sexta-feira, 31 de janeiro de 2014

CHIMPANZÉS E O GÊNERO HUMANO

O "site" da sociedade criacionista australiana Answers in Genesis publicou em 21 de maio passado uma resposta preliminar às reportagens divulgadas pela imprensa sobre a classificação do chimpanzé no gênero Homo. Dada a atualidade e a repercussão do tema, apresentamos a seguir a tradução da referida resposta, que certamente ajudará nossos leitores a formar uma idéia melhor sobre o que realmente está acontecendo.

Os seres humanos e os chimpanzés deveriam ser reunidos na mesma classificação – o gênero Homo. Pelo menos é o que alegam pesquisadores em recente nota publicada nos Proceedings of the National Academy of Sciences, nos Estados Unidos da América do Norte.

Os pesquisadores fundamentam sua alegação em descobertas suas de que os chimpanzés têm mais em comum com os seres humanos do que com qualquer outro primata – supostamente partilhando 99,4% de seu DNA. A agência de notícias Associated Press (AP) incumbiu-se de elaborar a notícia e divulgá-la.

Esta é uma alegação surpreendente, especialmente porque a tendência entre os cientistas evolucionistas tem sido de diminuir aquele percentual de similaridade, de cerca de 98,5% para 95% (ver por exemplo Greater than 98% Chimp/human DNA similarity? Not any more).Então, por que esse súbito aumento?

De acordo com o relato da AP, a equipe de pesquisadores, dirigida por Morris Goodman, na Faculdade de Medicina da Wayne State University (em Detroit, Michigan), "comparou 97 genes de seres humanos, chimpanzés, gorilas, orangotangos, macacos do Velho Mundo, e camundongos". Os pesquisadores descobriram que os genes de chimpanzés e bonobos (gênero Pan) têm mais em comum com os genes humanos do que com os de quaisquer outros primatas.
Dificilmente esses dados seriam suficientes para sustentar uma conclusão tão radical. Os pesquisadores compararam 97 genes, porém o genoma humano (que foi mapeado em sua totalidade apenas de uma maneira muito "geral") tem pelo menos 30.000 genes – portanto eles compararam apenas 0,03% do total! Além disso, os genomas dos primatas não foram nem sequer mapeados de maneira aproximada. Assim, qualquer tentativa de comparar o DNA total atualmente é apenas uma conjectura!.

Como, de fato, os chimpanzés são mais semelhantes aos seres humanos do que outros macacos ou símios, por que isso não se refletiria em alguns de seus genes? Não é surpresa que a anatomia similar refletisse genes similares, porém isso nada tem a ver com a origem das similaridades, seja no nível anatômico, seja no nível genético. A questão da ancestralidade comum versus projeto comum não se decide pelo grau de similaridade.

Mesmo para os evolucionistas, a lógica do raciocínio apresentado levantaria suspeitas. Digamos que a similaridade genética total "real" entre seres humanos e chimpanzés fosse de 96%, apenas para argumentarmos (mesmo 98% corresponderia a milhares de genes diferentes, sendo que apenas uns poucos genes poderiam acarretar uma diferença crucial). Se decidíssemos comparar apenas alguns desses genes, poderíamos obter resultados para o grau de similaridade que variariam de 0% a 100%. A escolha dos genes a serem comparados inevitavelmente tem um caráter extremamente subjetivo.

O argumento dos pesquisadores, neste caso, com relação a como os chimpanzés deveriam ser classificados, centrou-se na proximidade relativa, isto é, no fato de que, nos estudos deles, os chimpanzés mostraram-se mais próximos de nós do que dos outros grandes símios. Entretanto, aqui novamente uma escolha diferente de genes presumivelmente seria facilmente capaz de gerar uma configuração genética diferente, também relativa. E mesmo que isso não acontecesse, supondo que fosse mantida a mesma configuração, qual seria o grande problema? Até mesmo as técnicas rudimentares de hibridização usadas para a avaliação da similaridade hoje em dia (ver o artigo citado sobre Human/chimp DNA similarity) têm levado à conclusão não surpreendente de que, de fato, os chimpanzés são geneticamente mais similares aos seres humanos do que, por exemplo, os gorilas. Assim, se os chimpanzés tivessem uma similaridade genética total maior com os seres humanos do que com os gorilas (o que é muito duvidoso com base em sua morfologia e na anatomia comparada, como mostrado pelas técnicas morfométricas computadorizadas do anatomista evolucionista Charles Oxnard) isso seria algo para apenas tomarmos nota.

O problema é que, embora equívoco, o número de 99,4% chama a atenção. O público em geral é levado a interpretar as reportagens dos meios de comunicação como elas tendo dito que os chimpanzés são "99,4% humanos". Mesmo antes que esse percentual de similaridade total tivesse sido rebaixado para 95%, a sociedade criacionista australiana "Answers in Genesis" já havia ressaltado a falácia dessa lógica. Isso foi feito citando o professor evolucionista Steven Jones, que afirmara que as bananas compartilham 50% de seus genes com os seres humanos, mas que isso não torna as bananas 50% humanas!

Muito pouco se conhece sobre a maneira pela qual os genes se expressam. Já é suficientemente claro que "nem todos os genes são iguais". Alguns genes, por exemplo, exercem um profundo controle sobre o desenvolvimento do ser vivo. Já de há muito sabe-se que o mesmo gene em criaturas diferentes pode ter funções diferentes. Essas limitações severas que pesam sobre a "comparação genética" raramente são discutidas quando comparações simplistas como as da notícia em questão são divulgadas.

Usando o mesmo tipo de raciocínio dos pesquisadores considerados, poder-se-ia presumivelmente mostrar que, com base em 97 genes devidamente escolhidos, os seres humanos e as bananas constituem uma mesma espécie, pois seriam 100% idênticos!

A propósito, muitos eminentes evolucionistas não se deixam convencer pelas alegações de seus colegas. Goodman citou uma proposta feita em 1963 de juntar taxonomicamente chimpanzés com gorilas, com base em sua similaridade, porém acredita que as similaridades entre chimpanzés e seres humanos, descobertas por ele, são muito mais convincentes. O antropólogo Richard J. Sherwood, da Universidade de Wisconsin (E.U.A.) observa que Goodman está na realidade procurando qualquer argumento que possa ser trazido a seu favor: "Ir em busca de uma referência histórica como esta, e então usá-la como único critério para sugerir uma enorme mudança na sistemática dos primatas, é difícil de ser levado a sério".

A proposta de Goodman levará a alguma alteração na taxonomia que envolva primatas e seres humanos? Provavelmente não tão cedo. Goodman parece um pouco preocupado em seus comentários com a imprensa: "Se muitos se interessarem por isso, e julgarem que seja algo para ser considerado, poderá ser realizado um simpósio que aborde essa questão como tema principal e que conclua se a proposta é ou não razoável. Certamente eu a julgo razoável, senão não a teria feito".

Pedimos ao biologista celular Dr. David DeWitt, que estará falando sobre "Similaridade do DNA entre o Neandertal e o Homem Moderno" na Conferência Creation 2003 a ser realizada em Cincinnati, Ohio, E.U.A., em 22-26 de maio de 2003, para comentar a notícia. Ele nos escreveu:
"A classificação dos organismos baseia-se em similaridades e diferenças. Parece estranho colocar essas três espécies (chimpanzés, bonobos e seres humanos) no mesmo grupo em igualdade de posição. Uma criança pode reconhecer a similaridade entre chimpanzés e bonobos, bem como a diferença entre eles e os seres humanos. A proposta poderá também complicar a já problemática situação dos Neandertais, Australopitecíneos e outros alegados ancestrais humanos. Por exemplo, os cientistas evolucionistas não classificam os Australopitecíneos, como Lucy, no mesmo gênero que os seres humanos. Entretanto, isso é o que Goodman está propondo fazer com os chimpanzés.

É irônico que esse estudo apontando para a similaridade entre chimpanzés e seres humanos apareça nos Proceedings of the National Academy of Science ao lado de um artigo que destaca as diferenças entre os Neandertais e os seres humanos modernos. A conclusão é que quando os cientistas procuram similaridades, eles as encontram, e quando procuram diferenças, também as encontram. Com base no número de diferenças nos pares de bases do DNA, alguns têm excluído os Neandertais como contribuintes para o mtDNA do pool gênico do homem moderno. Entretanto, com base no número de similaridades, os chimpanzés e os bonobos deveriam ser incluídos no gênero Homo, juntamente com os seres humanos. Não se pode esquecer do fato de que esses critérios são arbitrários.

