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quinta-feira, 2 de março de 2017

PERGUNTAS FREQÜENTES SOBRE A IDADE DA TERRA


1. Qual é a idade da Terra?
A maioria dos cientistas crê que a Terra tem cerca de 4,5 bilhões de anos. Este valor é baseado em datação radiométrica. Muitos criacionistas crêem que a Terra tenha cerca de 6.000 a 10.000 anos. Estes valores são baseados nas cronologias do Gênesis. Alguns criacionistas crêem que esta questão não é muito importante; talvez os minerais tenham sido criados numa ocasião, e a vida em outra. A Bíblia não dá uma idade para a Terra, e nenhuma conclusão teológica é baseada na idade da Terra, de forma que esta questão pode não ser tão importante como algumas outras.

2. Por que os cientistas pensam que a Terra tem bilhões de anos?
Estes valores são o resultado de técnicas de datação radiométrica que são aplicadas às rochas. O mais popular destes métodos é provavelmente o do potássio-argônio, embora haja vários outros, tais como o urânio-chumbo, rubídio-estrôncio, etc. (1). Alguns átomos de potássio são radioativos e se transformam em argônio, um gás inerte. O material radioativo (potássio-40) é chamado de material pai; o produto (argônio-40) é chamado de material filho. À medida que o tempo passa, a quantidade de material pai (potássio-40) diminui enquanto a quantidade de material filho (argônio-40) aumenta.

As idades determinadas por potássio-argônio são calculadas a partir da proporção entre argônio e potássio. Esta proporção fica maior com o decorrer do tempo. Se a quantidade de potássio-40 fica muito pequena para ser detectada, o método não pode mais ser usado para calcular a idade de uma rocha. As quantidades de potássio-40 e argônio-40 podem ser medidas com precisão, mas a exatidão da idade depende da confiabilidade de três premissas principais: taxa de decaimento constante, sistema fechado, e concentração inicial. A hipótese da taxa de decaimento constante parece válida; há pouca evidência já observada contra ela. A hipótese do sistema fechado é válida na maior parte das vezes (o método não é aplicado a rochas que mostram evidente alteração química), mas há sempre necessidade de cautela. A hipótese da concentração inicial é a parte mais fraca do método de cálculo de idades radiométricas. São feitas tentativas para estimar a concentração inicial da forma mais razoável possível, mas não há meio de ter certeza de que as estimativas estejam corretas. Não se pode voltar no tempo e examinar a amostra de rocha logo que foi formada. Os criacionistas que defendem uma idade curta para a Terra suspeitam que haja problemas com a hipótese do sistema fechado e com a hipótese da concentração inicial.

3. O que significa meia-vida?
Meia-vida é o tempo necessário para que metade da amostra de um material radioativo pai se transforme em material filho. Para o potássio-40, a meia-vida determinada é de cerca de 1,3 bilhões de anos. Isto significa que se iniciarmos com 1000 átomos de potássio-40, 500 deles terão se transformado em argônio-40 após 1,3 bilhões de anos. Após outros 1,3 bilhões de anos, apenas 250 deles terão restado, e terão se formado 750 átomos de argônio-40. Uma terceira meia vida irá reduzir o potássio-40 a 125 átomos, com a formação de um total de 875 átomos de argônio-40. Neste ponto, a proporção de uma parte de potássio-40 para 7 partes de argônio-40 iria indicar uma idade de cerca de 3,9 bilhões de anos, que é aproximadamente a idade radiométrica das "mais velhas" rochas conhecidas na Terra.Os detalhes técnicos complicam os cálculos na prática, mas este exemplo ilustra os princípios no qual o método é baseado.

