. O que pode ser dito sobre os relatórios recentes de vida em Marte?
Não foi encontrada vida em Marte. Os relatórios de possível vida em Marte são baseados em certos minerais encontrados em um meteorito achado na Antártica (2). Acredita-se que o meteorito tenha vindo de Marte, e que os minerais possivelmente se formaram pela ação de bactérias enquanto a rocha ainda estava em Marte. Esta explicação requer que bactérias semelhantes às da Terra estivessem presentes em Marte, produzindo minerais no interior desta rocha. Então, um asteróide ou objeto similar atingiu Marte com força suficiente para lançar a rocha no espaço, por onde ela vagou durante algum tempo. Finalmente, a rocha encontrou a Terra, passou através da atmosfera e caiu na Antártica, onde foi encontrada por uma equipe que anualmente procura meteoritos. Provavelmente, a maioria dos cientistas são cépticos quanto às declarações de que os minerais foram produzidos por organismos viventes (3). A NASA desqualificou a rocha como fóssil. A busca por evidências de vida em Marte continua.

Seria pouco provável que qualquer organismo vivo pudesse sobreviver a tal viagem, e não mais se tem afirmado que a rocha contenha algum fóssil de bactéria.

O ceticismo (4) inicial sobre essas afirmativas parece ter sido justificado por um registro de que a maioria das moléculas orgânicas se originou de contaminação com material da Terra.

4. Como o desenvolvimento de Teorias do Caos e da Complexidade tem afetado nossa compreensão sobre o problema da origem da vida?
Estas teorias não produziram nenhuma mudança radical. A teoria da complexidade tem gerado muita discussão e especulação que não mudaram a natureza do problema. A maioria dos trabalhos tem sido feita com programas de computador, que não revelam nada sobre as origens de proteínas, ácidos nucléicos ou células vivas (5).

5. Avalie a teoria de que a vida se iniciou sobre superfícies minerais ou de argila no oceano, talvez em torno de fontes hidrotermais.
Várias conjecturas têm sido propostas em relação ao desenvolvimento da vida sobre argila ou superfícies minerais. Entretanto, estas não têm nenhum apoio empírico e não há nenhuma evidência experimental significativa para avaliar (6). As fontes hidrotermais apresentam um sério problema para estas teorias, porque a água que sai delas é esterilizada, destruindo qualquer vida que possa estar presente (7). A maioria dos compostos químicos necessários para a vida são muito sensíveis ao calor.

6. Que problemas não resolvidos sobre a origem da vida são de maior preocupação?
Os dados científicos a respeito da origem da vida são consistentes com a teoria criacionista. Naturalmente, todos os estudiosos da natureza gostariam de saber mais sobre como a vida funciona.

Notas para as perguntas sobre a origem da vida
1. (a) Javor G. T. 1987. Origin of life: a look at late 20th-century thinking. Origins 14:7-20; (b) Thaxton C. B., Bradley W. L.., Olsen R. L.. 1984. The mystery of life origin: Reassessing current theories. NY: Philosophical Library.
2. McKay D. S., et al. 1996. Search for past life on Mars: possible relic biogenic activity in Martian meteorite ALH84001. Science 273:924-930.
3. Ver: (a) Bradley J. P., Harvey R. P., MSween H. Y. 1997. No "nanofossils" in martian meteorite. Nature 390:454; (b) Kerr R. A. 1997. Martian "microbes" cover their tracks. Science 276:30-31; (c) Yockey H. P. 1997. Life on Mars? Did it come from Earth? Origins and Design 18(1):10-15.
4. Jull A. J. T., Courtney C., Jeffrey D. A., Beck J. W. 1998. Isotopic evidence for a terrestrial source of organic compounds found in Martian meteorites Allan Hills 84001 and Elephant Moraine 79001. Science 279:366-369. Kerr R. A. 1998. Requiem for life on Mars? Support for microbes fades. Science 282:1398-1400.
5. Ver Horgan J. 1995. From complexity to perplexity. Scientific American 272(1):104-109.
6. Ver Javor G. T. 1989. A new attempt to understand the origin of life: the theory of surface-metabolism. Origins 16:40-44.
11
7. Miller S. L., Bada J. L. 1988. Submarine hot springs and the origin of life. Nature 334:609-611. Moulton, V. et al. 2000. RNA folding argues against a hot-star origin of life. Journal of Molecular Evolution 51:416-421.

Fonte: https://setimodia.wordpress.com/2011/06/27/perguntas-frequentes-sobre-a-origem-da-vida/

sábado, 26 de fevereiro de 2011

PERGUNTAS FREQÜENTES SOBRE MUDANÇAS NAS ESPÉCIES


1. O que são as "espécies do livro de Gênesis"?
A Bíblia não diz nada acerca das "espécies do livro de Gênesis". Nela a expressão "segundo a sua espécie" é usada para descrever a variedade de plantas e animais que Deus criou (Gênesis 1), ou aquelas que foram salvas na arca (Gênesis 6:20), ou aquelas que são limpas ou impuras para se comer (Levíticos 11). O termo "espécies do livro de Gênesis" foi proposto por criacionistas para se referir à idéia de que Deus criou originalmente muitos grupos separados de indivíduos que podiam cruzar entre si, dos quais resultou a diversidade de plantas e animais que vivem hoje (1).

2. Deus mandou os animais se reproduzirem apenas segundo a sua espécie?
Não, não há um tal mandamento. Procure isto na Bíblia, se não acreditar.

3. Como explicamos a existência de predadores e criaturas venenosas?
A Bíblia não diz como se originaram, mas afirma que a natureza mudou devido ao pecado de Adão (Gênesis 3:14, 18; Romanos 8:20). Aparentemente, Adão foi criado para ser um dos "filhos de Deus" (Lucas 3:38; Jó 1:6). Devido ao seu pecado, Adão perdeu o controle do mundo para Satanás (João 12:31; Jó 1:6,7; Jó 2:1,2). Portanto, a predação e outros males são responsabilidade de Satanás. Quando o mundo for restaurado, estas coisas não mais existirão (Isaías 11:6-9; Isaías 65:25; Apocalipse 21:4; Apocalipse 22:3).

4. Há algum limite para a mudança nas espécies?
A Bíblia não aborda este ponto, mas a ciência mostra que as variações são limitadas. Não existe um sistema para quantificar diferenças morfológicas entre espécies, de forma que os limites não podem ser quantificados. Entretanto, milhares de experimentos têm sido feitos por criadores e geneticistas e muita informação já foi acumulada. As espécies têm uma grande capacidade para variação e podem produzir novas variedades e espécies, mas parece implausível que este tipo de variação possa se acumular para a produção de novos órgãos ou novos planos corporais. Por outro lado, a existência de predadores e parasitas sugere que algumas espécies passaram por uma considerável mudança. Ainda não foi completamente demonstrado o mecanismo destas mudanças (2).

5. Qual é a categoria taxonômica que mais se aproxima da categoria criada originalmente?
Pode não haver nenhuma resposta universal para esta pergunta. Unidades taxonômicas, tais como gênero, família, ordem, etc., são definidas subjetivamente. Não há uma medida quantitativa que possa servir para definir diferenças morfológicas entre espécies. Duas famílias de estrelas-do-mar são tão semelhantes uma à outra quanto duas famílias de répteis ou duas famílias de algas? (3) Se alguém quiser uma estimativa, parece que família pode ser uma boa aproximação para alguns grupos
Entretanto, isto deve ser considerado apenas uma estimativa. Simplesmente, não sabemos a resposta.

6. As espécies podem mudar com rapidez suficiente para produzir a biodiversidade atual num tempo relativamente curto?
Não sabemos quanta mudança é requerida para explicar a presente biodiversidade porque desconhecemos o ponto de partida. Os cientistas sabem que as espécies podem mudar com muita rapidez (4). A maioria das mudanças são pequenas, como as que podem distinguir uma espécie ou um gênero. Se as mudanças forem originadas por agentes inteligentes, fica difícil predizer os resultados.

7. Como explicamos as semelhanças moleculares e genéticas de seres humanos com os chimpanzés?
Não sabemos exatamente como as moléculas de DNA regulam a construção de corpos, mas acreditamos que há uma relação entre as seqüências de DNA e a forma e funções do corpo. Se for assim, deve-se esperar que corpos similares tenham seqüências de DNA similares. Portanto, pode-se esperar que seres humanos e chimpanzés tenham entre si uma similaridade de DNA maior do que com pinheiros, por exemplo. Entretanto, as similaridades entre seres humanos e chimpanzés são notáveis, e é compreensível que os evolucionistas as expliquem como o resultado de ancestralidade comum (5). De fato, as semelhanças no DNA são tão grandes que se pergunta por que as duas espécies são tão diferentes. O que os faz diferentes? Não sabemos. A menos que apreendamos como as diferenças entre as espécies são produzidas, provavelmente não entenderemos o significado das similaridades entre seres humanos e chimpanzés.

8. Que problemas não resolvidos sobre mudanças nas espécies são de maior preocupação?
Como eram os animais originalmente criados? Por que os seres humanos são tão semelhantes a outros animais, especialmente aos macacos?