Tipicamente, em estudos deste tipo, os cientistas só examinam substituições no DNA, embora inserções e deleções de nucleotídeos também ocorram As inserções e deleções usualmente são deixadas de lado na análise filogenética porque elas complicam o alinhamento das seqüências. Em artigo publicado também nos Proceedings of the National Academy of Science, Britten incluiu esses tipos de diferenças do DNA em sua análise e chegou a um percentual bastante inferior (aproximadamente 95%). Deixar de lado esses tipos de alterações no DNA leva a um grau de similaridade muito mais alto, porque ficam excluídas da análise as alterações mais comuns."

Para encerrar: Existem e sempre existirão profundas diferenças entre seres humanos criados à imagem e semelhança de Deus, e outras criaturas. Isso não é uma questão de mera afirmação, mas também de observação e senso comum. Nenhum chimpanzé estará lendo ou discutindo essa reportagem, por uma razão especial. Nosso ancestral original, Adão, foi criado singularmente à imagem de Deus, sem nenhum ancestral animal.

Referências
1. Schmid, R., "Chimps may have closer links to humans", <Texto original no site Yahoo News>, 20 May 2003

2. Caramelli et al., "Evidence for a genetic discontinuity between Nerandertals and 24,000-year-old anatomically modern Europeans",PNAS 100(11)6593-6597.

quinta-feira, 30 de janeiro de 2014

Criacionismo é ciência!

Surpreendeu-nos a edição de Jornal da Ciência de 04 de agosto de 2004 com a publicação da comunicação “Criacionismo é ciência?”, escrito pelo Dr. Julio César Pieczarka, do Departamento de Genética da Universidade Federal do Pará. A surpresa ficou por conta do fato de que o referido artigo não contém uma única linha de ciência, sendo revestido apenas da indignação do seu autor contra o criacionismo. O artigo do Dr. Pieczarka encontra-se transcrito logo após este.

Há anos atrás, enviamos um artigo de nossa lavra para publicação no periódico da SBPC e recebemos, posteriormente, uma carta informando que o artigo não seria publicado por fazer uso de uma metodologia científica muito rígida. Nisso, a editoria do jornal foi sabiamente conveniente porque, a considerar o entendimento que temos da aplicação do método científico, muito do que evolucionistas escrevem sobre a teoria da evolução teria que ser rotulado de apenas fantasia da imaginação ou, no máximo, ficção científica.

Antes de prosseguirmos com nossos comentários é preciso reconhecer, pelo currículo que vimos na Internet, que o Dr. Pieczarka é um especialista em Biologia Celular e Molecular com impressivas credenciais, a julgar pelos seus mais de cem trabalhos já publicados. Isto, entretanto, não significa que seu julgamento acerca do criacionismo tenha força de pronunciamento científico. Na verdade, um pronunciamento tem muito mais força quando, através dele, seu autor expressa um ponto de vista contrário às suas próprias convicções. Veja, por exemplo, o pronunciamento do físico britânico H. S. Lipson, também evolucionista, detentor da titulação F.R.S. (Fellow of Royal Society) por suas inestimáveis contribuições à ciência.

"Penso que precisamos ir mais adiante do que temos ido e admitir que a única explicação aceitável é a criação. Sei que isto é um anátema para os físicos, e sem dúvida o é para mim, mas não devemos rejeitar uma teoria que não apreciamos, se a evidência experimental a apoia." H. S. Lipson, F.R.S., "A physicist looks at evolution", Physics Bulletin, vol. 31, 1980.

Como físico brilhante, o Dr. Lipson certamente também se refere, em seu pronunciamento, aos argumentos criacionistas que incluem aplicações das leis da termodinâmica, o que o Dr. Pieczarka descarta, obviamente sem o respaldo de sua trajetória acadêmica. Além disso, seu conhecimento acerca do criacionismo parece ser limitado a diálogos através da Internet, que são sempre muito superficiais e, via de regra, com leigos no assunto. Por isso, ele afirma que os criacionistas “não fazem pesquisa e, portanto, não têm o que publicar”. Bastaria, entretanto, uma simples consulta à Internet para encontrar o currículo de muitos cientistas criacionistas, alguns dos quais com credenciais acadêmicas ainda mais impressivas que as do Dr. Pieczarka.

Afirmar que os cientistas criacionistas têm qualificação científica duvidosa tem sido uma das estratégias dos evolucionistas para não ir às vias de fato, quando então argumentos de ambas as partes seriam acuradamente examinados. São os evolucionistas que têm recorrido à força e ao autoritarismo para se manterem no poder, ditando as regras do sistema educacional, controlando as publicações científicas e mantendo as portas fechadas para os criacionistas que, desse modo, não têm mesmo onde publicar os seus trabalhos que discutem a questão das origens.

Não é verdade que cientistas evolucionistas tratem a questão das origens de modo desapaixonado e nem que sejam eles os que mais duramente avaliem a teoria da evolução. Cientistas deveriam estar preparados para discutir os temas que nos dizem respeito cientificamente, mas o que se vê é uma corrida desenfreada em defesa de conceitos por eles considerados indiscutíveis. Até mesmo uma decisão, em um de nossos estados, de estudar criacionismo nas escolas públicas, do ponto de vista religioso e nas aulas de religião, faz com que o presidente da SBPC venha a público e indignado faça comentários irônicos, pouco apropriados para o cargo que ocupa.

A palavra "ciência" vem do latim scientia e, primariamente, significa conhecimento, de modo amplo e irrestrito. Academicamente, é o nome que damos ao conjunto organizado de conhecimentos relativos a um determinado objeto, especialmente os obtidos mediante a observação, a experimentação e um método próprio de investigação. É consenso unânime entre cientistas que uma hipótese é empírica ou científica somente se pode ser testada por experiências.

Assim, por um lado, o conhecimento científico que temos acerca da natureza estará sempre limitado às condições de cada época, porque os resultados da investigação científica dependem do conhecimento já adquirido e dos avanços da tecnologia que, através da produção de novos instrumentos, nos proporciona condições de investigação cada vez mais favoráveis. Por outro, vemos que a ciência condena o subjetivismo, porque este, via de regra, diminui ou nega a racionalidade e a objetividade do conhecimento.

Enfim, o conhecimento científico exige formulações exatas e claras, pois requer verificação segundo os padrões do método cientifico, antes que possamos nos sentir livres para aceitá-lo como verdadeiro. É exatamente este tipo de transparência que criacionistas desejam ver em suas discussões acerca das origens do universo e da vida e que não têm visto nas abordagens de cientistas evolucionistas acerca das nossas origens.

A questão da comprovação científica é especialmente crítica em áreas como a matemática e a física mas, respeitadas as diferenças, é óbvio que essa é uma questão da maior importância, que se estende por todas as áreas da ciência. O curioso é que cientistas evolucionistas, especialistas em uma variedade de áreas científicas, como biologia, bioquímica, geologia ou paleontologia, têm a noção exata da medida em que devem comprovar cientificamente suas teses, sejam elas teóricas ou práticas, mas quando se trata da teoria da evolução, qualquer fragmento de osso, por minúsculo que seja, parece carregar um manancial de informações com potencial para elucidar de vez o enigma da origem dos seres vivos; informações levianas ou rasas de significado ganham status de comprovação científica inequívoca dos fatos a que se referem, não sendo desmentidas nem mesmo depois que eles mesmos as descartam.

É claro que há exceções, caso contrário, a ciência não seria mais confiável. Exemplo disso é o interessante episódio das cartas trocadas entre o Dr. Luther Sunderland e o Dr. Colin Patterson, evolucionista, Paleontólogo-chefe do Museu Britânico de História Natural. O Dr. Sunderland escreveu ao Dr. Colin por ocasião da publicação de seu livro sobre fósseis, perguntando porque ele não havia incluído exemplos de transições evolucionárias em seu livro. Veja sua surpreendente resposta: "Concordo com seus comentários sobre a ausência total de transições evolucionárias em meu livro. Se soubesse de alguma, fossilizada ou viva, certamente a teria incluído. Deixo esta questão de lado - tal fóssil não existe...".

A despeito de fatos como este, das declarações de Darwin afirmando que, para a saúde de pensamento evolucionista, fósseis de transição teriam que ser encontrados, dos pronunciamentos de paleontólogos e geólogos modernos a respeito da importância dessa questão, ressaltando o fato de que o registro fóssil não se constitui nem mesmo em uma evidência da evolução, quanto mais em sua prova definitiva, alguns dos quais fazendo referência à perfeita sintonia que há entre esse registro e o modelo criacionista, ainda assim o Dr. Pieczarka pensa poder descartar essa questão dizendo que são apenas “tolices ... argumentos repetidos ad nauseum, facilmente derrubados por qualquer aluno iniciante de biologia, que se tenha dado ao trabalho de ler um pouco sobre o assunto”.