4. Como os criacionistas explicam idades radiométricas de muitos milhões de anos?
Os criacionistas não têm uma explicação adequada, mas já foram propostas algumas possibilidades (2). A primeira possibilidade é que as rochas da Terra sejam muito antigas porque o planeta foi formado bem antes de a vida ter sido criada nela. Esta teoria propõe que o Gênesis se refere apenas à criação da vida no planeta e não à criação do planeta em si. Esta é chamada de “Hipótese de Dois Estágios da Criação”. A segunda hipótese é que Deus tenha criado um planeta maduro, com árvores crescidas, animais adultos e seres humanos adultos também. Portanto, é razoável que as rochas tenham sido criadas para aparentarem idade também. Esta é conhecida como a “Hipótese da Criação da Terra Madura”. Uma terceira possibilidade é a de que haja alguma razão funcional para que certos materiais radioativos não devessem ser abundantes, para não acarretar danos sobre os organismos vivos. Isso implica que as quantidades reduzidas de átomos pais radioativos fazem parte do planejamento intencional do Criador.

5. Que problemas não resolvidos sobre a idade da Terra são de maior preocupação?
A questão mais difícil é provavelmente a seqüência aparente de idades radiométricas, dando idades mais antigas para as camadas inferiores da coluna geológica e idades mais jovens para camadas superiores. Outras questões são: por que a datação radiométrica produz sistematicamente idades muito maiores do que as sugeridas pelo relato bíblico; a razão para vestígios de atividade na coluna geológica; e explicação para as longas séries de camadas de gelo polar.

Notas para as perguntas sobre a idade da Terra
1. Ver: (a) Newcomb R. C. 1990. Absolute age determination. Berlin and NY: Springer-Verlag; (b) Faure G. 1986. Principles of isotope geology. 2a edição. NY: John Wiley and Sons.
2. Ver: (a) Brown R. H. 1983. How solid is a radioisotope age of a rock? Origins 10:93-95; (b) Brown R. H. 1977. Radiometric age and the traditional Hebrew-Christian view of time. Origins 4:68-75; (c) Giem P. A. L.. 1997. Scientific theology. Riverside, CA: La Sierra University Press, p 116-136; (d) Brown R. H. 1996. Radioisotope age, Part 1. Geoscience Reports No. 20; (e) Webster C. L. 1996. Radioisotope age, Part 2. Geoscience Reports No 21; (f) Clausen B. L. 1997. Radioisotope age, Part 3. Geoscience Reports Nº 22. Loma Linda, CA: Geoscience Research Institute.

Fonte: https://setimodia.wordpress.com/2011/07/05/perguntas-frequentes-sobre-a-idade-da-terra/

quinta-feira, 6 de outubro de 2016

Livro: "Uma Breve História da Terra" de Nahor Neves

Alguns fenômenos geológicos, observados atualmente, podem resultar em desastres naturais, como os terremotos (geralmente associados à movimentação das placas tectônicas), os grandes deslizamentos de encostas (fluxos gravitacionais), as erupções vulcânicas, etc. Em muitas ocasiões, esses eventos catastróficos desencadeiam determinados processos (segregação e estratificação espontâneas, fluxos de lava basáltica, etc.) que são passíveis de correlação com vestígios dos mesmos fenômenos desenvolvidos, muito mais intensamente, no passado.

A geologia histórica parece identificar-se muito melhor com os grandes desastres naturais, que se desenvolvem muito rapidamente, do que com os processos geológicos ordinários (não catastróficos). Por outro lado, os desastres naturais atuais são pontuais no tempo e no espaço; já aqueles "desastres naturais" pretéritos se manifestaram globalmente e de maneira ininterrupta, durante um curto intervalo de tempo.

Identificam-se ainda, analisando criteriosamente as feições estruturais e texturais dos estratos sedimentares, evidências de outros eventos geológicos, não observados no presente, que certamente teriam provocado drásticas transformações na superfície da Terra, como: impactos de gigantescos meteoritos, extinção em massa (de plantas e animais) e processos de erosão e sedimentação abrangendo áreas imensas.

Esses eventos cataclísmicos ocorreram, no passado, isoladamente ou de maneira interligada (um fenômeno desencadeando outro)? É possível estimar, com razoável aproximação, a duração dos correspondentes fenômenos? As interrogações apresentadas merecem uma consideração séria e objetiva, pois se referem ao período mais conturbado da breve história da Terra.

