Por que eles são como óleo e água
Tradução: Daniel Brisolara
Como todos sabem, tem havido uma recente enxurrada
de livros atacando a fé cristã e a religião em geral. Alguns desses livros são
um pouco mais do que ladainhas, cheios de insultos, mas curtos em razões,
cheios de afrontas, mas curtos em competência, cheios de justas indignações,
mas curtos em bom senso; na maior parte, eles são dirigidos mais por ódio do
que pela lógica. É claro que existem outros que são intelectualmente mais
respeitáveis – por exemplo, a contribuição de Walter Sinott-Armstrong em
"God? A Debate Between a Christian and an Atheist" [1] [Deus? Um
debate entre um cristão e um ateu] e a contribuição de Michael Tooley em
"Knowledge of God" [2] [Conhecimento de Deus]. Quase todos esses
livros foram escritos por filósofos naturalistas. Eu acredito que é
extremamente importante ver que o naturalismo em si, a despeito do tom
presunçoso e arrogante dos assim chamados Novos Ateus, está numa muito séria
dificuldade filosófica: não se pode sensatamente acreditar nele.
Naturalismo é a idéia de que não há tal pessoa como
Deus ou qualquer coisa como Deus; nós podemos pensar nessa posição como ateísmo
turbinado ou talvez ateísmo plus. É possível ser ateu sem ascender a arrogantes
altitudes (ou descender até as profundezas tenebrosas) do naturalismo.
Aristóteles, os antigos Estóicos, e Hegel (ao menos em alguns estágios)
poderiam apropriadamente ser considerados ateístas, mas eles não poderiam
apropriadamente ser considerados naturalistas: cada um endossa alguma coisa
(Primeiro Motor de Aristóteles, O Nous Estóico, O Absoluto de Hegel) que nenhum
naturalista que se auto-respeite poderia tolerar.
Nos dias de hoje o naturalismo está excessivamente
na moda na academia; alguns dizem que é a ortodoxia acadêmica contemporânea.
Diante da moda de várias formas de anti-realismo e relativismo pós-moderno,
isto pode ser um pouco forte. No entanto, o naturalismo é certamente mais
difundido, e está exposto em alguns recentes livros populares como "O
Relojoeiro Cego" de Richard Dawkins, A Perigosa Idéia de Darwin, de Daniel
Dennett, e em muitos outros. Os naturalistas gostam de se agasalhar (ou de se
envolver) nos mantos da ciência, como se a ciência de alguma maneira apoiasse,
endossasse, subscrevesse, sugerisse, ou fosse de alguma maneira inabitual
amigável ao naturalismo. Particularmente, eles freqüentemente recorrem à
moderna teoria da evolução como uma razão para abraçar o naturalismo; de fato,
o subtítulo do livro de Dawkins, O Relojoeiro Cego é Por que a Evidência da
Evolução Revela um Universo sem Design. Muitos parecem pensar que a evolução é
um dos pilares do templo do naturalismo (e “templo” é a palavra certa: o
naturalismo contemporâneo tem, sem dúvida, assumido um invólucro religioso, com
um sacerdócio secular fervoroso para reprimir visões opostas como qualquer
mullah). Eu me proponho a argumentar que o naturalismo e a evolução estão em
conflito um com o outro.
Eu disse que o naturalismo está numa dificuldade
filosófica; isto é verdade em diversos aspectos, mas aqui eu quero me
concentrar sobre apenas um – aquele conectado com a idéia de que a evolução
apóia ou endossa ou é de algum modo evidência para o naturalismo. Do modo como
eu vejo, isto é um erro colossal: evolução e naturalismo não são apenas
companheiros constrangidos; eles são mais como combatentes beligerantes. Não se
pode racionalmente aceitar ambos: evolução e naturalismo; não se pode ser um
naturalista evolucionista. O problema, como muitos pensadores (C.S. Lewis, por
exemplo) têm visto, é que o naturalismo, ou o naturalismo evolucionista, parece
conduzir a um ceticismo fundo e penetrante.