Notas para as perguntas sobre mudanças nas espécies
1. Marsh F. L. 1947. Evolution, creation and science. 2d edition. Washington DC: Review and Herald Publishing Assn. Nas páginas 174-175, é feita referência ao termo "baramin", um termo cunhado por Marsh anteriormente (ver a nota de Marsh na pág. 174).
2. Ver: (a) Brand L. R., Gibson L. J. 1993. An interventionist theory of natural selection and biological change within limits. Origins 20:60-82; (b) Lester L. P., Bohlin R. G. 1984. The natural limits to biological change. Grand Rapids, MI: Zondervan.
3. Van Valen, L. 1973. Are categories in phyla comparable? Taxon 22:333-359.
4. Os pseudogenes proporcionam um exemplo importante. Para um ponto de vista evolucionista, ver: Max E. 1987. Plagiarized error and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para reações contrárias, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.
5. Os pseudogenes fornecem um exemplo importante. Ver um ponto de vista evolucionista em: Max E. 1987. Plagiarized errors and molecular genetics. Creation/Evolution 6(9):34-45. Para uma opinião contrastante, ver: (a) Gilbert G. 1992. In search of Genesis and the pseudogene. Spectrum 22(4):10-21; (b) Gibson L. J. 1994. Pseudogenes and origins. Origins 21:91-108.

Fonte: https://bibliaeaciencia.wordpress.com/2017/01/19/perguntas-frequentes-sobre-mudancas-nas-especies/

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

PERGUNTAS FREQÜENTES SOBRE FÓSSEIS HUMANOS


1. Os homens das cavernas realmente existiram?
Sim. Houve seres humanos que viveram em cavernas, e pode haver alguns que ainda moram. Isto não significa que eles sejam semelhantes às figuras vistas em caricaturas de estórias em quadrinhos que você possa ter visto. Acredita-se que o “Homem de Cro-Magnon” pode ter sido um homem das cavernas, porque se crê que ele seja responsável por algumas pinturas notáveis em cavernas na França e áreas próximas. O “Homem de Cro-Magnon” é essencialmente o mesmo que os europeus modernos, e pode representar os europeus pré-históricos (1).

2. Existem realmente fósseis que se parecem com homens-macacos?
Já foram encontrados fósseis que parecem ter uma mistura de características humanas e de macacos. Há vários tipos destes, tais como o “Homem de Java”, o “Homem de Pequim”, e vários tipos da África conhecidos como "erectinos". Estes parecem ter sido humanos, mas de uma forma diferente. Para interpretações criacionistas e evolucionistas destes fósseis, veja as referências (2).

3. Os homens de Neanderthal eram humanos verdadeiros?
A maioria dos criacionistas acredita nisso, mas a questão é controversa (3). O “Homem de Neanderthal” provavelmente viveu em cavernas, mas eles não eram homens-macacos. O crânio tinha um formato diferente da maioria dos homens modernos, mas o espaço do cérebro era maior. Eles aparentemente tinham cultura e eram provavelmente muito inteligentes. Os “Homens de Neanderthal” tinham alguns traços singulares, mas nada que pudesse ligá-los aos macacos de algum modo particular. Algumas das diferenças em seu crânio podem ter sido parcialmente produzidas como resposta a um clima severo e a alimentos duros à mastigação. Aparentemente tinham uma constituição física mais robusta do que as pessoas que vivem hoje (4). O recente seqüenciamento do DNA mitocondrial do osso de um “Homem de Neanderthal” indica que o DNA dos Neanderthais é bastante diferente do DNA de seres humanos atuais(5). Resta ver se pesquisas futuras irão mudar ou dar apoio a este quadro.

4. O que são fósseis humanos "arcaicos"?
Há um grupo de material esquelético que não se encaixa facilmente em nenhuma outra categoria, e são referidos tipicamente como "Homo sapiens arcaico”. Eles têm geralmente cristas orbitais salientes, como humanos "erectinos" e "arcaicos". Eles têm espaço cerebral maior do que os erectinos, e não apresentam a saliência bem marcada (torus occipital) na parte de trás do crânio que os “Homens de Neanderthal” têm(6).

5. Que se pode dizer dos Australopithecus?
Os Australopithecus foram provavelmente um tipo extinto de macaco (7). Eles tinham algumas similaridades com os seres humanos, mas tinham um cérebro de tamanho aproximado ao de um chimpanzé, e alguns aspectos que sugerem que viviam em árvores. Aparentemente, podiam andar eretos, mas há alguma evidência de que eles teriam certa dificuldade para andar assim (8).

6. Há alguma seqüência evolutiva que vai dos macacos ao homem?
Há vários tipos de fósseis que possuem uma mistura de características humanas e de macacos. Têm sido feitas tentativas de organizar estes fósseis em uma seqüência que vai do menor número para o maior número de características humanas. Australopitecíneos têm menos características humanas, seguidos pelos "erectinos”, pelo grupo "arcaicos", e então pelos Neanderthais e Cro-Magnons. A seqüência parece convincente para muitas pessoas, e é interpretada como uma linhagem evolutiva (9). Os criacionistas não aceitam esta interpretação, apontando que os detalhes não se encaixam bem, e a série não é verdadeiramente uma seqüência de ancestrais-descendentes (10).

7. Qual é a explicação criacionista para estes fósseis que têm uma mistura de características humanas e de macacos?
A resposta a esta pergunta está perdida na antigüidade. Os fósseis referidos são primariamente os "erectinos" e os "australopitecíneos".
Aqui está uma resposta possível: os erectinos parecem ter sido humanos. Talvez tenham sofrido os efeitos de um intenso endocruzamento genético e um estilo de vida pobre. Os australopitecíneos podem ter sido um tipo extinto de macaco. Parecem não ser relacionados com nenhuma espécie viva atual.

8. O que se pode dizer dos gigantes humanos que viveram antes do dilúvio? Algum já foi encontrado?
Não. Nenhum fóssil humano gigante que tenha vivido antes do dilúvio foi encontrado. Nosso único conhecimento sobre eles vem através de revelação sobrenatural.

9. Como as raças humanas se originaram? Alguma delas foi marcada por uma maldição?
Todos os seres humanos estão vivendo sob a maldição do pecado, e é duvidoso de que isto se aplique mais a alguma raça do que a outra.

As raças podem se diferenciar quando pequenos grupos são isolados. Além da distância, a linguagem é provavelmente o maior fator de isolamento. Quando as linguagens foram confundidas em Babel, provavelmente pequenos grupos se dispersaram para vários lugares, produzindo grupos isolados que se diferenciaram em raças distintas.

Alguns aspectos raciais podem ser o resultado do fato de que certas características fisiológicas são vantajosas em determinados ambientes. A cor da pele é um exemplo. A luz solar é necessária para produzir vitamina D. Luz solar em excesso aumenta o risco de câncer de pele. A melanina protege os que vivem em climas tropicais do câncer da pele causado por excesso de luz solar. Isto explica porque pessoas que vivem nos trópicos têm tipicamente pele mais escura. Pessoas que vivem em latitudes mais altas não necessitam de muita proteção contra o sol e têm pele mais clara. A pele escura pode ser desvantajosa em latitudes altas se a quantidade de luz solar for apenas suficiente para a produção de vitamina D.

10. Que problemas não resolvidos sobre fósseis humanos são de maior preocupação?
Por que não são encontrados fósseis de homens gigantes? Por que não são encontrados fósseis humanos que pareçam ter sido enterrados pelo dilúvio? Qual é a explicação para os fósseis que têm características de homem e de macaco?

Notas para as perguntas sobre fósseis humanos
1. Ver por exemplo Prideaux, Tom.1973. Cro Magnon Man. New York: Time-Life Books.
2. Para uma interpretação criacionista, ver: Lubenow M. L., 1992. Bones of contention. Grand Rapids, MI:, Baker Books; para uma interpretação evolucionista, ver: Rightmire G. P., 1981. Patterns in the evolution of Homo erectus. Paleobiology 7:241-246.
3. Stringer C., Gambel C., 1993. In search of the Neanderthals. NY: Thames and Hudson.
4. Ruff C.B., Trinkaus E., Holliday T. W.,. 1997. Body mass and encephalization in Pleistocene Homo. Nature 387:173-176.
5. Krings M., et al. 1997. Neanderthal DNA sequences and the origin of modern humans. Cell 90:19-30.
6. Uma discussão recente sobre humanos arcaicos está em: Tattersall I. 1997. Out of Africa again ... and again? Scientific American 276(4):60-67.
7. Hartwig-Scherer S, Martin R. D. 1991. Was "Lucy" more human than her "child"? Observations on early hominid postcranial skeletons. Journal of Human Evolution 21:439-449.
8. Spoor F., et al. 1994. Implications of early hominid labyrinthine morphology for evolution of human bipedal locomotion. Nature 369:645-648.
8
9. Uma coleção de alguns trabalhos importantes neste campo é encontrada em: Ciochon R. L., Fleagle J. G., editors. 1993. The human evolution source book. Englewood Cliffs, N. J:, Prentice-Hall.
10. Kennedy E. 1996. A busca dos ancestrais de Adão. Diálogo 8(1):12-15, 34. Um resumo sobre fósseis humanos feito por um criacionista está em: Lubenow M. L., 1992. Bones of contention. Grand Rapids, M.I. Baker Books.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

ENIGMAS DE COMPLEXIDADE: O TRILOBITA

Um exemplo de Planejamento Inteligente.

Por Arthur V. Chadwick e Robert F. DeHaan

Nota da redação: Este artigo foi publicado em “Perspectives of Science and Christian Faith” em dezembro do ano 2000. Apesar de ser necessário um conhecimento de biologia para sua plena compreensão, não obstante, todos podemos entender a tremenda complexidade deste animal primitivo que evidencia claramente um “Planejamento Inteligente”.

