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domingo, 8 de fevereiro de 2015

A farsa da comparação do DNA do homem com o do chimpanzé


Tem sido veiculada, nos últimos tempos, até com uma certa insistência pela mídia, a informação de que o DNA do homem e do chimpanzé diferem, em conteúdo, apenas por uma pequena margem de 2%, e que isto seria uma prova incontestável de que homens e chimpanzés teriam evoluído a partir de um tronco comum em tempos mais recentes. A informação a esse respeito publicada pela revista ISTOÉ de 02 de junho de 2004, p. 102.

Será que essa informação a respeito desses DNAs é mesmo verdadeira? E se fosse, esse fato teria mesmo essa amplitude, de modo a permitir a conclusão de que homens e chimpanzés seriam, no contexto da evolução, parentes próximos?

Para entender bem essa questão, precisamos de algumas informações relacionadas com o Projeto Genoma. Lembramos, então, que um genoma é o DNA inteiro de um organismo, incluindo os seus genes, que carregam a informação para fazer todas as suas proteínas. Estas, por sua vez, determinam a sua aparência, como ele combate infecções e, possivelmente, como se comporta.

"Parentesco inegável
Uma junta científica internacional comparou, pela primeira vez em profundidade, o genoma humano com o de seu parente mais próximo, o chimpanzé. A porção escolhida foi o cromossomo 21, responsável por doenças mentais, e o equivalente animal, o cromossomo 22. Na comparação, só 1,44% dos genes eram diferentes. Foi possível detectar um processo semelhante à síndrome de Down nos chimpanzés. Além de fundamental para a medicina genética, a comparação dos genes ajuda a investigar o processo de evolução que diferenciou as duas espécies".


Link em que se encontra o artigo: SÉCULO 21: as novidades no campo da ciência, tecnologia e meio ambiente

Será que essa informação a respeito desses DNAs é mesmo verdadeira? E se fosse, esse fato teria mesmo essa amplitude, de modo a permitir a conclusão de que homens e chimpanzés seriam, no contexto da evolução, parentes próximos?

Para entender bem essa questão, precisamos de algumas informações relacionadas com o Projeto Genoma. Lembramos, então, que um genoma é o DNA inteiro de um organismo, incluindo os seus genes, que carregam a informação para fazer todas as suas proteínas. Estas, por sua vez, determinam a sua aparência, como ele combate infecções e, possivelmente, como se comporta.

O DNA é constituído de quatro bases: A (adenina), G (guanina), C (citosina) e T (timidina), que se repetem ao longo de sua estrutura. É a ordem dessas bases que determina se um dado organismo é humano ou de outra espécie, daí o interesse dos cientistas no DNA.

O Projeto Genoma tinha como objetivo identificar os aproximadamente 30 mil genes presentes no DNA humano e determinar a seqüência dos 3 bilhões de pares de bases que o compõem. Estruturado a partir de dois consórcios laboratoriais, o projeto teve início em 1990 e estava previsto para ser concluído no ano de 2005. Foram necessários, entretanto, apenas 13 anos para que o trabalho fosse concluído.

Este projeto reuniu um número imenso de pesquisadores de vários laboratórios e universidades em cerca de pelo menos 18 países e consumiu, obviamente, muitos bilhões de dólares. Apesar disso, é agora que começa o trabalho maior para entender os resultados obtidos. É como se tivéssemos identificado todas as letras de um livro, sendo agora necessário entender o que elas juntas significam, isto é, qual a função de cada um desses 30 mil genes e da ordem desses 3 bilhões de pares de bases.

Acontece que faz sentido perguntar de onde vem a conclusão de que o DNA dos chimpanzés coincide com o dos seres humanos em 98% de sua extensão, se um trabalho da magnitude do projeto genoma humano ainda não foi realizado para a espécie dos chimpanzés! De onde vem, então, essa conclusão?

Na verdade, este resultado é uma generalização baseada na similaridade entre seqüências de aminoácidos de umas 30 a 40 proteínas básicas presentes em seres humanos e também nos chimpanzés, por um método que compara apenas essas poucas proteínas, denominado “hibridização do DNA”. No texto da revista ISTOÉ, no início deste artigo, encontramos a informação de que a porção escolhida para comparação entre os DNA's do homem e do chimpanzés foi o cromossomo 21, responsável por doenças mentais, e o equivalente animal, o cromossomo 22.

Em outras palavras, o genoma humano é conhecido em toda a sua extensão, mas o dos chimpanzés não. Como pequenas partes do DNA dos chimpanzés já foi pesquisada, os cientistas comparam essas pequenas porções com porções análogas do DNA humano, extrapolando o resultado obtido para os DNAs em toda a sua extensão. Naturalmente, essas porções de DNA terão que apresentar alguma semelhança não só com chimpanzés, como também com outros animais que ingerem o mesmo tipo de alimento e, portanto, devem ter enzimas digestivas muito semelhantes, bem como outras particularidades, o que não significa que esses valores devam se estender para o restante do DNA e, muito menos, que sirvam de indicação de evolução a partir de um ancestral comum.

Esse tipo de extrapolação é um erro grosseiro dos evolucionistas para fazer valer suas idéias e só mostra que eles precisam conhecer melhor os métodos de que a ciência se vale para caminhar, sobretudo a matemática, na parte de estatística e teoria de probabilidades. Proceder desse modo é como equivalente a consultar uma pequena parcela da população a respeito de alguma preferência, e depois estender o resultado obtido para a população toda, o que, obviamente, não tem o menor fundamento científico.

Apesar disso, não são os mais leigos em ciência que cometem esse tipo de erro, mas cientistas conceituados, que depois publicam seus artigos em revistas especializadas, como a New Scientist, que trouxe esse assunto até como matéria de capa, com o artigo "Genesis - The one percent that made us human" (Gênesis - O 1% que nos fez humanos) em sua edição de n° 2186, de 15 de maio de 1999.

Como podemos explicar esse comportamento? Certamente não a partir de uma suposta desinformação, ou de falta de conhecimento. Afinal, para se chegar aos escalões mais altos da ciência é preciso percorrer um longa jornada de estudo e pesquisa. Só mesmo a determinação de validar a teoria da evolução é que pode explicar esse comportamento, uma vez que evidências da evolução não podem ser encontradas na natureza.

Na verdade, a situação é ainda mais crítica, porque mesmo que a diferença entre os DNA's do homem e dos chimpanzés fosse de apenas 2%, isso não significaria ancestralidade de uma espécie em relação a outra. Similaridades, sejam elas no campo da anatomia ou da genética molecular, não provam evolução alguma ou ancestralidade de uma espécie em relação a outra. Evolucionistas sabem disso e a prova é o conceito de evolução convergente, desenvolvido para explicar similaridades que eles supõem terem ocorrido independentemente, e não por uma relação de ancestralidade entre as espécies envolvidas. Além disso, similaridades são confortavelmente absorvidas também pelo modelo criacionista, de modo que, se forem citadas como evidências do modelo evolucionista, terão que ser citadas também como evidências do modelo criacionista, em nada contribuindo, portanto, para a solução do confronto entre o evolucionismo e o criacionismo.

Autor e fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

sábado, 22 de fevereiro de 2014

O osso que faltava !?!

Ano: 1922; local: Estado de Nebraska, nos Estados Unidos. Um dente é encontrado em uma escavação e alguém diz que teria pertencido ao ancestral do homem. A notícia rapidamente se espalha e o achado é visitado até mesmo por cientistas do Velho Mundo, que atravessam o Atlântico e confirmam a descoberta. Em seguida, utilizando como base aquela peça, um desenhista resgata a imagem daquele que ficaria conhecido na história da Ciência e da teoria da evolução como sendo o “homem de Nebraska”, suposto ancestral do homem moderno. Mais alguns dias, e a verdade vem à tona: aquele dente pertencia mesmo a uma espécie de porco selvagem hoje extinta.

É óbvio que todos reconhecemos a arqueologia e a paleontologia como campos do conhecimento de valor inestimável, através dos quais é possível conhecer muito a respeito do passado do planeta que nos abriga. Foi através de escavações arqueológicas que tomamos conhecimento de antigas civilizações que existiram em tempos mais remotos; foi também através da pesquisa paleontológica que tivemos conhecimento de que nosso mundo já foi habitado por dinossauros gigantes que hoje não mais existem.

É inegável que um simples pedaço de osso pode nos dizer muito mais acerca do contexto de onde foi extraído do que apenas seu mero formato e dimensões. Dependendo da amostra, podemos ter certeza a respeito de sua função na estrutura óssea do animal que o possuía, tamanho desse animal e, possivelmente, até sua classificação taxonômica. O cientista, entretanto, precisa ter cuidado para não ir mais longe do que sua amostra permite, e parece que foi esse o caso no episódio do homem de Nebraska.