No Estado de São Paulo, como em quase todo vasto território nacional, o clima subtropical a tropical favorece a ação intensa do intemperismo que tende a transformar materiais rochosos em solo. Assim, o geólogo brasileiro geralmente se defronta com a escassez de afloramentos onde se possa encontrar rocha sã ou inalterada, com suas características estruturais e texturais preservadas.

Nos canteiros de construção de grandes usinas hidroelétricas na região Sul e Sudeste do país, especialmente no Estado de São Paulo, entre as décadas de 60 e 80, viabilizou-se o exame em detalhe de milhares de metros de testemunhos de sondagem, bem como o contato direto com extensas superfícies de rocha basáltica (rocha de origem vulcânica) inalterada, nas escavações necessárias à implantação de diversas estruturas de barragem. Na ocasião, vários geólogos inclusive este autor foram beneficiados com a rara oportunidade de estudar, minuciosamente, amplas exposições dos derrames basálticos da Formação Serra Geral (Bacia Sedimentar do Paraná).

Pesquisas científicas envolvendo as rochas basálticas, desenvolvidas pelo mesmo autor, junto à Universidade de São Paulo - USP durante 12 anos, possibilitaram-no acumular um significativo acervo de dados e chegar a conclusões surpreendentes. A título de exemplo, citaremos neste preâmbulo apenas a seguinte:
"O extravasamento dos derrames basálticos da Bacia do Paraná foi rápido e sucessivo. Os derrames encontravam-se em franco processo de resfriamento, ainda na fase líquida, quando já haviam sido sobrepostos por vários outros subseqüentes. É exatamente este o motivo da aparência de corpos intrusivos, apresentada pela maioria dos derrames Serra Geral".
Esta experiência pessoal harmoniza-se perfeitamente com outras realidades geológicas:
  • Os extensos e espessos estratos sedimentares, cujos contatos (plano-paralelos) apresentam-se sem indícios de erosão ou de ação intempérica (evidências de rápida superposição);
  • Dados experimentais, facilmente reproduzíveis, evidenciando o desenvolvimento espontâneo ou simultâneo das partes ("lâminas ou camadas") de determinados pacotes sedimentares estratificados.
  • A possibilidade de se interligar, coerentemente, eventos geológicos globais e catastróficos (impactos de meteoritos, extinção em massa, etc.).
  • Estas e outras evidências nos estimulam a elaborar um modelo alternativo de coluna geológica, onde as longas eras (Paleozóico, Mesozóico e Cenozóico) do éon Fanerozóico, estabelecidas pela Geocronologia Padrão, são confrontadas com as divisões de um novo paradigma geocronológico.
O modelo proposto não pretende questionar a datação radiométrica utilizada para as rochas Pré-Cambrianas. Pergunta-se, entretanto: as divisões do Fanerozóico podem ser correlacionadas, com precisão, a idades radiométricas ou absolutas? Sobre que fundamento se construiu a escala de tempo fanerozóica?
"A escala de tempo fanerozóica é baseada em numerosas seções de rochas sedimentares que foram correlacionadas em âmbito intercontinental por meio de fósseis" (EICHER, 1982).
Uma declaração ainda mais comprometedora é apresentada pelo mesmo autor, justificando sua tentativa de apontar um outro índice paleontológico, mais preciso, do tempo geológico:
"Persistem ainda suspeitas de que, devido a alguma fonte insuspeita de erro sistemático, o calendário radiométrico inteiro, da base ao topo, poderia estar drasticamente errado" (EICHER, 1982).
Será que as técnicas mais modernas de datação radiométrica, desenvolvidas nos últimos anos, aplicadas às rochas sedimentares, estabelecem valores absolutos e precisos para toda a escala de tempo fanerozóica, independentemente da datação bioestratigráfica (baseada na disposição, relativamente ordenada, dos fósseis no registro geológico)? Na realidade, a imprecisão da datação é um dos aspectos mais frustrantes da geologia tradicional.