A bem da verdade, a teoria da evolução não passa de um conjunto de hipóteses altamente questionáveis, acoplada a um conjunto de fatos da natureza, sinuosamente interpretados para estarem de acordo com essas hipóteses. Isto já foi devidamente documentado pelo evolucionista Dr. G. A. Kerkut, da Universidade de Southamptom, em seu intrigante livro Implications of Evolution, e que raramente são mencionadas nas discussões sobre a evolução. Eis aqui essas hipóteses:

1.- Coisas não vivas deram origem ao material vivo, isto é, a geração espontânea ocorreu;
2.- A geração espontânea ocorreu apenas uma vez na história da Terra;
3.- Vírus, bactérias, plantas e animais estão todos inter-relacionados;
4.- Protozoários deram origem aos metazoários;
5.- Os invertebrados também estão todos inter-relacionados;
6.- Os invertebrados deram origem aos vertebrados;
7.- Entre os vertebrados, peixes de ram origem aos anfíbios; anfíbios aos répteis; e répteis a aves e mamíferos.

Kerkut destacou também o fato de que essas hipóteses não são passiveis de verificação experimental porque, mesmo que o homem consiga, através de sofisticada tecnologia, produzir um ser vivo no laboratório, o que até hoje permanece uma impossibilidade; mesmo que ele venha a testemunhar, em outras galáxias, num futuro distante, a transição entre o inorgânico e orgânico, ainda assim restará provar que, em nosso planeta, a vida surgiu sob estas mesmas condições. Em outras palavras, estas sete asserções são, na verdade, dogmas, mas são também a essência da teoria da evolução! Por isso, Ehrlich e Birch, dois cientistas evolucionistas de renome internacional assim se pronunciaram a esse respeito:

“Nossa teoria da evolução ... encontra-se, portanto, fora dos limites da ciência empírica ... não se pode pensar em um modo de testá-la. Idéias sem base alguma, ou baseadas em uns pouco experimentos de laboratório, postas em prática em sistemas extremamente simplificados, têm logrado aceitação muito além de suas validades. Tornaram-se parte do DOGMA evolucionistas, aceito pela maioria de nós, como parte de nossa formação” Ehrlich e Birch, “Evolutionary History and Population Biology”, Nature, Vol. 214, Abril (22) 1967, p. 352.

Mas isso ainda não é tudo! Na verdade, evolucionistas acreditam nessas asserções porque não tiveram o cuidado de examiná-las do ponto de vista matemático, com o recurso da teoria de probabilidades. Se tivessem tido esse cuidado, saberiam que as duas primeiras asserções não são apenas improváveis, mas impossíveis, e que as demais não estão em melhor posição. Este fato está bem documentado em várias publicações e o livro Evolution: Possible or Impossible?, de James Coppedge, Ph.D., Diretor de Pesquisa Probabilística em Biologia, na Universidade de Northridge, é excelente leitura a esse respeito.

Essa mesma realidade pode ser vista do ponto de vista da Bioquímica, através do livro escrito pelo do Dr. A. E. Wilder-Smith: The Natural Sciences Know Nothing of Evolution. O Dr. Wilder-Smith, hoje já falecido, foi um dos mais respeitados cientistas do nosso tempo. Com três doutoramentos, em Bioquímica, Química Orgânica e Quimioterapia, ele exerceu sua profissão tanto na indústria quanto no ambiente acadêmico, como professor em várias universidades, tendo escrito mais de 20 livros nas áreas de sua especialidade, os quais foram publicados em Inglês, Alemão, Francês, Russo, Norueguês, Checo, Holandês e Romeno.

Não. Definitivamente, não! Criacionistas não são fanáticos religiosos e tampouco pretendem fazer, do criacionismo, um pretexto para ações políticas. Aliás, diga-se de passagem, política é o que o Dr. Pieczarka sugere em seu artigo quando diz: “Acredito que seja importante também a SBPC trabalhar no sentido de esclarecer as pessoas detentoras de poder político e os órgãos formadores de opinião sobre o verdadeiro significado do lobby criacionista”.

Temos, até aqui, experimentado o ensino unilateral do evolucionismo nas escolas. O resultado tem sido uma geração de jovens que não aprendeu a pensar. Nossos jovens estudantes têm sido expostos a um ABC evolucionista que não deixa margens para discussão. As informações são sempre taxativas e não se admite questionamentos.

Hoje, o consenso popular, obviamente imposto pelos cientistas evolucionistas, é que a evolução é um fato cientificamente comprovado; que o leigo em ciência deve conhecer os aspectos básicos do evolucionismo sem, contudo, se preocupar com os detalhes técnicos da questão, que são interessantes apenas do ponto de vista estritamente científico. E assim, com esse tipo de argumento, ao mesmo tempo em que lança profundamente suas raízes, a teoria da evolução reveste-se de uma capa impermeável que a protege das discussões sobre suas bases. Desse modo, poucos percebem que este modelo das origens foi construído a partir de subterfúgios, de meias verdades, de raciocínios falaciosos e até mesmo com atos fraudulentos.

O que criacionistas pretendem é apenas tempo igual e oportunidades iguais, nas salas de aula, nos fóruns científicos, para oferecer uma opção razoável para a questão das origens, baseada em evidências científicas e nos fatos da natureza. Não são aulas de religião que se pretende, mas aulas honestas, baseadas em argumentos honestos.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Benção matutina em alta voz é maldição?




De acordo com Provérbios 27.14, abençoar uma pessoa pela manhã é sempre um ato de maldição:

“O que bendiz ao seu vizinho em alta voz, logo de manhã, por maldição lhe atribuem o que faz”.

A versão Almeida Revista e Corrigida traz:
“O que, pela manhã de madrugada, abençoa o seu amigo em alta voz, lho será imputado por maldição”.

Já a versão da Sociedade Bíblica Britânica traz o seguinte:
“Quem bendiz ao seu amigo em alta voz, levantando-se de manhã cedo, Isso lhe será contado como maldição”.

A Versão Católica também traz:
“Quem, desde o amanhecer, louva seu vizinho em alta voz é censurado de o ter amaldiçoado”.

A “Nova Versão Internacional”, também chamada de “a Bíblia dos imbecis”, traz uma paráfrase, tentando colocar a culpa da maldição aos gritos e não ao período do dia:
“A bênção dada aos gritos cedo de manhã, como maldição é recebida”.

No entanto, ainda que essa tradução fosse a correta, os crentes estariam em grandes apuros:
Todo pastor que, em um culto matinal, levado pelo Espírito Santo, abençoar os irmão, gritando: “KANTA LÁ BACHERIAS, EU TE ABEEEENÇOOOOOOUUUUU EM NOOOOOOME DE JESUUUUUUUUUUUUUSSSSSSS!” estaria o amaldiçoando.

Portanto, vai um recado bíblico para todos os crentes incautos:
JAMAIS ABENÇOEM QUALQUER QUE SEJA A PESSOA EM ALTA VOZ PELA MANHÃ!

Esperem até dar meio-dia e então podem abençoar os demais, dizendo baixinho: “psiu, te abençou, ta?”.

Ps.:
Sendo assim estou ferrado, pois, seguindo o costume católico de minha família, sempre peço a benção de minha avó logo pela manhã bem cedo... rsrsrs
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Por Pipe:

A questão é bem simples de se entender. O que o autor de provérbios está dizendo é que de manhã bem cedo ninguém gosta de ter uma pessoa gritando no seu ouvido ou a dez metros dela: "Deus te abençoe meu irmão!". Mesmo que seja: "Bom dia meu irmão!". Ninguém gosta de ser abordado aos gritos de manhã. Se eu chegar para a minha esposa e gritar de manhãzinha pra ela "Bom dia meu amor!", ela jogaria o travesseiro na minha cara.

Por exemplo:
“O que acorda sua esposa em alta voz, logo de manhã, por maldição lhe atribuirá o que faz”.

Outro exemplo:
“O que bendiz ao seu filho em alta voz, logo de manhã (Bom dia filhão) por maldição lhe atribuirá o que faz”.

