segunda-feira, 24 de abril de 2017

A incrível estória da jumenta falante de Balaão

Marivalton Rissatto  

Em Números 22, Os Israelitas haviam acampado próximos a Moabe.  Os moabitas(um povo inimigo), ficaram bastante apreensivos. Então o Rei Balaque mandou chamar Balaão para amaldiçoar os Israelitas (tud indica que Balaão era uma especie de feiticeiro).Então Balaão recebeu os emissários de Balaque e pediu que eles dormissem em sua casa, e aguardassem uma resposta pela manhã, pois ele consultaria o Senhor. Balaão tinha o mesmo deus do povo de Israel(o que é estranho para um mago de um povo inimigo, e mito mais estranho pelo fato do deus de Israel odiar feiticeiros como esta escrito em Samuel 15:23, Crônicas 33:6 e Isaías 47:9.

Mas continuemos...,
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Balaão conversa com Deus e este lhe ordena que não pronuncie o encantamento de maldição contra o povo de Israel. Balaão atendeu prontamente as ordens e mandou os emissários de volta com as mãos abanando. Mas Balaque não desistiu e mandou outros emissários, desta vez prometendo honras e recompensas, ao que Balaão se manteve firme e obediente a Deus, rejeitando todos os mimos. Mas ele pede aos emissários que durmam na casa dele de novo, pois ele consultaria Deus novamente. Desta vez, sabe-se lá por que, ordena a Balaão que vá com os emissários, conforme diz:
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Já que essa gente te veio chamar, levanta-te e vai com eles. Mas só farás o que eu te disser.”
 
[Números 22:20]
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Só que Deus, estranhamente, muda de idéia de novo e inexplicavelmente se irrita com Balaão, que até ali tinha sido um servo obediente e fiel que estava seguindo suas ordens corretamente. Veja :
 
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“Balaão levantou-se de manhã, selou sua jumenta, e partiu com os chefes de Moab. O Senhor irritou-se com sua partida, e o anjo do Senhor pôs-se-lhe no caminho como obstáculo. Balaão cavalgava em sua jumenta, acompanhado de seus dois servos.”
[Números 22:21-22]
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Perceberam? A ira de Deus se ascendeu porque “irritou-se com sua partida”. Mas não foi Deus que mandou ele ir? Ele disse no versículo 20 “vai com eles”.

...
Bem, deixemos este questionamento menor pra lá. Vamos logo ao grande acontecimento. Eis que no caminho apareceu um anjo, impedindo o caminho de Balaão. Só que Balaão, apesar de ser um mago que costumava conversar com o Senhor, não viu o tal anjo. Mas a jumenta viu, e deu umas travadas, claro. Balaão ficou irritado com ela e deu-lhe umas chibatadas. Mas chegou um momento que a jumenta empacou de vez, aí Balaão sentou-lhe a porrada sem dó. veja:
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Que te fiz eu? Por que me bateste já três vezes?” ao que Balaão respondeu “Porque zombaste de mim. Ah, se eu tivesse uma espada na mão! Ter-te-ia já matado!”
 
[Números 22:28]
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Agora façamos uma pausa para traçar um paralelo. Imagina você na cozinha, preparando um sanduíche. Você o deixa em cima da cadeira enquanto pega o presunto na geladeira. Aí seu cachorro rouba o sanduíche e o devora, e você fica nervoso e começa a espancá-lo… e ele lhe pede para parar! O que você faria? Eu acho que pegaria um táxi direto pro hospício ou sairia correndo em círculos, gritando e arrancando os cabelos. Mas Balaão não! Ele se põe a falar com a jumenta tranqüilamente, como se fosse a coisa mais normal do mundo e ainda a ameaça de morte!
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Balaão aceita a situação como se fosse rotineira, como se fosse a Chapeuzinho Vermelho conversando com o Lobo Mau. E não pára por aí. A jumenta ainda retruca:
 
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Acaso não sou eu a tua jumenta, a qual montaste até o dia de hoje? Tenho eu porventura o costume de proceder assim contigo?”
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Vejam que é uma jumenta falando em primeira pessoa, questionando a gratidão do seu dono. Deus pôs a jumenta a fazer questionamentos trabalhistas e existenciais. Não é Deus ou um anjo falando pela boca de uma jumenta, é a jumenta falando e reclamando da vida, como uma esposa renegada ou um filho abandonado.

Está padecendo absurdo demais tdo isso né?..mas continuemos...

Voltando ao paralelo anterior, caso meu cachorro reclamasse da marca de ração que eu compro ou da sua casinha apertada, imediatamente ele passaria a se alimentar de filet mignon e dormiria na minha cama. Eu me mudaria imediatamente para a casinha dele e ligaria para o Gugu, pro Faustão e pro Silvio Santos para acertar os detalhes de como ganharia minha fortuna. Depois começaria a sonhar com carros, mulheres, mansões… Mas Balaão apenas responde com um “Não” bem seco e depois disso consegue ver o tal anjo.

Viram? Balaão age com normalidade quando sua jumenta vidente fala, E a jumenta não dita uma mensagem de Deus, ela apenas reclama da surra que estava levando. Tudo indica que é uma fábula, como a do Gato de Botas ou dos Três Porquinhos.

