quarta-feira, 20 de janeiro de 2016

Embriologia e Evolução

Wayne Frair, Ph. D.
Resumo:
Alguns professores e livros de texto persistem em expor a simplista hipótese darwiniana do século dezenove de que um embrião em desenvolvimento resume a história evolutiva d dito organismo. Este ponto de vista, que se designa como recapitulação, está rejeitado a mais de meio século pelos embriólogos acadêmicos.
O principal promotor da recapitulação foi o ateísta Ernst Haeckel, que elaborou umas ilustrações falseadas para dar apoio a seu ponto de vista. Inclusive em nossos dias alguns autores seguem usando inflexivelmente algumas destas falsas ilustrações em seções de livros de textos onde promulgam o evolucionismo.
Graças a modernos estudos sobre processos de desenvolvimento incluindo os genes homeóticos, nossa compreensão da origem das formas de vida está sofrendo grandes mudanças. O desígnio com uma criação divina de tipos não relacionados está se convertendo em uma opção crescentemente mais viável.
Recentemente, um estudante universitário escreveu a Sociedade de Investigação da Criação perguntando acerca da situação em que estava a embriologia em relação com a evolução, porque seu professor de zoologia havia apresentado a chamada “Lei Biogenética” ante sua classe. Esta “Lei” anuncia que em seu desenvolvimento, os embriões passam pelas diversas etapas que alcançaram seus antecessores ao ascender pela “escala evolutiva”.
Reminiscências de anos passados:
Senti-me identificado com este estudante, porque na primavera de 1947, quando eu era estudante do primeiro ano e estudando meu primeiro semestre de zoologia na Universidade de Massachusetts em Amherst, vivi uma experiência similar. Meu professor, Gilbert L. Woodside, um doutor em embriologia formado em Harvard, e que então era pioneiro nesta disciplina, apresentou em nossa classe o argumento da embriologia para a evolução. Em geral, este conceito se designa como recapitulação, porque se supõem que o embrião em desenvolvimento “resume” ou “recapitula” toda a historia de sua raça. Quando se apresentam certas observações acerca deste desenvolvimento embrionário de uma forma convincente, este argumento induz a aceitar uma seqüência macro-evolutiva das espécies animais ou vegetais. Lembro-me que depois desta classe pensei: “Como eu poderia duvidar da realidade da evolução diante desta evidência?”.
Surgiu o desejo de me aprofundar no conhecimento da biologia, de modo que mudei minha especialidade de psicologia para Zoologia, e estudei fisiologia e entomologia em meu segundo ano. Havia me convertido ao cristianismo enquanto estava na marinha, antes de minha educação universitária, mas depois de dois anos na universidade, minhas crenças cristãs faziam frente a uns desafios ante os que resultava difícil de resistir. Haviam me proposto o posto de assistente de laboratório para a classe de fisiologia para o outono seguinte, e eu tinha gostado muito da proposta. Porém, mudei para um instituto cristão de ensino superior (Houghton em Nova York), onde me especializei em zoologia, com graus em Bíblia e em química. Recebi uma diplomatura em letras em 1950, e no verão de 1951 uma diplomatura em ciências, também em zoologia, em outro instituto cristão (Wheaton, em Illinois). E neste último estendi meus conhecimentos em ciência e teologia. Logo ensinei ciências a estudantes de secundário durante um ano na Escola Ben Lippen, que estava na Carolina do Norte. Em 1952 voltei como estudante graduado a Universidade de Massachusetts, de onde consegui um posto como professor auxiliar e auxiliar de investigação.
Mudança de perspectiva:
Sem eu prever, me encontrei em um curso de embriologia experimental com o doutor Woodside, que era agora Catedrático Numerário do Departamento de Zoologia e decano da Escola de Graduados. Senti-me cativado pelo doutor Woodside e por seu campo de embriologia. Empreendi uma investigação e fiz umas teses sobre a embriologia do frango e a primeira droga inibidora do câncer, a 8-azaguanina (ver Frair e Woodside, 1956).
Durante meu estudo e investigação, me decidi a sondar as profundidades da recapitulação embrionária. Mas, para minha total surpresa aprendi pelo doutor Woodside que a “Lei Biogenética” estava morta! De modo que o homem que me havia convencido da importância da recapitulação em meu primeiro ano de carreira, cinco anos depois, estava me convencendo de todo o contrário. O doutor Woodside não só não cria mais, se não que realmente a desprezava. A recapitulação já não podia ser nada mais que uma hipótese no menor dos casos, e não quis que eu gastasse tempo com ela.
