Stuart E. Nevins, M.S.
A questão das idades da terra e do oceano é de
extrema importância. Se há evidências de um oceano antigo, esse fato poderia
ser usado para apoiar a suposição evolucionista de que a vida surgiu de
primitivos químicos inorgânicos marinhos, há bilhões de anos atrás. Se,
contudo, for possível comprovar que o mundo oceânico é relativamente jovem, o
evolucionista perderia sua causa por falta de provas.
Modelos
Oceânicos
É possível imaginar dois modelos básicos do mundo
oceânico. De acordo com os geólogos evolucionistas uniformitarianos, a terra
tem aproximadamente 4,5 bilhões de anos. O mundo oceânico foi formado, segundo
se supõe, pelo desprendimento de gases da água dos processos vulcânicos no
começo da história da terra. No esquema popular, no mínimo há bilhões de anos
passados, o oceano chegou ao seu atual tamanho e condição química, e as formas
de vidas unicelulares já haviam evoluído por acaso a partir das substâncias
químicas inertes. Durante um período de pelo menos um bilhão de anos o oceano
permaneceu mais ou menos em constante salinidade enquanto as criaturas
unicelulares evoluíram em moluscos, peixes, répteis, mamíferos e finalmente ao
homem. Durante esse imenso período de tempo os continentes têm passado pela
erosão por um processo mais ou menos contínuo tendo sido depositado
regularmente detritos na forma de sedimentos no fundo do oceano.
Uma alternativa à visão evolucionista do oceano é a
criacionista, o surgimento do oceano é recente, possivelmente 10.000 anos
atrás. A terra em sua condição original estava coberta com água ( Gênesis 1:2
), posteriormente, porém, Deus formou bacias oceânicas, reunindo as águas e
fazendo surgir a terra ( Gênesis 1:9 ). O oceano novamente cobriu a terra
durante o Dilúvio universal no tempo de Noé, e retornou às suas atuais bacias
depois do Dilúvio.
O nosso propósito é examinar a velocidade da erosão
e da sedimentação a fim de sugerir o modelo mais apropriado para o mundo
oceânico.
Sedimentos
Oceânicos
O fundo do oceano está coberto por uma camada de
material mal consolidado chamado sedimento. Pequenas partículas rochosas e
substâncias químicas precipitadas derivadas dos continentes, especialmente
através das correntezas, formam o grosso desse sedimento. Limo calcário
quimicamente precipitado é o sedimento mais comum no fundo do oceano, enquanto
que arei e lama vindas dos continentes são mais comuns no oceano mais raso mais
próximo das praias.
Perfurações em mar profundo e levantamentos
sísmicos forneceram muitas informações sobre a espessura do sedimento no
oceano. Esses dados foram bastante surpreendentes para os antigos oceanógrafos
que, presumindo que o oceano fosse muito antigo, esperavam sedimentos muito
espessos. A espessura média dos sedimentos nos lugares de menores profundezas
dos oceanos de menos de 650m. Espessuras maiores de sedimentos se encontram nas
plataformas e vertentes continentais. A maior espessura sedimentar encontrada
em todo o oceano ( profundo e raso ) seria de 900m.¹ Essa afirmativa é generosa
e seria aceita como sendo aproximadamente correta pela maioria dos geólogos
evolucionistas uniformitarianos.
Agora podemos calcular o volume dos sedimentos
oceânicos simplesmente multiplicando a espessura média ( 900 ) pela área do
mundo oceânico ( 357km² ). (2) Os cálculos indicam que 77 milhões de metros
cúbicos de sedimentos se encontram presentes no fundo do oceano.
Depois, podemos fazer uma estimativa da massa dos
sedimentos oceânicos multiplicando o volume dos sedimentos ( 315 milhões de km³
) pela densidade média de sedimentos ( 2,3 bilhões de toneladas/km³ = 2,30
g/cm³ ).³ Descobriremos a massa dos sedimentos oceânicos é de cerca de 820
quatriliões de toneladas.
Os atuais continentes topográficos acima do nível
do mar têm volume com cerca de 125 milhões de km³ e uma massa de cerca de 383
quatriliões de toneladas. Se os atuais continentes fossem desgastados até o
nível do mar, cerca de 383 quatriliões de toneladas de sedimentos se
depositariam no fundo do oceano. Essa massa é um pouco menor do que a metade da
massa de sedimentos presentes no oceano atualmente. Dito de outra forma, seria
necessária a erosão de apenas duas vezes a nossa atual massa continental a fim
de produzir a massa de sedimentos oceânicos já existentes!