Sendo assim, cremos haver espaço para a construção de um modelo de coluna geológica que esteja fundamentado não em métodos de datação, mas sim, nas feições litológicas, estruturais e outros dados geológicos de campo, passíveis de serem identificados e interpretados por qualquer pesquisador isento. O estudo focalizará, preferencialmente, o período compreendido pelo Fanerozóico (mais especificamente, do Cambriano ao Terciário), durante o qual formaram-se os extensos estratos sedimentares com conteúdo fossilífero significativo.

Convidamos então o leitor, independentemente de sua cosmovisão, para que analise imparcialmente o texto do livro a fim de que, juntos, interpretemos os fatos. Em uma segunda etapa, procuraremos associar, coerentemente, esses mesmos fatos à hipótese mais consistente. Finalmente, buscaremos respostas convincentes a algumas importantes indagações relativas à história de nosso planeta.

sexta-feira, 6 de maio de 2016

A Luz das Estrelas e a Idade do Universo


Richard Niessen

O problema
A luz que transpõe 300.000 km/s, viaja trilhões de km/ano. A distância assim percorrida é chamada de um ano-luz. Existem galáxias que estão, segundo se alega. a bilhões de anos-luz distantes do nós no espaço. Isso significa que a luz que saiu das galáxias há 5 bilhões de anos, estaria agora nos alcançando. Isso pareceria indicar que o universo e a criação devem ter pelo menos, 5 bilhões de anos ou então não estaríamos vendo essa luz. Em outras palavras, se as estrelas tivessem apenas de 6 a 10.000 anos de idade, a luz dessas distantes galáxias ainda não nos teria alcançado.

Quatro possíveis soluções
1) As distâncias espaciais não podem ser medidas de maneira exata. Obviamente não podemos estender um barbante no espaço cósmico ou medir tais distâncias com uma fita métrica, por isso as distâncias são calculadas e não medidas. Isso se faz através de uma técnica conhecida como triangulação, ou paralaxe. Topógrafos usam esse método com as leis da trigonometria que afirmam que, se a linha de base e dois ângulos de um triângulo são conhecidos, então a altura desse triângulo pode ser calculada.

Distâncias curtas de algumas poucas centenas de milhares de quilômetros podem ser medidas pala triangulação de observações simultâneas de observatórios em lados opostos da terra, mas, quando a proporção das distâncias entre o conhecido e o desconhecido aumentam, os ângulos da linha da base se tornam cada vez maiores de modo que além de uma proporção de 28,5 para 1 entre a altitude e a linha de base, o ângulo se torna maior que 89º e deve ser subdividido em minutos e segundos do arco. As limitações deste método são evidentes, até mesmo dentro do nosso próprio sistema solar, pois o ângulo vértice até o sol teria apenas 10 segundos do arco (1/360 de um grau). As distâncias até mesmo às estrelas mais próximas são tão grandes que se torna necessário uma linha de base triangulacional maior, de modo que se usa a órbita da terra ao redor do sol, permitindo uma linha de base de cerca de 300 milhões de quilômetros. As observações são feitas com seis meses de intervalo, os ângulos são comparados e a distância é computada com a trigonometria.

Considerando que as distâncias entre as estrelas são tão grandes, os lados do triângulo são praticamente perpendiculares e assim apenas as distancias até as estrelas mais próximas (até cerca de 200 anos-luz) podem ser medidas através desta técnica. Por exemplo, o nosso sol dista 8 minutos-luz de nós, portanto a linha de base do triângulo teria 16 minutos-luz. Mas a estrela mais próxima, Alfa Centauro, fica a 4 1/2 anos-luz ou 2.365.000 minutos-luz da terra, numa proporção aproximada de 148.000 para 1. Nessa proporção, uma linha de 215 mm, traçada numa página. A4 teria o vértice do seu ângulo a 322 km de distância!

Distâncias maiores são determinadas pelos tamanhos presumidos e pela intensidade das estrelas, pelo desvio para o vermelho e muitos fatores questionáveis que talvez não tenham nada a ver com a distância.1 Na verdade, alguns astrônomos acham que é possível que todo o universo possa ser encaixado em uma área de 200 anos luz de raio a partir da terra! Portanto não temos nenhuma garantia de que as distâncias reais no espaço sejam tão grandes como as que têm sido divulgadas, e a luz vinda do ponto mais distante no universo, tenha nos alcançado em apenas algumas centenas de anos.