O problema não é bendizer pela manhã. O problema está em bendizer em alta voz.

terça-feira, 28 de janeiro de 2014

A Parábola do Mordomo Infiel



Proposta de Vitor:
Tenho andado a ler o Novo Testamento, desde Mateus, já estou lendo Efésios. Existem sem dúvida algumas passagens na Bíblia de difícil interpretação. Não é minha intenção lançar dúvidas aos crentes mas apenas tentar entender, eu próprio como crente nos ensinamentos de Jesus, uma parábola que receio não ter conseguido perceber muito bem, ou por falha minha, ou mesmo por culpa da tradução. Trata-se da parábola do Mordomo infiel. Em Lucas 16 Jesus diz:

1 E DIZIA também aos seus discípulos: Havia um certo homem rico, o qual tinha um mordomo; e este foi acusado perante ele de dissipar os seus bens.
2 E ele, chamando-o, disse-lhe: Que é isto que ouço de ti? Dá contas da tua mordomia, porque já não poderás ser mais meu mordomo.
3 E o mordomo disse consigo: Que farei, pois que o meu senhor me tira a mordomia? Cavar, não posso; de mendigar, tenho vergonha.
4 Eu sei o que hei de fazer, para que, quando for desapossado da mordomia, me recebam em suas casas.
5 E, chamando a si cada um dos devedores do seu SENHOR, disse ao primeiro: Quanto deves ao meu senhor?
6 E ele respondeu: Cem medidas de azeite. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e assentando-te já, escreve cinqüenta.
7 Disse depois a outro: E tu, quanto deves? E ele respondeu: Cem alqueires de trigo. E disse-lhe: Toma a tua obrigação, e escreve oitenta.
8 E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz.
9 E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.
10 Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.
11 Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?
13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

Esta parábola pode ser lida por alguns como um apelo à trapaça... o que contradiz claramente a mensagem de honestidade cristã...

logo penso que seria proveitoso ela ser devidamente explicada para evitar aquilo que acredito serem contradições aparentes

não percebi ainda o verdadeiro significado dessa parábola o qual procuro entender por isso postei aqui pois tem tudo a ver com a comunidade. Se alguém puder ajudar ficarei grato

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Por Pipe:

Respondendo:
O mordomo era o administrador, aquele que cuidava de todos os negócios do seu senhor. Por tanto, era ele quem cuidava dos livros caixa que descreviam as dívidas de outros para com seu senhor. Diante disso, o mordomo tinha total autonomia de administrar estes bens como lhe aprouvesse.

É óbvio que estamos tratando de um administrador "desonesto" e esperto. Alguém que estava dissipando, jogando fora, administrando mal, esbanjando o dinheiro do seu senhor. Este quando descobre que terá que prestar contas ao seu senhor antecipa as possibilidades de perder o emprego, e começa a negociar as dívidas com os devedores, de forma a criar um ambiente que propicie algum tipo de gratidão da parte destes para com ele. Pois, oferece ao primeiro um desconto de 50% e ao segundo um desconto de 20% nas dívidas.

Agora observe que o senhor do mordomo elogiou-o pelo feito.
”8 E louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente,...”

Ou seja, foi o próprio senhor daquele mordomo que elogiou a forma como ele tratou dos negócios dele. Se o senhor elogiou o mordomo, isto significa que este teve consciência da forma como ele administrou as dívidas com os devedores. Isto não é algo muito diferente do que vemos hoje. Por exemplo, é bem comum ver pessoas que trabalham em empresas de cobranças que tem de negociar com os devedores formas, descontos e maneiras de sanar as dívidas. Isto é algo que é delegado a eles como função. O mordomo do mesmo modo tinha esta autonomia. E não devemos nos esquecer que o senhor dele o elogiou pela sua estratégia.

E Jesus então o elogia pelo seguinte:
”...porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz”. A NVI diz “astutos”.

Ou seja, primeiro de tudo o mordomo não foi desonesto na sua ação. Se o fosse, não teria recebido elogios de seu senhor. O que ele fez foi dar um bom desconto aos devedores para que estes fossem gratos a ele pelo feito.

Segundo, é que Jesus elogia a astúcia, ou a prudência do mordomo e em nenhum momento a forma como este administrava anteriormente os bens do seu senhor.

Pois Jesus continua dizendo:
9 E eu vos digo: Granjeai amigos com as riquezas da injustiça; para que, quando estas vos faltarem, vos recebam eles nos tabernáculos eternos.
10 Quem é fiel no mínimo, também é fiel no muito; quem é injusto no mínimo, também é injusto no muito.
11 Pois, se nas riquezas injustas não fostes fiéis, quem vos confiará as verdadeiras?
12 E, se no alheio não fostes fiéis, quem vos dará o que é vosso?

O que Jesus está dizendo é que, assim como o mordomo foi astuto na administração das riquezas alheias, e usando-as fez amigos. Do mesmo modo devemos ser astutos com tudo o que nos é confiado.

Jesus está elogiando a fidelidade no mínimo naquilo que lhe é alheio. O mordomo estava sendo péssimo administrador das riquezas alheias. Foi somente quando colocado contra a parede que este, de modo astuto, passou a administrar melhor e astutamente os bens do seu senhor. E, além disso, ele conseguiu ter em suas mãos amigos que foram beneficiados com esta maneira astuta de administrar os bens alheios. Não se esqueça que foi o senhor do mordomo que elogiou a maneira como este administrou seus bens.

Na conclusão da parábola Jesus deixa claro a lição que deseja nos ensinar: Use o dinheiro de maneira astuta e sábia. Não deixe que ele te domine e que seja teu senhor. Seja fiel no mínimo. Pois:
13 Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.

O mordomo até então, preocupava-se unicamente em esbanjar as riquezas alheias. Era um péssimo administrador. Porém quando confrontado, demonstrou ser astuto e passou então a administrar os bens de seu senhor de modo que recebeu elogios deste.

A parábola é entendida perfeitamente pelos fariseus, pois, leiam o vs.14:"Os fariseus, que amavam o dinheiro,...".

Os fariseus eram os mordomos infiéis que usavam as riquezas para esbanjarem consigo mesmos, e não estavam administrando sabiamente o dinheiro que lhes foi confiado.


Por isso, Jesus diz que os filhos das trevas são mais sábios que os filhos da luz (fariseus). Estes entenderam perfeitamente o recado.

domingo, 26 de janeiro de 2014

A viajem "absurda" de Jesus - segundo Marcos:

Cético:
 
Outro exemplo da profunda ignorância de Marcos da geografia Palestina é encontrada na história que ele fabricou sobre Jesus viajando de Tiro, no Mediterrâneo, para o Mar da Galiléia, 48 km por terra.

De acordo com Marcos 7:31, Jesus e seus rapazes foram pelo caminho de Sidom, que fica 32 km ao norte de Tiro na costa do Mediterrâneo!! Já que para ir a Sidom e voltar seriam 64 km, isso significa que o mais sábio dos homens andou 112 km quando poderia ter andado apenas 48.

É claro que ninguém jamais descobriria isso através da versão do Rei Jaime - que aparentemente ignorou o texto Grego que claramente diz – "Partindo das costas de Tiro e Sidom, ele chegou ao Mar da Galiléia..." Aparentemente os tradutores da versão do Rei Jaime também sabiam geografia. Pelo menos mais que o autor de Marcos!
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Respondendo:

Vamos ao contexto:
Marcos 7:
24 Jesus saiu daquele lugar e foi para os arredores de Tiro e de Sidom. Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse; contudo, não conseguiu manter em segredo a sua presença.
25 De fato, logo que ouviu falar dele, certa mulher, cuja filha estava com um espírito imundo, veio e lançou-se aos seus pés.
26 A mulher era grega, siro-fenícia de origem, e rogava a Jesus que expulsasse de sua filha o demônio.
27 Ele lhe disse: “Deixe que primeiro os filhos comam até se fartar; pois não é correto tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”.
28 Ela respondeu: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos, debaixo da mesa, comem das migalhas das crianças”.
29 Então ele lhe disse: “Por causa desta resposta, você pode ir; o demônio já saiu da sua filha”.
30 Ela foi para casa e encontrou sua filha deitada na cama, e o demônio já a deixara.
31 A seguir Jesus saiu dos arredores de Tiro e atravessou Sidom, até o mar da Galiléia e a região de Decápolis.