Esse parece também ser o caso do úmero (osso do antebraço) fossilizado de que fala a revista ISTOÉ de 14 de abril de 2004, p. 53.

"Meio peixe meio anfíbio
O fóssil de um úmero (osso do antebraço) descoberto na Pensilvânia pode ser a chave que faltava para indicar o momento em que os vertebrados deixaram a água para andar em terra firme. Parecida com uma salamandra, a espécie desconhecida media cerca de 60 centímetros e, na linha evolutiva, está entre peixes e anfíbios. O achado indica que o animal não possuía barbatana nem braço. O formato achatado do fóssil sugere que essa estrutura fazia apenas dois movimentos, para frente e para trás. Era o suficiente para o animal nadar e subir à superfície para respirar".

A partir desse achado tão fragmentário, possivelmente de uma espécie desconhecida, os cientistas que o descobriram pensam poder afirmar que o animal se parecia com uma salamandra e que, na linha evolutiva, está entre peixes e anfíbios, sendo capazes até de prognosticar que essa estrutura fazia apenas dois movimentos, para frente e para trás, e que isto era o suficiente para o animal nadar e subir à superfície para respirar.

Se todo esse conhecimento pudesse mesmo ser derivado do fóssil encontrado, certamente teria colocado seus descobridores em posição de destaque na galeria dos homens de ciência mais respeitados, pois seria, ainda que apenas um fragmento, parte de um fóssil de transição, exatamente como Darwin predisse que encontraríamos, assim que o registro fóssil fosse mais extensivamente pesquisado. Vemos, porém, a julgar pela repercussão que a descoberta teve no mundo da ciência, que se trata de mais uma dessas conclusões levianas que emanam do bloco evolucionista, no afã de dar sustentação à sua teoria sobre as origens.

Ciência demanda provas, mas não provas fabricadas, ainda que bem intencionadamente. Ciência significa conhecimento, e este se pressupõe verdadeiro. E a verdade, aqui, se resume no fato de que o registro fóssil não se mostra como suporte da tese da evolução, como tem sido a expectativa de praticamente todos os evolucionistas ao longo de todos esses anos, desde que Darwin manifestou publicamente essa expectativa. O registro fóssil, de modo irretorquível, nos fala de surgimento súbito de espécies, de lacunas intransponíveis entre elas, exatamente como predizia o modelo criacionista das nossas origens.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

domingo, 2 de fevereiro de 2014

Mei long: o suposto ancestral das aves!?!

A imprensa mundial, incluindo jornais e revistas científicos, se ocupou, nos últimos dias, do fóssil mei long, descoberto pelo paleontólogo Xing Xu, da Academia Chinesa de Ciências, na província de Liaoning, na China. No Brasil, a revista Istoé, edição 1828, de 20/10/2004 apresentou a notícia na seção “Século 21”, p. 86:

Dino voador
"Cientistas chineses acharam o fóssil de um filhote de dinossauro que morreu dormindo, há mais de 130 milhões de anos. A postura do bicho – pescoço curvado para trás e cabeça sob uma das asas – reforça a idéia de que aves e dinossauros têm mais em comum do que se imaginava. O dinossauro Mei long (dragão em sono profundo, em chinês) provavelmente morreu devido a uma erupção vulcânica que arrasou parte da atual província de Liaoning, Nordeste da China".

O jornal Folha de S. Paulo foi bem mais abrangente na reportagem que publicou na seção “Folha Ciência” de 14/10/2004, assinada por seu editor de ciência, o jornalista Cláudio Ângelo. Ele inicia seu texto dizendo:

“Um filhote de dinossauro que morreu dormindo há 130 milhões de anos na China é a mais nova evidência de que os pássaros de hoje são os herdeiros daqueles répteis. Seu esqueleto preserva um flagrante inédito da posição do animal durante sua última soneca. E mostra que os dinos dormiam exatamente como as aves”.

Mais adiante ele diz:
“O mei long é um exemplo único daquilo que os paleontólogos chamam de comportamento fossilizado. Sendo apenas impressões numa rocha de um organismo que morreu há muito tempo, os fósseis geralmente não dizem muita coisa sobre o cotidiano desse organismo. E tais detalhes podem ser essenciais para definir relações de parentesco”.

A reportagem de Cláudio Ângelo foi transcrita na íntegra pelo Jornal da Ciência, da SBPC - Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência, em sua edição de 21/10/2004, seção de notícias.

A figura exposta por eles mostra, na parte de cima, o fóssil encontrado, e logo abaixo, a reconstrução do dinossauro, como se estivesse dormindo. Segundo Xing Xu, o fóssil sugere que o dinossauro dormia em uma posição similar à que dormem as aves modernas. O fóssil mei long foi encontrado em sedimentos de origem vulcânica que, submetidos a datação radiométrica, teriam revelado a idade de 130 milhões de anos. Segundo os pesquisadores, naquele tempo Liaoning era uma floresta vulcanicamente ativa, com muita vegetação e alguns lagos. Cientistas não estão bem certos a respeito de como o fóssil foi preservado. Uma das possibilidades é que a exposição a um gás vulcânico tenha matado a criatura que, posteriormente foi coberta por cinzas e sedimentos. Todo o trabalho relativo a essa descoberta foi, em parte, financiado pelo Comitê de Pesquisa e Exploração da Sociedade National Geographic.

É interessante observarmos que esta não é a primeira vez que a China produz fósseis que supostamente comprovam a teoria da evolução. Há pouco tempo atrás, nos deparamos com Archaeoraptor liaoningensis, um espécimem encontrado na mesma província de Liaoning, descrito no número de novembro de 1999 da revista National Geographic como um elo perdido na complexa corrente que conecta os dinossauros às aves. Essa mesma revista, mais tarde, teve que se retratar com seu público, reconhecendo que o fóssil era uma fraude, obtido a partir de partes de vários dinossauros.

Como, então, entender que, num momento imediatamente seguinte, um novo fóssil, com as mesmas promessas do anterior, vindo do mesmo lugar e envolvendo praticamente as mesmas pessoas ganhe tamanha projeção? Não seria o caso de se agir, agora, com extrema cautela, dando tempo ao tempo e permitindo um número maior de análises antes do pronunciamento definitivo? Ou será que evolucionistas estão se sentindo sufocados pelo tempo, que passa célere sem revelar os fatos da natureza que poriam fim ao confronto entre criacionistas e evolucionistas?

O problema é que mesmo que esse fóssil se mostre verdadeiro são discutíveis os ganhos que daí se possa auferir em favor do modelo da evolução. Durante mais de 100 anos, evolucionistas têm levado em consideração o que Darwin disse a esse respeito: que fósseis de transição são uma necessidade para o seu modelo, afiançando que seriam encontrados no futuro, quando o registro fóssil fosse extensivamente pesquisado.

Hoje, porém, decorrido todo esse tempo, são inúmeros os paleontólogos sérios, mesmo de comprometimento com o modelo da evolução, que atestam a completa ausência de formas de transição entre as espécies. Pode-se ver esta realidade até mesmo nas palavras daquele que foi, muito provavelmente, o mais expressivo anti-criacionista que o meio científico já produziu, o Dr. Stephen Jay Gould, em seu artigo “A short way to big ends”, publicado na revista Natural History, vol. 95 (janeiro de 1986), pp.18-28:

“Estudos que tiveram início no começo dos anos 50 e continuaram a um passo acelerado, hoje revelam um registro fóssil pré-cambriano significativo, mas o problema da explosão do pré-cambriano não cedeu, uma vez que nosso maior esforço falhou em identificar qualquer criatura que possa servir como um ancestral imediato plausível para as faunas cambrianas”.

Quem quer que se disponha a pesquisar o registro fóssil verá que essa mesma realidade que Stephen Jay Gould apresenta em bloco, para todo o conjunto de seres vivos, pode bem ser estendida para cada espécie em particular. Se evolucionistas estão corretos em sua pressuposição acerca da evolução, também é verdade que a “mãe-terra” resolveu ser cruel, removendo todas as evidências que dela poderiam ser extraídas em favor do modelo da evolução.

Em função desses fatos, é simplesmente ridícula a transição de conceitos que evolucionistas querem promover com o fóssil mei long. Impossibilitados de encontrar verdadeiros fósseis de transição, eles resolvem entender que uma relação de ancestralidade pode ser caracterizada se pudermos mostrar que o ancestral dormia na mesma posição em que dormem hoje seus supostos descendentes. Será que isso é algum tipo de brincadeira?