Médias de
Erosão
Um estudo cuidadoso dos rios atuais em escala
mundial indica a vasta quantidade de rochas que são transportadas para o
oceano. Sedimentos suspensos, pequenas partículas de rochas que são carregadas
junto com a turbulência do rio pertencem ao grosso de sedimentos acrescentados
ao oceano. A melhor estimativa para os dados referentes aos rios sugere que
20,2 bilhões de toneladas de sedimentos suspensos penetram no oceano todos os
anos. (4)
Os rios também transportam substâncias químicas
dissolvidas para o oceano. As substâncias químicas são principalmente
bicarbonato, sílica e sais que compreendem cerca de 4,6 bilhões de toneladas de
sedimentos acrescentados ao oceano todos os anos. (5)
As geleiras das latitudes mais elevadas estão
atualmente se desfazendo e acrescentando icebergs ao oceano. Quando o gelo
derrete os sedimentos contidos são depositados no fundo do mar. Parece que o
gelo está transportando cerca de 2,2 bilhões de toneladas de sedimentos por ano
para o oceano. (6)
Embora pouco se saiba acerca de migração dos
fluidos nas grandes profundezas da terra, a terra está sendo atualmente
acrescentada ao oceano através do fundo do mar vinda dos continentes e de
fontes e vulcões no fundo do mar. Essa água também contém substâncias químicas
dissolvidas. Uma média conservadora sugere que 0,47 bilhões de toneladas de
sedimentos são acrescentados ao oceano por ano pelas águas freáticas. (7)
As praias estão sendo constantemente desgastadas
pelas ondas que levam sedimentos para o mar. Uma boa estimativa sugere que a erosão
marinha acrescenta 0,28 bilhões de toneladas de sedimentos por ano. (8)
A poeira levada pelo vento especialmente vindas de
áreas deserta e a poeira vulcânica acabam sendo levadas para mar. Cerca de 0,06
bilhões de toneladas vão para o mar anualmente. (9)
A evaporação e o vento removem uma pequena
quantidade de sais do oceano e os depositam sobre a terra. A porção de
sedimentos removida nesse processo de chuviscos salinos aerosóis é calculada em
0,29 bilhões de toneladas por ano. (10)
Agora que examinamos o processo que leva e remove
os sedimentos do oceano, estamos prontos para calcular a quantidade total de
sedimentos que vai para o fundo oceânico todos os anos. O acréscimos dos
cálculos da erosão anterior apresenta o total de uma injeção de sedimentos no
oceano de 27,5 bilhões de toneladas por ano. É uma quantidade enorme de
sedimentos! A maioria dos geólogos evolucionistas uniformitarianos admitiria
que esse total é aproximadamente certo.
A título de ilustração, imagine que todos os
sedimentos desse ano fossem colocados em vagões de carga cada um com capacidade
de 11 toneladas. Precisaríamos de 2,5 bilhões desses vagões! Seria um trem que
se estenderia até a lua, ida e volta, 34 vezes! Se esse trem viajasse a 95
km/h, levaria 32 anos para passar por você. O total dos sedimentos indica que
80 vagões de sedimentos por segundo estão sendo acrescentados ao oceano!
Quanto tempo levaria para transportar os atuais
continentes para o oceano se a média de erosão continuasse ? Temos cerca de 125
milhões de km³ de crosta continental acima do nível do mar com uma massa de 383
quatriliões de toneladas. Para se calcular a quantidade de tempo necessária
para transportar os atuais continentes para o oceano temos de apenas dividir a
massa dos continentes acima do nível do mar pela média anual de erosão. O
cálculo seria o seguinte:
383 quatriliões de toneladas/27,5 bilhões de
toneladas por ano = 14 milhões de anos.
TOTAL DE
SEDIMENTOS LEVADOS PARA O OCEANO +27,5 bilhões de toneladas por ano.
Os continentes estão sendo desnudos numa velocidade
tal que seriam necessários uns simples 14 milhões de anos para nivelá-los! Mas
os geólogos evolucionistas uniformitarianos acham que os continentes existem há
pelo menos 1 bilhão de anos. Durante esse suposto intervalo de tempo os atuais
continentes teriam se desfeito pela erosão 70 vezes! Mas, milagre dos milagres,
os continentes ainda estão aí e não parece que se desfizeram pela erosão nem
uma única vez sequer!