Os trilobitas são membros extintos de um grupo animal muito grande, o filo Arthropoda, ao qual pertencem os insetos modernos. Estão bem representados num grande e detalhado registro fóssil que começa no Cambriano Inferior, há 550 milhões de anos radiométricos (1), e termina no Permiano, há 250 milhões de anos radiométricos. Encontram-se universalmente nos limites entre as rochas relativamente desprovidas de vida metazoária e outras com abundante evidência de tal vida.

Os trilobitas eram formas requintadas, que possuíram corpos segmentados elaborados, com sistema nervoso cefalizado, apêndices torácicos e abdominais articulados, antenas e olhos compostos. Devido ao fato de os trilobitas serem formas extintas, sabemos muito pouco sobre seus hábitos de vida, exceto pelo que podemos deduzir pela sua associação com outras formas que têm representantes vivos, e a partir também de reconstruções cuidadosas dos ambientes deposicionais nos quais eles são encontrados. A teoria da evolução, assim, fornece-nos uma estrutura conceitual para a reconstrução, da fisiologia e da biologia molecular destes primeiros tipos de metazoários, amplamente distribuídos.


Trilobita Phocops africanus de camadas sedimentares do Devoniano Médio, dos Montes Atlas, no Marrocos.

Os instrumentos da sistemática molecular contemporânea, junto com os avanços da compreensão dos processos moleculares e celulares, desafiam a teoria padrão naturalista da seleção sem direção, proposta originalmente por Darwin. Atualmente pode-se comparar as características moleculares de grande variedade de organismos, e as relações genéticas, denominadas elos filogenéticos, podem ser construídas com base nestas comparações. Com tão poderosas ferramentas já não é necessário conjecturar acerca dos processos que atuaram em organismos que não mais estão disponíveis para estudo. Por isso, muito da arquitetura dos organismos antigos pode ser reconstruído com dados disponíveis em animais vivos atualmente. As conclusões de um trabalho como este são bastante surpreendentes.

Primeiro, vejamos as premissas empregadas aqui nessa reconstrução:
• Uma suposição fundamental da teoria da evolução é que as características moleculares biológicas compartilhadas hoje por diversos organismos requerem um ancestral comum como princípio explicativo. Isto permite a investigação da biologia molecular dos trilobitas com base no conhecimento da biologia molecular de animais contemporâneos.
• A biologia molecular dos trilobitas é, em todos os sentidos, tão complexa como a de qualquer organismo moderno.
• A evidência da complexidade dos trilobitas revela a inadequação da teoria da evolução darwiniana, e a possibilidade de melhor interpretação mediante outra teoria das origens que envolva um Projetista Inteligente.

REVELANDO O PASSADO
Os mecanismos que operavam nas células dos trilobitas, em seus tecidos e nos processos de seu desenvolvimento quando de seu primeiro aparecimento na Terra, podem ser determinados com detalhes precisos (2). A suposição de que as características biológicas moleculares complexas, compartilhadas por organismos diversos, requerem um ancestral comum, é a base da taxonomia evolucionista moderna. Sendo assim, as características moleculares compartilhadas por trilobitas e mamíferos requerem que, em algum tempo, no passado distante, um ancestral comum possuísse essas características comuns.(3) Qualquer outra conclusão teria suposto eventos muito pouco prováveis que deveriam ter-se repetido com enorme exatidão, o que falsificaria a hipótese fundamental da sistemática molecular e exigiria credibilidade além de todos os limites possíveis. Por conseguinte, uma característica complexa comum a artrópodes modernos e seres humanos, ou a artrópodes e plantas, estava presente no ancestral comum.

Uma representação de tal ancestral comum a artrópodes e seres humanos é mostrada na Figura 2.

Sendo que os trilobitas eram artrópodes, eles também deveriam ter exibido características comuns a animais complexos modernos, e por isso atribuímos características complexas a este antigo metazoário com toda a confiança. Vamos apresentar, a seguir, vários exemplos, dentro de um grande número de bons exemplos, de sistemas biológicos moleculares complexos. É necessário, para isso, incluir alguns dados técnicos para se poder entender o nível de complexidade presente nas células, e o significado desta proposta.


FIGURA 2
Os Ancestrais comuns dos seres humanos e antrópodes modernos segundo a teoria da evolução.

DNA E O CROMOSSOMO
As células eucariotas (nucleadas), que compreendem as existentes em todos os organismos com os quais estamos familiarizados, incluindo o homem, carregam a grande quantidade de informação que possuem codificada na forma de longas moléculas de DNA (de menos de 1 cm até mais de 15 cm). Cada célula somática do corpo humano tem 46 destas moléculas. Todo o DNA de uma única célula humana atingiria aproximadamente dois metros, se o DNA das moléculas de todos os 46 cromossomos fossem colocados ponta a ponta. Este DNA está alojado dentro de um núcleo de aproximadamente 10 micrômetros. Assim, o comprimento do DNA no núcleo de uma única célula humana é 200.000 vezes maior que o raio do núcleo. Uma ilustração equivalente seria colocar 70 quilômetros de um carretel de linha em uma caixa de sapatos.

Como uma célula consegue fazer isto? Para que ela possa se dividir, precisa primeiramente duplicar totalmente cada cromossomo, produzindo aproximadamente 4 metros de DNA. Depois ela precisa dividir este DNA, precisamente, entre as duas células filhas resultantes. Para apressar este processo, o DNA está separado em cromossomos individuais, cada um com aproximadamente 50 mm de DNA. Mas este valor é ainda 5.000 vezes maior que o núcleo. Portanto, o DNA precisa se organizar de uma maneira muito precisa, para permitir que a célula tenha acesso aos genes necessários e, ao mesmo tempo, permitir que o DNA seja duplicado e dividido com precisão entre as células filhas, durante a divisão celular. Este processo é facilitado, no nível mais básico, pela associação do DNA com uma classe de proteínas denominadas histonas. Estas proteínas muito precisas existem em 5 formas diferentes, conhecidas como H1, H2a, H2b, H3 e H4. As histonas H1, H2a, H2b, H3 e H4, auxiliadas por outras proteínas associadas, formam um octâmero muito estável, contendo 2 cópias de cada molécula. Devido ao fato de todas as histonas terem carga positiva, para permitir que interajam com o DNA, que tem carga negativa, a montagem do octâmero requer a ajuda de diversas proteínas de apoio. A estrutura do grupo de histonas é tão fundamental para a célula eucariótica que ela é preservada através de todo o espectro de células eucariotas viventes, quase sem modificações. Por exemplo: uma só mudança de aminoácido distingue a histona humana H3 da histona de um ouriço-do-mar. A histona H4 humana difere da H4 da ervilha somente por dois aminoácidos dentre as centenas que formam estas proteínas.

Uma volta e meia de uma molécula de DNA (aproximadamente 140 pares de bases) são então enrolados em torno de cada grupo de histonas, formando um nucleossoma. Os nuclessomas são associados em estruturas maiores pela ligação com a histona H1. Estas estruturas, denominadas solenóides, consistem em um arranjo de seis nucleossomas em uma hélice achatada, diminuindo assim a molécula como um todo. Estes solenóides helicoidais são então ancorados ao suporte principal do próprio cromossomo. O suporte principal é composto por uma classe de proteínas, do tipo topoisomerases, que apresentam propriedades extraordinárias. Estas topoisomerases estão conectadas à molécula de DNA em sítios específicos. A enzima pode cortar uma das fitas da molécula de DNA no ponto de ligação, agarrar-se às extremidades cortadas, enquanto passa a fita inteira através das extremidades cortadas, ligando então as duas extremidades da fita cortada novamente. A estrutura resultante realizou o inescrutável: condensou uma molécula de DNA de 10 cm de comprimento em uma estrutura 50.000 vezes menor. Pela sua existência universal em todo ser vivo, quase sem variação, é razoável inferir que este complexo aparato se achava também presente nas células dos trilobitas.

DIVISÃO CELULAR


Arthur Chadwick - doutor em Biologia Molecular, Universidade de Miami. É chefe do Departamento de Geologia e Biologia de Southwestern Adventist University, Texas, EUA. É diretor do Earth History Research Center (Centro de Pesquisa da História da Terra).

Sem divisão celular não haveria crescimento em plantas e animais multicelulares. Qualquer célula, antes que possa se dividir de uma maneira que mantenha a integridade do sistema, deve duplicar o seu conteúdo. A memória do núcleo, na forma de DNA, deve ser duplicada, de modo que existam na célula duas cópias equivalentes de todo o DNA. Estas duas cópias devem então ser separadas uma da outra, de tal modo que cada uma das células filhas fique com um conjunto de cópias. A célula também precisa fazer cópias de todas as outras moléculas que ela contém, para evitar a diluição dos conteúdos celulares pela divisão. Isto ocorre em todas as células eucariotas, mediante essencialmente os mesmos mecanismos. Apresentaremos alguns aspectos notáveis deste processo incrivelmente complexo.