O professor Woodside cria que a embriologia como disciplina havia sofrido um atraso devido a recapitulação. Me contou que na metade do século 20 nenhum embriólogo bem informado podia aceitar o conceito da recapitulação. Muitos cientistas haviam abandonado seus projetos frustrados ao ficarem presos em aléias sem saída e o intento de fazer concordar seus dados embriológicos dentro de um contexto evolutivo. O professor Woodside cria também que só havia um único Prêmio Nobel em embriologia (Hans Spemann) devido a que muitos outros excelentes investigadores em embriologia haviam estado centrando-se na evolução e fracassado. Um exemplo das muitas exceções a hipótese da recapitulação é que em um esquema evolutivo a medula espinhal está presente antes que o cérebro, mas em embriologia o cérebro se desenvolve antes. Por acaso não é a evolução o processo que unifica a toda a biologia?
Ao menos, fazem 50 anos já sabemos, e seguimos sabendo na atualidade, que a recapitulação darwinista não forma parte de tal unificação (ver Bergman, 1999; Wells, 1999ª).
Ernst Haeckel:
Com freqüência se tem atribuído a Charles Darwin idéias que ele promoveu, inclusive no caso de que dessas idéias se tiveram originado na mente de outras pessoas. Assim sucede com a recapitulação, que parece fundir suas mais antigas raízes entre os gregos de mais de meio milênio antes de Cristo (veja Osborn, 1929). Durante o século dezoito se expuseram alguns pensamentos tocantes a recapitulação, mas o propagador mais famoso da recapitulação foi o zoólogo e filósofo Ernst Haeckel (1834-1919). Ele foi o partidário mais destacado, dogmático e ativo do evolucionismo darwinista na Alemanha, mas sua influência se estendeu por todo o mundo. Depois de conhecer a Darwin em 1866, Haeckel tratou de por não só na ciência, se não também na filosofia e na religião debaixo do guarda-chuva evolucionista ateu (Jenkins-Jones, 1977).
É interessante observar que desde a década dos anos 80 se tem sabido que Haeckel havia falseado suas ilustrações empregadas para “demonstrar” a recapitulação. O tratamento mais extenso desta questão em inglês é o livro de Asmuth e Hull, publicado em 1915. Estes autores fazem referência a uma enorme quantidade de material que revela que os membros da comunidade científica haviam reconhecido que em sua defesa de seu ponto de vista, Haeckel perpetrou fraudes e falsidades de maneira constante e com todo a impudência. Há denuncias claras que se remontam a 1908, a 1875. e a data mais antigas como 1868. Muito cientistas se uniram em condenar “os métodos de Haeckel, nos exemplos que havia ficado denunciados... por oitenta e três pessoas (um grupo de 46 e outro de 37) de boa posição em diversas ramos da ciência e do mundo acadêmico, além disso, outros que publicaram suas condenações a título individual” (Assmuth e Hull, p.23). Veja também Rusch, 1969. As muitas dúzias de fraudes e falsificações de Haeckel tinham que ver com a embriologia e com outros campos científicos.
Tanto nos tempos de Haeckel como na atualidade os cientistas tem admitido que os investigadores tem de ter liberdade para erigir suas hipóteses e teorias sobre a base da evidência empírica. Mas tem reconhecido de maneira uniforme a impropriedade de apoiar estes conceitos mediante dados imaginários não identificados ou mediante falseamentos dos dados obtidos ou apresentados ante outros. Como exemplo das fichas de Haeckel.
As atividades de Haeckel (a parte de possivelmente sua investigação científica efetiva em zoologia sistemática) parece haver estado tão estreitamente unidas a sua filosofia que parece impossível separar suas ações de suas atitudes. Por exemplo, quando alguém apresentava objeções as pretensões embriológicas de Haeckel e de seus seguidores, estes diziam:
”Esta questão pertence a embriologia, e por lê vós outros, que não sois embriólogos, sois incompetentes para formar um juízo neste tema”. Inclusive se seu oponente resultava ser um embriólogo, o desacreditavam se encontrassem que mantinha o mais mínimo vestígio de crença em Deus, no livre-arbítrio ou na alma humana. Imediatamente o taxavam de teólogo, de clerical, cujas superstições dualistas o privavam do livre uso de sua razão. As páginas de Haeckel estão salpicadas desta tática de “sentenças ex-cátedra”... (Assmuth e Hull, p.54).