A Idade do
Oceano
Embora os continentes possam ser desfeitos pela
erosão e transportados para o oceano em apenas 14 milhões de anos, vamos
imaginar que algum misterioso processo de soerguimento continue a aumentar os
continentes enquanto estão se desgastando pela erosão. Quanto sedimento se
formaria pela média atual de erosão em um bilhão de anos ? A resposta se
encontra multiplicando a média anual de acréscimo de sedimentos ao oceano (
27,5 bilhões de toneladas por ano ) pela alegada idade evolucionista ao oceano
( 1 bilhão de anos ). Durante 1 bilhão de anos 27,5 bilhões de toneladas de
sedimentos seriam produzidos. Isso bastaria para cobrir o fundo do oceano com
30 km de sedimentos! A fim de produzir essa quantidade colossal de sedimentos
seria necessária a erosão de uma incrível camada de rocha de 61 km de espessura
de continentes. Assim, se aceitamos que a atual média de erosão e volume
continental visível já existiam durante os supostos 1 bilhão de anos de
história do mundo oceânico dos evolucionistas, já teríamos de esperar uma
camada desconcertante de sedimentos de quase 30 km de espessura cobrindo o
fundo do mar atualmente! Sendo que essa monumental camada não existe, parece
que os evolucionistas superestimaram grosseiramente a idade do atual oceano
mundial.
Outra questão é levantada. Quanto tempo levaria
para depositar a atual espessura de sedimentos no fundo do oceano presumindo-se
uma média constante de erosão ? Para se obter a resposta temos que dividir a
massa de sedimentos que se encontra no oceano pela média anual de injeção de
sedimentos. O cálculo é o seguinte:
820 quatriliões de toneladas / 27,5 bilhões de
toneladas por ano = 30 milhões de anos.
Em apenas 30 milhões de anos todos os sedimentos do
oceano poderiam ter-se acumulado aceitando-se uma média constante de erosão.
Essa idade não se encaixa no bilhão de anos aceito pelos geólogos
evolucionistas uniformitarianos.
É importante observar importante observar que de
acordo com geólogos evolucionistas uniformitarianos os últimos 30 milhões de
anos foram um período de considerável desnudamento continental. As grandemente
aceleradas médias de erosão da era cenozóica posterior chegaram ao clímax na
era glacial, "um período em que o clima tornou-se selvagem".¹¹
Planícies aluviais da atualidade mostram evidências de grande quantidades de
água já passaram para o oceano, excedendo a descarga dos rios hodiernos.
Cientistas que têm realizado perfurações de sedimentos em mar profundo, ficaram
recentemente surpresos pelas evidências de um longo período de tempo no passado
de glaciação e clima úmido no registro sedimentário. Portanto, a pressuposição
de uma média constante de sedimentação não é valida exigindo médias de erosão
grandemente aumentadas no passado. Essa média de injeção de sedimentos
aumentada no oceano poderia diminuir a idade aparente dos sedimentos oceânicos
calculada acima por um fator de dez a cem tornando ainda mais difícil
reconciliá-la com o modelo evolucionista.
Enquanto as dificuldades encontradas no modelo
evolucionistas sejam muito visíveis, o modelo criacionista é consistente com as
evidências. De acordo com o modelo da criação, o oceano chegou a sua condição
atual apenas depois do Dilúvio de Noé. Alguns dos sedimentos mais antigos do
oceano parecem ter sido depositados imediatamente após o Dilúvio. Essas camadas
sedimentares não exigem uma longa história de erosão continental.
Os sedimentos oceânicos mais recentes parecem ter
sido depositados nos séculos após o Dilúvio quando o clima era bastante úmido e
quando a média de erosão era significativamente maior do que atualmente. A
maioria dos sedimentos oceânicos recentes provavelmente não derivam da erosão
do granito continental, mas de rochas sedimentares. Assim os sedimentos
oceânicos mais recentes parecem principalmente "reciclados" e não
necessitam de uma história longa. É bastante razoável crer em um oceano jovem
com cerca de 10.000 anos ou menos.
O Dilema dos
Evolucionistas
Se o oceano da terra tem 1 bilhão de anos, deveria
haver um enorme quantidade de sedimentos oceânicos. Mas, mesmo os
evolucionistas têm consciência da escassez de sedimentos. Qual seria a
refutação deles diante dos argumentos até agora apresentados?
