terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Homossexualismo e homossexualidade

Armand M. Nicholi Jr

Ultimato procurava um texto sério sobre a questão da homossexualidade, escrito por uma autoridade no assunto, e encontrou o verbete “Homossexualismo e Homossexualidade” noBaker’s Dictionary of Christian Ethics, publicado em 1973 pelo conhecido editor Carl F. Henry, em Grands Rapids, nos Estados Unidos. O autor do verbete é o psiquiatra Armand M. Nicholi, durante muito tempo professor da Escola de Medicina de Harvard e do Hospital Geral de Massachusetts, e consultor de Grupos do Governo e atletas profissionais. Nicholi é autor da obra-prima Deus em Questão — C.S. Lewis e Freud debatem Deus, amor, sexo e o sentido da vida, publicado no Brasil pela Editora Ultimato.

O termo homossexualismo refere-se à atividade sexual praticada entre pessoas do mesmo sexo. Especialistas concordam acerca do significado de “comportamento homossexual”, mas têm dificuldades em chegar a uma definição clara do que é ser homossexual. Alguns descrevem o homossexual com base na prática do homossexualismo, enquanto outros o fazem considerando a atração preferencial por pessoas do mesmo sexo. Uma pessoa pode sentir desejos homossexuais intensos sem nunca praticar o homossexualismo, enquanto há quem opte pela atividade mesmo quando a preferência é fortemente dirigida para o sexo oposto. Neste último caso, circunstâncias como a influência do alcoolismo ou confinamento em prisões podem precipitar a ocorrência de experiências homossexuais. O termo bissexual refere-se a indivíduos que praticam atividades tanto homo quanto heterossexuais, podendo haver predominância de uma dessas práticas.

Independentemente do como se conceitue homossexualidade, não há uma forma precisa de determinar sua prevalência. Alguns poucos estudos indicam que cerca de 4 a 5 % da população branca masculina conservam-se exclusivamente homossexual após a adolescência, enquanto entre 10 e 20 % mantêm relações regularmente com indivíduos de ambos os sexos. Pesquisas desenvolvidas com militares na Segunda Guerra Mundial revelaram que 1% dos homens em serviço eram homossexuais, estimando-se que idêntico percentual constituía-se de casos não detectados, isto é, 2% no total. Seja como for, as estatísticas revelam que o homossexualismo é pouco comum.

A história registra a homossexualidade em muitas civilizações antigas. Tanto o Antigo quanto o Novo Testamentos mencionam essa prática e são fortemente explícitos em proibi-las. Algumas civilizações — por exemplo, os antigos gregos — aparentemente aceitavam a prática do homossexualismo com pouca ou nenhuma desaprovação. Ainda que a maioria das culturas em nossos dias lide com essa questão, em certos grupos sociais não se encontraram nem sequer indícios de homossexualismo.

A causa da homossexualidade não está claramente identificada. As diversas teorias podem ser agrupadas em razão de apontar para um dos dois grupos gerais de causas: genéticas e psicogênicas.

O primeiro grupo, de causas “genéticas”, postula que um indivíduo pode herdar a predisposição para a homossexualidade. As teorias reunidas nesse grupo apontam para evidências obtidas em estudos com gêmeos, os quais revelam que a incidência de homossexualismo entre gêmeos idênticos é expressivamente maior do que em gêmeos não-idênticos.

Já o segundo grupo de teorias, chamado “psicogênico”, afirma que a identidade sexual é determinada pelo ambiente familiar e outros fatores do meio em que uma pessoa vive. Neste caso, as teorias apontam para a existência de denominadores comuns entre famílias de diversos homossexuais.

Pesquisas recentes indicam que as famílias mais propensas a gerar um rapaz homossexual são aquelas em que a mãe é muito íntima do filho, possessiva e dominante, enquanto o pai é desligado e hostil. São mães com tendência ao puritanismo, sexualmente frígidas e determinadas a desenvolver uma espécie de aliança com o filho contra o pai, a quem ela humilha. O filho torna-se excessivamente submisso à mãe, volta-se a ela em busca de proteção e fica ao seu lado em disputas contra o pai. Pais de homossexuais são freqüentemente distantes, não demonstrando entusiasmo ou afeição, e criticam os filhos. Sua tendência é menosprezar e humilhar o filho, dedicando-lhe muito pouco de seu tempo. O filho reage com medo, aversão e falta de respeito. Alguns estudiosos consideram que a relação entre pai e filho parece ser mais decisiva na formação da identidade sexual do jovem do que o relacionamento deste com sua mãe. Tais pesquisadores chegam a afirmar não ser possível uma criança se tornar homossexual se seu pai for carinhoso e amoroso.