Ele leva à conclusão de que nossa cognição ou
faculdades produtoras de crenças – memória, percepção, insight lógico, etc. –
são duvidosas e não se pode confiar nelas para produzir uma preponderância de
crenças verdadeiras sobre crenças falsas. O próprio Darwin teve preocupações
com esses assuntos: “Comigo”, diz Darwin, “a dúvida horrível sempre surge se as
convicções da mente do homem, as quais têm sido desenvolvidas da mente de
animais inferiores, são de qualquer valor ou dignas de confiança. Poderia
qualquer um confiar nas convicções da mente de um macaco, se houvesse qualquer
convicção em tal mente?” [3].
Claramente, esta dúvida surge para os naturalistas
ou ateus, mas não para aqueles que acreditam em Deus. Isto porque se Deus nos
criou à sua imagem, então mesmo que ele tenha nos moldado por meios
evolucionários, ele presumivelmente queria que nós parecêssemos com ele na
capacidade de conhecer; mas então a maior parte do que nós acreditamos pode ser
verdade mesmo que nossas mentes tenham se desenvolvido a partir daquelas dos
animais inferiores. Por outro lado, há um problema real aqui para o naturalista
evolucionista. Richard Dawkins certa vez declarou que a evolução tornou
possível ser um ateu intelectualmente realizado. Eu creio que ele está
fatalmente enganado: eu não creio que é possível de alguma maneira ser um ateu
intelectualmente realizado; mas de qualquer modo você não pode racionalmente
aceitar ambos, evolução e naturalismo.
Por que não? Como segue o argumento? [4] A primeira
coisa a se ver é que os naturalistas são também sempre ou quase sempre
materialistas: eles pensam que os seres humanos são objetos materiais, com
nenhuma alma imaterial ou espiritual, ou um eu (self). Nós somos apenas nossos
corpos, ou talvez algumas partes dos nossos corpos, tais como o nosso sistema
nervoso, ou cérebros, ou talvez parte de nossos cérebros (o hemisfério direito
ou esquerdo, por exemplo) ou talvez alguma parte ainda menor.
Então vamos pensar no naturalismo como incluindo o
materialismo [5]. E agora vamos pensar sobre crenças de uma perspectiva
materialista. De acordo com os materialistas, crenças, juntamente com o resto
da vida mental, são causadas ou determinadas pela neurofisiologia, pelo que
acontece no cérebro e no sistema nervoso. A neurofisiologia, além disso, também
causa o comportamento. De acordo com a história habitual, sinais elétricos
seguem via nervos aferentes dos órgãos sensoriais até o cérebro; lá alguns
processos continuam; então impulsos elétricos vão via nervos eferentes do
cérebro para outros órgãos incluindo músculos; em resposta a estes sinais,
certos músculos se contraem, assim causando movimento e comportamento.
Agora, o que a evolução nos diz (supondo que nos
diz a verdade) é que nosso comportamento (talvez mais exatamente o
comportamento de nossos ancestrais) é adaptativo; desde que os membros de nossa
espécie têm sobrevivido e se reproduzido, o comportamento de nossos ancestrais
foi conduzido, no seu meio, à sobrevivência e à reprodução. Portanto, a
neurofisiologia que causou este comportamento era também adaptativa; nós
podemos sensatamente inferir que permanece adaptativa. O que a evolução nos
diz, portanto, é que nosso tipo de neurofisiologia promove ou causa
comportamento adaptativo, o tipo de comportamento que resulta em sobrevivência
e reprodução.
Agora, esta mesma neurofisiologia, de acordo com o
materialista, também causa crenças. Mas enquanto a evolução, a seleção natural
premia o comportamento adaptativo (premia-o com sobrevivência e reprodução) e
penaliza comportamentos mal-adaptativos, ele não se importa nem um pouco a
respeito da crença verdadeira.
Como Francis Crick, o co-descobridor do código
genético, escreve no livro The Astonishing Hypothesis [A Hipótese
Deslumbrante], “Nossos cérebros altamente desenvolvidos, conseqüentemente, não
evoluíram sob a pressão da verdadeira descoberta científica, mas apenas nos
possibilitam a ser sagazes o bastante para sobreviver e deixar descendentes”.
Retomando este tema, a filósofa naturalista Patrícia Churchland declara que a
coisa mais importante sobre o cérebro humano é que ele evoluiu; portanto, ela
diz que a sua principal função é possibilitar ao organismo mover-se apropriadamente:
Resumindo o essencial, o sistema nervoso
possibilita o organismo ter êxito nos quatro aspectos: alimentação, fuga, luta
e reprodução. O cerne principal do sistema nervoso é colocar as partes do corpo
onde elas deveriam estar a fim de que o organismo possa sobreviver… .