Um crítico explícito de Haeckel era J. Reinke, professor de Botânica na Universidade de Kiel.
Em um opúsculo titulado “O último sobre o Haeckelismo” (Heilbronn 1908) Reinke enche sete páginas com colunas paralelas, com uma que contém “O que disse Haeckel”, e a outra, “A verdade”. Da vinte e quatro exemplos de falsificações perpetradas por Haeckel, e acrescenta: “Estes são exemplos tomados ao azar. Seria possível multiplicá-los por muitas vezes” (Assmuth e Hull, p.31).
Mas parece que Haeckel, o divulgador, não se refreou devido as esta denuncias, e manteve suas manobras enganosas em seus anos posteriores, intentando justificar-se as vezes que estava seguindo procedimentos normais em biologia. Como resultado, incontáveis cientistas e estudantes de ciência, incluindo muitos autores, tem sido levados ao engano, embaixo de uma influência que tem ido manifestando-se até o final do século vinte. Inclusive apesar de que na atualidade muitos cientistas tendem a crer que a eliminação da “Lei Biogenética” foi um fenômeno que teve lugar entre meio e final do século vinte, inclusive em 1915 já se podia manter a seguinte declaração, totalmente explícita:
”Dificilmente se pode encontrar na atualidade um cientista destacado que aceite esta lei como expõem. A razão deles, totalmente convincente, e que a investigação recente tem demonstrado com claridade que as exceções a esta lei são muito mais freqüentes que suas materializações. A maior parte das etapas que passam os embriões individuais de diferentes animais não se correspondem em sua maior parte com as gradações que, segundo a teoria da evolução, constituem a história do desenvolvimento da vida (Assmuth e Hull, p.98).
Provavelmente, Haeckel era conhecedor destas dificuldades, porque distinguiu as mudanças embrionárias que conduziam ao progresso evolutivo (“Palingénesis”) de outros desvios (“cenogénesis”). Mas, as chamadas mudanças cenogenéticas são tão numerosas que não sustentam a “lei”, se não, que a refutam.
Como se indica no começo deste artigo, alguns professores seguem apresentando a “Lei biogenética” em apoio a macro-evolução, ainda que tem estado moribunda durante décadas a luz dos ensinos de muitos cientistas pioneiros, incluindo o falecido biólogo canadense, W.R.Thompson, que em 1956 escreveu uma “introdução” para uma reedição de A Origem das espécies de Darwin, na qual observa:
“Quando a “convergência” dos embriões não resultou totalmente satisfatória, Haeckel alterou a ilustrações das mesmas para que concordassem com sua teoria. As alterações eram ligeiras mas significativas. A “Lei Biogenética” como prova da evolução carece de todo valor (pp.xv-xvi)”.
Durante os últimos anos, as ilustrações de Haeckel tem voltado a estar nas notícias devido a que alguns livros de texto em favor da evolução tem estado publicando o material fraudulento de Haeckel ( ver Richardson, et al., 1998).
Sir Gavin de Beer:
Sir Gavin de Beer (1899-1972) foi um célebre zoólogo e evolucionista britânico, influente no campo da embriologia. Foi diretor da divisão de História Natural do museu Britânico em 1950-1960. Em 1930 publicou um livro, Embryology and Evolution, no que rechaçou o conceito da recapitulação embriológica. Publicou versões apmliadas de seus pontos de vista anti-haeckelianos em Embryos and Ancestors, com copyright em 1940, 1951 e 1958. Sir Gavin de Beer, 1958, se referiu a teoria de Haeckel como caduca e como “uma camisa de força mental que tem tido lamentáveis efeitos sobre o progresso da embriologia” (p.172), e conclui em que “a evolução não explica a embriologia” (p.173). Por exemplo, durante a filogenia dos dentes chegaram antes da língua, mas nos embriões dos mamíferos a língua se desenvolve antes dos dentes (p.7). No caso dos embriões dos frangos, o coração funciona já em uma etapa muito cedo no desenvolvimento, mas na rã (que se supõem que está mais perto da linha ancestral) o coração aparece em uma etapa muito mais posterior do desenvolvimento. De forma específica, a dê-semelhança se relaciona com a necessidade que tem o frango em seu desenvolvimento de receber gema; enquanto que o ovo da rã tem muito menos quantidade de gema. Por ele, as diferenças se devem a condições estruturais e funcionais de ambos animais, não a seu presuma relação evolutiva. A miúdo se precisa de um considerável período de tempo antes que se modifiquem posturas estabelecidas na ciência devido a novas evidências. Isto fica ilustrado por Perry, 1952, que parece haver compreendido que a lei biogenética havia ficado refutada, mas que quando escreveu seu texto de zoologia geral parece haver sido bastante relutante em suas menções acerca da recapitulação.