Em alguns homossexuais é o medo do sexo oposto que parece ser o fator dominante, não a atração profunda por alguém do mesmo sexo. Uma vez resolvido esse medo com terapia, a heterossexualidade prevalece. Estudos recentes têm demonstrado, ainda, que a sedução por outros homossexuais — especialmente outros rapazes — não parece ser um fator relevante.

A chamada “homossexualidade latente” refere-se a conflitos emocionais similares aos da forma “aparente”, mas sem consciência do fato ou sem expressão pública dos conflitos.
Lesbianismo é o termo que se aplica à homossexualidade feminina. Como no caso do homossexualismo masculino, sua prevalência é desconhecida. Também neste caso a questão familiar desempenha um papel muito importante. Pesquisas demonstram que muitas mães de mulheres lésbicas tendem a ser hostis e competitivas com suas filhas, sendo muito ligadas aos filhos homens e ao pai. Além disso, os pais de mulheres homossexuais raramente desempenham um papel dominante na família e dificilmente mostram-se afeiçoados às filhas.

Tanto homens quanto mulheres homossexuais tendem ao isolamento e mostram dificuldade em fazer amizades, mesmo quando crianças. Na adolescência e na idade adulta eles raramente marcam encontros. A maioria dos homossexuais torna-se consciente de sua homossexualidade antes dos dezesseis anos — alguns até antes dos dez anos. Eles costumam optar pela vida em cidades grandes para aí formar seus próprios grupos sociais com regras, modo de vestir e linguagem próprios. Recentemente, tem-se observado o surgimento de organizações para melhorar a imagem do homossexual, as quais costumam negar que o homossexualismo seja um distúrbio ou anormalidade.

Leigos freqüentemente questionam se a homossexualidade deveria ser considerada uma doença ou um pecado. Uma coisa não exclui a outra. Pessoas cuja fé se baseia na Bíblia não podem duvidar que as claras proibições do comportamento homossexual façam dessa prática uma transgressão da lei divina. Por outro lado, há que se considerar a preponderância de opiniões de especialistas a apontar o homossexualismo como uma forma de psicopatologia que requer intervenção médica.

Muitos, em nossa sociedade moderna, negam a condição patológica do homossexualismo, recusam-se a considerar a existência de implicações de ordem moral e vêem a prática homossexual apenas como uma forma de expressão diferente do padrão de comportamento sexual da maioria da população. Assim, tais pessoas não apenas desencorajam a busca por ajuda como contribuem para que o homossexual se conforme com uma vida cada vez mais isolada e frustrante, independente de quão permissiva e condescendente nossa sociedade se torne.

Outra questão bastante levantada diz respeito à atitude da igreja em relação a homossexuais. Tais indivíduos se deparam com ouvidos insensíveis e portas fechadas na comunidade cristã. Essa reação intensifica os sentimentos de angústia e de solidão profunda, o completo desânimo que os assusta e, com freqüência, leva ao suicídio. Cristo, enquanto se opunha vigorosamente à doença e ao pecado, buscava doentes e pecadores com compreensão e misericórdia. A igreja erra quando se permite fazer menos.

A grande cobertura que a mídia faz do homossexualismo, resultado da recente atividade de organizações de homossexuais, tem tornado a homossexualidade mais aceitável como tópico de discussão. Dessa forma, a igreja sem dúvida tomará consciência do problema acontecendo com alguns de seus membros. Isto não deve surpreender, pelo menos por duas razões. Em primeiro lugar, o sentimento de solidão, a necessidade de contato humano e a imagem de si próprio como um desajustado levam o homossexual a ver a comunidade cristã como um refúgio e uma possível fonte de conforto. A outra razão está na frieza e rejeição, comuns no ambiente familiar, provocando ânsia por uma figura de pai amoroso, cálido e compassivo. É fácil entender como o cristianismo pode ser atraente, especialmente para suprir esta necessidade emocional.

Várias formas de psicoterapia têm sido usadas no tratamento de homossexuais, com diferentes níveis de sucesso. Como em qualquer tratamento psicoterápico, os resultados dependem de fatores múltiplos, com ênfase na motivação do paciente. Pessoas homossexuais tendem a ser desmotivadas, o que seja talvez um dos maiores desafios para o terapeuta. A experiência clínica tem mostrado que a motivação para mudar e a consciência do erro são essenciais para aumentar significativamente a expectativa de um tratamento bem-sucedido.


Nota * Traduzido, com permissão de Baker Academic, uma divisão da Baker Publishing Group (www.BakerPublishingGroup.com), por Raquel Monteiro Cordeiro de Azeredo.