2) A luz pode tomar um "atalho" em sua viagem através do espaço. Isto é difícil de ilustrar mas basta dizer que há dois conceitos sobre a "forma" do espaço cósmico. Um diz que ele é em linha reta (Euclidiano), e o outro, que ele é curvo (Riemanniano). Com base em observações de 27 sistemas binários de estrelas, parece que a luz no espaço profundo viaja em linhas curvas sobre superfícies riemannianas. 2

A fórmula para converter o espaço reto em curvo é S = 2R tan -1 (r/2R), onde r é a distância euclidiana ou em linha reta, e R é o raio da curvatura do espaço riemanniano. Com esta fórmula, a um raio de curvatura de 5 anos-luz para o espaço riemanniano, o tempo que a luz leva para alcançar-nos de diversos pontos em nosso sistema solar é praticamente o mesmo, tanto nas distâncias euclidianas como nas riemannianas, e não há grande alteração, mesmo em relação à estrela mais próxima (41/2 anos-luz). Mas se nós inserirmos uma distância euclidiana infinita para a estrela mais distante que possamos conceber, levaria apenas 15,71 anos para a luz chegar até nós vinda dessa distância. O quadro abaixo nos dá uma idéia da conversão distância-tempo:

Distância Euclidiana, em anos Luz
Distância Riemanniana em tempo real
1
0,997 anos
4
3,81
30
12,5
100
14,7
1.000
15,6
10.000
15,7
infinito
15,71

Observe que pela natureza da fórmula, o limite máximo do tempo no espaço riemanniano tem sua definição, e mesmo quando o raio da curvatura é modificado através de novas descobertas, ele nunca fica muito grande.
Conclusão: Parece que a luz pode tomar um "atalho" ao viajar através do espaço profundo, e mesmo quando assumimos por certo que as distâncias uniformitarianas são válidas, o tempo que a luz leva para chegar aqui, vinda dos extremos do universo, seria de apenas 15 anos.

3) Talvez a velocidade da luz fosse consideravelmente maior no passado. Há diferentes considerações sobre esta teoria. Uma sugere que a velocidade da luz tem diminuído consideravelmente nos últimos 300 anos, o que extrapola para uma velocidade 5xl011 (500 bilhões) vezes mais rápida 6.000 anos atrás.3 Se isso for verdade, a luz vinda de uma estrela a 5 bilhões de anos-luz (presumindo que as distâncias realmente são tão grandes) teria nos alcançado em 3 dias! Outra sugestão é de que a velocidade da luz, no tempo da Criação era infinita, e que uma "onda de choque" saiu da terra no momento da Maldição, diminuindo a velocidade da luz até o seu presente valor.4 A luz atualmente emitida dessas estrelas distantes, levaria muito tempo para nos alcançar, mas no tempo da criação ela teria chegado aqui quase instantaneamente. Ainda uma outra sugestão, é a de que a tolerância e a permeabilidade do espaço livre alterou-se por ocasião do Dilúvio diminuindo a velocidade da luz por um fator de 513 do seu valor anterior.5

Conclusão: Os criacionistas diferem em suas interpretações de como, quando e através de que fator a velocidade da luz foi alterada no passado, mas parece que há certa concordância de que é uma real possibilidade. Este terceiro fator pode ser usado independentemente ou em conjunto com os dois primeiros pontos. Em outras palavras, talvez, além das distâncias menores do que ordinariamente se reivindica, também seja verdade, ao mesmo tempo que a luz que viajava mais rapidamente no passado e que também tomasse "atalhos"!

4) Há indicações de que a terra e o universo foram criados com aparência de maturidade. Temos diversos exemplos disso:

As plantas (Gn. 1:11-12) - Elas foram criadas adultas e deram fruto no momento de sua criação. O que teria levado anos para realizar-se através dos processos uniformitarianistas aconteceu em segundos.