“Se tem descoberto diversos fatos que contradizem a teoria da recapitulação, o que a menos são difíceis de interpretar embaixo dos mesmos. Na atualidade, muitos biólogos respeitados questionam a significância do aparente acordo de alguns dos fatos com a teoria (p.519)”.
Sir Gavin de Beer empregou muitos exemplos para expor como os órgãos chamados homólogos (estruturas semelhantes) podiam proceder de estruturas embrionárias muito diferentes entre diversos embriões. Do mesmo modo, manteve-se acordado que comumente as estruturas homólogas não vão determinadas por genes idênticos (ver de Beer, 1971). Uma recente avaliação desta questão por Wells e Nelson, 1997, ressalta isto:
“Investigações posteriores tem confirmado de forma oprimida a correção da observação de Beer. A homologia, tanto si se define morfologicamente como filogenéticamente, não pode atribuir-se a vias de desenvolvimento a genes semelhantes (p.17)”.
Em outras palavras, órgãos similares nos corpos de diferentes organismos não resultam de seqüências similares de nucleótidos na DNA dos genes. Recentes descobertas parecem estar levando a alguma melhor compreensão de uma solução deste quebra-cabeça.
Genes homeóticos:
Durante umas duas décadas tem sido crescente o conhecimento acerca dos genes homeóticos, pequenas seqüências de nucleótidos que se comportam de maneira parecida a ativadores mestres para o controle do desenvolvimento de diversas partes do organismo. Os genes homeóticos tem uns papéis críticos na produção de braços, pés, olhos e outras partes do corpo em animais em desenvolvimento de muitas classes. Caracteristicamente, em cada gene homeótico há uma seqüência determinada em redor de 180 pares de bases de DNA muito semelhantes em seqüência nos correspondentes genes homeóticos de outros animais, tanto do rato como do homem, da mosca da fruta ou do Anfioxus. Por exemplo, em uma mosca um tipo determinado de gene afetará a antena, e em um rato um gene muito similar afeta a parte posterior do cérebro. Outro gene homeótico parece ser um controlador mestre do desenvolvimento dos olhos, incluindo os olhos compostos dos insetos e dos órgãos visuais muito diferentes dos polvos e inclusive dos humanos (ver Well, 1998).
Cada gene homeótico produz pequenas moléculas de proteínas que servem para ativar a transcrição de outros genes ao unirem-se a seus loci promotores. Como resultado se dá uma cascata de acontecimentos químicos que leva em seu momento a formação de uma estrutura de corpo como um olho ou uma pata.
Nos últimos anos se tem chegado a saber, para grande desconcerto dos cientistas, que os genes e suas mutações não vão vinculados a componentes estruturais do corpo. Por exemplo, uma espetacular ilustração desta discrepância tem resultado de experimentos de hibridação do DNA que indica uma similitude no DNA de 98 a 99% nos chipanzés e nos humanos, enquanto que as pessoas, no morfológico e fisiológico, dariam mais bem um valor de 70 a 80% respeito aos símios. O DNA está situado nos 48 cromossomos dos chimpanzés e nos 46 cromossomos dos humanos. Por ele, além das seqüências básicas dos nucleótidos no DNA deve haver outros fatores que tem uma significativa influência sobre o desenvolvimento. Estes fatores poderiam incluir efeitos relacionados com as diferentes disposições do DNA nos cromossomos dos chimpanzés e dos humanos (ver Hopkin, 1999).

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