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

Complexidade Genética

Publicações Recentes Desafiam a Posição Darwiniana e Apoiam a Posição Criacionista com um Design Inteligente.

Os vários estudos genéticos têm avançado em muito o nosso conhecimento sobre a vida.

Neste mês de maio de 2006, o cromossomo número 1 do genoma humano (o maior de todos) teve o seu sequenciamento finalizado. Foram dez anos de trabalho.

O conhecimento do material genético tem trazido novamente à tona um antigo problema encontrado pela ciência: a origem da complexidade genética.

Várias publicações recentes têm desafiado o posicionamento evolucionista com evidências relevantes. Citaremos aqui apenas algumas.

Evolução rápida:
Muitos genes humanos, segundo um artigo do New Scientist, devem ter evoluído nestes últimos 15.000 anos. Cerca de 700 genes estudados, segundo os pesquisadores, foram alvo da seleção natural, na linhagem humana, principalmente os envolvidos no metabolismo de carboidratos. Esta “evolução rápida” está ligada a ideia de adaptação.

Complexidade Transcrita:
A publicação PLoS Genetics (Public Library of Science) trouxe um artigo especial sobre os transcriptomos (conjunto de moléculas mRNA numa única ou numa população de células biológicas para um conjunto de circunstâncias ambientais, podendo variar de acordo com o contexto do experimento).

Após o genoma humano ter sido decifrado, os cientistas ficaram perplexos pela pequena quantidade de genes – aproximadamente 30.000. O que isto indica é que uma grande quantidade de genes pode ser arranjada e rearranjada de muitas formas modulares, por meio de um splicing genético alternativo, produzindo muitas proteínas variantes por meio de um único gene. Tudo indica que um novo mundo de complexidade ainda maior que a previamente conhecida está vindo à tona. Tanto é verdade que a chamado do artigo aparece da seguinte forma:

“Além de revelar uma complexidade estarrecedora, análise desta coleção tem produzido um número cada vez maior de novas classes de mRNA, pseudogenes expressos, e genes de proteínas codificantes com variantes não codificantes. Ainda, novas classes de lógica regulatória têm surgido, incluindo mecanismos sense-antisense de regulagem através do RNA. Esta coleção de alta resolução cDNA e sua análise, representam recursos mundiais importantes para descobertas, e demonstram o valor do acesso em larga escala dos transcriptomos através do conhecimento das funções genômicas.”

Quem Regula os Reguladores?
Em artigo publicado na revista Nature (23 de Março de 2006), trata dos caminhos importantes que controlam o destino dos transcriptos de RNA dos genes. O mecanismo descrito no artigo revela um alto nível de complexidade que vai além da informação contida nos próprios genes, tal como os pontos de verificação do tipo “go/no-go”.

David Tollervey escreve:
“As células alteram suas taxas de transcrição de mRNA para alterar os níveis do mRNA, e portanto, proporção da síntese de proteínas, em resposta a muitos estímulos. Para ajustar os níveis de mRNA, as células devem ser capazes de se desfazer rapidamente de mRNAs normais, os quais foram previamente sintetizados (turnover). De fato, diferentes mRNAs divergem radicalmente em suas proporções de degradação, sendo isto sujeito tanto ao metabolismo quanto a regulagem progressiva. Ainda, as células devem se guardar das sínteses de mRNAs anormais (surveillance), as quais podem produzir produtos protêicos deficientes, potencialmente tóxicos”.

Trabalho Circular (Ring Job):
As cópias produzidas durante a divisão celular devem ser precisas. Muitas partes das proteínas cooperam para garantir altos níveis de controle de qualidade. A publicação Nature (23 de Março de 2006) trata da descoberta de um anel que desliza ao longo de microtubos no importante estágio da separação dos cromossomos emparelhados.

Revisão de Alta Fidelidade:
Em artigo publicado em Current Biology (T. Albertson e B. Preston, DNA Replication Fidelity: Proofreading in Trans., Current Biology, Vol 16, Issue 6, p R209-R211) tratam do processo de controle de qualidade das cópias realizado pelo DNA.

“Revisão é o tutor principal da fidelidade da polimerase do DNA. Novas pesquisas têm revelado que polimerases com atividade intrínseca de revisão pode cooperar com polimerases sem-revisão para garantir uma replicação fiel do DNA.”

Isto significa que algumas polimerases (copiadoras) possuem uma fidelidade maior que as outras, mas cooperam para garantir a precisão do produto. Quão bom é o sistema? Maior que qualquer copista humano (e isto por ordens de magnitude).