Diante de tão esdrúxulo raciocínio, só mesmo um pouco de ironia. Meu gato, que aqui, costuma dormir como gente, com o corpo esticado e cabeça no travesseiro. Não sei de outros gatos que procedam da mesma forma, mas nesse ponto estamos equiparados já que, para todos os fins práticos, o mei long também é único. A vantagem começa quando consideramos que mei long é um fóssil de dinossauro que supostamente estava dormindo, enquanto que o gato não é uma suposição, com muitas testemunhas oculares. Assim, considerando-se o paralelismo entre esses dois casos, podemos concluir que as conclusões também serão similares, isto é, que os gatos são ancestrais do seres humanos. Será por isso que as garotas chamam os rapazes bem apessoados de “gatinhos”?

Ironia à parte, o fato é que evolucionistas poderiam dar uma contribuição à ciência realmente positiva se levassem em conta, para os seus argumentos e conclusões, leis matemáticas há muito estabelecidas nos campos da estatística e da teoria das probabilidades. Seria bom que eles mesmos nos esclarecessem se agem dessa forma por falta de conhecimento ou de honestidade intelectual. Pessoalmente, creio mais nessa última possibilidade, porque em suas especialidades, quando fazem experimentos laboratoriais, via de regra fazem uso de todos os procedimentos estatísticos, como instrumentos para obter conclusões cientificamente válidas de seus trabalhos.

Entretanto, quando o tema é a validade das idéias evolucionistas, aí vale tudo que for a favor dessas idéias. Foi assim que Carl Sagan, um cientista norte-americano, considerando que a Terra é o único planeta do sistema solar em que encontramos seres vivos, procedeu a um cálculo, supostamente fazendo concessões contra sua própria tese, que o levou a concluir que há vida em cerca de quinhentos mil pontos do universo. Parece que ninguém lhe explicou que extrapolações dessa natureza são absolutamente proibidas no mundo da ciência, que não se aplica teoria das probabilidades quando o espaço amostral é um conjunto unitário.

O caso do mei long não é diferente. O fóssil é único, e mesmo que fossem cinco ou dez, ainda assim não se constituiriam em um espaço amostral significativo para a comprovação de que era daquele jeito que os dinossauros dormiam. Como se isso não bastasse, ainda temos o raciocínio tortuoso, que obviamente não seria endossado por Darwin, de que a postura de um animal já extinto, ao dormir, implica em uma relação de ancestralidade com os animais que hoje vivem e que dormem na mesma posição.

Para os que julgam que criacionismo é coisa de religião, lanço aqui um desafio, para que mostrem qualquer afirmação neste artigo que não esteja em plena consonância com os padrões da mais pura metodologia científica e que não obedeça a uma lógica rigorosa de raciocínio, instrumento imprescindível para uma conclusão verdadeiramente científica.

Sistematicamente no mundo da ciência: criacionistas podem trazer à cena dezenas de argumentos em favor de seu modelo, e isso não terá valor algum: em contrapartida, evolucionista podem dizer qualquer coisa em favor da evolução, mesmo sem lógica alguma, como fruto de um raciocínio completamente destituído de sentido, e mesmo assim seu valor será total.

Só assim se pode entender tantos pronunciamentos em favor do mei long, considerando-o a prova irrefutável e inequívoca de que os dinossauros são ancestrais das aves modernas.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

sábado, 25 de janeiro de 2014

Homem transforma a evolução de espécie



O artigo abaixo transcrito apareceu em O Globo Revista de 29/08/2004, transcrito de revistas científicas:

O impacto da ação humana sobre a vida na Terra atingiu um novo patamar. Cientistas americanos estão convencidos que a humanidade alterou um dos mais essenciais e lentos processo da natureza: a evolução das espécies.

Uma equipe do Instituto de Tecnologia da Geórgia descobriu num lago africano provas vivas do impacto humano sobre a evolução.

Duas novas espécies de peixes ciclídeos surgiram no Lago Malawi em apenas 20 anos. Os ciclídeos são peixes tropicais de água doce muito coloridos. Já se sabia que tinham rápida taxa evolutiva, mas jamais se imaginou que uma nova espécie poderia surgir tão depressa.

Na África e nas Américas há mais de mil espécies de ciclídeos, originadas em 500 mil anos, um piscar de olhos em termos evolutivos. Vinte anos, porém, é inconcebível em termos naturais. Mas num estudo publicado na revista "Molecular Ecology , os cientistas descobriram que a espécie Otilapia afra introduzida no lago em 1983 por um exportador de peixes ornamentais tinha evoluído em duas espécies geneticamente diferentes.

Uma mudança drástica de habitat teria selecionado variedades distintas do peixe. O estudo não é mera curiosidade. Mostra que impacto da ação humana sobre o meio ambiente pode ter consequências muito mais profundas e imprevisíveis do que o imaginado até agora. O coordenador do estudo J. Todd Streelman diz que há uma lista crescente de peixes, plantas e insetos que parecem estar sendo alterados por mudanças provocadas pelo homem.

Seria oportuno, então, perguntar: a quem estão os evolucionistas querendo enganar? A si mesmos, a nós criacionistas, ou a ambos os grupos? Prefiro pensar que a verdade esteja nesta última opção porque, se eles realmente crêem que procedimentos científicos foram adotados de modo a permitir a conclusão do artigo acima transcrito, então é porque eles estão se enganando a si mesmos e querem, também, desacreditar o criacionismo com inverdades sinuosamente apresentadas em nome da ciência.

Desculpem-nos os evolucionistas, mas se eles insistem em exposições absurdamente destituídas de sentido, não nos resta outra alternativa que não a de ensiná-los acerca dos fundamentos da ciência.

Em primeiro lugar, o artigo condena uma determinada ação humana por alterar "um dos mais essenciais e lentos processo da natureza: a evolução das espécies". Entretanto, no caso acima apresentado a única ação foi a de um exportador de peixes ornamentais que teria levado para o lago Malawi alguns dos peixes por ele comercializados. Será que pegar peixe de um lago, ou de um aquário, e soltar em outro lago se constitui numa ação capaz de alterar a velocidade do processo de evolução dessa espécie, reduzindo esse tempo de quinhentos mil para apenas 20 anos?

O artigo continua dizendo que cientistas descobriram que a espécie Otilapia afra, introduzida no lago em 1983 pelo já referido exportador de peixes ornamentais, tinha evoluído em duas espécies geneticamente diferentes, a mais nova delas vista na foto que acompanha o artigo em pauta. Infelizmente, para os evolucionistas, hoje é muito mais difícil distorcer fatos da natureza para que pareçam de conformidade com suas idéias acerca das nossas origens. Vamos, então, proceder a uma análise dos fatos como eles de fato são:

O lago Malawi ocupa uma área de 31 mil Km² e encontra-se a 474 metros acima do nível do mar, sendo o terceiro maior lago africano e o quarto do mundo em profundidade. O lago Malawi fica próximo a dois outros lagos maiores: o lago Tanganyika e o lago Victoria, sendo este último o segundo maior lago do mundo.

Os três lagos são abundantes em peixes ciclídeos, família a que pertencem as espécies citadas no artigo aqui em pauta.

Quem visitar a página da internet em http://www.cichlidnetwork.com/malapho.htm, verá que há 120 espécies conhecidas de ciclídeos vivendo no lago Malawi, mas estima-se que haja muitas espécies que ainda não foram sequer catalogadas.

Então, como se pode ter certeza de que a espécie Cynotilapia afra não existia naquele lago, tendo ali sido introduzida pelo tal exportador. Diga-se de passagem que não é nada científico escrever um artigo omitindo nomes como o do tal exportador e dos cientistas envolvidos, porque isso elimina completamente a possibilidade de verificação dos fatos.

Agora, se clicarmos em "Cynotilapia afra 'nkhungu reef'" no site já mencionado, veremos o peixe da figura é exatamente igual ao do artigo em questão, e nenhuma referência ao fato de que ele tenha sido introduzido no lago em tempos mais recentes.

Além disso, nenhuma experiência foi feita de modo a determinar, por exemplo, o número de cromossomos dessas suposta espécies, de modo que é muito provável que sejam apenas variações dentro da mesma espécie, como no caso dos cães. Na natureza, freqüentemente ocorre que animais da mesma espécie, mas de padrões de cor distintos se estranhem, dando a impressão de que são espécies distintas. Entretanto, confinados em um jardim zoológico, via de regra acabam cruzando e produzindo prole fértil, mostrando que são, na verdade, da mesma espécie.

O mais importante, porém, ainda está por vir. Trata-se do fato de que o lago Malawi nunca esteve isolado, de modo que ninguém pode garantir se a suposta espécie encontrada já não existia ali ou que não foi colocada no lago pelo tal exportador ou por alguém mais no correr dos anos desde 1983. Será que cientistas evolucionistas não sabem que esse teria que ser o procedimento científico que garantiria a conclusão de que a espécie encontrada descende mesmo de outras que estavam no lago?