Melhoramentos no controle sensório-motor conferem uma vantagem evolucionária:
um estilo imaginativo de representação é vantajoso na medida em que está
engrenado no modo de vida do organismo e aumenta as suas chances de sobrevivência
[ênfase de Churchland]. A verdade, o que quer que seja, definitivamente fica
para trás [6].
O que ela quer dizer é que a seleção natural não se
preocupa acerca da verdade ou da falsidade de suas crenças; preocupa-se apenas
com o comportamento adaptativo. Suas crenças podem todas ser falsas,
ridiculamente falsas; se seu comportamento é adaptativo você sobreviverá e
reproduzirá. Considere um sapo sentado sobre uma vitória régia. Uma mosca o
ignora; o sapo estende sua língua e a captura. Talvez a neurofisiologia que
causa isto dessa maneira, também cause crenças. Até onde a sobrevivência e a
reprodução sejam levadas em conta, isto não importará em absoluto o que essas
crenças são: se a neurofisiologia adaptativa causa uma crença verdadeira (por
exemplo, aquelas coisas pequenas e pretas são boas de comer), ótimo.
Mas se causa uma crença falsa (por exemplo, se eu
capturar a mosca correta, eu me transformarei em um príncipe), isto também está
ótimo. De fato, a neurofisiologia em questão pode causar crenças que não tem
nada a ver com as circunstancias presentes da criatura (como no caso de nossos
sonhos); enquanto a neurofisiologia causar comportamento adaptativo, isto
também está ótimo. Tudo que realmente importa, no que diz respeito à
sobrevivência é à reprodução, é que a neurofisiologia cause o tipo certo de
comportamento; se ela também causa crença verdadeira (em vez de crença falsa) é
irrelevante.
Em seguida, para evitar chauvinismo entre espécies,
não vamos pensar sobre nós mesmos, mas ao invés disso pensemos numa população
hipotética de criaturas muito parecidas conosco, talvez vivendo num planeta
distante. Como nós, essas criaturas desfrutam de percepção, memória, e razão;
elas formam crenças sobre muitos assuntos, eles raciocinam e mudam de crenças,
e assim por diante. Vamos supor, além disso, que a evolução naturalística vale
para eles; isto é, suponha que eles vivam num universo naturalístico e tenham
vindo à existência através dos processos postulados pela teoria evolucionista
contemporânea. O que nós sabemos sobre essas criaturas, então, é que elas têm
sobrevivido; a neurofisiologia delas tem produzido comportamento adaptativo.
Mas e à respeito da verdade das crenças delas? E sobre a confiabilidade de suas
produção de crenças ou faculdade cognitivas?
O que nós aprendemos de Crick e Churchland (e o que
é em todo caso óbvio) é isto: o fato de que nossas criaturas hipotéticas terem
sobrevivido não nos diz nada sobre a verdade de suas crenças ou sobre a
confiabilidade de suas faculdades cognitivas. O que isto nos diz é que a
neurofisiologia que produz essas crenças é adaptativa, assim como é o
comportamento causado por aquela neurofisiologia. Mas simplesmente não importa
se as crenças causadas também por aquela neurofisiologia são verdadeiras ou
não.
Se elas são verdadeiras, excelente; mas se elas são
falsas, isto está bem também, desde que a neurofisiologia produza comportamento
adaptativo.
Então considere qualquer crença particular da uma
parte de uma dessas criaturas: qual é a probabilidade que esta seja verdade?
Bem, o que nós sabemos é que a crença em questão foi produzida pela
neurofisiologia adaptativa, neurofisiologia que produz comportamento
adaptativo. Mas como nós temos visto, isto não nos dá nenhuma razão para pensar
que essa crença seja verdadeira (e nenhuma para pensar que seja falsa). Nós
devemos supor, portanto, que a crença em questão tem tanta probabilidade de ser
falsa quanto de ser verdadeira; a probabilidade de qualquer crença particular
ser verdadeira está perto de 1/2. Mas então é solidamente improvável que as
faculdades cognitivas dessas criaturas produzam preponderantemente crenças
verdadeiras sobre falsas conforme exigido pela confiabilidade. Se eu tenho
1.000 crenças independentes, por exemplo, e a probabilidade de qualquer crença
particular ser verdadeira é 1/2, então a probabilidade de que 3/4 ou mais
dessas crenças são verdadeiras (certamente uma exigência modesta o bastante
para confiabilidade) será pouco menos do que 10(-58). E mesmo se eu estivesse
trabalhando com um modesto sistema epistêmico de apenas 100 crenças, a
probabilidade de que 3/4 delas sejam verdadeiras, dado que a probabilidade de
qualquer um seja verdadeira é de 1/2, é muito baixa, alguma coisa como
0,000001[7]. Então as chances de que as crenças verdadeiras dessas criaturas
substancialmente sobrepujem suas falsas crenças (mesmo numa área particular)
são pequenas. A conclusão retirada é que é extremamente improvável que suas
faculdades cognitivas sejam confiáveis.