Mateus 15:
21 Saindo daquele lugar, Jesus retirou-se para a região de Tiro e de Sidom.
22 Uma mulher cananéia, natural dali, veio a ele, gritando: “Senhor, Filho de Davi, tem misericórdia de mim! Minha filha está endemoninhada e está sofrendo muito”.
23 Mas Jesus não lhe respondeu palavra. Então seus discípulos se aproximaram dele e pediram: “Manda-a embora, pois vem gritando atrás de nós”.
24 Ele respondeu: “Eu fui enviado apenas às ovelhas perdidas de Israel”.
25 A mulher veio, adorou-o de joelhos e disse: “Senhor, ajuda-me!”
26 Ele respondeu: “Não é certo tirar o pão dos filhos e lançá-lo aos cachorrinhos”.
27 Disse ela, porém: “Sim, Senhor, mas até os cachorrinhos comem das migalhas que caem da mesa dos seus donos”.
28 Jesus respondeu: “Mulher, grande é a sua fé! Seja conforme você deseja”. E naquele mesmo instante a sua filha foi curada.
29 Jesus saiu dali e foi para a beira do mar da Galiléia. Depois subiu a um monte e se assentou.

Refutando:
Bom, vamos ler a trajetória de Jesus:
1. Estava no litoral perto de Gerasa (Mc 5:1);
2. Depois voltou para a Galiléia (Mc 5:21);
3. Depois visitou alguns povoados naquela região (Mc 6:6);
4. Depois foi para Betsaida (Mc 6:45);
5. Depois para Genesaré (Mc 6:53);
6. Depois para mais povoados, outras cidades e alguns campos (Mc 6:56);
7. Depois para os arredores de Tiro e Sidom (Mc 7:24);
8. Dos arredores de Tiro, foi por Sidom de volta a Galiléia (Mc 7:31);
9. E depois para Decápolis (Mc 7:31).

Bom, Jesus estava no mar da Galiléia e regiões vizinhas. Jesus sobe para as regiões de Tiro e de Sidom. Provavelmente visitando povoados. A lógica é que ele estava subindo. Agora leia o VS. 24

Esmiuçando:
1. ”Jesus saiu daquele lugar e foi...” Saiu de que lugar? Mar da Galiléia, certo? Portanto estava subindo, correto?
2. ”... para os arredores de Tiro e de Sidom”. Subiu do mar da Galiléia para onde mesmo? Arredores de Tiro e de Sidom. Mas, a lógica era que ele passaria por onde primeiro? Tiro, correto?
3. ”Entrou numa casa e não queria que ninguém o soubesse; contudo, não conseguiu manter em segredo a sua presença”. O texto diz onde era a casa? Não. Diz apenas que era nos arredores de Tiro e de Sidom.

E o desenrolar da história continua até que Marcos diz o seguinte no VS.31: A seguir Jesus saiu dos arredores de Tiro e atravessou Sidom, até o mar da Galiléia e a região de Decápolis”. Isto denota que o encontro de Jesus com a mulher cananéia foi em Tiro e logo em seguida ele continuou a viagem em direção a Sidom.

Bom, raciocine comigo, se Jesus estava subindo do mar da Galiléia em direção a região de Tiro e de Sidom, é ilógico o texto dizer que primeiro ele passou por Tiro que era a primeira cidade, e depois foi para Sidom que era próxima que ele desempenharia seu ministério?

A coisa mais lógica que existe é que se estou indo na direção de duas cidades como alvo, primeiro eu passe pela primeira cidade, neste caso Tiro. E é mais do que lógico, que em seguida eu me dirija a cidade seguinte que é Sidom. E depois volte para o lugar de onde vim. E em seguida sigo para o sul da minha rota até Decápolis. Este é o típico exemplo de até onde vai a ignorância cética.

Outra questão é que Mateus também diz que Jesus passou pela região de Sidom. Portanto os dois autores dizem que Jesus se dirigiu para aquele região, nos arredores de Tiro libertou uma menina possessa e em seguida foi para Sidom, depois voltou para a Galiléia.

Se não era propósito de Mt e Mc dizer que Jesus passaria por Sidom, por que eles citariam Sidom então?

Fica implícito que, se digo que vou para os lados de Tiro e Sidom, e logo em seguida depois de uma conversa, digo que sai de Tiro passei por Sidom e voltei para a Galiléia, isto é maneira mais clara de dizê-lo.


Pipe

sábado, 25 de janeiro de 2014

Homem transforma a evolução de espécie



O artigo abaixo transcrito apareceu em O Globo Revista de 29/08/2004, transcrito de revistas científicas:

O impacto da ação humana sobre a vida na Terra atingiu um novo patamar. Cientistas americanos estão convencidos que a humanidade alterou um dos mais essenciais e lentos processo da natureza: a evolução das espécies.

Uma equipe do Instituto de Tecnologia da Geórgia descobriu num lago africano provas vivas do impacto humano sobre a evolução.

Duas novas espécies de peixes ciclídeos surgiram no Lago Malawi em apenas 20 anos. Os ciclídeos são peixes tropicais de água doce muito coloridos. Já se sabia que tinham rápida taxa evolutiva, mas jamais se imaginou que uma nova espécie poderia surgir tão depressa.

Na África e nas Américas há mais de mil espécies de ciclídeos, originadas em 500 mil anos, um piscar de olhos em termos evolutivos. Vinte anos, porém, é inconcebível em termos naturais. Mas num estudo publicado na revista "Molecular Ecology , os cientistas descobriram que a espécie Otilapia afra introduzida no lago em 1983 por um exportador de peixes ornamentais tinha evoluído em duas espécies geneticamente diferentes.

Uma mudança drástica de habitat teria selecionado variedades distintas do peixe. O estudo não é mera curiosidade. Mostra que impacto da ação humana sobre o meio ambiente pode ter consequências muito mais profundas e imprevisíveis do que o imaginado até agora. O coordenador do estudo J. Todd Streelman diz que há uma lista crescente de peixes, plantas e insetos que parecem estar sendo alterados por mudanças provocadas pelo homem.

Seria oportuno, então, perguntar: a quem estão os evolucionistas querendo enganar? A si mesmos, a nós criacionistas, ou a ambos os grupos? Prefiro pensar que a verdade esteja nesta última opção porque, se eles realmente crêem que procedimentos científicos foram adotados de modo a permitir a conclusão do artigo acima transcrito, então é porque eles estão se enganando a si mesmos e querem, também, desacreditar o criacionismo com inverdades sinuosamente apresentadas em nome da ciência.

Desculpem-nos os evolucionistas, mas se eles insistem em exposições absurdamente destituídas de sentido, não nos resta outra alternativa que não a de ensiná-los acerca dos fundamentos da ciência.

Em primeiro lugar, o artigo condena uma determinada ação humana por alterar "um dos mais essenciais e lentos processo da natureza: a evolução das espécies". Entretanto, no caso acima apresentado a única ação foi a de um exportador de peixes ornamentais que teria levado para o lago Malawi alguns dos peixes por ele comercializados. Será que pegar peixe de um lago, ou de um aquário, e soltar em outro lago se constitui numa ação capaz de alterar a velocidade do processo de evolução dessa espécie, reduzindo esse tempo de quinhentos mil para apenas 20 anos?

O artigo continua dizendo que cientistas descobriram que a espécie Otilapia afra, introduzida no lago em 1983 pelo já referido exportador de peixes ornamentais, tinha evoluído em duas espécies geneticamente diferentes, a mais nova delas vista na foto que acompanha o artigo em pauta. Infelizmente, para os evolucionistas, hoje é muito mais difícil distorcer fatos da natureza para que pareçam de conformidade com suas idéias acerca das nossas origens. Vamos, então, proceder a uma análise dos fatos como eles de fato são:

O lago Malawi ocupa uma área de 31 mil Km² e encontra-se a 474 metros acima do nível do mar, sendo o terceiro maior lago africano e o quarto do mundo em profundidade. O lago Malawi fica próximo a dois outros lagos maiores: o lago Tanganyika e o lago Victoria, sendo este último o segundo maior lago do mundo.

Os três lagos são abundantes em peixes ciclídeos, família a que pertencem as espécies citadas no artigo aqui em pauta.

Quem visitar a página da internet em http://www.cichlidnetwork.com/malapho.htm, verá que há 120 espécies conhecidas de ciclídeos vivendo no lago Malawi, mas estima-se que haja muitas espécies que ainda não foram sequer catalogadas.

Então, como se pode ter certeza de que a espécie Cynotilapia afra não existia naquele lago, tendo ali sido introduzida pelo tal exportador. Diga-se de passagem que não é nada científico escrever um artigo omitindo nomes como o do tal exportador e dos cientistas envolvidos, porque isso elimina completamente a possibilidade de verificação dos fatos.

