domingo, 29 de dezembro de 2013

Evolução X Química

A evolução espera que você não saiba química: o problema da quiralidade!

Quando a manchete de jornal, “Life in a Test-tube”**, foi publicada em 1953, a comunidade evolucionista ficou muito excitada porque viram o trabalho de Stanley Miller e Harold Urey como prova científica de que a vida poderia ter sido formada de produtos químicos por processos naturais ao acaso. Naquele experimento clássico, Miller e Urey combinaram uma mistura de metano, amônia, hidrogênio e vapor de água, e fizeram passar essa mistura através de uma descarga elétrica simulando relâmpagos. Ao fim do experimento, encontraram produtos que continham uns poucos aminoácidos. Partindo de que os aminoácidos são os elos individuais de longas cadeias poliméricas denominadas proteínas, e proteínas são importantes em nossos corpos, os jornais rapidamente noticiaram haver evidências de laboratório que agora provavam que a vida surgira de produtos químicos.

Como um Ph.D em Química Orgânica, eu tenho que admitir que a formação de aminoácidos sob essas condições é fascinante, mas há um problema maior. Nunca se formou vida naquele experimento. Os produtos foram aminoácidos, os quais são produtos químicos cotidianos que não constituem “vida”. Até mesmo hoje, não há processo conhecido que tenha convertido aminoácidos em uma forma de vida, mas este fato não impede os evolucionistas de reivindicar que este experimento é prova de que a vida se originou de produtos químicos. Os evolucionistas sabem que aminoácidos não constituem vida, mas invocam esta prova em qualquer caso porque dizem que os aminoácidos são os tijolos da vida. Essa reivindicação propõe que se tijolos suficientes estivessem presentes, isso resultaria em vida, mas essa conclusão é somente uma conjectura e nunca foi demonstrada. Aminoácidos podem ser os tijolos das proteínas, e proteínas são necessárias para a vida, mas isso não significa que aminoácidos são os tijolos da vida.

Eu poderia ir a uma loja de autopeças e comprar todas as peças para construir um carro, mas isso não iria me fornecer um veículo motorizado em funcionamento. Assim como deve haver um mecânico para fazer um veículo motorizado a partir daquelas autopeças, deve haver um montador para fazer aqueles aminoácidos tornarem-se proteínas e assim a vida poderia existir em nossos organismos.

Desde 1953, os cientistas têm questionado se a formação dos aminoácidos naqueles experimentos prova a reivindicação de que vida provém de produtos químicos. Muitos têm debatido se este experimento valida a evolução ou se a evidência aponta para um Criador Onipotente. Por 50 anos, cientistas têm investigado; por 50 anos, a investigação acaba em debate. Chame isso de curiosidade profissional, mas como um cientista, sempre tive a curiosidade de saber porque há mais debates sobre este problema que discussão sobre os fatos. Então eu percebi que a discussão dos fatos levaria inevitavelmente à discussão do tema da quiralidade. A quiralidade é provavelmente uma das melhores evidências que nós temos contra a evolução casual e ela destrói totalmente a reivindicação de que a vida provém de produtos químicos. Obviamente, este é um fato que eles nunca querem discutir.

Quiralidade é um termo químico que significa semelhança. Conquanto duas moléculas químicas possam apresentar-se tendo os mesmos elementos e propriedades similares, eles ainda podem ter estruturas diferentes. Quando duas moléculas mostram-se idênticas e suas estruturas diferem apenas por serem imagens especulares de cada qual, diz-se que essas moléculas têm quiralidade. Suas mãos direita e esquerda são ilustrações de quiralidade. Elas podem parecer idênticas, mas na realidade, são apenas imagens especulares uma da outra. Por isso o termo “semelhança”. Por essa razão, isômeros podem existir como uma molécula destra (destrógira) ou canhota (levógira), e cada molécula individual é chamada de isômero óptico.