Essa pergunta só pode ser respondida afirmativamente, porque os mesmos cientistas que levianamente concluem seus artigos em favor da teoria da evolução, quando fazem seus experimentos em laboratório, cultivando bactérias, por exemplo, usam luvas devidamente esterilizadas para evitar a contaminação do ambiente por outros microrganismos.

Por isso, a atitude leviana de não considerar esses fundamentos da metodologia científica quando se trata de defender a teoria da evolução só pode ser entendida como um ato de desonestidade intelectual, na falta de argumentos genuinamente científicos para a defesa da teoria da evolução, essa teoria que, do século XVIII invadiu o presente século mas que, pelo andar da carruagem, perto está de ser declarada falsa. Afinal, pode-se enganar a poucos durante muito tempo, ou a muitos durante pouco tempo, mas enganar a todos durante todo o tempo é uma tarefa impossível.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Seres humanos quadrúpedes . . . um pretexto para a teoria da evolução e para este artigo!

A construção de uma metodologia científica foi exatamente o passo que faltava para levar ao extremo os anseios do homem de conhecer mais plenamente a natureza. Finalmente despontava em nossos horizontes a possibilidade de nos libertarmos da clausura de ver apenas o óbvio e de não poder comprovar as idéias que nutríamos acerca do mundo em que estamos inseridos.

A área por excelência em que esses ganhos puderam ser sentidos com a maior abrangência possível foi a da Matemática. Praticamente livre até mesmo das palavras que, não raro apresentam múltiplos significados, e recheada de símbolos com significados muito precisos, essa área passou a apresentar demonstrações inequívocas de suas afirmações. Nela, o verbo “tergiversar” não seria jamais conjugado.

Infelizmente, porém, esse rigor metodológico não pôde ser estendido às demais áreas científicas que, em menor ou maior grau tiveram que incorporar o peso da interpretação dos fatos em seus resultados. Foi assim com as áreas fundamentalmente experimentais, com as que dependiam de uma observação sistematizada, com as ciências humanas e sociais. Em todas elas a Matemática veio a desempenhar um papel preponderante na análise dos grandes volumes de dados que, de outro modo, não poderiam deixar transparecer as conclusões neles encerradas.
Entretanto, onde a interpretação ganha espaço sobressai-se também a subjetividade, principalmente quando nos reportamos a um tema que tem íntima conexão com nossas convicções filosóficas ou religiosas. Assim, enquanto o teorema de Pitágoras será sempre considerado verdadeiro em qualquer ponto do universo, uma afirmação na área da Psicologia, da Economia ou das Ciências Sociais será sempre de natureza, no mínimo, polêmica, em praticamente todos os contextos em que for discutida. Seria interessante, por exemplo, podermos discutir as origens do universo e da vida de um modo desapaixonado e isento. Infelizmente, porém, isso não é possível, pelo simples fato de que, ao discutir esse tema, estamos discutindo a nós mesmos. Afinal, somos nós que viemos ou não de um ancestral simiesco que teria perambulado pelo nosso planeta há milhões de anos atrás. Isto nos coloca no cerne dessa discussão o que, por certo, tem também o efeito de obstruir nossa visão.

Este tipo de dificuldade, entretanto, inerente a certas áreas científicas, e praticamente inevitável, deve ser contido em níveis que não comprometam demasiadamente o rigor metodológico pretendido, de modo que os resultados advindos do processo de análise dos fatos seja ainda crível, senão totalmente, pelo menos em boa extensão. É lamentável, portanto, que tantos cientistas hoje tenham perdido esse senso crítico, deixando que suas convicções pessoais falem mais alto e se sobreponham à realidade objetiva, principalmente quando se põem a discutir as origens do universo e da vida.

O debate na prática
Professores em sala de aula quase sempre se pronunciam afirmando que a evolução é um fato da natureza. A verdade, porém, é que não há qualquer comprovação científica nesse sentido. A evolução não foi observada porque, segundo os próprios evolucionistas, ela se dá tão lentamente que isso não seria possível. Os fósseis, ao contrário do que pensava Darwin, com todas as suas lacunas, dificilmente podem ser considerado uma evidência da evolução. Esta última afirmação tem sido reconhecido por inúmeros cientistas de respeito, como é o caso do Dr. Mark Ridley que, em seu artigo “Who Doubts Evolution?”, publicado no periódico New Scientist, Vol. 90, 25/06/1981, p. 831, disse: “Nenhum evolucionista de respeito, quer gradualista, quer adepto do equilíbrio pontuado, usa o registro fóssil como evidência em favor da teoria da evolução em contraposição à da criação especial”.

Em síntese, a evolução é um suposto fenômeno: (1) inobservável; (2) carente de evidências; (3) pontilhado de hipóteses não comprovadas, muitas das quais não comprováveis; e (4) resistentemente defendido pela comunidade científica evolucionista, o que caracteriza o seu caráter meramente ideológico. Assim, para a imensa maioria dos cientistas evolucionistas o paradigma da evolução se tornou uma verdadeira clausura que os impede de raciocinar com a devida isenção, fundamentando seus conceitos sobre a evolução em extrapolações cientificamente inaceitáveis. Não são todos os cientistas evolucionistas, entretanto, que se deixam levar pelas águas turvas da falta de coerência. Veja, por exemplo, o ponto de vista do Dr. John R. Meyer, Ph.D. em Zoologia pela State University of Iowa, professor de Biofísica e Fisiologia na escola de medicina da Universidade de Louisville, tendo servido, durante 4 anos, como pesquisador a nível pós-doutoral na Universidade do Colorado, em Denver:

“Ainda que a teoria da evolução se encontre bem infiltrada nas ciências, é evidente que problemas sérios permanecem. Por exemplo, o biólogo darwinista necessita de variações anatômicas, bioquímicas e fisiológicas virtualmente ilimitadas, sobre vastos períodos de tempo. Uma vez que rigorosas pesquisas genéticas têm sido levadas a efeito apenas nos últimos 100 anos, o evolucionista deve tomar os dados disponíveis e extrapolar as variações limitadas através de bilhões de anos, para produzir milhões de espécies. Estudos genéticos experimentais, entretanto, demonstraram somente limitadas alterações nos sistemas biológicos. O conceito alternativo de variação limitada apresentado na frase 'segundo a sua espécie' em Gênesis é compatível com as descobertas em laboratório. Estou convicto de que o criacionista não necessita temer os dados experimentais oriundos do laboratório de biologia.”

Equívocos alcançam a mídia
Recentemente, a mídia de todo o mundo noticiou o caso de uma família turca em que há cinco irmãos que andam como quadrúpedes, vítimas de uma anomalia que, além do andar singular, inclui retardamento mental. No Brasil, a revista Veja de 29/03/2006 publicou uma reportagem intitulada “Como nossos ancestrais”, informando que os cientistas que estavam acompanhando o caso declararam crer que “um estudo mais aprofundado dessa família pode fornecer pistas valiosas sobre as alterações cerebrais e genéticas que fizeram nossos ancestrais tornarem-se bípedes, há 4 milhões de anos”. Sem entrar no mérito da questão, porque é ridículo entender uma deficiência física e mental como pista para explicar um suposto passado evolutivo da nossa espécie, vamos aqui nos concentrar na postura dos cientistas envolvidos nesse caso, mas não sem antes informar que, após o impacto causado por essa notícia, um fisioterapeuta se propôs a ajudar aqueles irmãos e, em pouco tempo, todos já estavam praticamente andando na posição normal. Parece, enfim, que a deficiência mental era o mal maior.

A reportagem contou com a participação de Cláudia Rodrigues Carvalho, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro que discorreu sobre a evolução do homem expondo, no seu entender, o que teria ocorrido durante essa evolução, quando teria ocorrido e quais teriam sido os ganhos em suas diversas fases. Em nenhum momento, entretanto, se pode vislumbrar a menor tentativa de uso dos verbos no tempo condicional. Suas declarações são sempre peremptórias, como se ela tivesse recebido uma revelação. Do contrário, como soube a ilustre professora que há 4 milhões de anos atrás o homem se pôs a andar em pé? E que há 2,5 milhões de anos atrás ele sofreu mudanças na estrutura das mãos? Que há 1,9 milhão de anos atrás ele teve um aumento em sua estatura? E que apenas cem mil anos mais tarde, há 1,8 milhão de anos atrás, seu cérebro também aumentou de tamanho?