“Células normais replicam o seu DNA com uma fidelidade impressionante, acumulando menos que uma mutação por genoma por divisão celular. Tem sido calculado que nas polimerases replicativas do DNA produzem um erro para cada 104 a 105 nucleotídeos polimerizados. Portanto, cada vez que a célula de um mamífero se divide, aproximadamente 100.000 erros de polimerase ocorrem, e estes devem ser corrigidos o mais próximo possível dos 100% de eficiência, a fim de evitar mutações deletérias. Isto é realizado através de ações combinadas da... revisão exonucleolítica e do sistema de reparo pós-replicação atavés de comparação de diferenças.”

Programação Modular:
Em artigo publicado pela Nature (30 de Março de 2006), 37 cientistas europeus encontraram no fermento um exemplo de programação modular estranho.

A máquina celular agrega partes de proteínas celulares em 491 complexos, dos quais 257 são novos, que combinam diferencialmente com proteínas anexadas adicionalmente ou módulos proteicos que possibilitam a diversificação de funções potenciais. Apoio para esta organização modular do proteoma vem da integração com dados disponíveis em expressão, localização, função, conservação evolucionária, estrutura proteica e interações binárias.

A pergunta que persiste é: O que seria necessário para modular 257 novas proteínas e 491 complexos, todos precisamente regulados? A expressão usada no artigo “conservação evolucionária” (evolutionary conservation) significa “que não houve evolução”.

A Conclusão:
Em artigo publicado na revista Nature (30 de Março de 2006), Embley e Martin traçam algumas conclusões surpreendentes quanto a proposta simplista sobre um antigo procariote ter evoluído num eucariote:

“A ideia que alguns eucariotes primitivos não possuíam mitocôndrias e que foram assim verdadeiros intermediários na transição procariote-eucariote foi uma prospectiva fascinante. Produziu inúmeros avanços para a compreensão de eucariotes anaeróbicos e parasitários e aqueles cuja mitocôndria havia sido previamente ignorada. Contudo a distância evolutiva entre procariotes e eucariotes é agora mais profunda, e a natureza da grande quantidade de organismos que adquiriu a mitocôndria, ainda mais obscuro de que nunca antes.”


Pelo que tudo indica, mitocôndria não foi algo adquirido com o passar do tempo, mas sim um resultado direto de uma criação com um design inteligente.

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Data Recente da Radiação de Fundo Apoia Cosmologias Criacionistas

Em 1965, Arno Penzia e Robert Wilson descobriram a radiação de fundo (Cosmic Microwave Background – CMB como é conhecida), com uma variação de intensidade menor que 10% em todas as direções. Medições desta radiação foram feitas pelos satélites COBE (Cosmic Background Explorer – lançado em 1989) e WMAP (Wilkinson Microwave Anisotropic Probe – lançado em 2001).

Medições mais precisas foram realizadas através de um telescópio de micro-ondas a 38km de altitude sobre a Antártica, chamado BOOMERanG (Balloon Observation Of Millimetric Extragalatic Radiation ANd Geomagnetics – lançado em 2003).

A energia da CMB pode ser descrita em termos de temperatura de um corpo negro. Estudos que se iniciaram na década de 70, mostram uma temperatura equivalente de 2,73K. Uma das descobertas recentes mais interessante é que a CMB parece indicar um plano de referência preferencial, o que não é inconsistente com o princípio da relatividade (o princípio da relatividade diz não haver um plano de referência preferencial no sentido de como as leis da física atuam). Um observador num plano de referência inerte não seria capaz de distinguir nenhuma evidência sobre o seu movimento exceto se compará-lo com um plano de referência preferencial.

As maiores diferenças de temperatura observadas (anisotropia da radiação de fundo) estão relacionadas com o movimento da Terra em relação a este plano de referência preferencial, que age como um observador em movimento acoplado. Este movimento foi medido como uma velocidade de 370 km/s em direção a Leo, e o da nossa galáxia a cerca de 600 km/s com respeito a este plano de referência. Estas observações são consistentes com os modelos relativísticos criacionistas de Humphreys e Gentry, os quais explicam o estado atual do universo dentro de um quadro de tempo criacionista. Todavia, estas observações são inconsistentes com toda a cosmologia do big bang.

Por exemplo, nas cosmologias criacionistas a distribuição de matéria é proposta como limitada, ao passo que o espaço pode ou não estar limitado. O próprio desvio da luz para o vermelho, também, pode mostrar que nós estamos num plano de referência preferencial.


Uma das implicações desta descoberta é que o universo pode ter um centro (devido a polarização da radiação de fundo).

sábado, 19 de dezembro de 2015

A. J. (Monty) White: Uniformismo


As leis físicas da natureza, como por exemplo as leis da gravidade, da termodinâmica, e do movimento, são ensinadas com a inferência de que elas sempre estiveram e sempre continuarão a estar em ação.