Qual é o problema da quiralidade?
Em nossos corpos, proteínas e DNA possuem uma configuração tridimensional única, e é por causa desta configuração que os processos bioquímicos em nossos organismos agem como agem. É a quiralidade que fornece a única configuração para as proteínas e o DNA e, sem ela, os processos bioquímicos em nosso organismo não funcionariam. Em nosso corpo, todos os aminoácidos de todas as proteínas são encontrados com a mesma quiralidade levógira. Embora Miller e Urey tenham formado aminoácidos em seus experimentos, todos os aminoácidos que se formaram tinham carência de quiralidade. É um fato da química aceito universalmente que a quiralidade não pode ser criada em moléculas químicas por um processo randômico. Quando uma reação química fortuita é usada para preparar moléculas possuidoras de quiralidade, há possibilidades iguais de preparar o isômero levógiro e o destrógiro. É um fato cientificamente verificável que um processo casual, que forma produtos quirais, só pode dar uma mistura 50/50 de dois isômeros ópticos. Não há exceções. A quiralidade é uma propriedade que somente uns poucos cientistas poderiam reconhecer como um problema. O fato de aqueles aminoácidos perderem quiralidade não é só um problema a ser debatido, ela aponta para um insucesso catastrófico de que “vida” não pode surgir de produtos químicos por processos naturais.

Vejamos a quiralidade nas proteínas e no DNA. Proteínas são polímeros de aminoácidos e cada um dos aminoácidos que as compõe existe na forma de isômero óptico “L” ou levógiro. Mesmo pensando que os isômeros ópticos “D” ou destrógiros possam ser sintetizados em laboratório, esse isômero não existe em proteínas naturais. A molécula de DNA é feita de bilhões de moléculas químicas complexas denominadas nucleotídeos, e essas moléculas de nucleotídeo existem como isômeros ópticos “D” ou destrógiros. Os isômeros “L” de nucleotídeos podem ser preparados em laboratório, mas não existem no DNA natural.

Não há meios pelos quais um processo aleatório pudesse ter formado essas proteínas e DNA com sua quiralidade impar.

Se proteínas e DNA tivessem sido formados ao acaso, todos os componentes seriam uma mistura 50/50 dos dois isômeros ópticos. Isso não é o que observamos em proteínas naturais ou em DNA natural.

Como pode um processo aleatório criar proteínas com milhares de moléculas “L”, e também criar DNA com bilhões de moléculas “D”?

Isso soa como acaso ou como produto de um projeto?
Mesmo se há um processo mágico para introduzir quiralidade, ele só criaria um isômero. Se tal processo existiu, nós não sabemos nada sobre ele e nem sobre sua atuação. Se ele existiu, como nunca foram formados compostos com a outra quiralidade? Ainda que haja dois processos mágicos, um para cada isômero, o que determinou qual processo foi usado e quando foi usado? Foi um processo aleatório natural? A idéia de dois processos requer um mecanismo controlador, e este tipo de controle não é possível em um processo aleatório natural.

De qualquer modo, o problema com a quiralidade é mais profundo. Como moléculas de nucleotídeos vêm juntas para formar a estrutura do DNA, elas desenvolvem uma espiral que forma a estrutura de dupla hélice do DNA. O DNA desenvolve uma espiral na cadeia porque cada componente contém quiralidade ou semelhança. E essa semelhança dá à conformação em espiral do DNA a estrutura helicoidal. Se uma molécula na estrutura do DNA tivesse quiralidade imprópria, o DNA não existiria na forma de dupla hélice, e não exerceria corretamente sua função. Todo o processo de replicação seria arruinado como um trem sobre trilhos ruins. Para que a evolução do DNA ocorresse, bilhões de moléculas dentro do nosso organismo teriam que ser geradas na configuração “D” todas ao mesmo tempo, sem erro.