Mas é claro que este mesmo argumento poderá também
ser destinado a nós. Se o naturalismo evolucionista é verdadeiro, então a
probabilidade de que nossas faculdades cognitivas sejam confiáveis é também
muito baixa.
E isto significa que alguém que aceite o
naturalismo evolucionista tem um obstáculo para a crença de que as faculdades
cognitivas dela são confiáveis: uma razão para desistir daquela crença, para
rejeitá-la, para não mais sustentá-la. Se não existir um obstáculo para aquele
obstáculo – um obstáculo-obstáculo, poderíamos dizer – ela não poderia
racionalmente acreditar que as faculdades cognitivas dela são confiáveis. Sem
dúvida que ela não poderia deixar de acreditar que elas são; sem dúvida ela de
fato continuaria a acreditar nisso; mas a crença seria irracional. E se ela
possui um obstáculo para a confiabilidade de suas faculdades cognitivas, ela
também tem um obstáculo para qualquer crença que sejam produzidas por estas
faculdades – as quais, é claro, são todas as suas crenças. Se ela não pode
confiar nas suas faculdades cognitivas, ela tem uma razão, à respeito de cada
uma de suas crenças, para desistir delas. Ela está, portanto, enredada num
ceticismo profundo e abismal. Uma de suas crenças, contudo, é a sua crença no
próprio naturalismo evolucionista; de modo que ela também tem um obstáculo para
esta crença. O naturalismo evolucionista, portanto – a crença numa combinação
de naturalismo e evolução – é auto-refutante, auto-destrutivo e atira no seu
próprio pé. Portanto você não pode racionalmente aceita-lo. Por todos estes
argumentos apresentados, ele pode ser verdadeiro; mas é irracional sustentá-lo.
Assim o argumento não é um argumento para a falsidade do naturalismo
evolucionista; ao invés disso, para a conclusão de que não se pode
racionalmente acreditar naquela proposição. A evolução, portanto, longe de
sustentar o naturalismo, é incompatível com ele, nesse sentido que você não
pode racionalmente acreditar em ambos.
Que tipo de aceitação este argumento tem tido? Como
você pode esperar, naturalistas tendem a ser menos do que inteiramente
entusiastas acerca dele, e muitas objeções têm sido trazidas contra ele.
Em minha opinião (a qual é claro algumas pessoas
podem considerar tendenciosa), nenhuma dessas objeções é bem-sucedida[8].
Talvez a objeção mais importante e intuitiva seja como se segue. Retornando à
população hipotética de alguns parágrafos atrás. Considerando, poderia ser que
o comportamento deles fosse adaptativo mesmo que suas crenças fossem falsas;
mas não seria muito mais provável que seus comportamentos fossem adaptativos se
suas crenças fossem verdadeiras? E isto não significa que, desde que seus
comportamentos são de fato adaptativos, suas crenças provavelmente verdadeiras
e suas faculdades cognitivas provavelmente confiáveis?
Isto é na verdade uma objeção natural,
particularmente dado o modo como nós pensamos sobre nossa própria vida mental.
É claro que vocês são melhores candidatos a atingir seus objetivos, e é claro
que vocês são melhores candidatos a sobreviver e a reproduzir se suas crenças
são na sua maioria verdadeiras. Vocês são hominídeos pré-históricos vivendo
sobre as planícies de Serengeti; claramente vocês não durarão muito se vocês
acreditarem que os leões são gatinhos crescidos que gostam nada menos do que
serem acariciados; Assim, se nós supomos que estas criaturas hipotéticas estão
no mesmo tipo de situação cognitiva que nós ordinariamente pensamos que
estamos, então certamente eles teriam muito mais provavelmente sobrevivido se
suas faculdades cognitivas fossem confiáveis do que se elas não fossem.