Semelhantemente, com as grandezas físicas (tais como a velocidade da luz, a intensidade das ligações químicas, as propriedades físicas e químicas das substâncias), há de novo essa inferência de que os valores e as propriedades determinados atualmente são os mesmos que teriam sido determinados em qualquer tempo, quer no passado, quer no futuro.

Essa inferência, contudo, é verdadeira somente para o período de tempo que decorre desde a Criação pelo onipotente Criador até o dia em que “os céus passarão com estrepitoso estrondo e os elementos se desfarão abrasados e a Terra e as obras que nela existem serão atingidas” (1).
Além disso, a palavra de Deus relata que Deus “é antes de todas as coisas, nEle tudo subsiste” (2).

De fato, porque Deus é imutável (3), não é irrazoável deduzir que a maioria das leis que regem a Ciência, bem como as propriedades físicas e químicas da matéria, não se têm alterado desde a Criação, e não se alterarão até a “destruição”. Deve, entretanto, ser notado que certas propriedades mensuráveis não são constantes, o seu valor variando de ano a ano, como por exemplo a posição na esfera celeste para a qual aponta o Polo norte (4) e o valor do momento magnético terrestre (5).

É dada pouca consideração, pelos estudantes das Ciências, à veracidade e/ou às implicações da inferência anterior, porque, de maneira geral, a Hipótese Uniformista está integrada no todo da Ciência, e é aceita consciente ou inconscientemente como verdade sem contestação. Essa hipótese, que foi divulgada por Charles Lyell (1797-1875) no seu famoso livro “Princípios de Geologia”, pode ser expressa resumidamente como “o presente é a chave para o passado”.

Pensa-se comumente que essa hipótese é aplicada somente ao campo da Geologia, onde se ensina que todos os processos geológicos ora em operação na Terra, estiveram em ação da mesma maneira no passado, ao longo de períodos de tempo extremamente longos, e que tais processos graduais são os responsáveis pelo mundo tal qual o vemos hoje, com os seus continentes de montanhas, vales e estratos fossilíferos. Pode-se ver, entretanto, que a hipótese do Uniformismo de Lyell está em ação não só no campo da Geologia, como também em todas as áreas da Ciência.

Referências:
(l) II Pedro 3:10 (Tradução da “Authorized Version”).
(2) Colossenses 1:17 (Tradução da “The Amplified Bible”).
(3) Malaquias 3:6.
(4) Moore, Patrick. 1961. Astronomy. Oldbourne, London, p. 22.

(5) Barnes, Thomas G. 1971. Decay of the earth's magnetic moment and the geochronological implications, Creation Research Society Quarterly, 8(1): 24 - 29. June.

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Hitler era Cristão?

Com vergonha do legado assassino dos regimes comunistas ateus do Século XX, os líderes ateístas buscam empatar o placar com os crentes ao retratar Adolf Hitler e seu regime nazista como sendo teístas, mais especificamente Cristãos. Os websitesMein Kampf: “Ao me defender dos Judeus, defendo o trabalho do Senhor”. O escritor ateu Sam Harris escreve que “o Holocausto marcou o auge de … 200 anos dos Cristãos fulminando os Judeus”, ateístas rotineiramente alegam que Hitler era Cristão porque nasceu Católico, nunca renunciou ao seu Catolicismo e escreveu em portanto, “sabendo disso ou não, os nazistas eram agentes da religião”.

Quão persuasivas são essas alegações? Hitler nasceu Católico assim como Stálin nasceu na tradição da Igreja Ortodoxa Russa e Mao Tsé Tung foi criado como Budista. Esses fatos não provam nada, pois muitas pessoas rejeitam sua criação religiosa, como esses três fizeram. O historiador Allan Bullock escreve que desde cedo, Hitler “não tinha tempo algum para os ensinos do Catolicismo, considerando-o como religião adequada somente para os escravos e detestando sua ética”.

Então como nós explicamos a alegação de Hitler de que ao conduzir seu programa anti-semítico estava sendo um instrumento da providência divina? Durante sua ascensão ao poder, ele precisava do apoio do povo alemão – tanto os Católicos da Bavária quanto dos Luteranos da Prússia – e para se assegurar disso ele utilizava retórica do tipo “Estou fazendo o trabalho do Senhor”. Alegar que essa retórica faz de Hitler um Cristão é confundir oportunismo político com convicção pessoal. O próprio Hitler diz em Mein Kampf que seus pronunciamentos públicos deviam ser entendidos como propaganda, sem relação com a verdade, mas planejados para influenciar as massas.