Cada célula humana tem 46 cromossomos que precisam ser duplicados (92) e então corretamente separados, de modo que cada célula filha receba um conjunto completo de 46 cromossomos. 92 corpúsculos separados estão se movendo no citoplasma, em uma viagem infalível para a célula filha correta. O cromossomo contém um fragmento especial de proteína denominado cinetócoro. A ligação dos microtúbulos à região de ligação do cinetócoro, na cromatina, ocorre quando um microtúbulo, envolvido em uma série de empurrões produzidos pelo rápido alongamento, faz contato com o cinetócoro de uma cromátide e se liga a ele. Se o microtúbulo não fizer contato com o cinetócoro, ele se condensa e então é empurrado em uma direção diferente, até que ele se ligue a um cinetócoro. Quando um número suficiente de microtúbulos, vindos das extremidades opostas da célula, se ligaram aos dois cinetócoros de cada par de cromossomos, os microtúbulos começam a puxar em direções opostas, resultando no alinhamento equatorial dos cromossomos, tão familiar na metáfase. As duas cromátides se separam no centrômero e são puxadas através do citoplasma, até as extremidades opostas da célula em divisão. O mecanismo de movimento parece ser a contração, expansão e despolimerização dos microtúbulos, que puxam os cromossomos através do citoplasma na direção correta (4). Este processo complexo e altamente controlado é comum a todas as células eucariotas, e portanto se presume que já estava presente, em todos os detalhes essenciais, nos trilobitas – um dos fósseis metazoários mais antigos.

O NEURÔNIO E A SINAPSE
Robert DeHaan - fez seu doutorado em Ciências e Educação na Universidade de Chicago. Fez pesquisas sobre o desenvolvimento da criança em idade escolar na Universidade de Chicago, e Psicologia do Desenvolvimento no Hope College.

O neurônio, ou célula nervosa, transmite impulsos nervosos a outros neurônios através do espaço existente entre eles, chamado de fenda sináptica. A célula nervosa ou neurônio em repouso tem um potencial elétrico de membrana de 60 milivolts negativo, no interior da célula. Este potencial é estabelecido por uma bomba especial de sódio/potássio, que utiliza a energia celular para bombear íons sódio positivamente carregados para fora da célula. O impulso nervoso é iniciado e propagado por um influxo de íons sódio para o interior da célula, através de canais de sódio, formados por uma proteína especial, e que se localizam na membrana celular. A propagação é mediada pela abertura sucessiva dos canais de sódio da membrana, ao longo de todo o axônio.

Estes canais de proteínas localizados nas membranas dos neurônios estão construídos de maneira complexa. Cada proteína passa através da membrana celular externa 24 vezes, formando assim um canal que tem um portão operado por voltagem e um vigia contra o fluxo reverso. Quando o canal protéico percebe a despolarização do nervo, o portão se abre e íons sódio fluem para dentro da célula, propagando a mudança de potencial e provocando a mesma resposta nos poros adjacentes. Quando a membrana fica completamente despolarizada, ou seja, quando o impulso nervoso desaparece, um segmento bloqueador da proteína tampa o canal, evitando mais despolarização, até que o potencial de membrana em repouso tenha sido restabelecido pela bomba de íons sódio.

Quando o impulso nervoso atinge a extremidade do neurônio, ele precisa passar o sinal através de um espaço para a próxima célula nervosa (fenda sináptica). Em muitas células, a transmissão do impulso nervoso é mediada pela liberação de uma substância neurotransmissora, geralmente a acetilcolina, que é uma molécula pequena. A acetilcolina é acumulada em vesículas sinápticas especiais fixadas na membrana dentro da célula. Quando uma vesícula se enche com o neurotransmissor, é então transportada pelo citoplasma através de microtúbulos do citoesqueleto até a membrana da superfície sináptica, por uma proteína específica chamada sinapsina. Esta proteína “caminha” pelos microtúbulos do citoesqueleto até à membrana da superfície sináptica, e leva consigo a vesícula sináptica.

Na membrana da vesícula existem algumas proteínas singulares, que não são encontradas em nenhum outro lugar de membrana celular. Entre elas estão a sinaptobrevina e a sinaptotagmina. A sinaptobrevina se liga a um complexo de proteínas, que por sua vez se liga a sintaxina, uma proteína encontrada apenas na membrana plasmática, na região da sinapse, ancorando assim a vesícula na membrana. A sinaptotagmina tem dois sítios de ligação para íons cálcio. Na ausência de íons cálcio, a sinaptogmina se liga ao complexo de proteína e impede que a vesícula solte seu conteúdo.

Quando um impulso chega à região sináptica, abrem-se canais de cálcio (semelhantes aos canais de sódio mencionados anteriormente), e estes permitem ao cálcio penetrar no citoplasma. A sinaptotagmina se liga ao cálcio e isto permite que a proteína de fusão se ligue ao complexo. Quando chega a este estado, a membrana vesicular pode agora se fundir com a membrana da célula e deixar que a acetilcolina penetre na sinapse. Assim se transmite, ou se propaga, o impulso nervoso aos neurônios vicinais. Todas essas reações dos impulsos nervosos transportadores ocorrem em milisegundos.

As células contêm muitos tipos de vesículas citoplasmáticas. Cada vesícula tem, além de seus componentes normais de proteínas de membrana, uma proteína especial que se denomina Rab, que se encarrega de dirigir cada vesícula a seu destino correto, funcionando como “rótulos de expedição”, para especificar o seu destino final. Quando elas chegam ao seu destino, o “rótulo de expedição” é lido e, se o destino é aquele especificado, permite-se que as vesículas se fundam e compartilhem os seus conteúdos com a organela receptora. Se o rótulo especifica algum outro destino, o acesso da vesícula à organela é recusado.

Enquanto isso, uma proteína citoplasmática denominada claterina identifica a vesícula vazia e a cerca com uma gaiola hexamérica, que preserva a membrana e evita que as proteínas associadas sejam perdidas. A gaiola de claterina permanece unida à vesícula até que esta possa se reunir com o seu endossoma hospedeiro no citoplasma, para se encher novamente.

Este processo, descrito nos seus mínimos detalhes, é comum a todos os animais que possuem sistemas nervosos, desde os mais simples invertebrados até os seres humanos. Devido ao fato de este processo representar um mecanismo muito complexo partilhado por insetos e seres humanos, é razoável a suposição de que os nervos e a sinapse nos trilobitas se comportavam da mesma maneira. Assim, um dos mais antigos animais complexos e multicelulares possuía os elementos do sistema nervoso que são encontrados nos insetos modernos e nos seres humanos.

BIOLOGIA DO DESENVOLVIMENTO DE INSETOS (E TRILOBITAS)
Graças a recentes avanços na compreensão da biologia molecular do desenvolvimento, pode-se inferir muito acerca dos processos complexos que permitem que um simples óvulo de um trilobita chegue a se tornar um descendente funcional. Os trilobitas pertencem ao mesmo filo que os insetos modernos, e assim pode-se considerar a formação correspondente de um inseto típico que sofre metamorfose, como é a Drosophila, ou mosca das frutas. Como estes insetos são muito pequenos, é impraticável que nasça um descendente alado e plenamente funcional diretamente a partir de um simples ovo fertilizado. A estratégia de muitos insetos é botar um ovo que eclode em um estágio de larva. Uma larva é simplesmente um “ovo” maior, em desenvolvimento, com pés e uma boca para acumular alimento e produzir em seguida uma forma adulta. Dentro de cada larva encontram-se as sementes embrionárias de um organismo adulto completo. Estes tecidos especiais, chamados discos imaginários, permanecem latentes até a fase da pupa, momento em que o corpo da larva se dissolve e os discos imaginários se desenvolvem formando as várias partes de um adulto. Este, em si, é um processo muito complexo, porém as seqüências dos eventos que levam à formação dos discos imaginários nos dão vislumbres notáveis da complexidade que razoavelmente concluímos que já existia nos trilobitas.

Enquanto o ovo ainda está dentro do ovário, são estabelecidos gradientes específicos de produtos gênicos reguladores dentro do ovo. Estas proteínas se originam do próprio núcleo do ovo ou de células maternas acessórias que rodeiam o ovo no ovário. Após a fertilização, são ativadas séries adicionais de genes, produzindo proteínas reguladoras adicionais, em regiões específicas do ovo fertilizado. Esta distribuição assimétrica de proteínas reguladoras resulta em cada célula ter uma combinação única de reguladores. O equilíbrio desses genes reguladores determina quais genes são ativados e quais são suprimidos em cada célula, e esta assimetria, por sua vez, determina cabeça e cauda, e diferenciação ao longo dos eixos do corpo resultantes.

Estudos genéticos em Drosophila revelaram uma classe de genes do desenvolvimento que, quando sofriam mutação, resultavam não apenas em uma única alteração, tal como a cor do olho, mas produziam efeitos em massa que eram letais, ou resultavam em mudanças monstruosas na forma do corpo. Por exemplo, uma única mutação gênica em um dos genes reguladores resultou no crescimento de pernas no local onde se encontram normalmente as antenas, ou na formação de um segmento extra no corpo, com um par extra de asas. Vastas redes reguladoras ligam cada um desses genes do desenvolvimento a centenas de outros genes. Os pesquisadores descobriram que os genes que estavam controlando o desenvolvimento das moscas das frutas e os genes que controlam o desenvolvimento dos vertebrados, incluindo camundongos e homens, tinham estrutura muito semelhante e freqüentemente controlavam partes análogas dos embriões das moscas e do homem. E assim, estas seqüências de genes do desenvolvimento, presentes nas moscas e no homem, deviam estar presentes também nos trilobitas.

Estudos posteriores revelaram a localização de alguns destes genes no cromossomo. Quando se identificou e mapeou a série principal de genes reguladores que determina a polaridade do embrião de Drosophila (genes HOM-C), os pesquisadores descobriram um fato surpreendente: os genes que controlavam o desenvolvimento do eixo do embrião, da cabeça à cauda, estavam localizados no cromossomo na mesma ordem que a das partes da anatomia do organismo cujo desenvolvimento eles controlavam (colinearidade). Não existe uma razão funcional óbvia para que ocorra esta correlação de arranjo espacial, e isso pareceria improvável se as diferentes partes do organismo tivessem se desenvolvido ao acaso e em épocas muito diferentes.