Os animais (Gn. t;2~25) - Os peixes, as aves e as três categorias de animais terrestres foram criados adultos, tendo tal aparência e imediatamente eram capazes de se reproduzirem no primeiro dia de sua existência (v.22). A Bíblia, portanto, nos ajuda assim a responder a pergunta que não teria resposta: "O que apareceu primeiro o ovo ou a galinha?" Os evolucionistas tomariam o caminho infinito de volta às primeiras formas de vida mas o criacionista pode dizer que a galinha foi criada primeiro e então ela passou a pôr ovos.

O Homem (Gn. 2:7) - Adão foi criado adulto, com um depósito inerente de conhecimentos e um vocabulário. Foi capaz do articular a linguagem e reproduzir-se no primeiro dia de sua existência (Gn. 1:28-29; 2:8,l6-20,24). Se Adão tinha a aparência de 20 ou 50 anos do idade é irrelevante; se uma pessoa entrasse no Jardim do Éden cinco minutos depois da criação de Adão, seria capaz de conversar com ele inteligentemente e provavelmente concluiria sob as pressuposições uniformitarianas, que Adão estava lá há muitos anos.

Eva (Gn. 2:21-23) - Da mesma forma, Eva foi criada adulta e pronta para casar-se com Adão imediatamente. (Gn. 1:27-28; 2:22-25).

As Estrelas (Gn 1:14-19) - O sol, a lua e as estrelas foram criadas no quarto dia da semana da criação. Individual e coletivamente elas deviam ter diferentes funções: separar o dia da noite, servir de ajuda à navegação. Como indicadoras cronológicas, para iluminar a terra, além de declarar a glória de Deus (Salmo 19:1). O que não se nota com tanta freqüência é que isso aconteceu no dia de sua criação (Gn. l:l5). É verdade que a palavra Bíblica estrela (Heb. Kökab; Grego: Astër) é um termo mais amplo do que a nossa palavra "estrela", fonte de energia, e inclui qualquer coisa no espaço. mas o que queremos destacar é que as estrelas (e a mais próxima fica a 41/2 anos-luz de distância) foram vistas no primeiro dia de sua existência. Isto significa que mesmo se as distâncias forem corretas, as estrelas simplesmente teriam dado a aparência de ali estarem há mais tempo. Portanto, as estrelas e os raios de luz que as ligam visualmente à Terra foram criados ao mesmo tempo.

Este conceito dá lugar a diversas perguntas. Primeira. Isto não significa que Deus, como um mágico, está intencionalmente enganando-nos e fazendo as coisas parecerem mais antigas do que realmente são? A pergunta realmente retrocede à questão da intenção: será que Deus teve a intenção de tornar as coisas plenamente funcionais, ou será que nós nos sentimos enganados apenas porque as consideramos através de certas pressuposições uniformitarianas? Portanto, embora seja verdade que a terra e o universo foram criados com aparência atual, acho melhor falar da criação como um universo plenamente funcional que, como um aspecto secundário, apenas dá impressão de maturidade.

A esta altura são geralmente feitas duas perguntas: "As árvores foram criadas com anéis anulares"? e "Adão tinha umbigo"?

Primeiro, a pergunta acerca dos anéis anulares das árvores depende parcialmente do propósito para o qual Deus originalmente criou essas camadas. Temos observado este fenômeno e temos notado uma relação entre o número de anéis e a idade da árvore, mas a cronologia talvez seja uma função secundária das camadas, conforme se verifica em certas árvores que criam diversas camadas em um só ano, ou nenhum, dependendo das condições climáticas. Outra possibilidade é que Deus tenha acelerado o processo atual, de forma que Ele fez em segundos o que normalmente levaria anos para acontecer. Se as árvores tinham camadas ou não, não devemos ignorar o fato de que elas eram realmente árvores adultas que deram frutos antes do final do dia (Gn 1:11.12).