Agora, se clicarmos em "Cynotilapia afra 'nkhungu reef'" no site já mencionado, veremos o peixe da figura é exatamente igual ao do artigo em questão, e nenhuma referência ao fato de que ele tenha sido introduzido no lago em tempos mais recentes.

Além disso, nenhuma experiência foi feita de modo a determinar, por exemplo, o número de cromossomos dessas suposta espécies, de modo que é muito provável que sejam apenas variações dentro da mesma espécie, como no caso dos cães. Na natureza, freqüentemente ocorre que animais da mesma espécie, mas de padrões de cor distintos se estranhem, dando a impressão de que são espécies distintas. Entretanto, confinados em um jardim zoológico, via de regra acabam cruzando e produzindo prole fértil, mostrando que são, na verdade, da mesma espécie.

O mais importante, porém, ainda está por vir. Trata-se do fato de que o lago Malawi nunca esteve isolado, de modo que ninguém pode garantir se a suposta espécie encontrada já não existia ali ou que não foi colocada no lago pelo tal exportador ou por alguém mais no correr dos anos desde 1983. Será que cientistas evolucionistas não sabem que esse teria que ser o procedimento científico que garantiria a conclusão de que a espécie encontrada descende mesmo de outras que estavam no lago?

Essa pergunta só pode ser respondida afirmativamente, porque os mesmos cientistas que levianamente concluem seus artigos em favor da teoria da evolução, quando fazem seus experimentos em laboratório, cultivando bactérias, por exemplo, usam luvas devidamente esterilizadas para evitar a contaminação do ambiente por outros microrganismos.

Por isso, a atitude leviana de não considerar esses fundamentos da metodologia científica quando se trata de defender a teoria da evolução só pode ser entendida como um ato de desonestidade intelectual, na falta de argumentos genuinamente científicos para a defesa da teoria da evolução, essa teoria que, do século XVIII invadiu o presente século mas que, pelo andar da carruagem, perto está de ser declarada falsa. Afinal, pode-se enganar a poucos durante muito tempo, ou a muitos durante pouco tempo, mas enganar a todos durante todo o tempo é uma tarefa impossível.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de cinco livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.

sexta-feira, 24 de janeiro de 2014

Morreu todo o gado do Egito ou não?



Pergunta trazida por Marcos:

Em Êxodo 9:6 diz: E o SENHOR fez isso no dia seguinte, e todo o gado dos egípcios morreu; porém do gado dos filhos de Israel não morreu nenhum.

Esses são uns dos versículos que em Êxodo Capitulo 9 estão falando de gados.

Em Êxodo 09:06 esta falando que o gado "todo" dos egípcios morreu, mas nos versículos seguintes diz que ainda tinha gado. Não entendi?

E tornar-se-á em pó miúdo sobre toda a terra do Egito, e se tornará em sarna, que arrebente em úlceras, nos homens e no GADO, por toda a terra do Egito.

E eles tomaram a cinza do forno, e puseram-se diante de Faraó, e Moisés a espalhou para o céu; e tornou-se em sarna, que arrebentava em úlceras nos homens e no GADO;

Quem dos servos de Faraó temia a palavra do SENHOR, fez fugir os seus servos e o seu GADO para as casas;

Mas aquele que não tinha considerado a palavra do SENHOR deixou os seus servos e o seu GADO no campo.

Então disse o SENHOR a Moisés: Estende a tua mão para o céu, e haverá saraiva em toda a terra do Egito, sobre os homens e sobre o GADO, e sobre toda a erva do campo, na terra do Egito.

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Respondendo:

Champlin comenta o seguinte deste texto:

"... Os intérpretes debatem-se diante desse item secundário, e supõem uma destas três possibilidades:

1. A palavra "todo", neste versículo, é uma hipérbole.

2. A palavra "todo" é uma declaração exagerada e frouxa, que o autor sagrado logo adiante contradisse.

3. A palavra "todo" significa todo o rebanho que estava nos campos. O gado guardado nos estábulos sobreviveu. O terceiro versículo: "3 saiba que a mão do SENHOR trará uma praga terrível sobre os rebanhos do faraó que estão nos campos: os cavalos, os jumentos, os camelos, os bois e as ovelhas"., de fato, aponta para essa noção do gado "nos campos".


Fonte: "O AT INTERPRETADO vs. por vs. - Livro 1"; R. N. Champlin, Ph. D.; Editora Hagnos; pg.338.

quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

Mulher podia pedir carta de divórcio?

Cético:

Ele é claramente um estrangeiro, removido tanto do tempo como do espaço dos eventos que ele alega. Por exemplo, em Marcos 10:12, relata Jesus dizendo que se uma mulher se divorcia do marido e casa-se com outro, comete adultério.

Como G. A. Wells, o autor de The Historical Evidence for Jesus 10 (As Provas Históricas de Jesus) declara,

Tal expressão não faria sentido na Palestina, onde só o homem podia obter divórcio. É uma regra para os leitores Cristãos não Judeus... que os evangelistas puseram na boca de Jesus para conferir a ela autoridade

Essa tendência de ancorar costumes e instituições antigas à suposta vida de Jesus representa um papel considerável na construção de sua biografia.
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Refutando:
J. D. Douglas diz o seguinte:

"Alguns tem duvidado da autenticidade de Mc 10:12, visto que uma esposa judia normalmente não podia divorciar-se de seu marido. Porém, uma esposa podia apelar ao tribunal contra o tratamento dispensado por seu marido, e o tribunal então podia compelir o marido a divorciar-se dela. Além disso, talvez Cristo tivesse em mente a lei grega e romana, segundo a qual uma esposa podia divorciar-se de seu marido, assim como Herodias se havia divorciado de seu primeiro marido" (1):

Mc 6:
7 Pois o próprio Herodes tinha dado ordens para que prendessem João, o amarrassem e o colocassem na prisão, por causa de Herodias, mulher de Filipe, seu irmão, com a qual se casara.
18 Porquanto João dizia a Herodes: “Não te é permitido viver com a mulher do teu irmão”.

Fonte: (1) "O Novo Dicionário da Bíblia"; ed. Vida Nova; pg.1017.
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Cooperação de Caetano:

No papiro de Elefantina, colônia judaica no Egito, mostra que as mulheres de lá podiam pedir carta de divórcio.

terça-feira, 21 de janeiro de 2014

Seres humanos quadrúpedes . . . um pretexto para a teoria da evolução e para este artigo!

A construção de uma metodologia científica foi exatamente o passo que faltava para levar ao extremo os anseios do homem de conhecer mais plenamente a natureza. Finalmente despontava em nossos horizontes a possibilidade de nos libertarmos da clausura de ver apenas o óbvio e de não poder comprovar as idéias que nutríamos acerca do mundo em que estamos inseridos.

A área por excelência em que esses ganhos puderam ser sentidos com a maior abrangência possível foi a da Matemática. Praticamente livre até mesmo das palavras que, não raro apresentam múltiplos significados, e recheada de símbolos com significados muito precisos, essa área passou a apresentar demonstrações inequívocas de suas afirmações. Nela, o verbo “tergiversar” não seria jamais conjugado.

Infelizmente, porém, esse rigor metodológico não pôde ser estendido às demais áreas científicas que, em menor ou maior grau tiveram que incorporar o peso da interpretação dos fatos em seus resultados. Foi assim com as áreas fundamentalmente experimentais, com as que dependiam de uma observação sistematizada, com as ciências humanas e sociais. Em todas elas a Matemática veio a desempenhar um papel preponderante na análise dos grandes volumes de dados que, de outro modo, não poderiam deixar transparecer as conclusões neles encerradas.
Entretanto, onde a interpretação ganha espaço sobressai-se também a subjetividade, principalmente quando nos reportamos a um tema que tem íntima conexão com nossas convicções filosóficas ou religiosas. Assim, enquanto o teorema de Pitágoras será sempre considerado verdadeiro em qualquer ponto do universo, uma afirmação na área da Psicologia, da Economia ou das Ciências Sociais será sempre de natureza, no mínimo, polêmica, em praticamente todos os contextos em que for discutida. Seria interessante, por exemplo, podermos discutir as origens do universo e da vida de um modo desapaixonado e isento. Infelizmente, porém, isso não é possível, pelo simples fato de que, ao discutir esse tema, estamos discutindo a nós mesmos. Afinal, somos nós que viemos ou não de um ancestral simiesco que teria perambulado pelo nosso planeta há milhões de anos atrás. Isto nos coloca no cerne dessa discussão o que, por certo, tem também o efeito de obstruir nossa visão.