A ideia de um Cristo ariano que usa a espada para purgar os Judeus da Terra – o que os historiadores chamam de “Cristianismo Ariano” – era obviamente um afastamento radical do entendimento Cristão tradicional e foi condenado pelo Papa Pio XI no tempo. Além do mais, o anti-semitismo de Hitler não era religioso, era racial. Os Judeus foram atacados não por causa de sua religião – aliás, muitos Judeus alemães eram completamente seculares em seus estilos de vida – mas por causa de sua identidade racial. Essa era uma designação étnica e não religiosa. O anti-semitismo de Hitler era secular.

Hitler’s Table Talk [“Conversas informais de Hitler”, um livro] uma coleção reveladora das opiniões privadas do Führer, reunida por uma assistente próxima durante os anos de guerra, mostra Hitler como sendo furiosamente anti-religioso. Ele chamava o Cristianismo de uma das maiores “calamidades” da história, e disse sobre os alemães: “Vamos ser as únicas pessoas imunizadas contra essa doença”. Ele prometeu que “por intermédio dos camponeses seremos capazes de destruir o Cristianismo”. Na verdade, ele culpava os Judeus pela invenção do Cristianismo e também condenou o Cristianismo por sua oposição à evolução.

Hitler guardava um desdém especial pelos valores Cristãos da igualdade e compaixão, os quais ele identificou com a fraqueza. Os principais conselheiros de Hitler, como Goebbels, Himmler, Heydrich e Bormann eram ateus que odiavam a religião e buscavam erradicar sua influência da Alemanha.

Em sua História em vários volumes do Terceiro Reich, o historiador Richard Evans escreve que “os nazistas consideravam as igrejas como sendo os reservatórios mais fortes da oposição ideológica aos princípios nos quais eles acreditavam”. Quando Hitler e os nazistas chegaram ao poder lançaram uma iniciativa cruel para subjugar e enfraquecer as Igrejas Cristãs na Alemanha. Evans aponta que após 1937, as políticas do governo de Hitler se tornaram progressivamente anti-religiosas.

Os nazistas pararam de celebrar o Natal, e a Juventude de Hitler recitou uma oração agradecendo ao Fuhrer, ao invés de Deus, por suas bênçãos. Aos clérigos considerados como “problemáticos” era ordenado que não pregassem, centenas deles foram aprisionados e muitos foram simplesmente assassinados. As Igrejas estavam constantemente sob a vigilância da Gestapo. Os nazistas fecharam escolas religiosas, forçaram organizações Cristãs a se dissolverem, dispensaram servidores civis praticantes do Cristianismo, confiscaram propriedade da igreja e censuraram jornais religiosos. O pobre Sam Harris não é capaz de explicar como uma ideologia que Hitler e seus associados entendiam como uma renúncia ao Cristianismo pode ser apresentada como o “auge” do Cristianismo.

Se o nazismo representava o auge de algo, era o auge do Darwinismo social do final do Século XIX e início do XX. Como documentado pelo historiador Richard Weikart, tanto Hitler quanto Himmler eram admiradores de Darwin e freqüentemente falavam do papel deles como promulgadores de uma “lei da natureza” que garantiria a “eliminação dos ineptos”. Weikart argumenta que o próprio Hitler “construiu sua própria filosofia racista baseado em grande parte nas idéias do Darwinismo social” e conclui que embora o Darwinismo não seja uma explicação intelectual “suficiente” para o nazismo, é uma condição “necessária”. Sem o Darwinismo, talvez não houvesse nazismo.

Os nazistas também se inspiraram no filósofo Friedrich Nietzsche, adaptando a filosofia ateísta dele aos seus propósitos desumanos. A visão de Nietzsche do ubermensch [super-homem] e sua elevação a uma nova ética “além do bem e do mal” foram adotadas de forma ávida pelos propagandistas nazistas. A “sede pelo poder” de Nietzsche quase se tornou um slogan de recrutamento nazista. Em nenhum momento estou sugerindo que Darwin ou Nietzsche teriam aprovado as ideias de Hitler, mas este e seus comparsas aprovavam as ideias daqueles.

Então, à montanha de corpos que os regimes misoteístas [que odeiam Deus] de Stálin, Mao, Pol Pot e outros produziram, nós devemos adicionar os mortos do regime nazista, também misoteísta. Assim como os comunistas, os nazistas deliberadamente atacaram os crentes, pois eles queriam criar um novo homem e uma nova utopia livre das amarras da religião e moralidade tradicional. Em um artigo anterior eu perguntei qual é a contribuição do ateísmo para a civilização. Uma resposta àquela questão: genocídio.