Estudos ainda mais recentes mostram a existência de tipos homólogos de genes reguladores responsáveis pelo ordenamento da organização da cabeça à cauda nos corpos dos vertebrados, inclusive no homem. Estes genes, chamados genes Hox, são muito semelhantes aos genes equivalentes na Drosophila (em alguns genes homeóticos, a similaridade entre Drosophila e o homem é de 98%) e estão localizados no cromossomo humano na mesma ordem que a das moscas das frutas. A inferência de que tenham uma origem comum é muito provável. É provável também que esta organização complexa, junto com as complexidades já descritas para o comportamento das células eucariotas, função sináptica nos nervos, e todos os milhares de processos de desenvolvimento complexos, estavam já em seus lugares no trilobita metazoário do Cambriano, uma das formas multicelulares mais primitivas conhecidas.

O OLHO DO TRILOBITA
O olho tem sido objeto de admiração ao longo do registro da história devido a suas funções tão críticas e sua organização tão complexa. As propriedades de alguns olhos de trilobitas, descobertas recentemente, são semelhantes às de insetos modernos e representam uma “façanha em otimização de função” (5).

A lente de cada omatídeo individual era composta por um único cristal de calcita, sendo o eixo ótico-c do cristal coincidente com o eixo ótico da lente. Isso deve ter representado um problema extraordinário para o trilobita, já que uma simples lente esférica e grossa de calcita não poderia fazer com que a luz produzisse uma imagem coerente. Os trilobitas do Paleozóico Inferior até o Paleozóico Médio tinham um sistema óptico singular desconhecido em qualquer outra criatura, que solucionava este problema (6). Esse sistema óptico compõe-se de duas lentes biconvexas com índices de refração diferentes, unidas entre si. A interface destas duas lentes é chamada “superfície de Huyghens” (7)


FIGURA 3
No lado esquerdo da figura é mostrado um esquema da “Superfície de Huyghens” (linha em forma curva) na lente do olho de um trilobita do Ordoviciano. Não há aberração esférica e forma-se uma imagem coerente. No lado direito é mostrado um esquema sem a “Superfície de Huyghens”, que produz uma imagem difusa.

As lentes biconvexas requeriam uma forma especial para que o olho do trilobita focalizasse corretamente a luz nos receptores (8). Na Figura 3, o lado esquerdo mostra como a luz incidente é focalizada através das lentes biconvexas para produzir uma imagem coerente. O lado direito demonstra como a imagem é difundida sem as lentes. Levi-Setti afirma:

Quando nos damos conta de que os trilobitas desenvolveram e usaram tais dispositivos há quinhentos milhões de anos, nossa admiração é ainda maior. Uma descoberta final - a de que a interface refratora entre os dois elementos das lentes no olho dos trilobitas foi projetada de acordo com as construções ópticas desenvolvidas por Descartes e Huyghens no século 17 – beira a pura ficção científica (9).

O significado das lentes biconvexas dos omatídios dos trilobitas “que vieram mais tarde” merece elaboração ainda maior, sendo que é difícil conseguir um exemplo melhor de planejamento inteligente. Levi-Setti continua:

“Quando nós, seres humanos, construímos elementos ópticos, às vezes colamos duas lentes que têm diferentes índices de refração, como uma maneira de corrigir certos defeitos das lentes” (10).

Obviamente ninguém põe em dúvida que tais elementos ópticos em câmaras fotográficas, lunetas e telescópios são resultado de planejamento inteligente, e Levi-Setti concorda no caso do olho do trilobita:

O olho de um trilobita bem poderia qualificar-se para a obtenção de uma patente de invenção (11).

Quando uma lente como essa é encontrada na natureza, a lógica exige que o planejamento inteligente seja um elemento necessário para a explicação de sua formação. O mesmo autor continua dizendo: O que gostaríamos de ouvir, para apaziguar nossa crença darwinista, é que as novas estruturas visuais evoluíram em resposta a novas pressões ambientais para sobrevivência.(12,13) E sugere que isto “possivelmente permitiu ao trilobita ver em águas mais profundas, no crepúsculo, ou em água turva”. (14) E acrescenta ainda outras vantagens imaginárias como o reconhecimento mais rápido do perigo, ou “o acasalamento mais efetivo com imagens mais claras”.

Os trilobitas “mais antigos” não possuíam as lentes sofisticadas que são descritas acima, porém tinham olhos mais parecidos com os dos insetos atuais. Porém, não há registro fóssil de formas intermediárias. Quando a lente de Huyghens apareceu pela primeira vez nos trilobitas, ela já era plenamente funcional.

O mecanismo regulador do desenvolvimento do olho dos trilobitas primitivos deveria realmente ser complexo, pois se estima que 2.500 a 5.000 genes estão envolvidos no processo de desenvolvimento do olho dos insetos. Cada faceta individual ou omatídeo de um olho composto de Drosophila consiste de um grupo de oito células, sete das quais se transformarão em receptores de luz. Descobriu-se que uma dessas células retinais, chamada R7, era responsável pela detecção da luz ultravioleta. Isto já foi estudado por vários anos e verificou-se que a via para transformar uma célula não diferenciada em uma sofisticada célula detetora de UV segue uma série de interações complexas.

A membrana da célula R7 contém proteínas especiais, denominadas receptoras da tirosina quinase (RTK). Esta proteína possui um sítio receptor extracelular, uma região transmembrana e uma região enzimática intracelular. Quando algum ligante externo se liga ao receptor (neste caso é o ligante de membrana da oitava célula), a molécula se une com outro RTK, formando um dímero. As duas moléculas então se empenham na fosforilação recíproca de três resíduos específicos de tirosina, cada um na outra molécula. Assim fosforilada, a região citosólica pode se ligar a uma proteína citoplasmática específica (GRB2) que reconhece o RTK fosforilado. Quando a GRB2 se liga ao RTK, este pode então se ligar a uma terceira proteína, Sos. O complexo Sos faz com que a proteína associada à membrana, Ras, perca GDP, que é então substituído por GTP. Nesta condição, a proteína Ras se liga à proteína chamada Raf, uma quinase da treonina/serina. Quando ligada ao Ras ativado, Raf é capaz de ligar e fosforilar outra quinase específica da tirosina/treonina, a MEK, ativando-a. MEK por sua vez ativa uma enzima citoplasmática, a MAP quinase, através da fosforilação dos resíduos de tirosina e treonina nesta enzima. A MAP quinase está aparentemente envolvida na fosforilação das proteínas de ligação ao DNA e outras proteínas celulares chave, que resultam na mudança da direção da diferenciação celular, de tal modo que tal célula agora se transformará numa R7 normal. Processos semelhantes são encontrados em todas as células de organismos eucariontes multicelulares, presumivelmente também nos trilobitas e, com pequenas alterações, também nos eucariontes unicelulares (leveduras e protozoários).

Recentemente, como resultado da manipulação de um gene do desenvolvimento do olho, o “eyeless”, produziram-se moscas com olhos em várias partes do corpo, incluindo as asas, pernas e extremidades das antenas, como resultado da ativação do gene em posições anormais. Um gene mestre semelhante foi encontrado nos vertebrados, que possuem olhos completamente diferentes dos insetos. O gene do homem, camundongo e outros animais são quase idênticos ao da Drosophila. Quando o gene apropriado de um cromossomo do camundongo foi inserido em uma mosca, ele produziu olhos de mosca em todos os lugares do corpo em que foi ativado (provavelmente aconteceria a mesma coisa se o gene humano fosse utilizado). Os dois genes são suficientemente semelhantes, de modo que o gene de mamífero leva à formação de um olho de mosca. Seguindo a mesma linha de raciocínio, chegamos à conclusão de que o mesmo sistema de genes que leva ao desenvolvimento do olho estava presente e funcionando nos primeiros trilobitas.

Estão sendo encontradas cada vez mais vias metabólicas do desenvolvimento que são compartilhadas por um grande número de organismos. Supõe-se que a maioria delas estaria presente nos trilobitas. Por exemplo, os genes responsáveis pela organização da dorso-ventralidade no homem foram descobertos, utilizando os genes de Drosophila como sondas moleculares. Os genes responsáveis pela organização do cérebro humano na embriogênese foram descobertos também utilizando os genes de Drosophila como sondas.

O olho, a parte posterior do cérebro e a medula espinhal, as conexões dos axônios, a diferenciação dos músculos do esqueleto e do coração, a resposta fotoperiódica, a escultura dos tecidos envolvendo a morte de células selecionadas (apoptose), a modelagem embrionária, a sinalização celular e milhares de outros exemplos de processos “conservados evolutivamente” poderiam ser citados. Até a formação dos membros é dirigida, nas moscas das frutas, por um gene (Hedgehog), cujo gene homólogo nos vertebrados (Hedgehog Sônico) comanda a formação dos membros em todos os vertebrados conhecidos, incluindo o homem, camundongo, galinha e peixe. Os complexos mecanismos de controle precedem claramente qualquer organismo com membros conhecido e é provável que todos estes processos estivessem em operação já no trilobita.