Por que não aceitar que isto é uma fábula? Não há evidências suficientes disto no texto?

Autor: Abmael Ribeiro
Revisão: Marivalton Rissatto
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Por Pipe

É o seguinte:

1. Balaão não era um encantador. Ele apenas oraria amaldiçoando Israel. Por isso, ele lhes respondeu que teria que consultar a quem? Adivinhe? Yahweh! Somente se Yahweh o liberasse, ele poderia amaldiçoar o povo de Yahweh. Se oração agora virou encantamento, então eu sou o Gandalf!

2. Balaão insiste duas vezes para Deus. Diante da insistência do ganancioso, Deus lhe diz que vá então. Note que Deus já havia dito para ele que não fosse, porque o povo de Israel era abençoado por Ele. O "Levanta-te e vai", não foi do agrado de Yahweh, foi apenas por insistência de Balaão. Você diz que isto foi estranho. Não é estranho não moço, é simplesmente a descrição de uma relação entre Deus e o seu servo. Na Bíblia há inúmeros casos como este onde Deus muda de idéia diante de uma conversa com um dos seus.

3. Se Balaão estava seguindo fielmente as ordens de Yahweh, porque ele insistiu duas vezes? Yahweh já não havia respondido para ele que não amaldiçoasse Israel? Será que ele cresceu o zóio nos tesouros?

4. Digamos que meu filho chegue para mim e diga: "Pai, posso ir em tal lugar?". Eu respondo: "Não, não pode ir!". Ele volta mais tarde e insiste: "Ah pai, deixa eu ir vai!". Eu respondo: "Vai! Mas vc terá que se comportar direitinho!". Eu deixei ele ir, mas dentro de mim ainda estou furioso pela sua insistência e motivações. Quando ele está saindo de casa, eu vou até o portão ainda indignado com ele e digo: "Não se esqueça de se comportar direitinho viu?". Isto é uma contradição?

5. Deus estava irado com a insistência de Balaão e envia o anjo para lembrá-lo do que havia dito: "Diga apenas o que eu te disser". Se o anjo quisesse matar Balaão o teria feito simplesmente. Ele foi apenas para lembrá-lo.

6. Conversar com Deus não implica ver Deus.

7. Vc nesse caso teria que ir para o hospício um pouco antes por ter ouvido literalmente a voz de Deus como Balaão havia ouvido. Se eu sou um cara que ouço Deus como Balaão ouviu, pra mim meu cachorro falar é o de menos.

8. Animais falantes tem dois casos na Bíblia, a da Jumenta e a da Serpente, em ambos os casos não houve descrição de susto algum. No caso da serpente, Deus falava com Eva naturalmente. Como Eva não fazia parte dos neo-ateus, pra ela foi natural. No caso de Balaão, este falava literalmente também com Deus. Como Balaão não fazia parte dos neo-ateus, pra ela foi "natural". Também não descreve o texto susto algum quando Balaão viu o anjo. Pra Balaão sair de uma conversa com Yahweh, discutir com uma jumenta, e depois ver um anjo foi natural. Leia os profetas e vc verá que, no que competi a eles, experiências místicas e sobrenaturais faziam parte de sua rotina.
 

9. Quanto a comparação com o Gato de botas e os 3 porquinhos:
 Argumentum infantium (Argumento infantil): Esta falácia, como o nome sugere, é comumente usada da mesma forma que crianças usam para desviar os assuntos de modo que elas possam ser vistas e ouvidas em situações que não teriam chance de conversar de Homem para Homem (Adulto para Adulto). Também tem a intenção de levar os debates para conversas cômicas como se estivessem chamando o argumentador para um campo em que ele se sentiria ofendido e abandonaria a discussão, tendo por certo que fazendo piadas contra o argumentador encontrarão apoio de outros que compartilham da mesma opinião. Este argumento é facilmente reconhecido pela forma jocosa apresentada. Abusam de termos cômicos e jocosos, vídeos e imagens cômicas e pejorativas, smiles histéricos, piadas, sarcasmo, sofismas etc. Também é muito usada desonestamente como forma de reforçar um argumento rebaixando o outro.


Falácias tipo "A" baseado em "B" (Outro tipo de Conclusão Sofismática) :
Ocorrem dois fatos. São colocados como similares por serem derivados ou similares a um terceiro fato.

Ex:
"A Bíblia diz que a Jumenta de Balaão falou."
"Na Fábula do "Gato de Botas" este fala."
"Logo a história na Bíblia é uma fábula."

Um comentário:

  1. Pra Balaão sair de uma conversa com Yahweh, discutir com uma jumenta, e depois ver um anjo foi natural. Leia os profetas e vc verá que, no que competi a eles, experiências místicas e sobrenaturais faziam parte de sua rotina assim como é rotina o super-man voar. Esta falácia, de supor que os profetas e tals tinham em sua rotina coisas fisicas sobrenaturais reais e literais é comumente usada da mesma forma que crianças usam para desviar os assuntos de modo que elas possam ser vistas e ouvidas em situações que não teriam chance de conversar de maneira no minimo inteligente e razoavel por simples desconhecimento. Ai inventam que realmente e de fato a sobrenaturalidade era comum a esses homens, basta voce ler os profetas. Seria como eu afirmar aqui, leia Marvel, e vai ver que é comum existirem super herois.

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