Em cada um dos casos a professora foi capaz de citar os ganhos que o homem teria tido em sua suposta evolução: “andar em pé”, por exemplo, teria favorecido a evolução porque a nova postura teria ampliado o alcance da visão em terreno aberto; “mudança na estrutura das mãos” teria aumentado a capacidade de manejar instrumentos e realizar movimentos delicados e precisos; “aumento de estatura” teria facilitado a dissipação do calor pelo corpo, fator importante no clima quente e seco das savanas africanas; e “aumento do cérebro” teria criado mais espaço para armazenar e processar informações. A grande lacuna, entretanto, que a professora Cláudia não foi capaz de explicar foi a que se refere ao mecanismo da natureza que teria promovido todas essas mudanças tão providenciais.

O primeiro a tentar explicar esse mecanismo foi Lamarck, postulando a transmissão hereditária dos caracteres adquiridos pelos organismos por ação do ambiente, tais como o desenvolvimento ou atrofia de um determinado órgão, motivado por maior ou menor uso. Com os avanços da genética, descobriu-se que essas idéias careciam de fundamento científico e, assim, o Lamarckismo caiu em descrédito por volta de 1930. Depois de Lamarck, ainda no século XIX, veio Darwin, para quem o mecanismo da evolução era constituído de dois fatores: a variabilidade genética dos seres vivos e a seleção natural. Essa idéia também não funcionou porque nenhum desses dois fatores poderia ser responsável pelo aparecimento de novas características, sem as quais a evolução não poderia acontecer. Era preciso, então, descobrir algum fenômeno da natureza capaz de alterar o código genético dos seres vivos.

Foi no início do século passado que Hugo de Vries (1848-1935), um professor de botânica da universidade de Amsterdam, observou mudanças súbitas nas novas gerações de um certo tipo de prímulas e as chamou de mutantes. Hugo de Vries mesmo nunca chegou à compreensão que hoje se tem acerca das mutações como uma modificação do DNA ou nos cromossomos, mas ele foi o primeiro a cunhar o termo e a chamar a atenção para as células germinais como o meio através do qual uma espécie sofre alterações que são incorporadas ao seu estoque genético. Restava saber se as mutações poderiam ser responsáveis pelo gigantesco processo que teriam transformado seres unicelulares em seres humanos, dando origem também a todos os outros seres vivos que hoje existem ou já existiram!

Apesar de serem grandes as expectativas dos evolucionistas as mutações revelaram-se completamente inadequadas para produzir a gama de variabilidade de que a teoria da evolução precisava para obter um mínimo de fundamento concreto para suas bases. Hermann Joseph Muller (1890-1967), um notável geneticista, detentor do prêmio Nobel em 1946, trabalhou praticamente toda a sua vida com mutações. Em seu artigo “How Radiation Changes the Genetic Constitution”, publicado em 1955 no Bulletin of the Atomic Scientist (11) ele afirmou com todas as letras que as mutações não poderiam jamais realizar a proeza de promover a evolução dos seres vivos. Em 1977, Piere-Paul Grosse, ex-presidente da French Academie des Science, publicou um livro pela Academic Press com título Evolution of Living Things. À página 88 ele declarou: “Não importa quão numerosas possam ser, as mutações não produzem qualquer tipo de evolução”. Também Francisco Ayala, Ph.D., Associated Professor of Genetics na Universidade da Califórnia escreveu um artigo em 1980 na revista Science (Nov 21), pp. 883-887, com título "Evolutionary Theory Under Fire”.

Nesse artigo, ele declara: “Os paleontólogos têm me convencido de que pequenas modificações não são cumulativas”, mais uma razão para nos certificar da inadequação das mutações como mecanismo da evolução.

Características do debate científico
Um debate sobre um tema científico é, antes de tudo, um debate entre idéias e não um confronto entre pessoas. Hoje já não se justifica mais o que aconteceu com Galileu, obrigado a renunciar suas idéias cientificamente corretas para não morrer. Manter os canais de comunicação abertos e respeitar aqueles que divergem de nós são regras de conduta que não podem faltar a qualquer debate civilizado, até mesmo quando os pontos de vista apresentados são flagrantemente distintos dos nossos, dando-nos a impressão de que estamos diante de um debate entre a visão clara e límpida da realidade e o obscurantismo.

Não é preciso ler muito deste artigo para perceber que foi escrito por um criacionista. Exatamente por isso você não verá qualquer agressão pessoal nestas linhas, em nossos livros ou nas interações que mantemos com pessoas que divergem dos nossos pontos de vista sobre as origens, quer em nossas comunicações por email, quer nos debates de que temos participado. Infelizmente, porém, não se pode dizer o mesmo da conduta de evolucionistas, os quais insistem em rotular os criacionistas de incultos, iletrados, obscurantistas e tantos outros termos pouco elegantes, classificando-os como pessoas que sequer deveriam transitar no mesmo ambiente pessoal ou profissional.

Historicamente, o que aconteceu é que evolucionistas, pela falta de oposição às suas idéias, sobretudo nos tempos de Darwin e nos anos que se seguiram, ganharam os círculos científicos, migrando depois para o sistema educacional e para a sociedade como um todo. Desse modo, eles ocuparam todos os espaços disponíveis, controlando os jornais e as revistas científicas, os órgãos que supervisionam o sistema educacional, as universidades e hoje entendem que estão no direito de banir os criacionistas de cena.

Assim, criacionistas não têm como publicar os seus artigos nessas mesmas revistas, não podem entrar em sala de aula para expor o seu ponto de vista e têm presença barrada em praticamente todos fóruns acadêmicos instalados com o objetivo de discutir as origens do universo e da vida. Um exemplo por excelência do que aqui afirmamos é o caso de Forrest Mims, escritor científico, autor de mais de 70 livros sobre ciência, especialmente em circuitos eletrônicos, e de várias centenas de artigos para diversas revistas científicas ao redor do mundo. Em 1988 ele estava apontado para ser o responsável por uma coluna da Scientific American, sob o título “Amateur Scientist”, quando o editor da revista, Jonatham Piel, foi informado que Mims havia escrito artigos para algumas revistas cristãs nos Estados Unidos. Aproximando-se de Mims, Piel indagou acerca do conteúdo dos artigos escritos para essas revistas e em seguida perguntou: “Você aceita a teoria da evolução de Darwin?”. Ante a resposta negativa de Mims, Piel mudou bruscamente de atitude, expressando seu desapontamento com as crenças de Mims e informando-o que não mais lhe seria permitido publicar seus artigos em sua revista, mesmo que versassem sobre outros temas científicos não vinculados à teoria da evolução. Desde então, a qualidade do trabalho de Mims não mudou, mas não está sendo nada fácil encontrar revistas científicas que queiram publicar seus artigos.

Seria interessante entender as causas de tamanha intolerância, sobretudo porque não divisamos o mesmo nível de rejeição a outras atividades, essas sim, flagrantemente nada científicas como, por exemplo, a astrologia, que insiste no pressuposto considerado científico pelos astrólogos de que as estrelas, pela posição em que se encontram, moldam as nossas personalidades e interferem em nossos destinos; o uso indevido da física quântica em campos do conhecimento em que sua aplicação é, no mínimo, duvidosa etc. Tudo é tolerado, mas o criacionismo, no entender dos que advogam a teoria da evolução e controlam os fóruns acadêmicos, esse sim deve ser combatido e erradicado. Suspeito que, ao invés de um confronto entre ciência e obscurantismo, as raízes dessa intolerância estejam mesmo fincadas em terreno filosófico-religioso, evidenciando mais uma batalha contra Deus, conforme descrito pela Bíblia, e os que nele crêem.

O ponto crítico do debate sobre as origens
Cientistas, em geral, não importa se evolucionistas ou criacionistas desejam ver o triunfo do conhecimento científico e, por isso, procuram fazer uso de uma metodologia científica adequada para este fim. Todos concordamos que “fazer ciência” implica em analisar com imparcialidade a realidade que nos circunda, buscando uma avaliação objetiva e destituída de preconceitos das evidências disponíveis. É óbvio que esse ideal jamais poderá ser plenamente atingido, exatamente porque os cientistas também são seres humanos, com suas paixões e suas crenças, alguns dos quais capazes até mesmo de cometer atos fraudulentos em nome da ciência para ver seus pontos de vista assegurados.

Contudo, até aí estamos perfeitamente dentro dos padrões de normalidade. Afinal, não podemos ignorar as nossas limitações, que funcionam como barreiras difíceis de serem ultrapassadas. Não é nesse ponto, portanto, que reside o grande impasse que tem maculado a ciência dos nossos dias. É que os cientistas do nosso tempo, inconformados, não com suas limitações pessoais, mas com limitações impostas pela própria natureza, agregaram mais um valor à definição de consenso que apresentamos no parágrafo anterior do que seja “fazer ciência”, afirmando que tudo no universo tem uma causa natural. É essa filosofia, que denominamos "naturalismo", que se constitui praticamente na essência do evolucionismo, uma proposta para explicar a origem do universo, da vida e das espécies de seres vivos através de causas essencialmente naturais.