O PROBLEMA DA COMPLEXIDADE EM UM DOS PRIMEIROS METAZOÁRIOS
Foram citados vários exemplos que ilustram a complexidade de células eucariotas vivas, sistemas nervosos, processos de crescimento e órgãos já presentes num dos primeiros metazoários, o trilobita. Há centenas de outros exemplos semelhantes aos usados até aqui. O trilobita, um dos animais complexos mais antigos que aparecem no registro fóssil, surgiu no Cambriano Inferior.(17) Os trilobitas são artrópodes, o mesmo grupo dos insetos modernos. As células dos trilobitas se dividiam de maneira semelhante à de todos os eucariotas modernos. Os mecanismos moleculares estavam todos no seu devido lugar, todos funcionando como acontece nos insetos modernos. Os trilobitas tinham sistemas nervosos tão complexos como os dos insetos modernos. As sinapses do sistema nervoso dos trilobitas funcionavam como as sinapses de todos os organismos modernos. Os olhos dos trilobitas manifestam toda a complexidade e desenvolvimento integrados das formas modernas. Os olhos se desenvolveram por processos não só semelhantes aos dos outros artrópodes, como também semelhantes aos dos vertebrados, incluindo o homem. O mesmo acontece com os pleópodos, as brânquias, as patas, as antenas e outras estruturas complexas. Os trilobitas e outras formas aparecem no cenário plenamente formados, como organismos perfeitamente competentes.

Sendo que as complexidades que acabamos de descrever estavam todas presentes e plenamente funcionais num dos “primeiros” animais multicelulares para o qual há registro, pode-se formular a pergunta: De onde derivaram estas complexidades? Onde e quando aconteceu a evolução? Não há evidências indiscutíveis de alguma forma anterior de onde possam ter se originado. Conway Morris, examinando os passos que podem ter conduzido aos verdadeiros artrópodes (filo a que pertencem os trilobitas), conclui: Tudo isto na verdade é muito especulativo, e geralmente gera mais interrogações que respostas. (18) Além disso, não há evidência nos sistemas biológicos de um mecanismo que adicione informação aos sistemas complexos. (19) Argumentar que eles derivaram de formas do Pré-cambriano que não foram conservadas porque não possuíam partes duras, é argumentar a partir da falta de evidências. De fato, foram encontrados fósseis com partes moles conservadas em sedimentos de muitas localidades do Cambriano e do Cambriano Superior. Não há nenhuma seqüência evolutiva confirmada no Pré-cambriano que conduza ao trilobita, que possa ser justificada pelos mecanismos darwinianos, logo se pode concluir que no Pré-cambriano não houve evolução darwiniana do trilobita.

CONCLUSÃO
Os sistemas bioquímicos complexos e os sistemas orgânicos integrados dos trilobitas, que acabamos de descrever, não surgiram por acaso. Os mecanismos darwinianos não demonstraram ser fatores ativos nem causais, nem foram considerados universalmente como uma explicação científica razoável para os fenômenos descritos neste artigo. Quando se procura fazê-lo, o resultado não tem sido mais efetivo que a tentativa proposta por Levi-Setti para explicar a formação das lentes duplas do trilobita. Os estudos destes sistemas denunciam as inadequações da teoria da evolução de Darwin. Esta pode ser a razão pela qual alguns autores evolucionistas, quando escrevem livros sobre as formas mais antigas de vida, evitam cuidadosamente tratar do repentino aparecimento de incontáveis formas complexas. A atitude deles parece dizer: “Se estas coisas estão lá, então a evolução deve ter sido capaz de fazê-las.”

No entanto, temos visto, mediante cuidadosa consideração de evidências, que a origem dos sistemas biológicos complexos e dos sistemas integrados de órgãos dos trilobitas, e por extensão dos organismos biológicos em geral, não pode ser explicada pela evolução darwiniana (uma extensão de uma filosofia naturalista na qual não há lugar para a intervenção de uma Inteligência Criadora). Quando se usa a evolução darwiniana como explicação para a existência de sistemas vivos complexos, isto chega a ser um conceito filosófico ou um conceito quase religioso sustentado por aqueles que desejam que o mundo não tenha um Projetista.

Mesmo que o planejamento e propósito possam ser razoavelmente inferidos a partir dos dados biológicos apresentados neste artigo, e mesmo que a existência de planejamento logicamente implique a operação de um projetista inteligente, o agente do planejamento e o mecanismo empregado pelo projetista não podem ser identificados por meios científicos. Até agora temos pouca ou nenhuma ferramenta que possa identificar o conceito não palpável de inteligência em biologia, para que ele possa ser estudado e caracterizado. O modo, mecanismo, localização, domínio ou modus operandi da inteligência na biologia não são conhecidos. A interface entre a inteligência e o mundo material até agora permanece como um mistério.

Pelo menos dois métodos possíveis podem ser explorados para estudar planejamentos inteligentes. Primeiro pode-se postular que haja um objetivo ou lógica funcional alojada nos organismos vivos, tão real e objetiva como as leis da física. A natureza e origem desta lógica e sua função em efetuar mudanças no mundo biológico, seria o centro do estudo. Este enfoque coloca o planejamento no núcleo da ordem natural.

O segundo enfoque consiste em aceitar o primeiro, e afirmar ainda que o projetista atuou na natureza, através de toda a história da vida no universo, para realizar certos propósitos. Este enfoque reconheceria que um Projetista Inteligente e seu modo de operação estão fora do campo da ciência, e devem ser estudados através de métodos interdisciplinares e conceitos de teologia e filosofia. De fato, quando pesquisamos mais além da inferência do planejamento e seus propósitos, saímos do domínio da ciência e penetramos na filosofia e teologia. Os propósitos do Projetista Inteligente seriam o foco do estudo, e seu efeito sobre a história da vida no universo teria de ser considerado. Claramente este é um campo maduro para estudos adicionais de cientistas, filósofos e teólogos dentro da tradição judaico-cristã. Mesmo que os autores creiam também que a inteligência se origina na mente de um Projetista Inteligente Supremo, o Deus Cristão, e é ativada como parte do propósito de Deus para o universo, esta crença não é essencial para o estudo do Projetista Inteligente como teoria científica. O planejamento é uma inferência razoável, como mostra o trilobita, e como tal é aberto à investigação científica tanto pelo que crê como pelo que não crê.

NOTAS
1. “Radiométrico” significa a medida do tempo geológico baseada na desintegração de elementos radiativos.
2. Isto é sustentado por Harold J. Morowitz, biofísico que escreveu sobre os primeiros protocelulares. (Veja Beginnings of Cellular Life. New Haven: Yale University Press, 1992, p.51).
3. J. S. Levinton, G. Wray, e L. Shapiro, “Molecular Evidence for a Deep Precambrian Divergence of Animal Phyla I, ”Geological Soc. of America: Meeting. Denver, CO, 1996: A-52. G. Wray, J. S. Levinton e L. H. Shapiro “Molecular Evidence for a Deep Precambrian Divergence of Animal Phyla II” ibid; and G. Wray, J. S. Levinton, e L. H. Shapiro, “Molecular Evidence for Deep Precambrian Divergences among Metazoan Phyla,” Science 274 (1996): 568-73.
4. David Sharp, Gregory Rogers, e Jonathan Scholey, “Microtubule Motors in Mitosis”, Nature 407 (sep. 7, 2000):41-47.
5. O físico nuclear Ricardo Levi-Setti (diretor do Fermilab na Universidade de Chicago) e autoridade em trilobitas, fez um profundo estudo dos olhos do trilobita, registrado em seu livro Trilobites (segunda edição, Chicago: The University of Chicago Press, 1993).
6. Levi-Setti, Trilobites, 29-74.
7. Os princípios óticos envolvidos nos olhos dos trilobitas foram explicados em detalhes por Huyghens e Descartes no século XVII, porém o olho do trilobita já funcionava perfeitamente bem usando estes princípios ópticos muito antes do matemático holandês ter explicado o seu funcionamento.
8. Levi-Setti, Trilobites, 55.
9. Ibid., 55
10. Ibid., 44
11. Ibid., 57
12. A honestidade de Levi-Setti é admirável. Admite que buscou todos os meios para dar uma explicação evolucionista, e falhou.
13. Ibid., 59
14. Ibid.
15. Ibid., 66
16. G. Rubin, “Secrets of the Fly Eye,” Discover 17:7 (jul. 1996): 110.
17. A base inferior do Cambriano às vezes é definida sem muita precisão como o ponto na coluna geológica onde os primeiros trilobitas apareceram.
18. S. Conway Morris. The Crucible of Creation (New York: Oxford University. Press 1998), 184.
19. L. Spetner. Not By Chance (New York: Judaica Press, 1997).
20. S.Bengston e Y. Zhao, “Fossilized Metazoan Embryos from the Earliest Cambrian.” Science 277 (set. 12, 1997): 1645-48. S Xiao, Y: Zhang, e H. A. Knoll, “Three-dimensional preservation of algae and animal embryos in Neoproterozoic Phosphorite,” Nature 391 (fev. 5, 1998): 553-57; C.-W. Li e J.-Y Chen, “Cambrian Sponges with Celullar Structures”, Science 279 (fev. 6, 1998): 879-82.

Fonte: http://www.revistacriacionista.org.br/fc/FC61_03.HTM

sábado, 19 de fevereiro de 2011

Sacerdotes? Que Sacerdotes?!