Para que haja um oceano com mais de 1 bilhão de
anos de idade e ainda assim possuidor de um magro tapete de sedimentos, o
evolucionista deve Ter algum processo que constantemente remova os sedimentos
do fundo do mar. O primeiro processo que vem à mente é a remoção dos sedimentos
através do levantamento do fundo do mar e devolução dos sedimentos oceânicos
aos continentes. Isso significaria uma pequena perda de sedimentos oceânicos,
mas a porção total de sedimentos nos continentes é mais ou menos igual a
proporção dos sedimentos no fundo oceânico. Somando todos os sedimentos dos
atuais continentes aos do oceano atual ainda faltaria muito para os 30.480m
esperados de sedimentos oceânicos que existiriam se o oceano tivesse 1 bilhão
de anos de idade. Este processo não resolve o dilema do evolucionista.
O segundo processo é muito engenhoso. Se a maior
parte dos sedimentos não está sendo removida de oceano pelo levantamento, então
o evolucionista deve supor algum processo que faz os sedimentos oceânicos
mergulharem nas profundezas da terra! O método predileto é chamado
"alastramento no fundo do mar", e sugere que o fundo do oceano é como
uma correia transportadora. Supõe-se que a crosta oceânica se forma
continuamente nas cristas das montanhas oceânicas, acumulando então sedimentos
enquanto lentamente se afasta da crista e, finalmente, ambos, a crosta e os
sedimentos são destruídos liqüidificando-se quando arrastados sob as fossas
oceânicas. Os melhores cálculos feitos pelos geólogos evolucionistas
uniformitarianos sugerem que cerca de 2,75 bilhões de toneladas de sedimentos
por ano,¹² estão sendo destruídos pelo alastramento do fundo do mar. Essa média
é apenas um décimo da média atual de acréscimo de sedimentos ao oceano. Por
assim dizer, os sedimentos oceânicos estão se formando atualmente a uma
velocidade dez vezes maior do que estão sendo destruídos pelo alastramento do
fundo do mar! Assim, o alastramento do fundo do mar não é capaz de destruir os
sedimentos com a rapidez necessária.
Depois de cuidadosa análise da erosão dos
continentes e da sedimentação conseqüente no oceano da terra, temos de fazer
duas perguntas urgentes. Onde estão todos os sedimentos se, como supões os
evolucionistas, o oceano tem mais de 1 bilhão de anos ? Quem tem o melhor
modelo para o oceano, o evolucionista ou o criacionista ? Cremos que as
verdadeiras respostas referentes à origem do oceano se encontram nas
Escrituras. "Dele é o mar, pois Ele o fez." (Salmo 95:5).
Referências
1. Na minha estimativa sobre a espessura média dos
sedimentos da terra, usei dados mais recentes de M. Ewing, G. Carpenter, C.
Windisch e J. Ewing: "Sediment Distribution in the Oceans: The
Atlantic", Geological Society of America Bulletin, Vol.84, Janeiro de
1973, pág. 83. Corrigimos os dados referentes aos sedimentos do Oceano Pacífico
que não são tão espessos quanto a média dos sedimentos do Oceano Atlântico.
2. John N. Holeman: The Sediments Yield of Major
Rivers of the World", Water Resources Research, Vol.4, Agosto de 1968,
pág. 737.
3. A densidade dos sedimentos do fundo do mar
segundo diversas autoridades é de mais ou menos 2,3 g/cm.
4. Robert M. Garrels e Fred T. Mackenzie: Evolution
of Sedimentary Rocks, W.W.Norton & Co.,New York, 1971, págs. 104-106.
5. lbid.,págs.102,103.
6. lbid.,pág.110.
7. lbid.,págs.103,104.
8. lbid.,págs.110,111.
9. lbid.,pág.111.
10. lbid.,pág.108.
11. Consulte a excelente discussão sobre a erosão
cenozóica posterior de R.W. Fairbridge: "Denudation", em The
Encyclopedia of Geomorphology, Reinhold Book Co.,New York, 1968, págs. 261-271.
12. Y. Li: "Geochemical Mass Balance amont
Lithosphere, Hydrosphere, and Atmosphere", American Journal of Sience,
Vol.272, Fevereiro de 1972, pág. 133.
O autor: Stuart E. Nevins é B.S. e M.S. em geologia
e professor assistente de geologia no "Christian Heri tage College".
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