Este, porém, é um conceito não verificável, de modo que não podemos garantir a sua veracidade. Na verdade, ele pertence mais a um contexto filosófico-religioso do que propriamente científico, incidindo diretamente na questão da existência de Deus porque, se Deus não existe, então obrigatoriamente tudo no universo deve ter uma explicação essencialmente natural, enquanto que, no caso de sua existência, não chegamos, necessariamente, à mesma conclusão.

Vemos, portanto, que a questão da existência de Deus precede até mesmo a definição dos rumos que daremos ao que convencionamos chamar de Ciência. Se Deus não existe é certo que tudo no universo tem que ter uma explicação natural. Se, porém, Deus existe, seus atos são sobrenaturais e, nesse caso, estaremos fadados ao fracasso se procurarmos explicar naturalmente o que só pode ser explicado sobrenaturalmente.

Acontece que o cientista evolucionista tende a considerar Deus fora do seu raio de ação, como alguém que talvez até exista mas que, mesmo existindo, não é pesquisável. Nesse caso, não há como sair do impasse acima descrito e não restará outra alternativa a esse cientista que não a de correr o risco de possivelmente estar se situando em um contexto que o fará permanecer buscando o impossível.

Deve ter sido também por causa de considerações dessa natureza que H. S. Lipson (F.R.S.), professor de Física da Universidade de Manchester, em artigo que escreveu para o periódico Physics Bulletin, vol 31, 1980, assim se pronunciou: “De fato, a evolução se tornou uma religião científica; quase todos os cientistas a aceitaram e muitos estão preparados para 'torcer' suas observações de modo que a ela se ajustem”.

Os tempos, porém, estão mudando rapidamente e cresce o número de cientistas que se dão conta de que a intolerância anda de mãos dadas com o autoritarismo e que nenhum dos dois combina com comportamento científico. Muitos têm percebido, também, que impedir o acesso aos fóruns apropriados dos que divergem dos nossos pontos de vista é a forma mais grosseira de favorecer o obscurantismo e que Ciência de verdade se faz de modo transparente, a partir do diálogo, da apresentação de argumentos inequívocos das posições que defendemos, da análise objetiva e imparcial desses argumentos, da livre difusão de idéias e do debate civilizado.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de 5 livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

domingo, 12 de janeiro de 2014

Origens: dois modelos!

Introdução
Até meados do século passado, o mundo civilizado vivia sob forte influência do cristianismo. A teologia era considerada a "rainha" das ciências. Cristãos eram criacionistas que jamais ousavam por em dúvida as Escrituras.

Num universo de idéias tão fechadas, não foi fácil a escalada evolucionista. No que diz respeito às origens do universo e da vida, por exemplo, não se admitia outra forma de pensar que não fosse compatível com a narrativa bíblica da criação.

Gradualmente, porém, após a publicação do livro de Darwin, a opinião pública começou a mudar. Primeiro foram os círculos científicos, depois as rodas intelectuais e então, indistintamente, todas as camadas sociais.

Desde então, a filosofia dominante tem sido a evolucionista. Em escolas e universidades, em jornais e revistas, o evolucionismo é apresentado , não como uma hipótese, mas como um fato cientificamente comprovado, impenetrável a qualquer outra forma de pensamento.

Em conseqüência, o novo universo das idéias se mostrou tão fechado quanto o anterior, quando cristãos defendiam sua forma de pensar com argumentos estritamente religiosos. Hoje, não crer na evolução é, na opinião dos evolucionistas, negar o óbvio, desconhecer os fatos científicos mais elementares.

Apesar disso, nas últimas décadas, alguns cientistas têm corajosamente feito oposição ao evolucionismo: são os criacionistas, que afirmam poder sustentar cientificamente esta posição. Tais homens de ciência afirmam não estar longe o dia em que a evolução será ensinada nas escolas, não como um fato, mas como a grande falácia dos séculos XIX e XX.

Temos, portanto, dois modelos das origens, o criacionista e o evolucionista, que se propõem a explicar o surgimento da vida, a diversidade de formas em que esta se apresenta, o nascimento do sistema solar, das galáxias, do universo como um todo.

Examinaremos, aqui, esses dois modelos de que o homem tem se utilizado para tentar desvendar o enigma das origens. Iniciamos, pois, uma jornada pelo mundo da ciência, da filosofia e da religião, em busca de nossas próprias origens.

O modelo da criação
Este modelo define, no princípio, um período de criação especial, quando todos os sistemas básicos da natureza foram trazidos à existência completos, prontos para pleno desempenho de suas funções.

Assim, ao invés de pensar na vida como tendo surgido a partir de formas bem simples - aminoácidos, proteínas, bactérias, algas etc., gradualmente evoluindo para formas mais complexas, a teoria da criação afirma que os seres vivos vieram à existência através de atos distintos de criação.

Isto não significa que criacionistas sejam fixistas. O fixismo afirma que as espécies biológicas são, desde o princípio, imutáveis e idênticas aos primeiros organismos criados. Criacionistas do tempo de Darwin eram pouco afeitos à ciência e, pressionados pelas idéias evolucionistas, muitos foram para esse outro extremo.

Criacionistas sabem da existência de vários processos da natureza, que convencionamos denominar de mutações, capazes de introduzir novidades genéticas em uma dada espécie.

Eles, entretanto, não crêem que tais processos possam trazer à cena modificações tão extraordinárias, a ponto de gerar toda a diversidade de vi da que encontramos no planeta a partir de um primeiro e único organismo unicelular, ou mesmo uma espécie a partir de outra. Eles também não crêem que a vida possa ter se originado a partir da matéria sem vida, de um modo inteiramente ao sabor do acaso.

Assim, a origem da vida e das espécies de seres vivos não pode ser explicada através de recursos naturais, demandando, portanto, a existência e o concurso de um agente externo ao universo e que foi o responsável por todos os pontos críticos da história desse mesmo universo. Findo o período de criação, cessaram os processos criativos, substituídos por processos de conservação, com o fim de preservar tudo que havia sido feito.

Nesse contexto, tudo teria sido criado perfeito. Do infinitesimal protozoário aos grandes mamíferos; do minúsculo átomo as gigantescas galáxias, o universo foi criado em perfeita ordem e todos os seres vivos, inclusive o homem, estavam presentes desde o inicio. Entretanto, num universo perfeito, onde alterações aleatórias são sempre possíveis, o sistema tende a se desorganizar.

Na verdade, essa tendência é a própria essência da segunda lei da termodinâmica, expressa em termos probabilísticos. Assim, o modelo da criação admite um princípio básico de desintegração, em vigor na natureza, desde o seu início. Naturalmente, se este modelo e mesmo factível, deve haver, por todo o universo, muitas evidências dos seus pressupostos.

Opositores da evolução
Criacionistas encontram-se entre os mais duros opositores da teoria da evolução, apontando sempre o que eles consideram pontos fracos dessa teoria. Eis, abaixo, alguns desses pontos:
1. O registro fóssil não apresenta os fósseis de transição entre as espécies. Esta é uma necessidade básica do evolucionismo, obviamente não resolvida;
2. Não há qualquer evidência de que uma espécie tenha, com o tempo, se transformado em outra, nem há, na natureza, qualquer mecanismo capaz de tal proeza. Este fato não deve nos causar surpresa, uma vez que a evolução não se caracteriza como fenômeno passível de observação e conseqüente investigação científica;
3. Erros básicos encontrados nos métodos radiométricos de datação comprometem as idades atribuídas a todos os sistemas datados. Sem a vastidão do tempo a sua disposição, o evolucionismo não pode subsistir;
4. Similaridades entre os seres vivos foram, no passado, consideradas evidências da evolução acima de qualquer suspeita. Comparações recentes entre o DNA e o RNA de varias espécies têm mostrado que esse tipo de comparação é, na verdade, inconclusivo.

Os meios de comunicação têm, via de regra, caracterizado o movimento criacionista como anticientifico, cujos integrantes são fanáticos religiosos, dispostos a tudo para fazer prevalecer seus pontos de vista acerca das origens. Recentemente, em um artigo a respeito de Darwin, o articulista afirmou: "só protestantes fundamentalistas, que interpretam a Bíblia ao pé da letra e, por isso, não crêem nas mutações, se recusam a crer nas idéias de Darwin acerca da evolução das espécies".

Isto, porem, não é verdade! Todos sabemos que as mutações são uma realidade - dizem os criacionistas - mas também sabemos que elas não dispõem de potencial para promover a evolução. Em outras palavras, os criacionistas afirmam possuir respostas claras e convincentes, sempre consistentes com os fatos da natureza e com as descobertas da ciência, a todos os argumentos apresentados por evolucionistas.