Questionamento enviado por nc Marcio:

Em Êxodo 19 Deus faz uma advertência ao povo e aos sacerdotes:

21 E disse o SENHOR a Moisés: Desce, adverte ao povo que não traspasse o termo para ver o SENHOR, para que muitos deles não pereçam.
22 E também os sacerdotes, que se chegam ao SENHOR, se hão de santificar, para que o SENHOR não se lance sobre eles.
(...)
24 E disse-lhe o SENHOR: Vai, desce; depois subirás tu, e Arão contigo; os sacerdotes, porém, e o povo não traspassem o termo para subir ao SENHOR, para que não se lance sobre eles.


Qual o problema? O problema é o anacronismo em citar "sacerdotes". Não havia ainda os sacerdotes "que se chegam ao Senhor" nessa ocasião. Eles só foram instituídos algum tempo depois, após Moisés voltar do monte Sinai com as intricadas instruções para a construção do tabernáculo e para a ministração do sacerdócio através de Arão e seus filhos que podemos ver dos capítulos 25 ao 30 de Êxodo.
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Por Pipe


Nc Marcio Leia comigo:

"Ora Jetro,
 sacerdote de Midiã, sogro de Moisés, ouviu todas as coisas que Deus tinha feito a Moisés e a Israel seu povo, como o SENHOR tinha tirado a Israel do Egito". Êxodo 18:1

Haviam sacerdotes, não da tribo de Eli. Porém, haviam sacerdotes.

quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Livro: "Creation and the World of Science" de Arthur Peacocke


As Palestras de Bampton de 1978 de Arthur Peacocke foram publicadas como Criação e o Mundo da Ciência , um trabalho-chave em iniciar a explosão de interesse na relação entre religião e teologia para as ciências. Esta nova reedição, com um suplemento especial atualizando as referências e a exposição das visões atuais do autor, torna-a disponível novamente tanto para uma nova geração de estudantes e investigadores quanto para o público em geral, como uma conta eminentemente legível e acessível de questões contemporâneas na relação entre ciência e religião.

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

Quantos filhos dos porteiros voltaram da Babilônia?

139 (Ed 2:42) ou 138 (Ne 7:45).
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Descontradizendo:

Gleason Archer em seu livro: “Enciclopédia de Temas Bíblicos” pela editora Vida, pg.197-199 nos traz os seguintes argumentos para as supostas contradições do capítulo 2 de Esdras e 7 de Neemias:

“Em Esdras 2:3-35 e Neemias 7:8-38 há cerca de 33 nomes de família que aparecem em ambas as listas, iniciando-se com os filhos de Parós (2.172 nos dois relatos).

Nos dois relatos, quatorze famílias diferem quanto ao número de pessoas.

Duas com diferença de uma pessoa (os filhos de Adonicão e os filhos de Besai), uma com uma diferença de quatro pessoas (filhos de Lode, Hadide e Ono, 725 contra 721), duas com diferença de seis pessoas (de Paate-Moabe, os filhos de Josué e Joabe, 2.812 contra 2.818; e os filhos de Bani ou Binui – observe-se a variação na localização das mesmas consoantes – 642 contra 648). Quantos aos homens de Belém e Netofate, o total é nove a menos para Esdras, 179 contra 188. Os filhos de Bigvai são onze a menos em Esdras, 2.056 contra 2.067. No caso dos filhos de Zatu, Esdras registra 945, exatamente cem a mais em relação as Neemias, 845. De modo semelhantes, os homens de Betel e Ai, 223 contra 123. Quanto aos filhos de Adim, Esdras menciona 201 a menos (454) que Neemias (655). Os filhos de Asum são 105 a menos em Esdras (233 contra 328 em Neemias). Esdras registra 300 descendentes a menos que Neemias para Senaá (3.630 contra 3.930). A maior diferença encontra-se entre Ed os descendentes de Azgade (1.222 contra 2.322).

As outras dezenove famílias são idênticas nas duas listas.

Há dois fatores importantes que precisamos ter em mente ao deparar com essas várias discrepâncias do Texto recebido:

1. Jamieson, Fausset e Brown fazem o seguinte comentário:
”É provável que as pessoas mencionadas como pertencentes a determinada família ou se separaram no local de encontro ou tiveram seus nomes arrolados de início, como tendo a intenção de regressar. Todavia, no intervalo que se seguiu, para o devido preparo, algumas delas poderiam ter morrido enquanto outras não puderam ir por doença ou devido a outros obstáculos insuperáveis...”.

2. Devemos ter em mente também uma segunda consideração, que é a 
dificuldade em se preservar exatidão ao copiar os numerais de Vorlage. É difícil verificar os números. Se ele estivesse gasto pelo uso, manchado ou comido pela traça (como a maioria dos manuscritos de Qunram, por exemplo), é muito fácil imaginar que a incerteza a respeito do número unida à distração do copista resultaria numa inexatidão dos registros. Ao copias nomes raros ou de pouca familiaridade, em especial nomes estrangeiros, essa dificuldade também se apresenta.

Em vários registros pagãos é possível encontrar uma forte tendência a esse tipo de erro – várias cópias foram preservadas, de modo que podemos fazer comparações. Por exemplo, na inscrição da pedra Beistum, lançada por Dario, verificamos que o item 38 dá o total de mortos na armada de Frada: 55.243, mais 6.572 prisioneiros – de acordo com a coluna babilônica. Numa cópia dessa inscrição, encontrada na Babilônia, o número de prisioneiros era 6.973. Mas, na tradução aramaica dessa inscrição, descoberta em Elefantina, no Egito, o número de prisioneiros caiu para 6.972 – precisamente mesma discrepância que notamos ao comparar Esdras 2 e Neemias 7. De modo semelhante, no item 31 da mesma inscrição, a coluna babilônica registra 2.045 como sendo o total de mortos no exército rebelde de Frawartish, mais 1.558 escravizados, mas a cópia aramaica refere-se a 1.575 prisioneiros.

Ha outras considerações a serem feitas:

1. A lista de Esdras foi feita na Babilônia e o de Neemias, na Judéia, depois de os muros de Jerusalém terem sido reedificados. Esdras descreveu os que saíram da Babilônia e Neemias descreve os que chegaram em Jerusalém.

2.Outra questão, é que a lista de Esdras foi escrita em 450 a.C., e a lista de Neemias foi escrita em 445 a.C. A passagem de tantos anos certamente deveria produzir várias diferenças no registro das pessoas, com a ocorrência de mortes e outras circunstâncias. Algumas das circunstâncias que poderiam ter cooperado para esta diferença são:

- Alguns saíram de lá e durante o caminho desistiram ou tomaram outro rumo.
- Alguns decidiram sair depois que a lista já havia sido feita.
- Alguns por razões comercias, adiaram sua ida ou desistiram de saírem em última hora.
- Alguns poderiam ter morrido durante o caminho.

3. Só quatro famílias chegaram em números reduzidos (Ara, Zatu, os homens de Betel e Ai, e os de Lode, Hadide e Ono). Todos os demais apanharam recrutas de última hora, variando entre um (no caso de Adonicão e Besai) e 1.100 (no caso de Azgade).

4. Seja como for, as diferenças que aparecem nos totais dessas listas não deveriam causar surpresas. O mesmo tipo de aumento ou diminuição tem ocorrido nas grandes migrações da história secular.

Conclusão:

Não se trata de uma contradição e sim de dois relatos diferentes. As duas listas estão separadas por uma distância de cinco anos e de contextos e intenções diferentes. No caso de Esdras, escrita na Babilônia em 450 a.C. descrevia aqueles que estavam saindo. Já Neemias escrita em Jerusalém em 445 a.C. descrevia aqueles que haviam conseguido chegar ou decidiram de última hora se juntarem a multidão de viajantes.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Quantos cantores voltaram da Babilônia?

200 (Ed 2:65) ou 245 (Ne 7:67).
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Descontradizendo:

Gleason Archer em seu livro: “Enciclopédia de Temas Bíblicos” pela editora Vida, pg.197-199 nos traz os seguintes argumentos para as supostas contradições do capítulo 2 de Esdras e 7 de Neemias:

“Em Esdras 2:3-35 e Neemias 7:8-38 há cerca de 33 nomes de família que aparecem em ambas as listas, iniciando-se com os filhos de Parós (2.172 nos dois relatos).

Nos dois relatos, quatorze famílias diferem quanto ao número de pessoas.

Duas com diferença de uma pessoa (os filhos de Adonicão e os filhos de Besai), uma com uma diferença de quatro pessoas (filhos de Lode, Hadide e Ono, 725 contra 721), duas com diferença de seis pessoas (de Paate-Moabe, os filhos de Josué e Joabe, 2.812 contra 2.818; e os filhos de Bani ou Binui – observe-se a variação na localização das mesmas consoantes – 642 contra 648). Quantos aos homens de Belém e Netofate, o total é nove a menos para Esdras, 179 contra 188. Os filhos de Bigvai são onze a menos em Esdras, 2.056 contra 2.067. No caso dos filhos de Zatu, Esdras registra 945, exatamente cem a mais em relação as Neemias, 845. De modo semelhantes, os homens de Betel e Ai, 223 contra 123. Quanto aos filhos de Adim, Esdras menciona 201 a menos (454) que Neemias (655). Os filhos de Asum são 105 a menos em Esdras (233 contra 328 em Neemias). Esdras registra 300 descendentes a menos que Neemias para Senaá (3.630 contra 3.930). A maior diferença encontra-se entre Ed os descendentes de Azgade (1.222 contra 2.322).

As outras dezenove famílias são idênticas nas duas listas.

