Donald E. Knuth (1938 -) possivelmente seja o
cientista da computação mais conhecido atualmente.
Ele desenvolveu o software TeX e a Metafont, que
têm sido adotados por cientistas em todo o mundo, e são usados comumente hoje
nos textos técnicos.
Na introdução do seu livro The TeXbook, diz: “Caro
leitor, este é um manual do TeX, um novo sistema de tipografia que tenta criar
bons livros – especialmente os que contêm muita
matemática”.
Knuth é membro da Academia Nacional de Ciências e
recebeu dos Estados Unidos a Medalha de Ciências de 1979. Atualmente é
Professor Emérito de Arte de Programação em Computação na Universidade de
Stanford.
Quando era criança, Knuth “aprendeu muitas
histórias da Bíblia e decorou muitas passagens bíblicas”. Enquanto fazia seu
doutorado no Instituto Tecnológico da Califórnia, ele freqüentava aulas de
Bíblia dadas pelo Dr. W. Schroeder do Departamento de Química do Caltech. Ele
descobriu que: “o estudo da Bíblia podia prover ... estímulo duradouro a uma
pessoa que já possua uma boa educação na maioria das áreas”. Quinze anos mais
tarde, ele mesmo organizou uma classe bíblica baseada nos princípios
científicos, porque cria que “Deus deseja que a Bíblia seja lida por homens de
ciência como também por pessoas que não têm essas maneiras estranhas de
pensar”.
Examinando o capítulo três, versículo dezesseis, de
vários livros da Bíblia, Knuth publicou em 1991 um livro intitulado: “3:16,
Textos Bíblicos Iluminados”, baseado nos estudos bíblicos que ele havia dado.
Este livro combina o interesse de toda a sua vida,
na Bíblia, na matemática e nas artes (ele é organista de sua igreja). Expõe o
conceito de que uma grande massa de informação pode ser razoavelmente
entendida, mediante a escolha ao acaso de porções de dados e estudando-os com
profundidade. Usa seu sistema dos capítulos 3, versículo 16 dos livros bíblicos
como um método eficiente de ampliar a compreensão bíblica, e pessoalmente
traduziu de novo do idioma original cada passagem.
Decidiu, também, que um livro sobre a Bíblia
deveria ser bem apresentado, e por isso cada versículo foi ilustrado por calígrafos.
Como professor universitário, rodeado, na sua maioria, por ateus e agnósticos,
diz:
“por muito
tempo tive dificuldade de dizer a alguém que estava trabalhando num livro
acerca da Bíblia”.
Porém, logo percebeu que “muitos dos maiores
matemáticos do passado – incluindo Pascal, Newton, Euler e Cauchy– escreveram
sobre teologia, e então não me envergonho de
seguir suas pegadas”.
Knuth compara os paradoxos não respondidos acerca
da dor no livro de Jó, como uma das principais “descobertas da ciência da
computação; que há certos problemas inerentes tão complexos que não são
passíveis de resolução em um número finito de passos ... Um enfoque intelectual
não nos conduzirá à elucidação do cosmos, no entanto devemos continuar
tentando.
Devemos questionar a autoridade, e estar alertados
quanto ao fato de poder estar equivocada a sabedoria tradicional da ortodoxia
religiosa”.
Em 1999, Knuth apresentou seis palestras no
Massachusetts Institute of Technology (MIT) sobre a relação entre fé e ciência.
Elas encontram-se na Internet e podem ser encontradas com o título: Things a
Computer Scientist Rarely Talks About (Coisas que um Cientista da Computação
Raramente Fala).
Sua última palestra foi sobre a infinidade, a
teoria da probabilidade, o livre arbítrio, e o uso das noções matemáticas para
ampliar a compreensão da Bíblia.
A maioria dos ouvintes ficou satisfeita por ouvir
um cientista e religioso que não atribuía a si ter o conhecimento de toda a
verdade.
Nenhum comentário:
Postar um comentário