Se é impossível para um nucleotídeo ser formado com quiralidade, quanto mais bilhões de nucleotídeos se formarem todos exatamente ao mesmo tempo, e todos eles serem formados com a mesma quiralidade? Se a evolução não proporciona um mecanismo que forma um produto com quiralidade, como ela pode explicar a formação de dois produtos de quiralidades diferentes?

Este não é somente um problema de suma importância para a evolução. É um dilema. De acordo com a evolução, processos naturais podem todos ser explicados através de longos períodos de tempo. De qualquer modo, o processo que forma a quiralidade não pode ser explicado pela ciência natural em qualquer quantidade de tempo. Este é o dilema, ou os processos naturais não podem explicar tudo, ou a quiralidade não existe.

Se você está em dúvida sobre qual é a opinião correta, você é um exemplo vivo de quiralidade. Sem quiralidade, proteínas e enzimas não fariam seu trabalho; o DNA também não poderia funcionar. Sem o funcionamento correto das proteínas e do DNA, não haveria vida na Terra. A realidade da quiralidade, mais que qualquer outra evidência, me convence da realidade de um Criador Todo-poderoso. Espero que faça o mesmo a você.

Eu acho interessante que quando os criacionistas começam a falar sobre a criação sobrenatural de Deus, os evolucionistas usualmente contrariam-nos dizendo que tudo pode ser explicado pela ciência natural e intervenção divina não é ciência. Considero essa observação extremamente divertida. Quando nós lhes mostramos que as leis da ciência natural não podem explicar a existência da quiralidade, os evolucionistas dizem que o processo aconteceu há muito tempo atrás por meio de algum método desconhecido que eles não podem explicar. Agora quem está confiando em uma explicação sobrenatural? Embora eles nunca fossem chamar isso de intervenção divina, estão certamente confiando na fé e não nos fatos científicos. A Evolução simplesmente espera que você não saiba química.

Há outro problema com o DNA e como ele funciona no organismo humano. Como parte do processo normal de replicação do DNA, uma enzima percorre todo o filamento de DNA e assim uma cópia deste filamento pode ser produzida. A enzima lê a seqüência de moléculas ao longo do filamento, e se um nucleotídeo incorreto é detectado nele, há um mecanismo que utiliza outras enzimas para cortar o nucleotídeo errado e inserir o correto, reparando assim o DNA.

Vamos dar uma olhada no DNA e seu mecanismo reparador, se realmente eles foram formados de um processo natural ao acaso. Se o mecanismo reparador evoluiu primeiro, que utilidade tal mecanismo possui se o DNA ainda não evoluiu? Se o DNA evoluiu primeiro, como ele resistiria sem um mecanismo reparador? As moléculas podem pensar? O DNA não é uma molécula estável, e sem um mecanismo reparador, seria facilmente deteriorado por oxidações e outros processos. Não há mecanismos para explicar como o DNA pôde existir por milhões de anos enquanto o mecanismo reparador evoluía. O DNA simplesmente iria se decompor de volta em uma piscina de espuma antes de ocorrerem supostas bilhões de mutações casuais que não poderiam formar um mecanismo reparador.

Uma vez que constatamos que o projeto não aconteceu ao acaso, então percebemos que o universo inteiro não é produto de um processo casual, aleatório; ele é o resultado de um onipotente Criador que criou tudo apenas pela Sua Palavra. Espero que você comece a enxergar o problema. A Evolução pode lhe dar uma teoria que parece evidentemente possível, mas quando a ciência verdadeira se envolve e os cientistas começam a fazer perguntas, os problemas e falsa lógica da teoria se tornam claros. É por isso que a evolução espera que você não saiba química.

Fonte:

O Dr. Charles McCombs é Ph.D. em Química Orgânica, especialmente treinado em métodos de investigação científica, e um cientista com 20 patentes químicas. Este artigo foi publicado no boletim Acts & Facts, do Institute for Creation Research, em sua edição de maio de 2004, com o título "Evolution Hopes You Don't Know Chemistry: The Problem with Quirality". Tradução do texto de Daniel Ruy Pereira.

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