Há dois fatores importantes que precisamos ter em mente ao deparar com essas várias discrepâncias do Texto recebido:

1. Jamieson, Fausset e Brown fazem o seguinte comentário:
”É provável que as pessoas mencionadas como pertencentes a determinada família ou se separaram no local de encontro ou tiveram seus nomes arrolados de início, como tendo a intenção de regressar. Todavia, no intervalo que se seguiu, para o devido preparo, algumas delas poderiam ter morrido enquanto outras não puderam ir por doença ou devido a outros obstáculos insuperáveis...”.

2. Devemos ter em mente também uma segunda consideração, que é a 
dificuldade em se preservar exatidão ao copiar os numerais de Vorlage. É difícil verificar os números. Se ele estivesse gasto pelo uso, manchado ou comido pela traça (como a maioria dos manuscritos de Qunram, por exemplo), é muito fácil imaginar que a incerteza a respeito do número unida à distração do copista resultaria numa inexatidão dos registros. Ao copias nomes raros ou de pouca familiaridade, em especial nomes estrangeiros, essa dificuldade também se apresenta.

Em vários registros pagãos é possível encontrar uma forte tendência a esse tipo de erro – várias cópias foram preservadas, de modo que podemos fazer comparações. Por exemplo, na inscrição da pedra Beistum, lançada por Dario, verificamos que o item 38 dá o total de mortos na armada de Frada: 55.243, mais 6.572 prisioneiros – de acordo com a coluna babilônica. Numa cópia dessa inscrição, encontrada na Babilônia, o número de prisioneiros era 6.973. Mas, na tradução aramaica dessa inscrição, descoberta em Elefantina, no Egito, o número de prisioneiros caiu para 6.972 – precisamente mesma discrepância que notamos ao comparar Esdras 2 e Neemias 7. De modo semelhante, no item 31 da mesma inscrição, a coluna babilônica registra 2.045 como sendo o total de mortos no exército rebelde de Frawartish, mais 1.558 escravizados, mas a cópia aramaica refere-se a 1.575 prisioneiros.

Ha outras considerações a serem feitas:

1. A lista de Esdras foi feita na Babilônia e o de Neemias, na Judéia, depois de os muros de Jerusalém terem sido reedificados. Esdras descreveu os que saíram da Babilônia e Neemias descreve os que chegaram em Jerusalém.

2.Outra questão, é que a lista de Esdras foi escrita em 450 a.C., e a lista de Neemias foi escrita em 445 a.C. A passagem de tantos anos certamente deveria produzir várias diferenças no registro das pessoas, com a ocorrência de mortes e outras circunstâncias. Algumas das circunstâncias que poderiam ter cooperado para esta diferença são:

- Alguns saíram de lá e durante o caminho desistiram ou tomaram outro rumo.
- Alguns decidiram sair depois que a lista já havia sido feita.
- Alguns por razões comercias, adiaram sua ida ou desistiram de saírem em última hora.
- Alguns poderiam ter morrido durante o caminho.

3. Só quatro famílias chegaram em números reduzidos (Ara, Zatu, os homens de Betel e Ai, e os de Lode, Hadide e Ono). Todos os demais apanharam recrutas de última hora, variando entre um (no caso de Adonicão e Besai) e 1.100 (no caso de Azgade).

4. Seja como for, as diferenças que aparecem nos totais dessas listas não deveriam causar surpresas. O mesmo tipo de aumento ou diminuição tem ocorrido nas grandes migrações da história secular.

Conclusão:
Não se trata de uma contradição e sim de dois relatos diferentes. As duas listas estão separadas por uma distância de cinco anos e de contextos e intenções diferentes. No caso de Esdras, escrita na Babilônia em 450 a.C. descrevia aqueles que estavam saindo. Já Neemias escrita em Jerusalém em 445 a.C. descrevia aqueles que haviam conseguido chegar ou decidiram de última hora se juntarem a multidão de viajantes.

segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011

Quantos descendentes de Zatu voltaram da Babilônia?

945 (Ed 2:8) ou 845 (Ne 7:13).
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Descontradizendo:

Gleason Archer em seu livro: “Enciclopédia de Temas Bíblicos” pela editora Vida, pg.197-199 nos traz os seguintes argumentos para as supostas contradições do capítulo 2 de Esdras e 7 de Neemias:

“Em Esdras 2:3-35 e Neemias 7:8-38 há cerca de 33 nomes de família que aparecem em ambas as listas, iniciando-se com os filhos de Parós (2.172 nos dois relatos).

Nos dois relatos, quatorze famílias diferem quanto ao número de pessoas.

Duas com diferença de uma pessoa (os filhos de Adonicão e os filhos de Besai), uma com uma diferença de quatro pessoas (filhos de Lode, Hadide e Ono, 725 contra 721), duas com diferença de seis pessoas (de Paate-Moabe, os filhos de Josué e Joabe, 2.812 contra 2.818; e os filhos de Bani ou Binui – observe-se a variação na localização das mesmas consoantes – 642 contra 648). Quantos aos homens de Belém e Netofate, o total é nove a menos para Esdras, 179 contra 188. Os filhos de Bigvai são onze a menos em Esdras, 2.056 contra 2.067. No caso dos filhos de Zatu, Esdras registra 945, exatamente cem a mais em relação as Neemias, 845. De modo semelhantes, os homens de Betel e Ai, 223 contra 123. Quanto aos filhos de Adim, Esdras menciona 201 a menos (454) que Neemias (655). Os filhos de Asum são 105 a menos em Esdras (233 contra 328 em Neemias). Esdras registra 300 descendentes a menos que Neemias para Senaá (3.630 contra 3.930). A maior diferença encontra-se entre Ed os descendentes de Azgade (1.222 contra 2.322).

As outras dezenove famílias são idênticas nas duas listas.

Há dois fatores importantes que precisamos ter em mente ao deparar com essas várias discrepâncias do Texto recebido:

1. Jamieson, Fausset e Brown fazem o seguinte comentário:
”É provável que as pessoas mencionadas como pertencentes a determinada família ou se separaram no local de encontro ou tiveram seus nomes arrolados de início, como tendo a intenção de regressar. Todavia, no intervalo que se seguiu, para o devido preparo, algumas delas poderiam ter morrido enquanto outras não puderam ir por doença ou devido a outros obstáculos insuperáveis...”.

2. Devemos ter em mente também uma segunda consideração, que é a 
dificuldade em se preservar exatidão ao copiar os numerais de Vorlage. É difícil verificar os números. Se ele estivesse gasto pelo uso, manchado ou comido pela traça (como a maioria dos manuscritos de Qunram, por exemplo), é muito fácil imaginar que a incerteza a respeito do número unida à distração do copista resultaria numa inexatidão dos registros. Ao copias nomes raros ou de pouca familiaridade, em especial nomes estrangeiros, essa dificuldade também se apresenta.

Em vários registros pagãos é possível encontrar uma forte tendência a esse tipo de erro – várias cópias foram preservadas, de modo que podemos fazer comparações. Por exemplo, na inscrição da pedra Beistum, lançada por Dario, verificamos que o item 38 dá o total de mortos na armada de Frada: 55.243, mais 6.572 prisioneiros – de acordo com a coluna babilônica. Numa cópia dessa inscrição, encontrada na Babilônia, o número de prisioneiros era 6.973. Mas, na tradução aramaica dessa inscrição, descoberta em Elefantina, no Egito, o número de prisioneiros caiu para 6.972 – precisamente mesma discrepância que notamos ao comparar Esdras 2 e Neemias 7. De modo semelhante, no item 31 da mesma inscrição, a coluna babilônica registra 2.045 como sendo o total de mortos no exército rebelde de Frawartish, mais 1.558 escravizados, mas a cópia aramaica refere-se a 1.575 prisioneiros.

Ha outras considerações a serem feitas:

1. A lista de Esdras foi feita na Babilônia e o de Neemias, na Judéia, depois de os muros de Jerusalém terem sido reedificados. Esdras descreveu os que saíram da Babilônia e Neemias descreve os que chegaram em Jerusalém.

2.Outra questão, é que a lista de Esdras foi escrita em 450 a.C., e a lista de Neemias foi escrita em 445 a.C. A passagem de tantos anos certamente deveria produzir várias diferenças no registro das pessoas, com a ocorrência de mortes e outras circunstâncias. Algumas das circunstâncias que poderiam ter cooperado para esta diferença são:

- Alguns saíram de lá e durante o caminho desistiram ou tomaram outro rumo.
- Alguns decidiram sair depois que a lista já havia sido feita.
- Alguns por razões comercias, adiaram sua ida ou desistiram de saírem em última hora.
- Alguns poderiam ter morrido durante o caminho.

3. Só quatro famílias chegaram em números reduzidos (Ara, Zatu, os homens de Betel e Ai, e os de Lode, Hadide e Ono). Todos os demais apanharam recrutas de última hora, variando entre um (no caso de Adonicão e Besai) e 1.100 (no caso de Azgade).

4. Seja como for, as diferenças que aparecem nos totais dessas listas não deveriam causar surpresas. O mesmo tipo de aumento ou diminuição tem ocorrido nas grandes migrações da história secular.

Conclusão:

Não se trata de uma contradição e sim de dois relatos diferentes. As duas listas estão separadas por uma distância de cinco anos e de contextos e intenções diferentes. No caso de Esdras, escrita na Babilônia em 450 a.C. descrevia aqueles que estavam saindo. Já Neemias escrita em Jerusalém em 445 a.C. descrevia aqueles que haviam conseguido chegar ou decidiram de última hora se juntarem a multidão de viajantes.