Mas é claro que nós não podemos supor que eles
estão na mesma situação cognitiva que nós pensamos que estamos. Por exemplo,
nós supomos que nossas faculdades cognitivas são confiáveis. Nós não podemos
sensatamente supor isto acerca dessa população; afinal de contas, o ponto
principal do argumento é mostrar que se o naturalismo evolucionista é
verdadeiro, então muito provavelmente nós e nossas faculdades cognitivas não
são confiáveis. Assim refletindo uma vez mais sobre o que nós sabemos acerca
dessas criaturas.
Eles vivem num mundo no qual o naturalismo
evolucionista é verdadeiro. Portanto, desde que eles tenham sobrevivido e
reproduzido, os seus comportamentos têm sido adaptativos. Isto significa que a
neurofisiologia que causa ou produz este comportamento tem também sido
adaptativa: isto tem possibilitado a eles sobreviver e reproduzir. Mas e quanto
às suas crenças? Estas crenças têm sido produzidas ou causadas pela
neurofisiologia adaptativa; com certeza. Mas isto não nos dá nenhuma razão para
supor estas crenças como verdadeiras. Até onde for a adaptatividade de seus
comportamentos, não importa se tais crenças são verdadeiras ou falsas.
Suponha que a neurofisiologia adaptativa produza
crenças verdadeiras: ótimo; ela também produz comportamento adaptativo, e que
isto é o que importa para sobrevivência e reprodução. Suponha, por outro lado,
que a neurofisiologia produza crenças falsas: novamente ótimo: ela produz
falsas crenças, mas comportamento adaptativo. Realmente não importa que tipo de
crenças a neurofisiologia produz; o que importa é o que causa o comportamento
adaptativo; e isto ela claramente faz, não importa que tipo de crenças ela
também produz. Portanto não há razão para pensar que se o comportamento deles é
adaptativo, então é provável que suas faculdades cognitivas são confiáveis.
A conclusão óbvia, como assim me parece, é que o
naturalismo evolucionista não pode sensatamente ser aceito. Os altos sacerdotes
do naturalismo evolucionista proclamam em altas vozes que o cristianismo e
mesmo a crença teísta está falida e que é ridícula. O fato, entretanto, é que a
mesa virou. É o naturalismo evolucionista, e não a crença cristã, que não pode
ser racionalmente aceito.
Bibliografia:
[1] Resenhado por Douglas Groothuis, em um texto
onde quatro livros que lidam com o ateísmo de uma forma ou de outra são
examinados [http://www.christianitytoday.com/bc/2008/004/12.39.html]. Nota do
tradutor: O livro não possui tradução para o português.
[2] Escrito em co-autoria com Alvin Plantinga na
série Blackwell’s Great Debates in Philosoph (Blackwell, 2008). Nota do
tradutor: O livro não possui tradução para o português.
[3] Carta a William Graham (Down, 3 de Julho,
1881), em The Life and Letters of Charles Darwin, ed. Francis Darwin (London:
John Murray, 1887), Volume 1, pp. 315-16.
[4] Aqui eu vou fornecer apenas a essência do
argumento; para uma descrição mais completa veja o meu Warranted Christian
Belief (Oxford Univ. Press, 2000), cap. 7; ou minha contribuição para Knowledge
of God (Blackwell, 2008); ou Natural Selection and the Problem of Evil (The
Great Debate), editado por Paul
Draper,www.infidels.org/library/modern/paul_draper/evil.html.
[5] Se você não pensa que o naturalismo inclui o
materialismo, então pense no meu argumento como a conclusão de que não se pode
sensatamente aceitar a conjunção tripartite do naturalismo, evolução e
materialismo.
[6] “Epistemology in the Age of Neuroscience,”
Journal of Philosophy, Vol. 84 (October 1987), pp. 548-49.
[7] Agradeço a Paul Zwier, que realizou os
cálculos.
[8] Veja, por exemplo, Naturalism Defeated?, ed.
James Beilby (Cornell Univ. Press, 2002), que contém dez artigos por críticos
do argumento, junto com minhas respostas às suas objeções.
Fonte:
Nenhum comentário:
Postar um comentário