Síntese da posição criacionista
Criacionistas crêem na existência de um Ser superior, que preexistiu a todo universo e, pelo seu poder, deu origem a tudo quanto existe. Crêem também os criacionistas que o Criador trouxe a existência não só as galáxias de que se compõe o universo, como também os tipos básicos de seres vivos, dos quais descende a presente multiplicidade de formas em que a vida hoje se apresenta. Esta é uma idéia bastante plausível, e que conta com o suporte da observação e da experimentação. A espécie dos cães, por exemplo, em 1960 possuía 200 raças a mais do que em 1700, obtidas através de sucessivos cruzamentos e seleção de certas características.

Tanto quanto tem sido observado, experimentalmente ou na natureza, nem as mutações, nem os processos de seleção, têm potencial para produzir uma transformação de uma espécie em outra. Os mutantes são sempre da mesma espécie que os originou, quase sempre menos aptos a sobrevivência, e os processos de seleção natural não fazem mais do que recombinar os genes presentes em uma dada espécie.

Assim, sabemos que o homem tem sido capaz de selecionar combinações de genes para produzir novas variedades de cães, pombos, ervilhas, feijão etc., e que através de mutações se pode ter novas características introduzidas em uma dada espécie. Nenhum dos dois casos, entretanto favorece a transmutação de uma espécie em outra.

Veja algumas das principais características da criação:
1. Sobrenaturalista - Origens explicadas através da existência de um agente externo ao universo: o Criador;
2. Externamente dirigida - Todo o universo é dirigido pelo Criador, que mantém sua obra através de processos de conservação por Ele estabelecidos;
3. Dotada de propósito - O Criador trouxe o universo à existência com um propósito bem definido;
4. Completa, concluída - Houve um período de criação, ao fim do qual o Criador deu sua obra por completada.

Criacionistas mantêm, ainda, que a livre investigação da natureza confirma todos os pontos do seu modelo; que as evidências da natureza apontam, de modo insofismável, na direção do Criador. Afirmam, também, que a Terra é um planeta jovem, apresentando não só erros básicos nos métodos de datação utilizados pelos evolucionistas, como também evidencias da natureza que favorecem o seu ponto de vista.

O modelo da evolução
Darwin não pretendia, ao publicar o seu livro A Origem das Espécies, em 1859, explicar a origem da vida na Terra. Sobre isto, ele escreveu um único parágrafo, em que afirmava crer que os primeiros germes de vida haviam sido colocados por Deus em nosso planeta. Tal parágrafo, porém, Darwin ordenou que fosse suprimido a partir da segunda edição de seu livro.

É muito difícil julgar intenções, mas a atitude de Darwin, ao suprimir esse parágrafo, parece significar que ele já começava a se render ao naturalismo, que afirma que tudo no universo pode ser explicado através de causas naturais. Nesse caso, a origem da vida não seria uma exceção.

Mas o objetivo do livro era explicar a origem das espécies, a partir de vida preexistente. Como, afinal, explicar a origem de todas as espécies que encontramos na Terra? Qual a origem da grande diversidade que hoje observamos entre os seres vivos?

Darwin estava convencido de que as espécies se transformavam com o tempo, e que as pequenas diferenças que normalmente observamos entre uma geração e a sua prole acumulavam-se e, com o tempo, davam origem a uma nova espécie. Neste contexto, peixes haviam surgido de outros seres menos complexos nos oceanos e dado origem aos anfíbios. Destes teriam surgido os répteis, ancestrais das aves e dos mamíferos. O homem, como afirmara T. Dobzhansky, era apenas um produto dessa evolução, tendo surgido entre os mamíferos como o ser mais evoluído.

Outros pensadores vieram após Darwin e completaram essa visão de modo a incluir o universo como um todo. Assim, se configurou um modelo das origens bastante distinto do criacionista, ao qual se denominou de modelo evolucionista das origens. Desde então, esse modelo passou por diversas modificações na tentativa de vencer as dificuldades que se apresentaram a partir de novas descobertas da ciência.

Em sua caminhada, muito provavelmente por falta de oposição a altura, tornou-se o modelo hoje dominante. A maior parte dos cientistas acredita na teoria da evolução como a única forma de explicarmos nossas origens, e praticamente toda a mídia, revistas, livros, jornais, radio, televisão etc., ao tratar algum assunto científico relacionado com as origens, o faz em um contexto evolucionista.

Em sentido mais abrangente, este sistema afirma que todo o universo se encontra em continua evolução. Este processo teria se iniciado com o hidrogênio, subproduto básico de uma suposta explosão (Big-Bang) supostamente ocorrida há cerca de 15 bilhões de anos, quando o presente universo ainda não existia.

A partir de então, esse gás incolor, inodoro, insípido, contendo apenas um próton em seu núcleo, e um elétron à sua volta, teria sofrido transformações casuais, gerando outros elementos por meio da captura de elétrons, prótons e nêutrons. Estes teriam se combinado de modo a gerar as substâncias de que se compõe o universo, com a matéria resultante se organizando ate o ponto de gerar a vida, com todas as suas particularidades.

Como todos os processos até hoje idealizados para justificar a evolução são sempre muito lentos, o tempo se torna um dos fatores imprescindíveis nesse modelo. Não se pode conceber o processo da evolução em um período de tempo muito curto. A evolução requer bilhões de anos, e esta imensa porção de tempo Darwin encontrou à sua disposição na filosofia uniformitarista de James Hutton.

De acordo com G. A. Kerkut, agraciado com o título de professor emérito de neurociência na Universidade de Southampton, em seu intrigante livro Implications of Evolution, há sete hipóteses básicas freqüentemente não mencionadas em nossas discussões sobre a evolução, e que muitos evolucionistas ignoram as primeiras, considerando apenas a sétima. Eis aqui essas hipóteses:

1.- Coisas não vivas deram origem ao material vivo, em outras palavras, a geração espontânea ocorreu;
2.- A geração espontânea ocorreu apenas uma vez na história da Terra;
3.- Vírus, bactérias, plantas e animais estão todos inter-relacionados;
4.- Protozoários deram origem aos metazoários;
5.- Os invertebrados também estão todos inter-relacionados;
6.- Os invertebrados deram origem aos vertebrados;
7.- Entre os vertebrados, peixes de ram origem aos anfíbios; anfíbios aos répteis; e répteis a aves e mamíferos.

Continuando. o Dr. Kerkut diz que: "... essas sete hipóteses não são passiveis de verificação experimental. Elas pressupõem que uma série de eventos ocorreu no passado. Ainda que fosse possível produzir tais eventos sob condições atuais, isto não significaria que tais mudanças tenham ocorrido no passado. Assim, transformar um réptil moderno em um mamífero, ainda que uma operação de grande interesse, não nos revelaria nada sobre a origem dos mamíferos. Infelizmente, nem mesmo esse tipo de transformação estamos aptos a realizar" (p. 7).

Apesar das críticas que o Dr. Kerkut desfere em seu livro contra o modelo da evolução, ele é um evolucionista. Isto, porém, não deve nos surpreender: todo aquele que sucumbir diante dos apelos do naturalismo, que insistir em afirmar que tudo no universo pode ser explicado através de causas naturais, não terá mesmo outra alternativa para explicar as nossas origens que não a teoria da evolução.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

quinta-feira, 2 de janeiro de 2014

Como foi a escalada do evolucionismo?

Tão marcante foi, na história da teoria da evolução, a presença de Charles Darwin que a dividiu em duas etapas: antes e depois dele. Não foram, porém, sua aventuresca viagem à bordo do Beagle, nem a publicação de seu livro, por si sós, suficientes para garantir o sucesso da teoria. Foi preciso também a participação de um homem de gênio,Thomas Henry Huxley que, brilhante e eloqüentemente, defendeu as idéias de Darwin em vários encontros científicos da época.

Tão grande foi o impacto causado na sociedade que pareceu, ao leigo, ter sido aquele o berço do evolucionismo. Na verdade, muitos houveram antes dele que reconheceram ou insinuaram que animais e plantas não haviam permanecido inalterados através dos tempos. No que diz respeito às transformações, Erasmus Darwin (o avô que Charles Darwin não conheceu) concebeu praticamente todas as idéias que hoje fazem parte da teoria da evolução.

Isto, porém, não é toda a verdade a respeito da origem do pensamento evolucionista que, embrionariamente, se desenvolveu nas civilizações mais antigas, notadamente entre os primeiros filósofos e pensadores gregos. Escritos de Aristóteles (384-322 A.C.), e.g., revelam o germe do casualismo e sua posição acerca da natureza, de que as características das espécies alteram-se com o tempo e só os seres mais bem adaptados sobrevivem.