Por: Dinesh d’Souza

Traduzido e adaptado por: Maxiliano Mendes

quinta-feira, 17 de dezembro de 2015

"Razão vs Fé" ou "Razão, por isso, Fé" ?

Contribuição de Evans Roberts:
"Ao se dizer que algo tem significado, ainda é conferido a esse algo uma certa dose de independência e autonomia em relação à sua Origem [...]. Contudo, quando se afirma que as coisas criadas são significado, se está claramente apontando para o fato de que a diversidade criada pertence a uma estrutura abrangente de interdependência mútua formando uma totalidade de significado. Esta totalidade de significado ou unidade de significado, por sua vez, aponta para a sua Origem, aquele que lhe conferiu significado e a partir de quem esta totalidade criada deriva seu sentido. Embora todas as coisas sejam entes de significado e este significado seja irredutível, este significado particular não é suficiente em si mesmo; cada aspecto da criação aponta para outro, para além de si e, por último, para aquele que o criou."

CARVALHO, Guilherme Vilela Ribeiro. Sociedade, Justiça e Política de Cosmovisão Cristã: Uma Introdução ao Pensamento Social de Herman Dooyeweerd. In: CARVALHO, Guilherme Vilela Ribeiro. (Org.). Cosmovisão Cristã e Transformação. Viçosa: Ultimato, 2006, p 74.

HERMAN DOOYEWEERD - pai da "filosofia Reformacional" ou "Filosofia da Ideia Cosmonômica"

"Há alguns anos atrás, quando comecei a conversar sobre “filosofia reformada” com alguns colegas, fui surpreendido por um amigo livreiro, ele mesmo amigo de um filósofo algo instruído em teologia. Segundo o meu amigo, que consultara o tal filósofo, “essa coisa de filosofia cristã não existe não. Teve a filosofia cristã católica, que no final não deu certo. Mas filosofia cristã, e calvinista ainda por cima? Não, isso não existe não. Deve ser teologia travestida de filosofia”." Guilherme V. R. de Carvalho - Herman Dooyeweerd, Reformador da Razão.

A Relevância do Teísmo Cristão para a Ciência no Pensamento de Roy A. Clouser

"O filósofo americano Roy Clouser desenvolveu recentemente um modelo para explicar a relação entre a religião e a ciência, a partir de uma crítica interna do empreendimento científico. Segundo Clouser, todo pensamento teórico depende de pressuposições a respeito da ordem cósmica cuja natureza é indistinguível de certos tipos de crença religiosa – aquelas crenças a respeito do que constituiria o fundamento divino do mundo. A partir da observação da indistinguibilidade dessas crenças, Clouser sustenta que a ciência tem, necessariamente, um ponto de partida religioso que condiciona a construção teórica.

A partir dessa descoberta, Clouser apresenta a crença teísta cristã clássica como um ponto de partida viável para o empreendimento científico, e como uma imagem de mundo superior às imagens não-teístas de mundo, na medida em que estas não fornecem subsídios suficientes para lidar com o problema do reducionismo científico e com os impasses teóricos relacionados a ele."
Guilherme V. R. de Carvalho - A Relevância do Teísmo Cristão para a Ciência no Pensamento de Roy A. Clouser. RESUMO.

Herman Dooyeweerd, ao apresentar sua idéia de cosmovisão, remonta e aperfeiçoa o que já apresentara Abraham Kuyper.

Já que mencionei Kuyper, é propício lembrar uma de suas mais conhecidas citações:
"Oh, nem um único espaço de nosso mundo mental pode ser hermeticamente selado em relação ao restante, e não há um único centímetro quadrado em todos os domínios da existência humana sobre o qual Cristo, que é o Soberano sobre tudo, não clame: é Meu!"
Bratt, James D., Abraham Kuyper: A Centennial Reader, 1998, p. 488.
.
Herman Dooyeweerd é notório também por sua resistência incansável a toda e qualquer tentativa de criar uma esfera intelectual “neutra”, sem influência da fé.

A descoberta de Dooyeweerd, ao mesmo tempo em que o alinhou com as antropologias e epistemologias de Agostinho, de Calvino e de Pascal, estabeleceu um poderoso ponto de contato/ fricção com o pensamento moderno. Contra Kant e o neokantismo, Dooyeweerd localizou o coração humano como o verdadeiro ponto de partida do pensamento – e não a razão humana – e mostrou a necessidade de autoconhecimento, por meio do conhecimento de Deus, para que o homem possa desenvolver um pensamento autenticamente crítico. A idéia calvinista de norma heteronômica também teve papel importante na rejeição do autonomismo kantiano.