Este tipo de dificuldade, entretanto, inerente a certas áreas científicas, e praticamente inevitável, deve ser contido em níveis que não comprometam demasiadamente o rigor metodológico pretendido, de modo que os resultados advindos do processo de análise dos fatos seja ainda crível, senão totalmente, pelo menos em boa extensão. É lamentável, portanto, que tantos cientistas hoje tenham perdido esse senso crítico, deixando que suas convicções pessoais falem mais alto e se sobreponham à realidade objetiva, principalmente quando se põem a discutir as origens do universo e da vida.

O debate na prática
Professores em sala de aula quase sempre se pronunciam afirmando que a evolução é um fato da natureza. A verdade, porém, é que não há qualquer comprovação científica nesse sentido. A evolução não foi observada porque, segundo os próprios evolucionistas, ela se dá tão lentamente que isso não seria possível. Os fósseis, ao contrário do que pensava Darwin, com todas as suas lacunas, dificilmente podem ser considerado uma evidência da evolução. Esta última afirmação tem sido reconhecido por inúmeros cientistas de respeito, como é o caso do Dr. Mark Ridley que, em seu artigo “Who Doubts Evolution?”, publicado no periódico New Scientist, Vol. 90, 25/06/1981, p. 831, disse: “Nenhum evolucionista de respeito, quer gradualista, quer adepto do equilíbrio pontuado, usa o registro fóssil como evidência em favor da teoria da evolução em contraposição à da criação especial”.

Em síntese, a evolução é um suposto fenômeno: (1) inobservável; (2) carente de evidências; (3) pontilhado de hipóteses não comprovadas, muitas das quais não comprováveis; e (4) resistentemente defendido pela comunidade científica evolucionista, o que caracteriza o seu caráter meramente ideológico. Assim, para a imensa maioria dos cientistas evolucionistas o paradigma da evolução se tornou uma verdadeira clausura que os impede de raciocinar com a devida isenção, fundamentando seus conceitos sobre a evolução em extrapolações cientificamente inaceitáveis. Não são todos os cientistas evolucionistas, entretanto, que se deixam levar pelas águas turvas da falta de coerência. Veja, por exemplo, o ponto de vista do Dr. John R. Meyer, Ph.D. em Zoologia pela State University of Iowa, professor de Biofísica e Fisiologia na escola de medicina da Universidade de Louisville, tendo servido, durante 4 anos, como pesquisador a nível pós-doutoral na Universidade do Colorado, em Denver:

“Ainda que a teoria da evolução se encontre bem infiltrada nas ciências, é evidente que problemas sérios permanecem. Por exemplo, o biólogo darwinista necessita de variações anatômicas, bioquímicas e fisiológicas virtualmente ilimitadas, sobre vastos períodos de tempo. Uma vez que rigorosas pesquisas genéticas têm sido levadas a efeito apenas nos últimos 100 anos, o evolucionista deve tomar os dados disponíveis e extrapolar as variações limitadas através de bilhões de anos, para produzir milhões de espécies. Estudos genéticos experimentais, entretanto, demonstraram somente limitadas alterações nos sistemas biológicos. O conceito alternativo de variação limitada apresentado na frase 'segundo a sua espécie' em Gênesis é compatível com as descobertas em laboratório. Estou convicto de que o criacionista não necessita temer os dados experimentais oriundos do laboratório de biologia.”

Equívocos alcançam a mídia
Recentemente, a mídia de todo o mundo noticiou o caso de uma família turca em que há cinco irmãos que andam como quadrúpedes, vítimas de uma anomalia que, além do andar singular, inclui retardamento mental. No Brasil, a revista Veja de 29/03/2006 publicou uma reportagem intitulada “Como nossos ancestrais”, informando que os cientistas que estavam acompanhando o caso declararam crer que “um estudo mais aprofundado dessa família pode fornecer pistas valiosas sobre as alterações cerebrais e genéticas que fizeram nossos ancestrais tornarem-se bípedes, há 4 milhões de anos”. Sem entrar no mérito da questão, porque é ridículo entender uma deficiência física e mental como pista para explicar um suposto passado evolutivo da nossa espécie, vamos aqui nos concentrar na postura dos cientistas envolvidos nesse caso, mas não sem antes informar que, após o impacto causado por essa notícia, um fisioterapeuta se propôs a ajudar aqueles irmãos e, em pouco tempo, todos já estavam praticamente andando na posição normal. Parece, enfim, que a deficiência mental era o mal maior.

A reportagem contou com a participação de Cláudia Rodrigues Carvalho, professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro que discorreu sobre a evolução do homem expondo, no seu entender, o que teria ocorrido durante essa evolução, quando teria ocorrido e quais teriam sido os ganhos em suas diversas fases. Em nenhum momento, entretanto, se pode vislumbrar a menor tentativa de uso dos verbos no tempo condicional. Suas declarações são sempre peremptórias, como se ela tivesse recebido uma revelação. Do contrário, como soube a ilustre professora que há 4 milhões de anos atrás o homem se pôs a andar em pé? E que há 2,5 milhões de anos atrás ele sofreu mudanças na estrutura das mãos? Que há 1,9 milhão de anos atrás ele teve um aumento em sua estatura? E que apenas cem mil anos mais tarde, há 1,8 milhão de anos atrás, seu cérebro também aumentou de tamanho?

Em cada um dos casos a professora foi capaz de citar os ganhos que o homem teria tido em sua suposta evolução: “andar em pé”, por exemplo, teria favorecido a evolução porque a nova postura teria ampliado o alcance da visão em terreno aberto; “mudança na estrutura das mãos” teria aumentado a capacidade de manejar instrumentos e realizar movimentos delicados e precisos; “aumento de estatura” teria facilitado a dissipação do calor pelo corpo, fator importante no clima quente e seco das savanas africanas; e “aumento do cérebro” teria criado mais espaço para armazenar e processar informações. A grande lacuna, entretanto, que a professora Cláudia não foi capaz de explicar foi a que se refere ao mecanismo da natureza que teria promovido todas essas mudanças tão providenciais.

O primeiro a tentar explicar esse mecanismo foi Lamarck, postulando a transmissão hereditária dos caracteres adquiridos pelos organismos por ação do ambiente, tais como o desenvolvimento ou atrofia de um determinado órgão, motivado por maior ou menor uso. Com os avanços da genética, descobriu-se que essas idéias careciam de fundamento científico e, assim, o Lamarckismo caiu em descrédito por volta de 1930. Depois de Lamarck, ainda no século XIX, veio Darwin, para quem o mecanismo da evolução era constituído de dois fatores: a variabilidade genética dos seres vivos e a seleção natural. Essa idéia também não funcionou porque nenhum desses dois fatores poderia ser responsável pelo aparecimento de novas características, sem as quais a evolução não poderia acontecer. Era preciso, então, descobrir algum fenômeno da natureza capaz de alterar o código genético dos seres vivos.

Foi no início do século passado que Hugo de Vries (1848-1935), um professor de botânica da universidade de Amsterdam, observou mudanças súbitas nas novas gerações de um certo tipo de prímulas e as chamou de mutantes. Hugo de Vries mesmo nunca chegou à compreensão que hoje se tem acerca das mutações como uma modificação do DNA ou nos cromossomos, mas ele foi o primeiro a cunhar o termo e a chamar a atenção para as células germinais como o meio através do qual uma espécie sofre alterações que são incorporadas ao seu estoque genético. Restava saber se as mutações poderiam ser responsáveis pelo gigantesco processo que teriam transformado seres unicelulares em seres humanos, dando origem também a todos os outros seres vivos que hoje existem ou já existiram!

Apesar de serem grandes as expectativas dos evolucionistas as mutações revelaram-se completamente inadequadas para produzir a gama de variabilidade de que a teoria da evolução precisava para obter um mínimo de fundamento concreto para suas bases. Hermann Joseph Muller (1890-1967), um notável geneticista, detentor do prêmio Nobel em 1946, trabalhou praticamente toda a sua vida com mutações. Em seu artigo “How Radiation Changes the Genetic Constitution”, publicado em 1955 no Bulletin of the Atomic Scientist (11) ele afirmou com todas as letras que as mutações não poderiam jamais realizar a proeza de promover a evolução dos seres vivos. Em 1977, Piere-Paul Grosse, ex-presidente da French Academie des Science, publicou um livro pela Academic Press com título Evolution of Living Things. À página 88 ele declarou: “Não importa quão numerosas possam ser, as mutações não produzem qualquer tipo de evolução”. Também Francisco Ayala, Ph.D., Associated Professor of Genetics na Universidade da Califórnia escreveu um artigo em 1980 na revista Science (Nov 21), pp. 883-887, com título "Evolutionary Theory Under Fire”.