E inegável que, nas mãos de Darwin, o evolucionismo causou grande sensação. Com nova roupagem, a velha teoria não só passou a excitar o homem comum, como também começou a se mostrar plausível aos homens de ciência. Os canais de informação passaram a ser amplamente utilizados na divulgação das "novas" idéias e a capitulação dos partidários do criacionismo, receosos de se exporem ao ridículo de contestar fatos verdadeiramente científicos, contribuiu ainda mais para a rápida expansão da filosofia evolucionista.

Em conseqüência, o nome de Charles Darwin agigantou-se e se impôs nos meios científicos. Nos vários círculos, a opinião geral era que só mesmo um homem de gênio, muito à frente de sua época, poderia ter concebido a origem das espécies. Sua reputação tornou-se cada vez mais sólida e um lugar de destaque entre as grandes personagens da história da humanidade Ihe foi reservado.

Um dos fatores que muito contribuiu para a ascensão evolucionista foi a ignorância dos criacionistas da época em assuntos científicos. Muitos criacionistas, hoje, padecem do mesmo mal: eles não desejam ver seus filhos engolidos pelo sistema, mas pouco fazem no sentido de estarem preparados para esse desafio. E quem não ajunta, espalha: uma débil resistência só tende a piorar a situação, fortalecendo ainda mais o avanço do evolucionismo.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

O Fóssil Tiktaalic roseae

"O Elo Encontrado"

Com este título a mídia de todo o mundo, em particular, a edição 1951 da revista Veja, de 12 de abril de 2006, p. 92, noticiou que um fóssil encontrado no Canadá, em rochas da ilha Ellesmere, batizado de Tiktaalik roseae havia sido o elo de transição entre animais aquáticos e terrestres, ficando essa conclusão por conta do fato de que o referido animal era uma espécie de “peixe com patas”.

O achado, entretanto, não é recente, datando de 2004, apesar de só agora ter ganho as manchetes dos jornais e das revistas semanais de informação. É que só agora, após dois anos de estudo, seus descobridores Neil Shubin, Edward Daeschler e Farish Jenkins Jr. publicaram sua conclusões na revista científica Nature. A expectativa dos cientistas é que esses ossos petrificados ajudem a explicar melhor quando e como se desenvolveram as patas que teriam permitido aos animais aquáticos sair de seu habitat para percorrer terrenos secos. Daeschler disse ainda que outros fósseis que mostram essa transição já foram descobertos, mas que o Tiktaalic a deixa tão evidente que vem sendo considerado um ícone da evolução equivalente ao Archaeopteryx lithographica, o fóssil que supostamente teria explicado a ligação entre os dinossauros e as aves de hoje.

A teoria da evolução, hoje amplamente difundida por todos os meios de comunicação nasceu de observações feitas por Darwin em uma expedição de que ele participou na condição de naturalista. Entretanto, para se fazer Ciência é preciso ir mais adiante, analisando-se criteriosamente o que foi observado e produzindo as devidas explicações. Entretanto, até hoje cientistas evolucionistas não foram capazes de apontar o mecanismo da natureza capaz de proporcionar a suposta evolução dos seres vivos.

Em seu tempo, Darwin disse que o registro fóssil seria o instrumento capaz de remover as dúvidas a esse respeito. Essa expectativa decorria do fato de que ele percebia que os elos de transição eram uma decorrência natural de suas idéias evolucionistas. Mais de 150 anos de extensivas escavações da crosta da Terra, entretanto, não foram suficientes para nos mostrar um único exemplar de algo que poderia ser considerado um fóssil de transição. Em 1974, David B. Kitts, paleontólogo e evolucionista afirmou: “A despeito da brilhante promessa de que a Paleontologia proporciona meios de se 'ver' a evolução, ela tem apresentado algumas desagradáveis dificuldades para os evolucionistas, a mais notória das quais é a presença de lacunas no registro fóssil. A evolução requer formas intermediárias entre as espécies e a Paleontologia não as proporciona.” (“Paleontology and Evoluctionary Theory”, Evolution (28) 1974, p. 466.)

Muito embora seja esta uma declaração de 1974, a situação do registro fóssil não parece ter se alterado desde então, já que só agora, em 2006, cientistas declaram ter encontrado um fóssil de transição entre animais aquáticos e terrestres. Antes disso, desesperados pela realidade dessas lacunas, cientistas evolucionistas conceberam uma idéia alternativa: a do equilíbrio pontuado. Segundo essa nova hipótese, não seria mais necessário procurar elos de transição porque eles não teriam existido, uma vez que a evolução teria, supostamente, ocorrido aos saltos, e não através de mudanças lentas e graduais.

Agora, esses mesmo cientistas voltam à cena com um suposto elo de transição, mostrando que não é só da falta de identificação de um mecanismo da natureza capaz de proporcionar a evolução que a teoria da evolução padece. A ela falta também um mínimo de definição de suas próprias estruturas para que as idéias envolvidas possam ser alvo de um trabalho sério de pesquisa. Afinal, não se pode pretender acertar um alvo que fica sinuosamente se movendo à nossa frente, alternando-se entre pressupostos concebidos gratuita e convenientemente pela fantasia da imaginação dos evolucionistas.

Esse retorno às velhas bases, porém, não resolve problema algum. Nem mesmo muitos fósseis semelhantes ao de Daeschler seriam suficientes para garantir a veracidade da teoria da evolução, porque os fósseis, não importando suas características particulares, são facilmente absorvidos também pelo modelo criacionista, até com mais propriedade. Afinal, neste modelo, os seres vivos foram criados independentemente uns dos outros, em uma variedade muito grande de espécies que bem poderia incluir o animal representado pelo fóssil Tiktaalic!

Um fóssil com as características do Tiktaalic só poderia ser considerado um elo de transição entre animais aquáticos e terrestres se a teoria da evolução fosse o única modelo das origens disponível das origens já devidamente comprovado. Isso, porém, está longe de ser uma realidade em ambos os aspectos: Nem é ela a única explicação das nossas origens, nem foi demonstrada verdadeira por métodos inequivocamente científicos. Assim, por uma questão de coerência lógica, os fósseis não podem ser apontados como evidência da evolução, a menos que os apontemos também como evidência da criação. Na verdade, pelo que temos de concreto até agora no mundo da Paleontologia, os fósseis são uma evidência muito mais significativa a favor da criação.

Se olhamos a teoria da evolução por outros ângulos, encontramos o mesmo impasse: não há evidências na natureza que justifiquem os pressupostos evolucionistas. Cientistas evolucionistas sabem disso mas insistem em se deixar enganar em em servir de pólos retransmissores dessa falácia que é a teoria da evolução. Alguns, porém, são mais intelectualmente honestos, como é o caso do Dr. Colin Patterson (1933-1998), Paleontólogo do Museu Britânico de História Natural em Londres e não hesitam em apresentar a realidade transparente, mesmo que esta entre em choque com suas convicções. Vejam o que o Dr. Patterson afirmou em entrevista que concedeu na BBC, a 4 de março de 1982: “A despeito do que se tem afirmado do ponto de vista teórico, não se demonstrou experimentalmente, até hoje, que organismos evoluem para formas bioquimicamente mais complexas. As evidências são mais consistentes com o padrão de degradação para formas bioquimicamente menos complexas, de acordo com o registro bíblico e com a segunda lei da termodinâmica”.

Estamos hoje vivendo um momento histórico que realça o fato de que não é possível ter todas as pessoas enganadas durante todo o tempo e já se somam aos milhares os cientistas não criacionistas que começam a vislumbrar os erros e as inadequações da teoria da evolução, insistindo para que retomemos o debate e analisemos com mais profundidade e coerência as evidências da natureza a esse respeito. Um deles, o Dr. Edward Blick, cientista aeroespacial, professor de Mecânica Aeroespacial e de Engenharia Nuclear na Universidade de Oklahoma, pesquisador ativo em Aerodinâmica e Biomecânica, com muitos artigos científicos publicados nesses campos, co-autor do livro-texto Fluid Mechanics and Heat Transfer, colocou de modo bem explícito esta questão ao afirmar:

“A evolução é um conto de fadas, exatamente como a teoria da terra plana no século XII. A teoria da evolução diretamente contradiz a segunda lei da termodinâmica, pois esta afirma que, a menos que um planejador inteligente dirija todo o sistema, ele caminhará sempre na direção da desordem e da deterioração. Baseado em simples matemática é possível mostrar que as chances contra a formação de uma simples molécula de proteína, por acaso, é maior do que 1067 para um (um seguido de 67 zeros). A evolução requer uma fé incompreensível! O criacionismo bíblico é a única alternativa sensata”.

Logo, o Tiktaalic roseae representa mais uma tentativa frustrada dos evolucionistas de prover a teoria da evolução de uma evidência baseada em fatos concretos.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de 5 livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.