"Originalmente eu estive sobre forte influência, primeiramente da filosofia neokantiana, e depois da fenomenologia de Husserl. A grande virada em meu pensamento foi marcada pela descoberta da raiz religiosa do próprio pensamento, quando também uma nova luz foi lançada sobre a derrocada de todas as tentativas, incluindo a minha própria, de estabelecer uma síntese interna entre a fé Cristã e uma filosofia que é radicada na fé na auto-suficiência da razão humana. Eu vim a compreender o significado central do “coração”, proclamado raiz moral da existência humana. Na base deste ponto de vista Cristão central, eu vi a necessidade de uma revolução no pensamento filosófico, pensada em um caráter profundamente radical. Em confronto com a raiz religiosa da criação, nada menos está em questão do que como relacionar todo o cosmo temporal, tanto nos seus assimchamados aspectos “naturais” como nos “espirituais”, a este ponto de referência. Em contraste com essa concepção Bíblica fundamental, de que significância é uma assim-chamada “revolução Copernicana”, que meramente faz os “aspectos naturais” da realidade temporal relativos a uma abstração teórica, tal como o “sujeito transcendental” de Kant?"
Dooyeweerd, Herman. A New Critique of Theoretical Thought. Amsterdam/Philadelphia:Uitgeverij H. J. Paris, Presbyterian and Reformed, 1953, Vol I, Foreword.

Herman Dooyeweerd e a autonomia da razão
A maior crítica de Dooyeweerd, sem dúvida, relaciona-se ao dogma da autonomia da razão:

"A PRETENSA AUTONOMIA DO PENSAMENTO FILOSÓFICO

Toda filosofia que exige um ponto-de-partida cristão é confrontada com o dogma tradicional concernente à autonomia do pensamento filosófico, sugerindo independência de todas as pressuposições religiosas. Pode ser firmado que este dogma é apenas um que sobreviveu à decadência geral das recentes certezas da filosofia. Esta decadência foi causada pela retirada do fundamento espiritual do pensamento ocidental a partir das duas guerras mundiais.
(...)
A pretensa autonomia, que é considerada a base comum da Grécia antiga, escolasticismo tomístico e moderna filosofia secularizada, carece desta unidade de sentido necessário porque possui um fundamento comum.
Porém, a presente autonomia não pode garantir uma base comum a diferentes tipos de filosofia. Se todo corrente filosófica que pretende escolher seu ponto-de-partida no raciocínio teórico somente, não tiver profundas pressuposições, seria possível assentar cada argumento filosófico entre eles em um caminho puramente teórico.
(...)
Nem Kant, o fundador da assim chamada filosofia crítico-transcendental, nem Edmund Husserl, o fundador da fenomenologia moderna, que chamou sua filosofia fenomenológica de a mais radical crítica do conhecimento, tem tido uma atitude teórica de pensamento a partir de um problema crítico. Ambos partiram da autonomia do pensamento teórico como um axioma que necessita de uma maior justificação. Esta é a pressuposição dogmática de sua investigação teórica que faz a característica crítica da problemática posterior e mascara seu real ponto de partida, o qual, como matéria de fato, e seu pensamento, rege sua maneira de posicionar os problemas filosóficos."


fonte: http://dooybrasil.wordpress.com/tag/herman-dooyeweerd

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Gigantismo em Fósseis



Um dos princípios básicos da teoria da evolução é que o progresso evolutivo inclui o desenvolvimento do tamanho do corpo físico. E. C. Olson em sua obra “The Evolution of Life” (A Evolução da Vida), 1965, p. 240, assegura que “O aumento em tamanho é o curso normal seguido na evolução das linhas filogenéticas e na irradiação adaptativa”, e o destacado autor George Gaylor Simpson, referindo-se às leis da evolução, diz: “Entre estas, uma das que melhor se estabeleceu é a tendência de aumentar em tamanho” (O Sentido da Evolução, p. 132).

Em muitos pontos da coluna geológica isto parece se confirmar. Por exemplo, os trilobitas ao passarem do Cambriano até o Ordoviciano, e ainda os dinossauros ao irem do Triássico ao Cretáceo.

No entanto, ao comparar os fósseis com as espécies vivas, cada vez mais se descobre o contrário. Parece que os fósseis pertenceram a espécies gigantescas.


Um novo caso acaba de ser descoberto na Austrália (já são conhecidos os muitos fósseis de cangurus gigantes na Austrália). Agora, um grupo de paleontólogos, no deserto ao norte de Alice Springs, desenterrou os esqueletos de uma dezena de aves gigantescas não voadoras que, quando vivas, pesariam meia tonelada cada uma. Pertencem ao gênero Ilbandornis, com o nome comum de ocas.