Nesse artigo, ele declara: “Os paleontólogos têm me convencido de que pequenas modificações não são cumulativas”, mais uma razão para nos certificar da inadequação das mutações como mecanismo da evolução.

Características do debate científico
Um debate sobre um tema científico é, antes de tudo, um debate entre idéias e não um confronto entre pessoas. Hoje já não se justifica mais o que aconteceu com Galileu, obrigado a renunciar suas idéias cientificamente corretas para não morrer. Manter os canais de comunicação abertos e respeitar aqueles que divergem de nós são regras de conduta que não podem faltar a qualquer debate civilizado, até mesmo quando os pontos de vista apresentados são flagrantemente distintos dos nossos, dando-nos a impressão de que estamos diante de um debate entre a visão clara e límpida da realidade e o obscurantismo.

Não é preciso ler muito deste artigo para perceber que foi escrito por um criacionista. Exatamente por isso você não verá qualquer agressão pessoal nestas linhas, em nossos livros ou nas interações que mantemos com pessoas que divergem dos nossos pontos de vista sobre as origens, quer em nossas comunicações por email, quer nos debates de que temos participado. Infelizmente, porém, não se pode dizer o mesmo da conduta de evolucionistas, os quais insistem em rotular os criacionistas de incultos, iletrados, obscurantistas e tantos outros termos pouco elegantes, classificando-os como pessoas que sequer deveriam transitar no mesmo ambiente pessoal ou profissional.

Historicamente, o que aconteceu é que evolucionistas, pela falta de oposição às suas idéias, sobretudo nos tempos de Darwin e nos anos que se seguiram, ganharam os círculos científicos, migrando depois para o sistema educacional e para a sociedade como um todo. Desse modo, eles ocuparam todos os espaços disponíveis, controlando os jornais e as revistas científicas, os órgãos que supervisionam o sistema educacional, as universidades e hoje entendem que estão no direito de banir os criacionistas de cena.

Assim, criacionistas não têm como publicar os seus artigos nessas mesmas revistas, não podem entrar em sala de aula para expor o seu ponto de vista e têm presença barrada em praticamente todos fóruns acadêmicos instalados com o objetivo de discutir as origens do universo e da vida. Um exemplo por excelência do que aqui afirmamos é o caso de Forrest Mims, escritor científico, autor de mais de 70 livros sobre ciência, especialmente em circuitos eletrônicos, e de várias centenas de artigos para diversas revistas científicas ao redor do mundo. Em 1988 ele estava apontado para ser o responsável por uma coluna da Scientific American, sob o título “Amateur Scientist”, quando o editor da revista, Jonatham Piel, foi informado que Mims havia escrito artigos para algumas revistas cristãs nos Estados Unidos. Aproximando-se de Mims, Piel indagou acerca do conteúdo dos artigos escritos para essas revistas e em seguida perguntou: “Você aceita a teoria da evolução de Darwin?”. Ante a resposta negativa de Mims, Piel mudou bruscamente de atitude, expressando seu desapontamento com as crenças de Mims e informando-o que não mais lhe seria permitido publicar seus artigos em sua revista, mesmo que versassem sobre outros temas científicos não vinculados à teoria da evolução. Desde então, a qualidade do trabalho de Mims não mudou, mas não está sendo nada fácil encontrar revistas científicas que queiram publicar seus artigos.

Seria interessante entender as causas de tamanha intolerância, sobretudo porque não divisamos o mesmo nível de rejeição a outras atividades, essas sim, flagrantemente nada científicas como, por exemplo, a astrologia, que insiste no pressuposto considerado científico pelos astrólogos de que as estrelas, pela posição em que se encontram, moldam as nossas personalidades e interferem em nossos destinos; o uso indevido da física quântica em campos do conhecimento em que sua aplicação é, no mínimo, duvidosa etc. Tudo é tolerado, mas o criacionismo, no entender dos que advogam a teoria da evolução e controlam os fóruns acadêmicos, esse sim deve ser combatido e erradicado. Suspeito que, ao invés de um confronto entre ciência e obscurantismo, as raízes dessa intolerância estejam mesmo fincadas em terreno filosófico-religioso, evidenciando mais uma batalha contra Deus, conforme descrito pela Bíblia, e os que nele crêem.

O ponto crítico do debate sobre as origens
Cientistas, em geral, não importa se evolucionistas ou criacionistas desejam ver o triunfo do conhecimento científico e, por isso, procuram fazer uso de uma metodologia científica adequada para este fim. Todos concordamos que “fazer ciência” implica em analisar com imparcialidade a realidade que nos circunda, buscando uma avaliação objetiva e destituída de preconceitos das evidências disponíveis. É óbvio que esse ideal jamais poderá ser plenamente atingido, exatamente porque os cientistas também são seres humanos, com suas paixões e suas crenças, alguns dos quais capazes até mesmo de cometer atos fraudulentos em nome da ciência para ver seus pontos de vista assegurados.

Contudo, até aí estamos perfeitamente dentro dos padrões de normalidade. Afinal, não podemos ignorar as nossas limitações, que funcionam como barreiras difíceis de serem ultrapassadas. Não é nesse ponto, portanto, que reside o grande impasse que tem maculado a ciência dos nossos dias. É que os cientistas do nosso tempo, inconformados, não com suas limitações pessoais, mas com limitações impostas pela própria natureza, agregaram mais um valor à definição de consenso que apresentamos no parágrafo anterior do que seja “fazer ciência”, afirmando que tudo no universo tem uma causa natural. É essa filosofia, que denominamos "naturalismo", que se constitui praticamente na essência do evolucionismo, uma proposta para explicar a origem do universo, da vida e das espécies de seres vivos através de causas essencialmente naturais.

Este, porém, é um conceito não verificável, de modo que não podemos garantir a sua veracidade. Na verdade, ele pertence mais a um contexto filosófico-religioso do que propriamente científico, incidindo diretamente na questão da existência de Deus porque, se Deus não existe, então obrigatoriamente tudo no universo deve ter uma explicação essencialmente natural, enquanto que, no caso de sua existência, não chegamos, necessariamente, à mesma conclusão.

Vemos, portanto, que a questão da existência de Deus precede até mesmo a definição dos rumos que daremos ao que convencionamos chamar de Ciência. Se Deus não existe é certo que tudo no universo tem que ter uma explicação natural. Se, porém, Deus existe, seus atos são sobrenaturais e, nesse caso, estaremos fadados ao fracasso se procurarmos explicar naturalmente o que só pode ser explicado sobrenaturalmente.

Acontece que o cientista evolucionista tende a considerar Deus fora do seu raio de ação, como alguém que talvez até exista mas que, mesmo existindo, não é pesquisável. Nesse caso, não há como sair do impasse acima descrito e não restará outra alternativa a esse cientista que não a de correr o risco de possivelmente estar se situando em um contexto que o fará permanecer buscando o impossível.

Deve ter sido também por causa de considerações dessa natureza que H. S. Lipson (F.R.S.), professor de Física da Universidade de Manchester, em artigo que escreveu para o periódico Physics Bulletin, vol 31, 1980, assim se pronunciou: “De fato, a evolução se tornou uma religião científica; quase todos os cientistas a aceitaram e muitos estão preparados para 'torcer' suas observações de modo que a ela se ajustem”.

Os tempos, porém, estão mudando rapidamente e cresce o número de cientistas que se dão conta de que a intolerância anda de mãos dadas com o autoritarismo e que nenhum dos dois combina com comportamento científico. Muitos têm percebido, também, que impedir o acesso aos fóruns apropriados dos que divergem dos nossos pontos de vista é a forma mais grosseira de favorecer o obscurantismo e que Ciência de verdade se faz de modo transparente, a partir do diálogo, da apresentação de argumentos inequívocos das posições que defendemos, da análise objetiva e imparcial desses argumentos, da livre difusão de idéias e do debate civilizado.

Fonte:

O Prof. Christiano P. da Silva Neto é professor universitário, pós-graduado em ciências pela University of London, estando hoje em tempo integral a serviço da ABPC - Associação Brasileira de Pesquisa da Criação, da qual é presidente e fundador. Autor de 5 livros sobre as origens, entre os quais destacam-se Datando a Terra e Origens - A verdade Objetiva dos Fatos, o Prof. Christiano tem estado proferindo palestras por todo o país, a convite de igrejas, escolas e universidades.