Agora, a outra: Adão tinha umbigo? Provavelmente não, apenas porque o umbigo é um remanescente do processo normal de nascimento, e não de maturidade, de funcionalidade. Portanto, se Deus o criasse com um umbigo, isso realmente seria mentira, porque transmitiria uma informação errada.

O conceito Bíblico de uma criação em funcionamento, com matéria que dava aparência de maturidade pode ser também estendida ao Novo Testamento. A criação do vinho em João 2:l-l0 é um exemplo. O fato de que água não foi criada ex nihilo, mas já existia, é irrelevante. O vinho é quimicamente mais complexo do que água, e por isso envolve uma certa quantidade de criação ex nihilo e além disso deu a impressão de ser vinho antigo (João 2:8-10). Assim também aconteceu com a criação dos pães e dos peixes, em João 6:l-l3. Normalmente, os pães e os peixes foram criados com aparência de maturidade, não porque Jesus estivesse realizando uma mágica de salão e tentasse enganar a Sua platéia, mas porque Ele quis que a matéria em questão fosse funcional e imediatamente utilizável.

Conclusão
Existem três possibilidades "seculares" ou não-Bíblicas quanto ao problema da harmonização de um universo jovem com as, supostamente, grandes distâncias das galáxias do espaço cósmico:

* as distâncias talvez não sejam tão grandes afinal,
* a luz pode tomar um atalho na sua viagem através do espaço sideral,
* a velocidade da luz talvez fosse consideravelmente maior no passado.

Estas três possibilidades não são mutuamente exclusivas, e podem realmente ser usadas conjuntamente. A quarta solução, que pode ser usada independentemente ou em conjunto com as três acima, é que Deus criou os raios de luz e também as estrelas de modo que fossem, como realmente foram, visíveis no quarto dia da semana da criação.

REFERÊNCIAS
1. Muitas pressuposições astronômicas são como um castelo de cartas. Por exemplo, a constante astronômica de Hubble, um ponto de referência nos cálculos uniformitarianistas de distância, recentemente foi determinada ser consideravelmente diferente do que se pensava antes, resultando assim no "colapso" da noite para o dia do tamanho do universo em 50% do seu valor antigo.
2. Harold S. Slusher, "Travelling of Light in Space" ( Viagem da Luz no Espaço), em Age of the Cosmos (Idade do Cosmos), ( San Diego, CA, EUA; ICR 1980), págs. 25-37. Para analisar um outro ponto de vista sobre a geometria hiperbólica ou não euclideana do espaço, veja Mayne M. Zage, "The Geometry of Binocular Visual Space" ( A Geometria da Espaço Visual Binocular) Mathematics Magazine 53 (Nov. 1980), págs. 289-293.
3. Barry Setterfield "The Velocity of Light and the Age of the Universe" ( A Velocidade da Luz e a Idade do Universo), Ex Nihilo (1982); págs 52-93.
4. David. M. Harris, "A Solution to Seeing Stars"(Uma Solução para Observar Estrelas), Creation Research Society Quarterly 15 (Set. 1978); págs. 112-115. Ele oferece também uma explicação para o Desvio Para o Vermelho, que não exige um universo em expansão.
5. Glenn R. Morton, "Electromagnetics and the Appearance of Age" (Eletromagnetismo e a Aparência de Idade), Creation Research Society Quarterly 18 (Mar. 1982); págs. 227-232.
P.S. da Sociedade Origem e Destino, abril 1999, por Waldemar Janzen.


Experiências recentes tem produzido velocidades de ondas eletromagnéticas superiores à da velocidade da luz em até em torno de 4 vezes. Pressupõe-se, baseado nesta experiência, que velocidades quase infinitas são tangíveis. Um cientista brasileiro está na equipe de conceituação matemática do fenômeno. Por outro lado, há apenas uns meses atrás se noticiou que a luz pôde ser "freada" para se propagar com uma velocidade de apenas 60 km/s. Com isto, grande parte da relatividade de Einstein, inclusive a fórmula de relação entre energia e matéria, caem por terra. Isto prova que o teor deste artigo, apesar de ter sido escrito antes destas descobertas, é bastante atual.